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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

As fake news e suas implicações na responsabilidade e ética da sociedade contemporânea



Dag Vulpi

Pilatos disse: "Então, tu és rei?" Jesus respondeu:" Tu dizes que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz". Pilatos lhe disse: "Que é a verdade?" (Jo 18,37-38)

"A melhor época para o plantio do milho, dependendo da região, vai de setembro a outubro. Um fazendeiro estava fazendo contas e chegou à conclusão de que ele precisava plantar em junho, ou no máximo julho. Percorreu fazendas, conversou com uns e com outros. No geral todos lhe diziam o que ele já sabia, que a época boa é setembro e outubro. Começou a pensar em algumas possibilidades, 'e se planto no vale, e se planto na encosta...?' Mas as respostas não o satisfaziam: "setembro ou outubro!" Uma tarde, já meio resignado, tomando café com um velho conhecido, voltou à carga:' preciso plantar, colher e vender logo, mas se plantar em setembro o dinheiro vai chegar tarde'. Talvez por pena ou por cansaço o velho conhecido lhe disse: "ora, julho não é a época, mas às vezes pode dar sorte com as chuvas e, vai ver, dá certo!".

Em um mundo inundado por informações e perspectivas diversas, o dilema do fazendeiro que deseja plantar milho fora da estação ecoa um questionamento mais amplo sobre a busca da verdade. Da mesma forma como Pilatos questionou Jesus sobre o que é a verdade, hoje enfrentamos desafios em discernir entre fatos objetivos e narrativas emocionais. Esta reflexão explora a era da pós-verdade, fake news e suas implicações, destacando a importância de responsabilidade e ética na sociedade contemporânea.

No contexto atual, a busca pela verdade é mais complexa do que nunca. Enquanto o fazendeiro fictício contemplava a plantação de milho fora de temporada, nossa sociedade lida com um dilema semelhante, onde informações conflitantes e narrativas emocionais muitas vezes obscurecem a verdade objetiva e é neste momento que o viés de confirmação de cada indivíduo sobressai. A pós-verdade e a disseminação de notícias falsas desafiam nossa capacidade de discernir o que é real, levando a consequências profundas em nossas vidas e, consequentemente, na sociedade.

No cenário complexo da sociedade contemporânea, as fake news emergem como uma força poderosa, moldando de maneira sutil, porém significativa, a percepção coletiva da realidade. À medida que informações distorcidas proliferam, a confiança na veracidade dos dados disponíveis é abalada, contribuindo para um ambiente onde a verdade muitas vezes se encontra obscurecida.

A disseminação rápida e viral das fake news é alimentada pelas plataformas digitais, amplificando seu impacto e desafiando a capacidade das instituições e indivíduos para discernir entre o factual e o fabricado. Esse fenômeno mina não apenas a confiança nas fontes de informação, mas também compromete a base sobre a qual as decisões individuais e coletivas são tomadas.

A sociedade, ao confrontar constantemente narrativas contraditórias, enfrenta o desafio de manter uma compreensão sólida da realidade. A polarização exacerbada por informações falsas perpetua divisões e impede o diálogo construtivo. A falsidade se infiltra nos debates públicos, distorcendo a percepção do que é prioritário e essencial.

Diante desse panorama, é imperativo fortalecer a alfabetização midiática e promover a educação crítica. Ao capacitarmos os indivíduos a discernir entre fontes confiáveis e enganosas, podemos construir uma sociedade mais resistente à manipulação da realidade. O combate às fake news não é apenas uma responsabilidade das plataformas digitais, mas sim uma tarefa coletiva que exige a participação ativa de cidadãos conscientes.

A batalha contra as fake news é uma busca pela preservação da integridade da verdade e da confiança mútua na sociedade contemporânea. Somente ao reconhecer e enfrentar esse desafio de frente, podemos esperar forjar um caminho para uma compreensão mais clara e fundamentada da realidade que todos compartilhamos.

