terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A modernização conservadora e o Brasil contemporâneo*

Por Ricardo Lima
Acredito que uma das chaves para compreender o Brasil atual é retomar sua história politica e social, percebendo quais estruturas e práticas do passado ainda permanecem influentes e entram em choque com práticas modernas e progressistas.

Em outras palavras, lançar uma luz sobre a fricção social e politica entre aspectos atrasados e avançados da sociedade em mudança pode ser uma boa via para interpretação do Brasil.

Na esteira de estudar como processos arcaicos se mantém com formas modernas, José Maurício Domingues, no texto A Dialética da Modernização Conservadora e a Nova História do Brasil (2004), concentra-se em compreender teoricamente como se dá o fenômeno da modernização conservadora no Brasil. Seu ponto de partida é o dialogo com Barrington Moore Jr., para quem a entrada das sociedades na era moderna poderia ocorrer de três maneiras, pela via democrática, pela via socialista revolucionária ou pela via autoritária.

Pode-se compreender a modernização conservadora como, primeiramente, uma recusa da mudança das relações de trabalho rural, com os grandes proprietários mantendo o controle da força de trabalho. As elites agrárias forçariam a insipiente burguesia avessa aos processos de democratização a modernizar-se. Isso acarretaria na modernização sob a liderança e interesse das elites agrárias, mantendo o processo e as subjetividades coletivas sob o controle de um bloco autoritário.

No Brasil, os grandes agentes da modernização foram os grandes proprietários. A modernidade foi instalada entre nós paulatinamente sem que um dos seus principais aspectos, a liberdade, ganhasse muito espaço. Em todos os períodos de modernização nacional, que se deram por um viés conservador, era fundamental para a elite dirigente controlar os processos de desencaixe que transformariam os planos individuais e coletivos. Apesar do controle exercido pelas elites dos processos de modernização, houve consequências inesperadas no tecido social, “uma dialética virtuosa forçou seu caminho no curso da modernização conservadora” (DOMINGUES, 2004 p. 189). Os processos de desencaixe desencadearam mudanças radicais que escaparam do controle do bloco dirigente, ensejando cada vez mais liberdade em indivíduos e coletividades, mudando por completo as subjetividades coletivas.

O sucesso do programa de modernização pelo alto minou suas próprias bases. As duas ditaduras brasileiras do século XX sucumbiram, pois não conseguiram compreender e nem lidar com esse paradoxo das consequências, principalmente durante a segunda delas, onde o processo levou ao esgotamento do modelo que tomou o poder em 1964. A modernização foi tão longe em suas consequências que se tornou impossível controlar as subjetividades desencaixadas que se erigiram com o processo, nem mesmo lidar com as novas demandas que surgiam. Sem embargo, a civilização brasileira ficou tão complexa que o arranjo modernizante/conservador não conseguia mais dar conta. O resultado foi a democratização e a Constituição de 1988.

Domingues conclui que, apesar das desigualdades, o grau de liberdade e pluralidade das formas de vida no Brasil aumentou exponencialmente. Entretanto, a sociedade brasileira teria mais dificuldade de criar instituições que engendrassem a solidariedade social, resultando numa poliarquia distorcida, num individualismo predatório, numa grande fragmentação social e em baixa consciência de cidadania tanto individuais quanto coletivas.

A sociedade nacional congregou em seu âmago, mesmo em períodos de democracia formal, de caracteres modernos com traços arcaicos, ambos convivem tanto em complementação quanto em oposição. Nossa revolução burguesa sempre ocorreu tutelada por grupos de cima e sem a participação do povo. Assim, nossa democracia nunca integrou a totalidade da população, subsistindo padrões de exclusão ou em processos de extermínio cultural e étnico que permanecem por longos períodos: pobres, negros, indígenas e outras minorias. O que explicaria tal cenário seria a tendência de nossa sociedade a conciliação, um dos traços genéticos da nossa civilização, conforme relata Paulo Mercadante em A Consciência Conservadora no Brasil(1980). Isso explicaria porque nossa modernização sempre equilibre os antagonismos, isto é, sempre adote traços sociais avançados tendo que fazer concessões a praticas e grupos que representem o passado.

Nosso último período de democratização, a constituição de 1988 e a Nova República, apesar da grande participação e engajamento social, foi tutelada por grupos dirigentes da ditadura militar, resultado numa vitória política do chamado “centrão”, hoje personificado no PMDB e em outros partidos fisiológicos. Uma das consequências disso foi a gestação de uma poliarquia incapaz de completar o ciclo de solidariedade social, de liberdade e de igualdade. Mas isso não impediu que um maior adensamento das relações e pluralidade de modos de vida surgisse, acompanhando as mudanças que ocorriam a nível global. A vitória de Lula em 2002, seguida de um período de doze anos prosperidade econômica, amparados numa politica social democrata e numa grande conciliação entre as classes atestam o adensamento de nossa civilização que não poderiam mais ser liderada pelo velho esquema conservador que liderou o Brasil de 1929 a 1945 e 1964 a 1984.

