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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Violações aos direitos humanos indicam política de repressão na Venezuela, diz relatório da ONU


Graves abusos e violações aos direitos humanos foram cometidos na sequência de protestos contrários ao governo na Venezuela, indicando “a existência de uma estratégia para reprimir a dissidência política e inculcar medo na população para conter manifestações”, afirmou relatório do escritório de direitos humanos da ONU divulgado nesta quarta-feira (30).

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“As políticas utilizadas pelas autoridades em sua resposta aos protestos foram adotadas à custa dos direitos e liberdades dos venezuelanos”, disse o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, em comunicado à imprensa.

O relatório afirma que o uso generalizado, sistemático e excessivo da força durante as manifestações e a detenção arbitrária de manifestantes e de pessoas vistas como oponentes políticos indicam que não se trata de atos de oficiais isolados.

O documento pede que o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas considere tomar medidas para evitar uma piora da situação de direitos humanos na Venezuela. O país é atualmente membro do Conselho.

Manifestações em massa começaram em meados de abril no país. As tensões entre governo e oposição chegaram a um pico um mês atrás, quando o presidente Nicolás Maduro convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que poderia substituir o atual corpo legislativo venezuelano, a Assembleia Nacional.

O relatório indica que das 124 mortes ligadas aos protestos que estavam sendo investigadas pela procuradoria-geral venezuelana até 31 de julho, as forças de segurança foram responsabilizadas por 46, enquanto grupos armados pró-governo, conhecidos como “coletivos armados”, por 27. A responsabilidade pelas 51 mortes restantes ainda não foi determinada.

De acordo com estimativas de ONGs locais, mais de 5 mil pessoas foram detidas desde 1º de abril, sendo que mais de 1 mil permaneciam presas em 31 de julho. Ao menos 609 civis presos no contexto dos protestos foram apresentados a tribunais militares. O relatório pede que o governo interrompa as detenções arbitrárias e o uso de tribunais militares para julgar civis.

O relatório documenta ainda ataques contra jornalistas e trabalhadores da mídia por parte de forças de segurança que aparentemente tentavam evitar que eles cobrissem as manifestações.

“Manifestantes e jornalistas foram classificados por autoridades de alto nível como ‘inimigos’ e ‘terroristas’ — palavras que fizeram pouco para conter, mas contribuíram, para o clima de violência e polarização”, disse o alto-comissário da ONU.

O oficial das Nações Unidas alertou ainda que, em meio à continuidade da crise socioeconômica e das crescentes tensões políticas, há um grave risco de a situação da Venezuela se deteriorar ainda mais. Zeid encorajou o governo a seguir as recomendações feitas no relatório e usar suas conclusões como diretrizes para buscar a verdade e a justiça para as vítimas de abusos e violações aos direitos humanos no país.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Vice-presidente dos EUA pede solução pacífica para Venezuela


Na primeira parada de seu giro pela América do Sul, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou que o governo norte-americano quer uma "solução pacífica" para a crise na Venezuela. A posição foi externada num discurso feito hoje (14) em Cartagena, na Colômbia, após um encontro de Pence com o presidente do país, Juan Manuel Santos. A informação é da ANSA.

"O presidente [Donald] Trump está convencido que, trabalhando com nossos aliados na América Latina, estaremos aptos a obter uma solução pacífica para a crise que aflige o povo venezuelano", afirmou Pence.  Durante o fim de semana, Trump foi muito criticado por líderes latinos por "sugerir" que poderia adotar uma ação militar para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

Por sua vez, o presidente colombiano voltou a criticar a ideia de uma invasão ao país de Maduro. Segundo ele, "a possibilidade de uma intervenção militar não deve ser sequer analisada" porque "nem a Colômbia, nem a América Latina, do sul do Rio Grande até a Patagônia, apoiaria isso".

O discurso de Juan Santos corrobora os recentes comunicados e declarações dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), além de Chile e México, que se mostraram fortemente contrários a qualquer solução militar.