Neste cenário, a responsabilidade e a ética tornam-se elementos cruciais para preservar a busca pela verdade, enquanto enfrentamos a atemporal pergunta: "Que é a verdade?"

terça-feira, 18 de junho de 2019

Comissão do Senado faz audiência pelo dia do Orgulho Autista


Publicado em 18/06/2019 - 16:59 - Por Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal, realizou na manhã de hoje (18) uma audiência que tratou do Dia do Orgulho Autista, celebrado hoje (18). De acordo com o Ministério da Saúde, o autismo se configura quando uma pessoa apresenta uma deficiência persistente da interação social e das comunicações verbal e não verbal. Também são consideradas autistas pessoas que adotam padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades. Isso significa que elas não conseguem desapegar de comportamentos ritualizados, ou seja, sentem que precisam de rotina e gostam sempre das mesmas coisas, de maneira fixa. Algumas pessoas têm, por exemplo, o hábito de lamber objetos, enquanto outras só bebem algo se utilizarem o mesmo copo.

Presente no evento, a jornalista Carolina Spínola, coordenadora do Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab) no Mato Grosso do Sul, afirmou que a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, instituída pela Lei nº 12.764/2012, não está sendo cumprida na prática.

"A política nacional não está sendo respeitada em sua integralidade. Não existe tratamento para a pessoa com transtorno, principalmente para a pessoa com transtorno no nível 3, que é o severo", acrescentou. Carolina tem três filhos, dos quais dois são gêmeos e autistas, com graus diferentes do transtorno. Um deles não consegue se comunicar verbalmente.

A legislação em vigor prevê que o autista tem direito a diagnóstico, atendimento multiprofissional, nutrição adequada, terapia nutricional e acesso a medicamentos e informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento. Em outros âmbitos, a lei cita o direito à vida digna, à integridade física e moral, ao livre desenvolvimento da personalidade, à segurança e ao lazer e, ainda, à proteção contra qualquer forma de abuso e exploração.

Carolina Spínola avalia que o zelo que tem pelos gêmeos é "um caso de amor", mas reconhece que teve de renunciar à sua carreira para se dedicar à criação deles, que têm 12 anos de idade e estão, segundo ela, em uma fase "intensa", que demanda mais cuidados. "Eu parei a minha vida, me dedico, hoje, 100% [a eles]. Parei de trabalhar, decidi que não ia mais trabalhar, porque decidi que, se eu não parasse para atendê-los, eles não iam conseguir evoluir no sistema público", comentou.

Durante a audiência, a jornalista chamou a atenção para os quadros de autistas que têm, além do transtorno, outras deficiências, como a visual e a auditiva. "Um dos meus filhos nunca foi ao cinema e tem 12 anos de idade. A gente tem casos assim. E por quê? Porque tem uma particularidade dessa pessoa. Eu tenho orgulho de ter meus filhos? Sim, mas o autismo severo tem doenças associadas. Então, vamos olhar melhor para essa situação."

Atendimento público

Ana Paula Soares Machado é diretora de eventos do Moab e mãe de Leonardo, que também tem diagnóstico de autismo. Ela conta que acabou se especializando em terapia e dá cursos para outras mães de autistas qua aguardam o tratamento da rede pública. "Nós conseguimos pagar as terapias do Leonardo, que são particulares – só tem uma que é gratuita [pelo Sistema Único de Saúde (SUS] –, e a gente sempre teve condições de manter isso, mas conheço mães que não têm. Eu dou curso pra mães, porque acabei estudando pra me especializar e dou curso pra que elas sejam as terapeutas de seus filhos, enquanto elas estão na fila [aguardando o atendimento dos filhos]. E, quando a gente é chamada na fila, fica trinta minutos por semana numa sala. Como se esses trinta minutos fossem fazer diferença na vida dessa criança, mas não fazem".

Ela conta que luta por manter melhores condições de vida para Leonardo, como o tratamento com canabidol, substância extraída da folha da Cannabis Sativa, a planta da maconha. "Ele toma risperidona [antipsicótico]. A médica está diminuindo e está entrando com o canabidol, que acredito ser mais natural pra ele e ele tem respondido muito bem. Alguns autistas não respondem muito bem, mas ele tem respondido bem. Sempre entrei nos caminhos certos. Alguns eu tive que arrombar. A gente diz que mãe de pessoa com deficiência é arrombadora de portas abertas. A porta tava aberta, mas você teve que arrombar pra entrar, porque a inclusão é um mito e uma utopia pra nós que lutamos", afirmou.

O Ministério da Saúde informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem à disposição dos pacientes com Transtornos do Espectro do Autismo 2.486 serviços de reabilitação. Desse total, 223 são Centros Especializados em Reabilitação, 37 Oficinas Ortopédicas e 243 serviços de reabilitação habilitados em apenas uma modalidade de reabilitação. Também há, na rede, 2.020 serviços de reabilitação credenciados pelos gestores locais (municipal e estadual).