O próprio esgotamento dessa política conciliatória é atestada pela fragilidade de uma economia baseada na exportação de commodities; pela publicização de esquemas de corrupção, investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, instituições que ganharam força pelo próprio governo Lula; uma mudança maior na subjetividade coletiva, que passou a cobrar mais transparência dos seus governantes e melhoria nos serviços públicos, como atestado nas Jornadas de Junho de 2013; o fim melancólico e traumático de mais de uma década de domínio do PT no executivo federal e a ascensão de um bloco governista basicamente liberal conservador, tendo como líder o PMDB, partido que nunca saiu efetivamente do poder, sendo ao longo dos anos o fiel da balança e o fator conciliatório de um ineficaz presidencialismo de coalização; a judicialização da politica e o fortalecimento do mandarinato jurídico tornam claros que a politica da grande conciliação de Lula chegou ao fim, bem como a capacidade reguladora da Nova República. É um paradoxo das consequências que tais fenômenos estejam tão intimamente ligados e que ele tenha ocorrido não durante um governo abertamente conservador, mas num governo liderado por um partido que, pela sua história, tinha compromisso maior com os setores mais desfavorecidos da população.

Me aproximo do diagnostico de proposto por Domingues e por Florestan Fernandes, este desenvolvido no artigo de Tatiana Gomes Martins: Mudança Social e desenvolvimento no pensamento de Florestan Fernandes nos anos 50 (2003). Nesse contexto de extrema desigualdade, heteronomia e fragmentação social, precisamos democratizar a democracia, nos termos do segundo, através de um processo de mudança provocada por mecanismos de planejamento democrático, que corrijam os descompassos históricos da nossa sociedade e levem os benefícios do desenvolvimento para toda a sociedade, especialmente para setores historicamente marginalizados; ou nos dizeres do primeiro, temos que criar instituições que de fato propiciem a solidariedade social, levando os valores de liberdade, igualdade e fraternidade as últimas consequências. Também precisamos pensar no valor da pluralidade e da tolerância a diferentes modos de vida como fundamentais para uma democracia plena que abarque minorias como negros, LGBT`s, imigrantes, indígenas e quilombolas e outros povos tradicionais.

Uma saída para isso seria a progressiva instituição de formas democráticas baseadas na democracia direta, isto é, na participação e na deliberação, cujo foco seriam as demandas do dia a dia e os problemas do cotidiano, mais próximos das condições dos cidadãos; e dotando de mais poder as experiências já existentes. Isso resultaria na fecundação de um espírito democrático, critico e ativo na população aproximando o poder do povo e devolvendo o poder à política. Assim, as experiências de participação, se bem dosadas e iniciadas ainda na escola e implementada intensiva e extensivamente nos bairros, podem render bons frutos a democracia brasileira, funcionando como uma escola de formação de líderes políticos, transformando a subjetividade coletiva e aumentando o coeficiente de cidadania.

Trata-se do desenvolvimento da virtude democrática e dos canais de expressão cidadã, valores que remontam à Grécia Antiga.

A única forma de conter essa anomia histórica é um movimento duplo e dialético entre sociedade e estado, reformando nossas instituições e incorporando uma maior participação direta dos cidadãos.

*Este artigo foi adaptado de um artigo acadêmico chamado “Democracia, representação e participação no Brasil: antigos e novos dilemas de uma sociedade em mudança” escrito para a disciplina Teorias Sociais do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UNESP/ARARAQUARA.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Portal do Senado já recebeu mais de 400 questionamentos sobre sabatina de Moraes


Agência Brasil

O Portal do Senado já recebeu mais de 400 questionamentos sobre a sabatina a que o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), será submetido na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Casa. A sabatina deve ocorrer até a próxima semana.

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Durante a sabatina, os senadores questionam o indicado sobre diversos assuntos considerados relevantes para o país e tiram dúvidas sobre seu currículo. Desde o dia 8, quando foi realizada no plenário a leitura da mensagem presidencial com a indicação de Moraes, o portal e-cidadania do Senado já registrou 416 comentários e perguntas de cidadãos sobre a sabatina de Moraes. Todas as manifestações serão encaminhadas para os senadores e podem ser acessadas no portal.

Algumas das manifestações questionam Alexandre de Moraes sobre assuntos relacionados ao mundo jurídico, sua opinião sobre a descriminalização das drogas e o Estatuto do Desarmamento. Os internautas também querem saber da participação de Moraes no governo Temer e do teor de sua tese de doutorado, em que critica a indicação de filiados políticos ao cargo de ministro do STF.

O relator do processo na CCJ, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), pode, ou não, as contribuições populares na condução da sabatina e redação de seu parecer final. A participação popular em sabatina de autoridades pelo Senado começou em 2015, no processo de indicação do atual ministro do STF Luiz Fachin.

Segundo o chefe do Programa e-Cidadania do Senado, Alisson Bruno Dias de Queiroz, o número de participações na sabatina de Moraes deve superar o que foi registrado na época de Fachin, quando  recebeu mais de 600 manifestações. “Se, em cinco dias já recebemos mais de 400 comentários e considerando que a página ficará disponível até o dia da votação, acredito que os números da participação popular neste caso podem ser recorde.”

Queiroz também acredita que o interesse despertado pela sabatina de Moraes pode estimular a maior participação popular em outras ferramentas disponibilizadas pelo Senado ao público, como a proposição de novos projetos legislativos, a participação em debates e audiências públicas. “Hoje, o cidadão pode participar de praticamente todo o processo legislativo, desde a elaboração do projeto, nos debates durante toda a tramitação até o momento da votação da matéria”, afirmou.