Até mesmo a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal coalizão de oposição ao governo venezuelano, emitiu uma declaração em que afirma "rejeitar o uso da força, ou as ameaças de uso da força naVenezuela, por parte de qualquer país".


Além de Cartagena, Pence irá também para Bogotá, Buenos Aires, Santiago do Chile e Cidade do Panamá. O Brasil não foi incluído na agenda.

Senado deve analisar crise na Venezuela nesta terça-feira


A crise na Venezuela deve dominar a pauta do Senado nesta terça-feira (15). É que estão na pauta o plenário da Casa dois requerimentos envolvendo o país. Um deles, apresentado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pede voto de censura ao presidente do país, Nicolas Maduro. No requerimento Ferraço destaca que Maduro tem adotado posturas arbitrárias e afrontado princípios democráticos e tratados internacionais dos quais inclusive o Brasil faz parte.

O outro requerimento é do senador Jorge Viana (PT-AC) que pede a criação de uma comissão externa para ir ao país vizinho numa "missão de bons ofícios". A ideia, segundo Viana, é  buscar soluções. O Senado, numa missão de diplomacia parlamentar, se ofereceria no sentido de contribuir para estabelecer um diálogo com as forças políticas venezuelanas, sem distinções ideológicas.

Esse mesmo requerimento foi aprovado no último dia 3 pela Comissão de Relações Exteriores da Casa. “Acho que a situação tem se agravado muito, e talvez o país esteja próximo de uma guerra civil. Não há mais nenhum entendimento, diálogo ou tolerância entre as forças políticas — lamentou o senador, salientando que o aumento da violência e da tensão na Venezuela não interessa à América do Sul”,  destacou.  Jorge Viana disse ainda que o Brasil não pode assistir "de braços cruzados" ao agravamento da crise política e econômica no país vizinho, com o qual divide mais de 2 mil quilômetros de fronteira.

Para o senador Fernando Collor (PTC/AL), presidente da Comissão de Relações Exteriores, os senadores  vão ter que escolher no plenário qual dos requerimentos que vão votar. “Como poderemos ir à Venezuela numa missão de bons ofícios, caso também seja aprovado um voto de censura? Será uma discrepância de atitudes, uma contradição”, ponderou Collor. 

Histórico

A crise política na Venezuela foi agravada em maio, quando Maduro, que perdeu as eleições legislativas, convocou uma nova constituinte. O processo eleitoral foi boicotado pela oposição, e protestos de rua já resultaram em mais de 100 mortes. Organizações internacionais de defesa dos direitos humanos têm denunciado a repressão no país. Há líderes oposicionistas presos, enquanto a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, foi destituída pela Assembleia Constituinte, cujos integrantes são todos partidários de Maduro. O governo brasileiro, por sua vez, atuou no sentido de suspender o país do bloco do Mercosul, com base na cláusula democrática.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Venezuela repudia relatório da ONU sobre direitos humanos no país


O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusa o relatório de "incorrer de maneira consciente, em afirmações infundadas e tendenciosas"

Caracas – O governo da Venezuela repudiou nesta quinta-feira o relatório do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos que acusa as autoridades do país de maus-tratos sistemáticos e generalizados contra manifestantes e de ter realizado prisões arbitrárias nos últimos meses.

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Através de um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusa o relatório de “incorrer de maneira consciente, em afirmações infundadas e tendenciosas”.

Além disso, o órgão afirma que o documento divulga fatos falsos sobre a realidade do país.

“O Escritório do Alto Comissariado está sendo instrumentado com fins políticos para agredir a Venezuela, um penoso costume durante os últimos tempos”, acusou a nota.

“A utilização de falsas notícias difundidas por inescrupulosos veículos de comunicação, sem comprovação alguma, e o uso de padrões duplos em matérias de direitos humanos novamente expressam uma posição parcial, vergonhosa e violadora da soberania da Venezuela e do direito internacional”, indicou o governo de Nicolás Maduro.

O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos apresentou um relatório preliminar que afirma que houve um “padrão claro” de uso excessivo da força contra os manifestantes da oposição, que iniciaram uma série de protestos em abril.

