O
projeto ético-político do Serviço Social tem como objetivo central a construção
de um novo referencial á profissão. A dimensão ético-política trabalha com a
contradição histórica da profissão em seu processo de trabalho. A sua
inserção na sociedade, sua proposição, posicionamento e atuação se dão através
da ética profissional e da proposição política. A dimensão ético-política da
profissão não se dá sem uma ética norteadora que dê sentido, clareza e
finalidade ás suas ações.
O
Projeto ético-político visa garantir a capacidade de discernimento crítico em
análises a fim de buscar, compreender, explicar, criticar e problematizar a
realidade em um âmbito institucional, se posicionando ética e politicamente no
enfrentamento da questão social e da inserção profissional, descrevendo e
analisando as demandas do Serviço social, atribuindo condições para que se
formem profissionais competentes, renovadores, críticos e propositivos.
O
enfoque ético-político vem motivar, questionar e incentivar a uma praxis na
atuação do Serviço Social, pois a práxis, não define somente no atendimento do
usuário, mas, também envolve uma postura profissional que perpassa as suas
ações, como por exemplo iniciar um atendimento, demonstrar interesse em
reuniões de equipe com outros profissionais, sempre se voltando a um melhor
atendimento ás demandas institucionais e aos usuários, bem como nas políticas
públicas, buscando a garantia de direitos de todos os usuários.
A
Competência ético-política é fundamental ao assistente social, pois atribui ao
profissional uma contribuição para o enfrentamento da questão social, tendo
clareza em seu processo de trabalho. Aponta para essa questão de estimular,
provocar, para que haja uma formação profissional competente, onde trabalhem a
construção do caráter ético-político respeitando a individualidade do cidadão.
Seu objetivo é buscar uma transformação social embasada e fundamentada em uma
teoria social transformadora de grande importância na realização de uma prática
profissional competente e propositiva, intervindo como facilitador na formação
de usuários conscientes, com direitos garantidos, para que exerçam seu papel de
cidadão, saindo de uma percepção alienada.
O
caráter ético-político nos mostra a amplitude da prática da profissão, deixando
em evidência as ações e a intervenção profissional, sempre destacando ao
usuário seus direitos e seu dever de cidadão. O profissional deve se pautar em
uma prática competente e ética, tendo como dever trabalhar na conscientização
da sociedade, formulando idéias que desenvolvam sua consciência no que diz
respeito a toda sociedade na construção de um novo projeto societário. Esse
projeto societário busca se embasar nos princípios norteadores do Código de
Ética Profissional do Assistente Social, onde o reconhecimento da liberdade e
da democracia é assumido como valores centrais e éticos-políticos.
"O
projeto societário que historicamente serve de referência ideo-político ao
projeto profissional de ruptura se insere no âmbito do ideário socialista e dos
movimentos emancipatórios a ele conectados". (BARROCO, 1997).
A
questão política está ligada a conduta profissional, pois ela faz com que os
próprios profissionais tenham consciência da importância dessa perspectiva para
uma prática ética e competente, que não permite o assistencialismo e uma
prática alienada, mas para uma prática motivadora que sempre busca renovação e
atualização, buscando também uma prática informativa, questionadora,
argumentativa e transformadora. Essa compreensão deve se dar através de reflexões
e questionamentos com uma ligação dialética do exercício profissional, da
teoria do Serviço Social, da vivências históricas, da apreensão da realidade e
de um compromisso ético e político que orienta, motiva e questiona, a fim
de alcançar uma prática competente, com resultados que alcancem os
objetivos da prática profissional vinculada a questão de compromisso com a
sociedade e com a classe trabalhadora.
Por Carla
Nascimento
Bela profissão.
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