Os cidadãos ainda podem enviar perguntas ou informações sobre o indicado por meio do Portal e-Cidadania. Quem não tem acesso à internet pode fazer seu comentário pelo serviço Alô Senado, no número 0800 61 22 11. Os interessados em participar da sabatina podem enviar suas mensagens até o dia da votação na CCJ, prevista para o dia 22 deste mês. O cadastro é simples, basta registrar nome, e-mail e  estado de origem.

Temer diz que afastará ministros que virarem réus na Lava Jato


Agência Brasil
O presidente Michel Temer disse hoje (13) que ministros que se tornarem réus na Operação Lava Jato serão afastados do cargo. Caso sejam apenas denunciados, desde que por meio de um conjunto de provas que possam ser acolhidas, eles serão afastados provisoriamente.

Se houver denúncia, o que significa um conjunto de provas que eventualmente possam conduzir ao seu acolhimento, o ministro que estiver denunciado na Lava Jato será afastado provisoriamente. Depois, se acolhida a denúncia, e aí sim, o ministro se transformar em réu da Lava Jato, o afastamento é definitivo”, disse Temer.

Se alguém se converter em réu estará afastado independentemente do julgamento final”, acrescentou. “Faço essa declaração para dizer que o governo não quer e não vai blindar ninguém. Apenas não pode aceitar que a simples menção inauguradora de um inquérito, para depois inaugurar uma denúncia, para depois inaugurar um processo, já seja de igual motivo a incriminá-lo em definitivo e em consequência afastar o eventual ministro.

Greve
Temer informou ainda que a Casa Civil está finalizando um projeto de lei que vai regulamentar o direito à greve no caso de serviços considerados essenciais, tanto no âmbito federal como estadual e municipal.

Vocês sabem que certos serviços essenciais não podem ficar paralisados. Embora haja muitos projetos correndo no Congresso Nacional, vamos adicionar mais um projeto a ser examinado pelo Congresso Nacional. Todos sabemos que o STF em vários momentos já se manifestou sobre essa matéria em face da omissão, da não realização ou da não aprovação de um projeto disciplinador no texto constitucional”, justificou o presidente.

Temer ressaltou que o caso nada tem a ver com a paralisação dos policiais militares no Espírito Santo, onde manifestações de familiares e esposas de policiais impede o policiamento nas ruas. O presidente explicou que, por disposição constitucional, policiais militares já não podem fazer greve nem se sindicalizar.

“Portanto o que lá houve por força de um movimento encabeçado pelas senhoras foi uma insurgência contra o texto constitucional. De resto, se outros episódios vierem a verificar-se, aplicar-se-á o texto constitucional”, disse Temer.

O presidente disse que, diante disso, o governo federal resolveu colocar as Forças Armadas à disposição “de toda e qualquer hipótese de desordem nos estados da federação brasileira”.

Censura
O presidente Michel Temer afirmou também que não houve censura na proibição de que veículos de comunicação publiquem o conteúdo encontrado no celular da primeira-dama, Marcela Temer, usado por um hacker em uma tentativa de extorsão contra ela. A medida foi determinada, em liminar, pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Você sabe que não houve isso [censura]”, disse o presidente ao ser questionado por jornalistas. 

Após o evento, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o caso não é censura pois a lei, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, garante a privacidade das vítimas desse tipo de crime.

Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, alerta OMS


Agência Brasil

Aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de epilepsia, um tipo de transtorno mental crônico que afeta homens e mulheres de todas as idades. Os números, divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), posicionam a epilepsia como uma das doenças neurológicas mais comuns no planeta.

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No Dia Internacional da Epilepsia, lembrado hoje (13), a entidade alertou que quase 80% dos casos registrados globalmente estão em países de baixa e média renda. Os dados revelam que três quartos das pessoas com a doença que vivem nessas localidades não recebem tratamento adequado – ainda que o transtorno responda aos remédios em até 70% dos pacientes.

Em muitas partes do mundo, pessoas com epilepsia e suas famílias sofrem com o estigma e a discriminação”, destacou a OMS.

Doença
A epilepsia é caracterizada por convulsões recorrentes – breves episódios de movimento involuntário que podem envolver uma parte do corpo ou todo o corpo, algumas vezes acompanhados de perda de consciência e do controle da bexiga ou do intestino.

Os episódios de convulsão são resultado de descargas elétricas excessivas num grupo de células cerebrais, sendo que diferentes partes do cérebro podem ser atingidas pelo problema. As convulsões podem variar entre breves lapsos de atenção e espasmos musculares até episódios prolongados e severos.

Uma única convulsão não necessariamente significa diagnóstico de epilepsia, já que até 10% da população global apresenta pelo menos um episódio desses ao longo da vida. A doença é caracterizada após o registro de duas ou mais convulsões não provocadas.

“A epilepsia é uma das mais antigas condições reconhecidas no mundo, com registros escritos datando de 4000 a.C. Medo, desconhecimento, discriminação e estigma social têm cercado a epilepsia há séculos. Esse estigma permanece em diversos países atualmente e pode impactar na qualidade de vida das pessoas com o transtorno e suas famílias”, informou a OMS.