A Chancelaria venezuelana classificou como “repudiável” que o órgão da ONU “insista em enganar abertamente a comunidade internacional sobre os fatos de violência cometidos por um setor da oposição desde abril do atual ano”.

O governo de Maduro critica, além disso, que o órgão da ONU tem sido omisso em relação aos “documentos fidedignos e esclarecedores” que a Venezuela forneceu sobre o caso.

Na nota, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela afirma que a violência dos últimos quatro meses, que já deixou 120 pessoas mortas, é responsabilidade dos líderes opositores na “organização, promoção e financiamento de atos violentos”.

“É mais grave ainda que (o órgão) não expresse nenhuma solidariedade com as vítimas dessa estratégia política violenta e criminosa, cujo único objetivo é derrubar o governo”, diz a nota.

“As espúrias conclusões da autodenominada ‘equipe de especialistas da ONU’ avalizada pelo Alto Comissariado lesaram seriamente a probidade, a imparcialidade, a equidade, a honradez e a boa fé que deve haver na atuação de tal órgão”, indicou o governo venezuelano no comunicado.

A Venezuela reafirmou que não reconhece o relatório e garante que iniciará as gestões diplomáticas necessárias para denunciar essa “nova agressão” contra o país.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Eventuais sanções à Venezuela podem piorar sofrimento da população, diz relator da ONU


As sanções não são a resposta para a crescente crise na Venezuela, e a comunidade internacional não deve seguir por esse caminho, disse o relator especial das Nações Unidas Idriss Jazairy nesta sexta-feira (11).

“As sanções podem piorar a situação da população venezuelana, que já está sofrendo com a inflação paralisante e a falta de acesso adequado a alimentos e remédios”, disse Jazairy.

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O especialista enfatizou que esforços no sentido de prejudicar a economia venezuelana só levarão a violações dos direitos das pessoas comuns. “Sanções causam perturbação a qualquer Estado, e podem particularmente ter efeitos devastadores para cidadãos de países em desenvolvimento quando prejudicam a economia”.

“O diálogo é a base de uma solução para as disputas”, disse Jazairy. “Os Estados devem se engajar em diálogo construtivo com o governo venezuelano para chegar a soluções para os desafios muito reais enfrentados”, disse.

O pedido do relator ecoou os comentários feitos pelo secretário-geral da ONU, por meio de seu porta-voz, nos quais afirmou “estar convencido de que a crise venezuelana não pode ser resolvida por meio da imposição de medidas unilaterais, requerendo uma solução política baseada em diálogo e compromissos”.

O especialista enfatizou que a Declaração da ONU sobre os Princípios da Lei Internacional, que se refere a relações amigáveis e de cooperação entre Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas, pede que os países resolvam suas diferenças por meio do diálogo e de relações pacíficas, e evitem o uso econômico, político e outras medidas que possam impedir outro país a exercer seus direitos soberanos.

“É vital que os Estados observem esses princípios, particularmente em tempos difíceis”, disse o relator da ONU. “Peço que todos os países evitem adotar sanções, a menos que isso seja aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, como determinado pela Carta das Nações Unidas”, declarou o especialista.

Idriss Jazairy foi nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos como o primeiro relator especial para o impacto negativo de medidas unilaterais coercitivas sobre a garantia dos direitos humanos. Ele assumiu em maio de 2015. Jazairy tem uma ampla experiência no campo das Relações Internacionais e de Direitos Humanos, tendo ocupado o cargo de chanceler argelino e posições no sistema de direitos humanos da ONU e em ONGs internacionais.

O relator especial é parte do que é conhecido como Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os Procedimentos Especiais, maior órgão de especialistas independentes do sistema de direitos humanos das Nações Unidas, é o nome geral dos mecanismos independentes de monitoramento que analisam situações específicas de países ou questões temáticas em todas as partes do mundo.

Os especialistas dos Procedimentos Especiais trabalham em bases voluntárias; não são funcionários da ONU e não recebem salário por seu trabalho. São independentes de quaisquer governos e organizações e atuam em suas capacidades individuais.