"O atendimento nos Centros Especializados em Reabilitação compreende, além da avaliação multiprofissional, acompanhamento em Reabilitação Intelectual e dos Transtornos do Espectro do Autismo, bem como Orientações para uso Funcional de Tecnologia Assistiva. A avaliação multiprofissional é realizada por uma equipe composta por médico psiquiatra ou neurologista e profissionais da área de reabilitação para estabelecer o impacto e repercussões no desenvolvimento global do indivíduo e sua finalidade", disse o ministério, em nota.

Além dos lém dos Centros Especializados em Reabilitação, o ministério informa que os pacientes com autismo também podem ser atendidos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), unidades de saúde abertas, que proporcionam atenção integral e contínua do SUS. "É um componente da RAPS para tratamento das pessoas com transtornos mentais e usuários de álcool e outras drogas. O objetivo do Caps é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento de saúde mental e a reinserção social, pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Atualmente, existem 2.585 Caps em funcionamento no país. Vale informar ainda que é responsabilidade do gestor local verificar as necessidades de saúde de sua população para articular a rede de forma a garantir atendimento adequado e de qualidade aos pacientes", complementou.



segunda-feira, 2 de julho de 2018

Mãe constrói quarto para companheiro abusar da própria filha


Homem disse que estava apenas "namorando" a menina

Uma mulher, de 33 anos, foi presa nesta quinta-feira (28) suspeita de permitir que seu companheiro abusasse da própria filha, de 13 anos. Ela teria construído um quarto destinado aos estupros. O homem, por sua vez, negou os abusos e disse aos agentes que estava apenas "namorando" a enteada desde que ela tinha 12 anos. O caso ocorreu em Tocantinópolis, no norte do Tocantins.

De acordo com o G1, o caso começou a ser investigado em maio, mas só foi divulgado neste domingo (1º). O homem foi denunciado não só pelo estupro, como também por porte ilegal de arma. Ainda em maio, a polícia fez uma busca na residência deles e encontrou a arma. O casal, que vive em união estável há 9 anos, confessou que os abusos ocorriam há mais de um ano.

A mãe revelou aos policiais que tinha pleno conhecimento do relacionamento da filha e do companheiro. Ela disse que torcia para que os dois se casassem e tivessem filhos. Afirmou ainda que o quatro foi construído para que eles pudessem "namorar de forma mais tranquila".

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

'A cor do meu filho faz com que mudem de calçada', diz Taís Araújo


Atriz participou de palestra sobre 'Como criar crianças doces num país ácido'

A atriz Taís Araújo foi uma das palestrantes do evento TEDXSão Paulo, realizado em agosto, na capital paulista. O vídeo de 10 minutos da conferência dela foi divulgado nesta terça-feira (14) no YouTube.

Taís abordou o tema “Como criar crianças doces num país ácido”, em que falou sobre racismo, feminicídio e misoginia, focando na criação de seus filhos, João Vicente, de 6 anos, e Maria Antônia, de 2 anos e 7 meses.

 “(...) meu filho é um menino negro. E liberdade não é um direito que ele vai poder usufruir se ele andar pelas ruas descalço, sem camisa, sujo, saindo da aula de futebol. Ele corre o risco de ser apontado como um infrator. Mesmo com 6 anos de idade. Quando ele se tornar adolescente, ele não vai ter a liberdade de ir para sua escola, pegar uma condução, um ônibus, com sua mochila, com seu boné, seu capuz, com seu andar adolescente, sem correr o risco de levar uma investida violenta da polícia. Ao ser confundido com um bandido. No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e blindem seus carros. A vida dele só não vai ser mais difícil que a da minha filha”, disse Taís. Confira no vídeo abaixo:

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Autor de tiros em escola de Goiânia é transferido para centro de internação


O adolescente autor do ataque com arma de fogo no Colégio Goyazes, em Goiânia, foi transferido no final da tarde de hoje (23) para um centro de internação provisória. A internação foi recomendada pelo Ministério Público e determinada pela Justiça do estado.

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O estudante ficará internado até o julgamento do caso pelo Juizado da Infância e Juventude, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Por medida de segurança, a advogada do jovem, Rosângela Magalhães, não informou para qual unidade ele foi transferido. 