Sinais e sintomas
As características das convulsões variam e dependem da parte do cérebro inicialmente afetada pelo transtorno e do quão rápido ele se espalha. Sintomas temporários podem ocorrer, como perda de consciência, além de perturbações de movimento, sensação (incluindo visão, audição e paladar) e humor.

Pessoas com convulsões tendem a apresentar mais problemas físicos, como fraturas e contusões provocadas pelos episódios, assim como taxas mais altas de condições psicológicas, incluindo ansiedade e depressão. Além disso, o risco de morte prematura em pacientes com epilepsia chega a ser três vezes maior que na população em geral, sendo que as maiores taxas são registradas em países de baixa e média renda.

“Grande parte das causas de morte relacionadas à epilepsia em países de baixa e média renda são potencialmente preveníveis, como quedas, afogamento, queimaduras e convulsões prolongadas”, acrescentou a OMS.

Causas
A epilepsia não é contagiosa. O tipo mais comum, denominado epilepsia idiopática, afeta seis entre dez pessoas com a doença e não tem causa definida. Já o tipo de epilepsia de causa conhecida é denominado epilepsia secundária ou epilepsia sintomática. As principais causas, nesses casos, são:

- dano cerebral provocado por lesões pré-natais ou perinatais, como perda de oxigênio ou trauma durante o parto e baixo peso ao nascer;
- anormalidades congênitas ou condições genéticas associadas a malformações cerebrais;
- ferimento grave na cabeça;
- derrame que limite a quantidade de oxigênio no cérebro;
- infecções do cérebro, como meningite, encefalite e neurocisticercose;
- determinadas síndromes genéticas;
- tumor cerebral.

Protesto impede entrada e saída de policiais no Batalhão de Choque, no Rio

Agência Brasil
Manifestantes acampadas continuam a bloquear, na manhã de hoje (13), a entrada do Batalhão de Choque, no centro do Rio de Janeiro. Com uma farda manchada de vermelho e faixas pedindo melhores condições de trabalho para policiais militares, as mulheres estão impedindo a entrada e saída do prédio, onde funcionam unidades como o Choque e o Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos.

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Do lado de fora, dezenas de policiais que começariam seus turnos na manhã de hoje aguardam na calçada.

As manifestantes cobram o pagamento de horas extras do segundo semestre de 2016, incluindo as dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O governo do estado também deve aos policiais o pagamento do décimo terceiro salário e de prêmios por cumprimento de metas. 

"A gente só vai sair quando pagarem tudo que prometeram. A gente não quer nada absurdo, só o que eles estão devendo", disse a mulher de policial militar que não quis se identificar. "Meu marido tem que pegar dinheiro comigo para ir trabalhar. O cartão de crédito dele eu já nem sei mais como está, virou uma bola de neve".

Segundo a mulher, o protesto tem recebido apoio da população: todos os mantimentos consumidos no acampamento são doados.

Um policial que não quis se identificar disse que é casado com uma policial militar e que a família tem sofrido com o atraso dos dois pagamentos. "O que tem me sustentado é a minha esposa vendendo cosméticos. Eu nunca imaginei que fosse passar por isso tendo três filhos."

Na porta do 6º Batalhão de Polícia Militar, na Tijuca, três mulheres controlam a entrada e saída de militares e viaturas. Sem se identificar, elas disseram que fizeram um acordo com o comandante do BPM para permitir que um efetivo mínimo policie as ruas da região.

"Para garantir a segurança da Tijuca e da Grande Tijuca, um efetivo mínimo de policiais está nas ruas, com policiais equipados", informou uma das mulheres dos policiais. "Não vamos sair daqui enquanto as reivindicações não forem atendidas."

As manifestantes, que dizem ter apoio da população, estão revistando os policiais e os carros que deixam o batalhão, para impedir que saiam com fardas e armas escondidas.

"Eles falam que a causa é justa e que o policial não pode ser tratado como é tratado", relatou uma delas, que enumerou problemas como a falta de coletes à prova de bala. "O policial hoje não faz concurso pra ser PM, faz concurso para ser alvo de bandido."

Por meio de nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que batalhões com deficiência no efetivo estão recebendo apoio de outras unidades.

"A Polícia Militar está utilizando de todos os meios disponíveis para colocar o policiamento nas ruas em locais onde há impasse com os manifestantes. Porém, reforçamos que estamos em diálogo constante com as lideranças a fim de conscientizar sobre a importância da saída do policiamento."

Aposentados protestam no Senado contra a reforma da Previdência

Agência Brasil

Cerca de 300 aposentados e pensionistas protestaram hoje (15) no Senado contra a Proposta de Emenda à Constituição 287/2016, que trata da reforma da Previdência. A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados e pode ser votada ainda no primeiro semestre pelos deputados e senadores.

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A manifestação, organizada pela Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos e pelo Movimento dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas, foi pacífica.  De manhã, os manifestantes, que representam cerca de 180 entidades de todo o país, participaram de missa na Catedral de Brasília e, em seguida, caminharam pela Esplanada dos Ministérios até o Senado Federal.