ONU: destituição de procuradora venezuelana é quebra do Estado de Direito

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse, nesta terça-feira (8), que a destituição da procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, é mais uma demonstração da ruptura do Estado de Direito no país. A informação é da Agência EFE.

"A destituição da procuradora-geral [da Venezuela] está na linha do que estivemos denunciando, que o Estado de Direito no país foi rompido e a fratura está aumentando", afirmou, em entrevista coletiva, a porta-voz do Escritório, Ravina Shamdasani.

O escritório denunciou que as forças de segurança venezuelanas praticaram "maus-tratos" e "torturaram", de forma "generalizada e sistemática", manifestantes e detidos.

"Recebemos relatórios credíveis de tratamento cruel, desumano e degradante por parte das forças de segurança contra os detidos, o que poderia ser definido em vários casos como tortura", disse Ravina, acrescentando que "esses não foram casos isolados".

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Sobe para três o número de mortes no segundo dia de greve geral na Venezuela


A morte de um jovem de 23 anos no estado de Mérida, no Oeste da Venezuela, elevou para três o número de pessoas que perderam a vida em todo o país durante a greve geral de 48 horas promovida pela oposição contra o presidente Nicolás Maduro que começou na quarta-feira (26).  A informação é da Agência EFE.

Saiba mais:

"A promotoria de Mérida investiga a morte de Enderson Caldera (23), que foi ferido (...) durante uma manifestação em Timotes", escreveu nesta quinta-feira (27), em seu perfil oficial no Twitter, o Ministério Público (MP) da Venezuela.

O MP tinha informado ontem à noite que um adolescente de 16 anos morreu durante uma manifestação no bairro popular de Petare, em Caracas, que é considerada uma das maiores favelas da América Latina.

Antes, o MP tinha informado a morte de um homem de 30 anos, Rafael Antonio Vergara, durante outra manifestação em Mérida.

Agentes das forças da ordem e participantes da greve geral convocada pela oposição se enfrentaram ontem em vários pontos de Caracas, quando a Guarda Nacional Bolivariana (GNB, Polícia Militar) tentava dispersar os manifestantes.

Líderes da oposição responsabilizaram diretamente o presidente Nicolás Maduro pelas mortes dos três manifestantes.

Com essas novas mortes, já são 103 pessoas que perderam a vida desde 1º de abril deste ano na atual onda de protestos contra o governo.

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Foro Penal Venezolano,  das 159 pessoas, 100 delas no estado de Zulia foram detidas ontem nos protestos e em operações policiais, que o grupo qualifica de arbitrárias e ilegais. Com isso, já são 4.500 os detidos dentro dos protestos contra o governo.

Hoje, muitos estabelecimentos comerciais amanheceram com suas portas fechadas e várias ruas seguem bloqueadas ao trânsito por cidadãos que exigem a renúncia do presidente Nicolás Maduro.

"Cumprimos mais de 24 horas da Greve Cívica, 24 horas para que a vontade do povo seja respeitada e detenham a fraude", escreveu no Twitter o deputado opositor Stalin González, em alusão à Assembleia Constituinte promovida por Maduro, cujos integrantes serão eleitos neste domingo (30) para redigir uma nova Carta Magna.

A greve geral conta com o apoio de mais de 350 sindicatos e da principal associação patronal do país, a Fedecámaras, que pretende forçar Maduro a interromper o processo para elaborar a nova Constituição.

Oposição venezuelana estima em 92% adesão à greve geral contra Maduro


A oposição da Venezuela estimou nesta quarta-feira (26) em 92% a adesão ao primeiro dia da greve geral de 48 horas para exigir que o presidente do país, Nicolás Maduro, suspenda a eleição do próximo domingo (30) para eleger os representantes de uma Assembleia Nacional Constituinte e redigir uma nova Carta Magna. As informações são da agência de notícias EFE.

"No total, tivemos 92% de participação em todo o território nacional", disse o deputado Freddy Guevara, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e porta-voz da Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal grupo de oposição a Maduro.