“Nós solicitamos que ele não fosse para o Centro de Internação Provisória de Goiânia, pois tínhamos informações que ele poderia correr risco lá. Por isso, ele foi para outro local”, disse a advogada à Agência Brasil. O Ministério Público também pediu que o adolescente seja colocado em separado dos demais internos, já que é filho de militares.

A advogada do adolescente estima que a primeira audiência para ouvir o menor e os pais deve ocorrer na semana que vem. Também haverá outras audiências para ouvir testemunhas.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Pai de aluno que atirou diz que não sabia que o filho sofria bullying


Sobre a arma, ele garante que estava descarregada e que não sabe como o jovem teve acesso à munição.

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O pai do estudante de 14 anos que atirou contra colegas dentro do Colégio Goyases prestou depoimento na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai) na manhã desta segunda-feira (23). Ele chegou à delegacia acompanhado da advogada da família, Rosângela Magalhães, às 9h15 e ficou cerca de 1h30 por lá.

O pai, que é policial militar, não quis gravar entrevista. "Eu pretendo falar em outra oportunidade, em outro momento", disse.

"Ele [pai] estava sereno, tranquilo, mas muito abalado com o que aconteceu. Ninguém sabia que ele sofria bullying, foi uma surpresa para todos", revelou o escrivão Marcos Paulo Passos, que colheu o depoimento, ao "G1".

À polícia, o pai contou que nunca recebeu reclamações do filho sobre bullying. Sobre a arma, ele disse que estava descarregada e que ficava guardada sobre o guarda roupas. Já a munição, estava guardada em uma gaveta em outro quarto. O policial militar falou ainda que não sabe como o filho localizou a chave. Ele contou também que o menino nunca teve acesso à arma, nem pediu para atirar.

A Polícia Civil apreendeu o tablete do estudante, que vai ser investigado para saber se o adolescente planejou o crime. 

Via noticiasaominuto

Três dias após massacre, estudantes retornam à escola em Goiânia


Na manhã desta segunda-feira (23), as mochilas dos estudantes estavam distribuídas no pátio da escola, de acordo com o ano dos alunos.

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Três dias após a tragédia em que um adolescente de 14 anos matou dois colegas de classe e feriu outros quatro, pais e alunos retornaram à escola particular onde tudo aconteceu para buscar o material que ficou para trás na fuga. Na manhã desta segunda-feira (23), as mochilas dos estudantes estavam distribuídas no pátio da escola, de acordo com o ano dos alunos.

Pela fresta da fachada da unidade era possível observar, no espaço destinado ao oitavo ano, turma do atirador e das vítimas, uma mesa com estojos, garrafas e cadernos cujos donos não foi possível identificar.

Alguns alunos e pais saíram emocionados da escola. "Minha filha saiu da sala no momento do primeiro tiro. Ela ficou transtornada. Não tenho intenção de tirar meus filhos daqui [da escola]", disse o pai de dois alunos do Colégio Goyases, na periferia de Goiânia.

Dois policiais civis e dois bombeiros estiveram na escola nesta manhã, mas não foram atendidos pelos diretores da escola, que também se recusaram a falar com os jornalistas. Até o momento, a escola só se manifestou por meio de uma nota em que diz que seus responsáveis estão de luto e pede que não se faça qualquer julgamento.

De acordo com a mãe de um aluno que falou em nome dos diretores, ainda não há previsão de retomada das aulas. Uma reunião administrativa na tarde desta segunda definirá os novos rumos do calendário escolar.

Depoimento
Na manhã desta segunda-feira, o pai do atirador foi ouvido novamente pela polícia. Ele já havia prestado depoimento na última sexta (20), dia da tragédia. A expectativa é que o garoto seja ouvido pelo juiz nesta tarde.

O promotor Cássio Sousa Lima, que ouviu no fim de semana o adolescente, disse que ele agiu com "extrema violência e frieza". Na representação apresentada à Justiça, Sousa Lima afirma que constatam-se indícios "mais do que suficientes" para pedir a internação provisória do garoto por 45 dias.