Segundo a Polícia Legislativa do Senado, todos os manifestantes conseguiram entrar na galeria popular do plenário para acompanhar a sessão especial de homenagem ao Dia Nacional do Aposentado, comemorado em 24 de janeiro. A sessão foi convocada pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

O movimento de aposentados pretende entregar, nos próximos dias aos parlamentares, emendas com propostas de mudanças à PEC 287. A principal reivindicação dos aposentados é interromper a tramitação da matéria. Eles se posicionam contra a idade mínima de 65 anos para a aposentaria e o tempo de contribuição de 49 anos para conseguir o valor integral do benefício, que fazem parte da proposta encaminhada pelo governo federal.

Os aposentados querem ainda que a reforma considere as diferenças regionais e entre os trabalhadores das áreas rural e urbana. Depois da sessão do Senado, os manifestantes seguirão segue para o Ministério da Fazenda, onde pretendem fazer um panelaço contra a reforma.

Senado aprecia esta semana indicação de Alexandre de Moraes para vaga no Supremo

A apresentação do parecer do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) sobre a indicação de Alexandre de Moraes para ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é o destaque desta semana no Senado. Braga, que é o relator do processo, já entregou relatório na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e deve apresentar seu parecer aos senadores amanhã (14).

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Na quarta-feira (15), depois da leitura do relatório, os senadores poderão apresentar pedido de vista coletivo. Posteriormente, Alexandre de Moraes será sabatinado pela comissão e, em seguida, passará por avaliação do plenário do Senado. A expectativa é que todo o processo se encerre até o dia 22.

Além da análise do relatório de Eduardo Braga, a pauta da primeira semana de trabalho do Senado tem 27 itens para apreciação. O projeto que trata dos crimes de abuso de autoridade não aparece na pauta desta semana da CCJ, pois ainda aguarda a designação de um relator, para só então seguir para análise dos senadores. Como foi alvo de muita polêmica no ano passado, a expectativa é que o projeto sobre abuso de autoridade passe mais tempo em discussão, antes de ser apreciado pela CCJ.

Radiodifusão
Na quarta-feira (15), os senadores devem votar, em comissão mista, o relatório sobre a Medida Provisória (MP) 747, que prorroga o prazo para renovação das concessões e permissões das emissoras de radiodifusão. A proposta estabelece que as entidades interessadas na alteração dos prazos devem apresentar um requerimento ao Ministério de Ciência e Tecnologia durante os 12 meses anteriores ao término do prazo da outorga vigente.

Pelo projeto, as emissoras que já estiverem com a concessão vencida poderão regularizar a situação no prazo de 90 dias, a partir da data de publicação da MP 747. A medida tramita em regime de urgência, e, se aprovada, segue para o plenário.

Nesta semana, os senadores devem discutir também o projeto que trata da Lei Geral das Telecomunicações (PL 79/2016). A proposta foi devolvida na semana passada pela Casa Civil ao Senado, em resposta a uma liminar expedida pelo STF. Em plenário, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, afirmou que só encaminhará o projeto para votação depois de discuti-lo com a Mesa Diretora e a Procuradoria da casa.

PEC da Vaquejada
Está prevista ainda a votação no plenário do Senado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 50/2016, que considera a vaquejada (competição em que vaqueiros puxam um boi pelo rabo e o derrubam em um espaço delimitado), como uma manifestação cultural que não fere os direitos dos animais. A proposta, conhecida como PEC da Vaquejada, acrescenta à Constituição um artigo que permite a realização de manifestações culturais, desde que não prejudiquem o bem-estar animal.

O novo texto trata essas competições como integrantes do patrimônio cultural brasileiro, de natureza imaterial, e não as considera cruéis para os animais, se regulamentadas. A matéria passou pela CCJ do Senado, que analisa a constitucionalidade dos projetos em tramitação, e agora deve ser votada em dois turnos pelo plenário. Se aprovada, a PEC seguirá para a Câmara dos Deputados.


Agência Brasil

Risco de colapso em barragem provoca evacuação de 200 mil pessoas nos EUA

As autoridades da Califórnia, nos Estados Unidos, ordenaram a evacuação de mais de 180 mil pessoas em Oroville devido ao risco de rompimento de uma barragem. As informações são da Agência Ansa.

A barragem é considerada a mais alta dos Estados Unidos e pode sofrer danos em um trecho do vertedouro auxiliar de Oroville, a 250 quilômetros de São Francisco.

Milhares de carros que tentaram deixar a cidade acabaram provocando congestionamento na região, logo após o alerta de evacuação para Oroville, Palermo, Gridley, Themalito, South Oroville, Oroville Dam, Irivukke Eats e Wyandotte.


O governador da California, Jerry Brown, ordenou que as operações de emergência sejam aceleradas para permitir a evacuação das pessoas.

Coreia do Norte lança novo míssil; Conselho de Segurança da ONU se reúne hoje


A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira (13) que testou com sucesso um novo míssil balístico lançado ontem (12) de uma base aérea situada no oeste do país. As informações são Radio France Internationale.

O dirigente norte-coreano Kim Jong-Un se disse “satisfeito que a Coreia do Norte tenha outro meio de ataque nuclear que reforce a potência do país”, segundo declaração à agência oficial de imprensa, KCNA.