Segundo o deputado, a greve geral teve maior adesão no setor de transportes, com mais de 90% dos trabalhadores parados. No comércio, o índice de participação foi de 86%. Já no setor público e no petroleiro, opositores estimam a adesão em 82% e 77%, respectivamente.

Ao menos 50 pessoas foram detidas durante a greve, que foram acompanhadas de muitos bloqueios de ruas em cidades de todo o país, segundo a organização de direitos humanos Foro Penal da Venezuela, que registrou mais de 4,5 mil prisões desde o início da atual onda de protestos contra Maduro, em abril.

Policiais e manifestantes entraram em confronto em vários pontos do país quando os agentes tentaram desbloquear as vias públicas usando gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Uma pessoa morreu em Mérida, no oeste da Venezuela, em um protesto.

A oposição pretende barrar a eleição dos representantes da Assembleia Nacional Constituinte, marcada para o domingo. O processo, para a MUD, abriria o caminho para a consolidação de uma ditadura do chavismo no país.

Por sua vez, membros do governo que defendem a Assembleia alegam que a medida foi tomada para "fortalecer a revolução".

terça-feira, 11 de julho de 2017

Candidato à Assembleia Constituinte é assassinado durante campanha na Venezuela

Manifestantes entram em confront com forças de segurança em protesto contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas, na Venezuela, na segunda-feira (10) (Foto: Carlos Garcia Rawlins/ Reuters)
O candidato à Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela, José Luis Rivas Aranguren,  representante do setor trabalhista, foi assassinado a tiros ontem (10) à tarde no estado de Aragua durante um ato de campanha.  A informação é da agência Télam.

No momento em que Aranguren, que era o candidato da ANC convocada pelo presidente Nicolás Maduro, começava a realizar um discurso, uma pessoa misturada ao público disparou a arma contra o líder e, posteriormente, fugiu do lugar, informou a emissora Telesur.  Vários candidatos à ANC estavam presentes durante o incidente, ocorrido no município de Girardot. Segundo o Ministério Público, outras duas pessoas também resultaram feridas no ataque.

Confrontos
Forças de segurança e manifestantes se enfrentaram na segunda-feira em várias cidades do país. Além do Rivas, um adolescente foi morto e dezenas de pessoas ficaram feridas durante um bloqueio de ruas realizado pela oposição contra a Assembleia Constituinte.

A morte de um jovem de 16 anos durante uma manifestação em La Isabelica, estado de Carabobo (norte), também é investigada pelo Ministério Público.

Em Altamira, bairro do leste de Caracas, a explosão de um artefato lançado por manifestantes contra uma caravana de policiais deixou sete militares feridos. Em La Tahona e San Antonio, no estado de Miranda (norte), outros dois soldados foram baleados.

O prefeito de Chacao (leste), Ramón Muchacho, disse à AFP que ao menos 21 pessoas ficaram feridas nos distúrbios.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Noventa pessoas já foram assassinadas durante protestos na Venezuela desde abril

O Ministério Público da Venezuela (MP) confirmou hoje (4) que 90 pessoas já foram assassinadas na Venezuela desde abril deste ano, no âmbito dos protestos a favor e contra o governo do presidente Nicolás Maduro. A informação é da agência Lusa.

"Noventa pessoas faleceram até ao dia de hoje. Temos 4.658 pessoas processadas, não apenas pelas mortes e lesões, mas também por danos a propriedade pública e privada", disse a procuradora-geral da Venezuela,  Luísa Ortega Díaz, durante uma coletiva de imprensa em Caracas.

Segundo ela, o MP tem investigado "cada um dos fatos que ocorreram durante estes meses de violência, lamentando que "em muitos casos de mortos em manifestações", aquele organismo não pode exercer uma ação penal devido "a obstáculos" que têm surgido, nomeadamente mandados de detenção que não foram executados.

Na Venezuela, as manifestações políticas intensificaram-se desde abril passado, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas decisões que limitavam a imunidade parlamentar e tomou a si as funções do Parlamento, que declarou como estando “em desacato”.