"No presente caso, é evidente a extrema violência e frieza no planejamento e execução da conduta típica, como também o considerável número de vítimas atingidas, assim, a medida se perfaz em imprescindível instrumento acautelador social, com o fim de evitar-se a prática de novos atos infracionais graves, resguardando-se a ordem pública", afirmou o promotor.Para ele, a internação é necessária para que o jovem "se conscientize da gravidade do ato infracional praticado, sob pena de, no caso de liberação, caracterizar-se um verdadeiro estímulo para a prática de novas infrações".

Para tentar evitar que o garoto seja condenado à punição máxima prevista no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) - três anos de internação -, a defesa pretende alegar que ele nunca teve nenhum caso de violação à lei e que tem uma família estruturada.

Com informações da Folhapress.

Tinha que impedi-lo, diz coordenadora que conteve atirador em escola


Simone conta que estava na biblioteca quando ouviu o primeiro tiro.

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"Eu fiquei com medo de ele entrar nas salas onde tinham outros alunos. Então eu tinha que impedi-lo", afirmou Simone Maulaz Elteto, coordenadora do Colégio Goyases, em Goiânia, onde um adolescente de 14 anos matou dois colegas de sala e feriu outros quatro na última sexta-feira (20).

No relato, feito ao "Fantástico", da TV Globo, ela conta que estava na biblioteca quando ouviu o primeiro tiro. Ao seguir para a sala do 8ª ano, onde estudavam o atirador e as vítimas, viu crianças correndo e gritando. "Quando entrei, vi os alunos caídos, feridos e muito sangue. E ele estava com a arma em punho", afirmou.

"Tinha só ele, eu e os alunos feridos, então eu me aproximei dele, não tive medo, coloquei a mão no ombro dele e falei: 'o que que houve?', 'está tudo bem?'. Ele estava um pouco alterado".

A coordenadora afirma que pediu calma ao jovem que estava armado com uma pistola .40 de sua mãe, que é policial militar. Inicialmente, ele se recusou a entregar a arma e pediu que o pai fosse chamado, enquanto isso, o garoto seguiu para fora da sala, com a coordenadora ao seu lado.

"Ele continuou caminhando e eu tentando me posicionar, sem movimento bruscos, na frente dele. Nesse momento, ele estava com a mão assim e a arma ficou apontada pro meu abdômen. A mão direita eu pus no ombro dele e a mão esquerda eu fui empurrando devagar a arma pro rumo da parede".

Coordenadora e aluno foram até a biblioteca, onde permaneceram até a chegada da polícia. "Eu saí correndo da biblioteca e gritei pros policiais que eu precisava de ajuda. Me encaminhei até a sala do 8º anos, onde tinham os alunos que eu tinha visto feridos, até então eu achei que estavam só feridos", afirmou ela.

Elteto afirmou ainda que nunca percebeu ou recebeu queixas em relação à bullying que o atirador estaria sofrendo dentro da sala de aula. O próprio menino falou à polícia que era vítima de gozações de colegas. Outros estudantes disseram que ele era chamado de "fedorento" por não usar desodorante.

A mãe de João Pedro Calembo, 13, um dos jovens que morreu no ataque, já tinha rebatido a teoria de bullying nas redes sociais. "Não julgue o nosso filho, a nossa família pelas notícias que você tem lido. Nós e a escola sabemos que não foi assim. Somos pais presentes, disponíveis, empenhados na educação dos nossos três filhos", disse. 

Com informações da Folhapress.

domingo, 22 de outubro de 2017

Após disparos, atirador de GO chamou pelo pai, diz conselheiro


Na ficha estudantil do atirador não há registro de 'anormalidade nem reclamação por parte dele ou da família de que era vítima de bullying'.

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"Oque eu estou fazendo? Cadê o meu pai?" Essas foram as primeiras palavras que o atirador de 14 anos disse à coordenadora da escola particular Goyases, em Goiânia, após matar a tiros dois colegas de sala e deixar outros quatro feridos, segundo o conselheiro estadual de educação de Goiás e presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia, Flávio Roberto de Castro.

Ele conversou com a coordenadora da escola, que não tem previsão para retomar as aulas.

"Foi a coordenadora que conversou com o aluno [atirador] e conseguiu segurar a arma dele [que ficou descarregada após uma sequência de ao menos 11 tiros]. Ela conversou com ele, que disse a ela: 'O que eu estou fazendo?'", contou o conselheiro. "Em seguida, a coordenadora contou que ele perguntou 'cadê o meu pai?' e ela disse que já estava ligando para ele [um major da PM]."