O tiro percorreu 500 quilômetros em direção ao leste antes de cair no Mar do Japão, segundo o Ministério sul-coreano da Defesa. O teste é considerado pelo presidente americano Donald Trump uma “provocação” do regime norte-coreano. O assunto será discutido hoje à noite pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

As fotografias divulgadas pela agência norte-coreana KCNA mostram o lançamento do míssil de médio a longo alcance Pukguksong-2, enquanto o líder norte-coreano assiste ao teste sorrindo, acompanhado de dezenas de soldados e cientistas. Ele guiou “pessoalmente” os preparativos.

O motor do míssil utiliza combustível sólido, acrescentou a KCNA, o que diminui o tempo de abastecimento. A maioria dos mísseis usa combustível líquido, diz Yun Duk-Min, analista no Instituto de Relações Exteriores e da Segurança da Coreia do Sul. A detecção desse tipo de míssil pelos satélites de segurança também é mais complicada, explicou. “Isso representa também uma ameaça maior para os adversários”, acrescentou. Esta é a primeira vez que a Coreia do Norte fala abertamente sobre o Pukguksong-2.

Reações
O premiê japonês Shinzo Abe, que passou o fim de semana na companhia de Donald Trump, na Flórida, não aprovou a ousadia norte-coreana e reagiu dizendo que o lançamento foi uma provocação "intolerável". Já o presidente americano preferiu ignorar a operação militar da Coreia do Norte. No entanto, Trump fez questão de manifestar seu apoio ao Japão no episódio do míssil balístico deste domingo. "Quero que todos entendam e estejam cientes de que os Estados Unidos apóiam o Japão, seu maior aliado, em 100%", afirmou o presidente americano.

O lançamento do míssil norte-coreano deverá testar o compromisso de Donald Trump, que prometeu endurecer em relação ao regime de Kim Jong-un, que no ano passado testou mísseis nucleares e balísticos violando resoluções da ONU.

Um membro da equipe do governo dos Estados Unidos informou que o ato "não é uma surpresa," e sim uma "provocação" da Coreia do Norte, algo que já era “esperado” depois da posse de Trump. "O líder norte-coreano gosta de chamar a atenção para momentos como este ", afirmou o funcionário americano.

Ele declarou ainda que a Casa Branca vai estudar diferentes possíveis reações ao lançamento do míssil, mas que a resposta deverá ser gradual para evitar uma escalada nuclear, uma vez que, segundo o Pentágono, o projétil era um míssil de “alcance médio ou intermediário”, e não um verdadeiro ICBM, a sigla que determina mísseis balísticos intercontinentais.

Sanções
As resoluções da ONU proíbem a Coreia do Norte de implementar programas nucleares ou balísticos. Desde o primeiro teste, em 2006, o regime já foi alvo de seis rodadas de sanções que não alteraram os planos do regime em abandonar suas ambições militares. Em 2016, a Coreia do Norte fez dois testes nucleares e lançou cerca de vinte mísseis balísticos.

Polícia Federal destrói 48 mil pés de maconha no sertão pernambucano


Sumaia Villela - Correspondente da Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) destruiu 48 mil pés de maconha e 53 mil mudas da planta em ilhas da União, localizadas no Rio São Francisco. A Operação Carcará Branco foi deflagrada na semana passada, mas o resultado foi divulgado nesse domingo (12). De acordo com a PF, ninguém foi preso.

Segundo nota divulgada pela assessoria de comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, como as ilhas, localizadas nos municípios de Orocó, Cabrobó e Ibó, são pertencentes à União, os produtores se aproveitariam desse fato para plantar - assim, não há proprietário a ser incriminado. "Nessas operações, geralmente ninguém é preso porque quando se monta toda a logística com viaturas e policiais no local, os trabalhadores braçais saem dos terrenos porque são avisados", diz a nota. "O objetivo da operação é evitar que maconha seja vendida no mercado consumidor".

De acordo com a PF, caso os 48 mil pés de maconha fossem colhidos e preparados para venda, o material pesaria 16 toneladas. Também foram encontrados 10 quilos da planta já preparada para venda e consumo, além de um acampamento precário com roupas, um colchão e até uma melancia já aberta.

Os pés de maconha foram retirados do solo e incinerados, conforme imagens enviadas à imprensa pela corporação. A operação contou com o apoio da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.

Erradicação
Esta é a primeira operação do ano, de erradicação da maconha no sertão pernambucano, segundo a assessoria de comunicação da PF em Pernambuco. Em 2015 foram destruídos 806 mil pés de maconha, 361 mudas, 260 plantios e 546 quilos (kg) da planta já processada.

Em 2016, o total de plantios e pés de maconha encontrados caiu, enquanto a apreensão da planta pronta subiu. Foram 359 mil pés, 137 mil mudas, 151 plantios e 2.188 quilos kg da substância preparada para venda.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Batalhão de Choque do Rio é bloqueado por familiares de PMs

Agência Brasil
As manifestações de parentes de policiais militares em frente aos batalhões da corporação continuaram neste domingo (12). Pela manhã, familiares montaram uma tenda na entrada do Batalhão de Choque localizado no Estácio, centro do Rio, impedindo a entrada e saída dos PMs. Iniciada na sexta-feira, a mobilização é pelo pagamento do 13º salário, do Regime Adicional de Serviço (RAS)  Olímpico e das metas atrasadas.