Além das queixas sobre o aumento da repressão, os opositores do governo têm-se manifestado ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita em 1º de maio último por Maduro, numa tentativa de mudar a Constituição do país.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Helicóptero usado para atacar sede do Supremo venezuelano é encontrado


O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, informou hoje (28) que o helicóptero usado ontem para atacar o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) do país foi localizado pelas autoridades em uma cidade do estado de Vargas, próximo a Caracas. Segundo ele, até o momento, não há detidos. A informação é da agência EFE.

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"Apesar das condições climáticas adversas, a nossa Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) localizou o helicóptero que foi empregado no dia de ontem em dois ataques terroristas a instituições do Estado venezuelano", disse El Aissami em um contato telefônico com a emissora estatal VTV.

Segundo o governo, um agente da polícia científica venezuelana, chamado Oscar Pérez, furtou ontem um helicóptero com o qual sobrevoou as sedes do Ministério de Interior e do TSJ em Caracas, contra o qual lançou quatro granadas e realizou disparos.

El Aissami explicou que a aeronave foi achada na cidade de Osma, no litoral central venezuelano, e "está neste momento sendo inspecionada" para sua posterior transferência a Caracas. Além disso, já que ninguém foi detido, agentes de segurança do Estado foram posicionados na região e foi solicitado "o acompanhamento do povo "nas investigações.

Segundo o vice-presidente, este achado mostra "a capacidade de reação imediata que tem o povo da Venezuela perante os ataques efetuados por um agente traidor. Vamos continuar agora mesmo desdobrando forças especiais em toda a área para determinar que outros movimentos ele pode ter feito e as possíveis cumplicidades".


O ministro de Interior e Justiça, Néstor Reverol, disse hoje que a Venezuela emitiu uma ordem de captura internacional contra Oscar Pérez. Para ele, os ataques de ontem tiveram como objeto "elevar a escalada golpista e a sua ofensiva insurrecional e a espiral de violência" que, no seu entender, foi convocada pela oposição venezuelana, a qual acusou de manter um "silêncio cúmplice" perante os incidentes.

Supremo venezuelano convoca reunião de poderes por "ameaça terrorista"


O presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ), o magistrado Maikel Moreno, convocou hoje (28) os representantes de todos os poderes públicos do país para discutir “a ameaça terrorista" sofrida por esse organismo e para impedir uma "escalada" de violência no país. As informações são da agência EFE.

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A convocação foi motivada por um fato ocorrido ontem (27) em Caracas, quando um agente da polícia científica venezuelana furtou um helicóptero, com o qual sobrevoou e abriu fogo contra as sedes do Ministério de Interior e do TSJ.

Em declarações na sede do Poder Judiciário, em Caracas, Moreno leu um comunicado dizendo que o TSJ decidiu "convocar os representantes do poder público nacional para uma reunião de urgência com o objetivo de tratar a ameaça terrorista e impedir uma escalada violenta contra o povo venezuelano e suas instituições".

No texto, o máximo tribunal condenou as "ações terroristas" contra o Supremo, magistrados e trabalhadores da instituição, além de "exigir que cessem imediatamente os atos e pronunciamentos hostis" contra a alta corte.

O TSJ afirmou que se encontra "sob ameaça terrorista", razão pela qual solicitará "medidas pertinentes para garantir a segurança e integridade da instituição, e informou que designou uma comissão de magistrados para que denunciem este ataque que, segundo assegurou, tem como "único fim" alterar a ordem constitucional do país.

Segundo o governo venezuelano, estes ataques fazem parte de "uma escalada golpista contra a Constituição e as suas instituições", e assegurou que o responsável está sendo investigado “por seus vínculos com a Agência Central de Inteligência (CIA)" e a embaixada dos Estados Unidos no país caribenho.

O Tribunal Supremo solicitou hoje a todos os organismos competentes que, "com a urgência do caso", iniciem as investigações para deter os "terroristas", bem como as possíveis "células que continuem preparando outros atos da mesma magnitude".


