Agência
Brasil
Manifestantes
acampadas continuam a bloquear, na manhã de hoje (13), a entrada do Batalhão de
Choque, no centro do Rio de Janeiro. Com uma farda manchada de vermelho e
faixas pedindo melhores condições de trabalho para policiais militares, as
mulheres estão impedindo a entrada e saída do prédio, onde funcionam unidades
como o Choque e o Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos.
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Do
lado de fora, dezenas de policiais que começariam seus turnos na manhã de hoje
aguardam na calçada.
As
manifestantes cobram o pagamento de horas extras do segundo semestre de 2016,
incluindo as dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O governo do estado também
deve aos policiais o pagamento do décimo terceiro salário e de prêmios por
cumprimento de metas.
"A
gente só vai sair quando pagarem tudo que prometeram. A gente não quer nada
absurdo, só o que eles estão devendo", disse a mulher de policial militar
que não quis se identificar. "Meu marido tem que pegar dinheiro comigo
para ir trabalhar. O cartão de crédito dele eu já nem sei mais como está, virou
uma bola de neve".
Segundo
a mulher, o protesto tem recebido apoio da população: todos os mantimentos
consumidos no acampamento são doados.
Um
policial que não quis se identificar disse que é casado com uma policial
militar e que a família tem sofrido com o atraso dos dois pagamentos. "O
que tem me sustentado é a minha esposa vendendo cosméticos. Eu nunca imaginei
que fosse passar por isso tendo três filhos."
Na
porta do 6º Batalhão de Polícia Militar, na Tijuca, três mulheres controlam a
entrada e saída de militares e viaturas. Sem se identificar, elas disseram que
fizeram um acordo com o comandante do BPM para permitir que um efetivo mínimo
policie as ruas da região.
"Para
garantir a segurança da Tijuca e da Grande Tijuca, um efetivo mínimo de
policiais está nas ruas, com policiais equipados", informou uma das
mulheres dos policiais. "Não vamos sair daqui enquanto as reivindicações
não forem atendidas."
As
manifestantes, que dizem ter apoio da população, estão revistando os policiais
e os carros que deixam o batalhão, para impedir que saiam com fardas e armas
escondidas.
"Eles
falam que a causa é justa e que o policial não pode ser tratado como é
tratado", relatou uma delas, que enumerou problemas como a falta de
coletes à prova de bala. "O policial hoje não faz concurso pra ser PM, faz
concurso para ser alvo de bandido."
Por
meio de nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que batalhões com
deficiência no efetivo estão recebendo apoio de outras unidades.
"A
Polícia Militar está utilizando de todos os meios disponíveis para colocar o
policiamento nas ruas em locais onde há impasse com os manifestantes. Porém,
reforçamos que estamos em diálogo constante com as lideranças a fim de
conscientizar sobre a importância da saída do policiamento."
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