A filha de um policial do Choque que participa do ato, mas não quis se identificar, disse que a mobilização vai continuar e que, desde a sexta-feira, ninguém sai do batalhão com farda, portanto, sem uniforme para trabalhar. Além disso, os parentes hoje estão impedindo também a entrada no local. Muitos policiais vestido com roupas civis passaram a manhã em frente ao batalhão.

“Não comparecer ao serviço é crime militar, então os policiais que estão na porta deveriam dar voz de prisão para os manifestantes e entrar. Mas como são todos parentes, ninguém fez isso ainda e acho que ninguém vai fazer”, disse a filha.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, “o Choque está operando normalmente, apesar da manifestação na porta”. A PM informa que grupos de familiares de policiais se concentraram na frente de 27 unidades, mas que há bloqueios apenas em quatro batalhões: 3ºBPM (Méier), 6º BPM (Tijuca), 20ºBPM (Mesquita) e 40ºBPM (Campo Grande). Mas, segundo a nota, mesmo com o impedimento de entrada e saída de viaturas, o policiamento está sendo feito normalmente nessas localidades.

“Não existe paralisação da Polícia Militar e sim uma mobilização de familiares, iniciada pelas redes sociais. A corporação está atenta às manifestações e conscientizando a tropa da importância da presença policial nas ruas. O patrulhamento está sendo realizado normalmente, bem como as trocas de turnos. As rendições, quando necessárias, são realizadas no lado externo e locais que apresentaram maiores problemas estão com apoio de outras unidades”, informa a nota.

Pelo twitter, a PM reitera que o trabalho está normal, com informações como “Policiais Militares do #BPRV realizam operação nas rodovias estaduais, em #BomJardim, para garantir a segurança da população” e “Domingo de sol é dia de praia. E nós estamos lá pra garantir isso. #OperacaoPraia”, acompanhadas de fotos de viaturas e atividades policiais.

Uma reunião entre as esposas de policiais e o comando da corporação, realizada ontem (11), terminou sem acordo.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Autoridades norte-americanas prendem imigrantes sem documentos em seis estados

Agência Brasil
As autoridades de imigração norte-americanas prenderam centenas de imigrantes sem documentos em pelo menos seis estados ao longo desta semana em uma ofensiva que aparentemente marca o início da aplicação em grande escala da ordem executiva do presidente Donald Trump, assinada em 26 de janeiro, destinada a deportar cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais, inclusive 3 milhões, supostamente com antecedentes criminais.

Em janeiro, seis dias após tomar posse, Donald Trump assinou uma ordem executiva que ampliou as categorias de imigrantes sem documentos a serem incluídos na listas para deportação, cumprindo assim sua promessa de campanha para combater a imigração. Centenas de prisões foram confirmadas pelas autoridade de imigração de vários estados, mas a Casa Branca ainda não divulgou oficialmente o início da vigência da ordem executiva para deportações em massa.

Uma ordem executiva é uma norma que coloca em prática as políticas do governo a serem executadas pelas agências e departamentos oficiais. O ato se resume a uma ação de governo e não tem o poder de reverter uma lei aprovada pelo Congresso. Desde que tomou posse, Trump assinou 12 ordens executivas.

A ordem executiva de 26 de janeiro é ampla e não se resume a medidas para deportar imigrantes. Ela também prevê a contratação de mais de 10 mil agentes de imigração para fiscalizar as fronteiras e o interior do país, além de uma fiscalização das chamadas "cidades santuárias", ou seja, dos municípios que se recusaram a transferir imigrantes sem documentos para o âmbito das autoridades federais.

Invasão
Funcionários da imigração confirmaram que agentes federais invadiram esta semana casas e locais de trabalho em Atlanta, Chicago, Nova York, Los Angeles e também em algumas cidades da Carolina do Norte e da Carolina do Sul, em busca de imigrantes sem documentos. No entanto, Gillian Christensen, porta-voz do Departamento de Segurança Interna, o órgão norte-americano que supervisiona os setores de imigração e de alfândega, não quis usar a palavra "invasão" para se referir às operações realizadas e falou em "ações direcionadas de rotina".

Gillian disse que a ofensiva, que começou na segunda-feira (6) e terminou sexta-feira (10), prendeu imigrantes sem documentos provenientes de 12 países latino-americanos. "Estamos falando de pessoas que são ameaças à segurança pública ou uma ameaça à integridade do sistema de imigração", disse. Segundo ela, a maioria dos presos eram criminosos sérios, incluindo alguns que haviam sido condenados por assassinato e violência doméstica .

Ativistas que combatem a repressão a imigrantes porém afirmam que as prisões não se resumiram a criminosos. Disseram também que a ação das autoridades envolveu uma área bem maior do que a admitida, uma vez que cidades dos estados da Flórida, Kansas, Texas e Virgínia também registraram prisões.

"Esta é claramente a primeira onda de ataques [a imigrantes] sob o governo Trump, e sabemos que não vai ser a única", disse Cristina Jimenez, diretora-executiva da United We Dream (Juntos Sonhamos), uma organização de jovens imigrantes, em entrevista à imprensa.