Em paralelo a estes ataques de ontem contra o  TSJ, grupos de civis armados supostamente ligados ao chavismo cercaram a sede do Parlamento quando os deputados realizavam uma sessão ordinária, situação que se prolongou durante quatro horas e sobre a qual o governo venezuelano ainda não emitiu declarações oficiais.

Policial venezuelano sobrevoa sede do Supremo e pede renúncia de Maduro


Um inspetor da polícia científica da Venezuela, identificado como Oscar Pérez, sobrevoou na tarde dessa terça-feira (2) a sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) em Caracas com um helicóptero da instituição, levando uma mensagem que pedia a liberdade do país. Mais tarde, ele divulgou um vídeo no qual exige a renúncia do presidente Nicolás Maduro. A informação é da Agência EFE.

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Maduro respondeu à gravação, afirmando que Pérez lançou granadas, que acabaram não explodindo, contra a sede do TSJ e que a ação do policial foi um "ataque terrorista armado" contra as instituições venezuelanas.

O agente do Corpo de Pesquisa Científica foi fotografado a bordo da aeronave com um pequeno cartaz em que estava escrito "350 Liberdade", em referência ao artigo da Constituição que determina "desconhecer qualquer regime que contrarie as garantias democráticas".

Enquanto sobrevoava a sede do TSJ, Pérez divulgou no Instagram um vídeo no qual lia, acompanhado de outros agentes encapuzados, um pedido para que os venezuelanos fossem a cada base militar do país.

"Somos uma coalizão de funcionários militares, policiais e civis na busca do equilíbrio e contra esse governo transitório criminoso. Não pertencemos, nem temos tendências político-partidárias. Somos nacionalistas, patriotas e institucionalistas", leu o inspetor.

O agente pediu que Maduro e seus ministros renunciem imediatamente aos cargos e defendeu a convocação de eleições gerais.

"É dever dos funcionários de segurança do Estado desarticular grupos paramilitares. Esse combate é contra a impunidade imposta por este governo, contra a tirania e contra a morte de jovens que lutam pelos seus direitos", acrescentou Pérez no vídeo.

No momento em que o helicóptero sobrevoou a sede do TSJ, foram ouvidas algumas explosões, segundo testemunhos de moradores da região publicados nas redes sociais.

Maduro afirmou que "forças especiais" já foram enviadas para localizar o helicóptero e os responsáveis por esse "ataque terrorista". Segundo o presidente, as primeiras informações indicam que o agente do CICPC era piloto do ex-ministro Miguel Rodríguez Torres, que tem se manifestado contra o governo.

O presidente culpou o partido de oposição Primeiro Justiça de adotar um "caminho de violência" e acusou os principais líderes da legenda de comandar "todos os fatos violentos" conhecidos.

Além disso, Maduro disse que espera que a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição, se pronuncie sobre o fato e que o Ministério Público, agora crítico ao governo, tome medidas sobre o assunto.


A sede do TSJ foi cercada por policiais depois do suposto ataque denunciado por Maduro.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

EUA exigem "ações" na Venezuela perante "trágica situação" no país

A missão dos Estados Unidos perante a ONU exigiu nesta quinta-feira (22) ações das Nações Unidas na Venezuela perante a "trágica situação" do país. "O povo venezuelano está passando fome enquanto o governo pisa na democracia", afirmou em um comunicado a embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas, Nikki Haley. A informação é da agência EFE.

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"A comunidade internacional deve agir, inclusive se o Conselho de Direitos Humanos e a Organização de Estados Americanos (OEA) estiverem bloqueados" nas suas decisões sobre a Venezuela, acrescentou.

A chamada foi feita horas depois do encerramento da Assembleia Geral da OEA em Cancún (México), sem que tenha sido aprovada uma resolução proposta por vários países a favor do cancelamento da convocação e realização da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela.


Na sua mensagem, Nikki Haley destacou "os contínuos esforços" dos Estados comprometidos a manter a democracia no continente.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

México diz que atos contra missão venezuelana na OEA ocorrem em "país livre"

O chanceler do México, Luis Videgaray, disse nesta segunda-feira (19) que a agressão verbal a diplomatas venezuelanos ocorrida no hotel sede da 47ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) são próprias de "um país livre." As  informações são da Agência EFE.