Agentes de imigração em Los Angeles, na Califórnia, detiveram dezenas de pessoas em casa ou a caminho do trabalho. Em uma teleconferência na sexta-feira (10), o diretor de imigração para a área de Los Angeles, David Marin, disse que 160 pessoas foram presas. Segundo ele, desse total, 75% tinham condenação por crime. Os demais realizaram pequenos delitos ou estavam ilegalmente nos Estados Unidos. Entre as pessoas presas em Los Angeles, 37 foram deportadas para o México.

Emissoras de rádio em língua espanhola e a afiliada local da NPR (uma rádio pública dos Estados Unidos) vêm divulgando, em Los Angeles, anúncios sobre os direitos dos imigrantes. As emissoras estão convidando os imigrantes a participar de seminários para tomarem consciência das medidas que podem adotar na Justiça, caso estejam sob ameaça de prisão ou deportação.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Saúde altera regras para repasse de recursos federais

Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou hoje (7) uma série de alterações para o repasse de recursos federais a estados e municípios. O chamado Projeto SUS Legal prevê que os gestores implementem uma espécie de lei de transferência de recursos, além de aumentar a fiscalização da execução de ações em saúde.

Uma das primeiras medidas trata da mudança na transferência de verbas federais e atende, segundo a pasta, a pleito de prefeituras e governos estaduais. Os repasses, antes realizados em seis blocos temáticos, passam a ser feitos em duas modalidades: custeio e investimento.

A transferência será realizada em conta financeira única e específica para cada uma das categorias econômicas. O novo formato, de acordo com o ministério, possibilita ao gestor mais agilidade e eficiência na destinação dos recursos disponíveis atualmente, com base na necessidade e realidade local.

O ministério garante que o objetivo do governo federal, com as mudanças, é assegurar o cumprimento da legislação que rege o Sistema Único de Saúde (SUS) e a realização de planos de saúde por parte de estados e municípios, já que a destinação de verbas estará vinculada a esse planejamento.

O projeto deverá ser qualificado e conter indicadores e metas em conformidade com as políticas públicas governamentais de saúde estabelecidas pela Comissão Intergestores Tripartite e pelo Conselho Nacional de Saúde. Caberá ao ministério acompanhar e avaliar o plano. O monitoramento será feito por meio de sistema online.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, lembrou que o não cumprimento do plano implicará a redução dos recursos repassados. Segundo ele, com o modelo anterior de transferência de verbas federais, muitos recursos acabam paralisados – mais de R$ 5,7 bilhões apenas em 2016.

“Vamos permitir que cada cidade aplique os recursos naquilo que acha adequado”, disse. “Se um gestor não cumprir o que foi combinado, o dinheiro vai voltar automaticamente para o Fundo Nacional de Saúde”, completou.

Obras
O governo federal, os estados e municípios também pactuaram anuência prévia sobre a implantação de novos serviços. Isso significa que, independentemente de quem for financiar a obra, os três entes devem ser avisados, de forma que seja possível prever no orçamento do ministério os recursos para custeio.

Outro anúncio envolve mudança na forma de financiamento de obras de construção, ampliação ou reforma na saúde. A partir de agora, o repasse de recursos federais, nesses casos, será feito em parcela única, substituindo os atuais modelos de financiamento com contrato de repasse, feito em três parcelas atreladas ao andamento da obra.

Com a nova portaria, quem fizer o pedido para unidade de pronto atendimento, unidade básica de saúde e/ou demais serviços terá que enviar projeto completo, com cronograma, capacidade técnica e financeira e estrutura necessária para manter o serviço. Após a aprovação do plano, o repasse será feito integralmente.

“O que garante a execução [das obras] são os planos de saúde estaduais e municipais e o recurso correspondente para a execução desses planos”, avaliou o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, João Gabardo.

“Receber em parcelas significava paralisação de obras, novas licitações. Agora, com parcela única, o empreiteiro sabe que vai receber na data certa”, acrescentou o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, Mauro Junqueira.

Atualmente, existem no país 8 mil obras de saúde em execução, com R$ 2,5 bilhões em empenhados, além de 3,8 mil obras em ação preparatória que somam mais de R$ 922 milhões. Mais 4 mil obras não saíram do papel e foram canceladas.

Até março deste ano, estados e municípios que ainda tiverem obras em execução com prazos de conclusão expirados serão notificados pela última vez para informação sobre o prazo de conclusão. A pasta informou que também está adotando as medidas necessárias para reaver R$ 237 milhões de propostas com obras canceladas.

Acompanhamento online
Ainda de acordo com o ministério, nos casos de impropriedade – prazo expirado, documentação inconsistente e/ou ausência de alimentação do Sistema de Monitoramento de Obras –, o ente será notificado até três vezes para solucionar a situação. Caso contrário, os recursos transferidos serão integralmente devolvidos, de forma automática, sem necessidade de consulta prévia.

“Os contratos de transferência de recursos serão muito rigorosos. O recurso vai ser pago inteiramente, em parcela única, adiantado, mas se cada etapa não for cumprida, ele retorna automaticamente”, explicou o ministro. “Essas são as condições pactuadas e tenho certeza fr que os prefeitos ficarão muito felizes em poder ter autonomia e responsabilidade para cumprir a execução das obras que tiverem recursos do ministério”, concluiu.

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