No hotel há "um perímetro" onde o evento é feito e dentro dele há "todas as condições de trabalho", mas os protestos são próprios de "qualquer país livre", onde "existem portas abertas para qualquer pessoa da Venezuela ou de qualquer outro lugar do mundo", disse Videgaray em uma entrevista à Agência EFE.

O vice-chanceler venezuelano para a América do Norte, Samuel Moncada, acusou no último domingo (18) o governo mexicano de ser "cúmplice" das agressões "verbais" e "ameaças" que recebeu de "extremistas" de seu país ao chegar ao hotel Moon Palace, sede da Assembleia Geral da OEA em Cancún.

Moncada, que também representa a Venezuela na OEA, explicou à EFE que o ativista Gustavo Tovar-Arroyo agrediu verbalmente a missão venezuelana e fez ameaças quando estavam na recepção do hotel, onde acontece de 19 a 21 de junho a assembleia anual do organismo interamericano.

"É um hotel grande, onde chega gente por vontade própria. Chegaram muitos venezuelanos e, certamente, não se pode impedir que estejam em áreas não restritas", especificou nesta segunda-feira o chanceler mexicano.

Videgaray lembrou que Cancún é um "destino turístico muito grande", e afirmou que para governo mexicano é importante a participação venezuelana nesta cúpula.
A Venezuela é um dos protagonistas da reunião de hoje, prévia à inauguração oficial, e será objeto de debate entre chanceleres que pretendem aprovar uma declaração conjunta sobre a situação no país.

Desde o último domingo, venezuelanos residentes no México protestam em vários pontos de Cancún para pedir à Assembleia Geral que intervenha e freie a "crise humanitária" em seu país.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Mulher do opositor Leopoldo López nega haver diálogo com governo venezuelano

Lilian Tintori, esposa do líder opositor preso Leopoldo López, negou nesta quarta-feira (7) que existam conversas entre o fundador do partido Vontade Popular (VP) e o governo da Venezuela, e assegurou que um processo "verdadeiro" de diálogo deveria incluir a plataforma política Mesa da Unidade Democrática (MUD). A informação é da Agência EFE.

"Eles dizem que é um diálogo, mas Leopoldo é um refém da República, está preso, incomunicável, isolado. Chegam à prisão para conversar e ele está ali preso", disse Tintori à EFE antes de participar de uma marcha opositora no leste de Caracas.

A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, assegurou ontem (6) que o governo iniciou um diálogo com López, detido há mais de três anos em um presídio militar. "Iniciamos um diálogo com o senhor Leopoldo López", disse ela durante um ato com militares em Caracas, dois dias depois da divulgação de um encontro seu com o fundador do VP na prisão militar onde ele cumpre pena.

A realização do encontro, do qual participou também o ex-chefe de governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e o prefeito do munícipio de Libertador, Jorge Rodríguez, foi confirmada no domingo pela própria Lilian. Contudo, hoje, ela disse que "o diálogo tem que ser comunicado pela MUD - e isso não aconteceu, a palavra diálogo na Venezuela lamentavelmente está golpeada".

Além disso, Lilian  disse que López "não é juiz" para solicitar uma medida cautelar substitutiva de liberdade, como a prisão domiciliar, e que estas medidas "são outorgadas" e não exigidas. "Ele não pode pedir uma medida (cautelar), as medidas são outorgadas pelo Tribunal Supremo de Justiça, nem sequer pela Procuradoria, porque o caso de Leopoldo repousa hoje no Tribunal Supremo, essa não é uma decisão dele, nem minha", comentou.


A esposa do opositor declarou ainda que na reunião na prisão o opositor não fez pedidos, apesar de ele ter exigido que pudesse ver seus advogados, falar com a família por telefone e ter acesso a jornais. "Até que esses mínimos direitos não sejam respeitados para Leopoldo, e todos os presos políticos, não podemos pensar que há abertura a um diálogo", destacou Lilian.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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