A polícia nega a versão de que a arma foi segurada pela coordenadora, que apenas teria conversado com o atirador.

Castro afirmou que mantém contato com a coordenadora e que também tem se reunido com frequência com os integrantes da direção da escola, para acompanhar o caso e oferecer assistência.

Na ficha estudantil individual do atirador, de acordo com o conselheiro, não há qualquer registro de "anormalidade nem reclamação por parte dele ou da família de que era vítima de bullying".

Filho de policiais militares, o atirador usou uma arma da corporação sob responsabilidade do pai para praticar os atos infracionais. Ele é aluno da escola há muitos anos e tem um irmão mais novo que também estuda na unidade de ensino.

"Uma professora relatou que conversou com ele antes sobre a mostra de ciências que aconteceria no outro dia normalmente. Nunca houve conversa dele sobre isso [bullying] com professores. Nunca houve conversa dos pais dos alunos com a escola para dizer que ele tinha problema com isso", afirmou o conselheiro.

"Muita gente diz que ele sofria bullying, mas, com esse aluno, houve uma situação de brincadeira e ele potencializou essa brincadeira", afirmou Castro, referindo-se ao suposto fato de que o atirador era chamado de "fedorento" por um dos colegas de sala que ele matou. "Dizer que foi bullying é muito precipitado", acrescentou.

Quatro psicólogos estão realizando acompanhamento terapêutico junto aos coordenadores e membros da direção da escola. A partir da próxima quarta-feira (25), a escola deve fazer reunião com pais e professores para reprogramar o calendário escolar. Isto porque terça-feira (24) é feriado por causa do aniversário de Goiânia, antecedido por ponto facultativo.

A reportagem da Folha de S.Paulo ligou para a advogada da família do atirador, Rosângela Magalhães, e enviou mensagem por WhatsApp, na tarde deste domingo, mas ela não se manifestou. 

Com informações da Folhapress.

Mãe pede que não julguem filho morto em escola: 'não foi assim'

Barbara Melo, mãe de João Pedro Calembo, de 13 anos, fez post emocionado no Instagram.

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"Não julgue o nosso filho, a nossa família pelas notícias que vc tem lido. Nós é a escola sabemos que não foi assim". O desabafo é de Barbara Melo, mãe de João Pedro Calembo, de 13 anos, um dos dois adolescentes mortos a tiros por um colega de 14 anos, dentro do Colégio Goyases, nesta sexta-feira (20). O relato foi publicado no Instagram, neste sábado (20), após velório e sepultamento de João Pedro.

Mais cedo, o pai de João Pedro, o publicitário Leonardo Calembo, 41, emocionou ao declarar: "Eu já perdoei desde o início. Foi uma fatalidade", se referindo ao autor dos disparos, que teve a internação preventiva decretada por juíza na noite deste sábado. 

"João Pedro é mesmo cristão. Um dia chegou até mim e disse 'pai, tenho um colega que sofre muito preconceito. Eu disse 'meu filho, você tem que orar por ele'. Sempre ensinei a respeitar o próximo", disse. João Pedro deixa dois irmãos, de 6 e 8 anos. A segunda vítima,  João Vítor Gomes, de 13 anos, também foi enterrada na manhã deste sábado, sob comoção.










MP pede internação de 45 dias de aluno que atirou em colégio de Goiânia


Adolescente se disse arrependido pelo ataque; por ser filho de militares, ele deve ficar sob esquema especial de segurança em unidade de internação.

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O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pediu, neste sábado (21), que o adolescente que atirou em colegas no colégio Goyases, matando dois e ferindo quatro, seja submetido a internação provisória de 45 dias. As informações são do jornal O Globo.

O promotor de Justiça Cássio Sousa Lima colheu depoimento do menor, que continua detido na delegacia que cuida de atos infracionais em Goiânia. O garoto demonstrou arrependimento pelo ataque.

O pedido de internação provisória foi encaminhado à Vara de Infância, e pode ser decidido ainda nesta semana. Como é filho de militares, ele deve ficar sob esquema de segurança especial. A punição máxima a que pode ser submetido é uma internação de três anos.

Sousa Lima afirmou, ainda, que a arma usada no crime estava escondida na residência da família. "Ele vasculhou a casa até encontrar. A princípio, não acredito em omissão dos pais. Mas, caso o MP e a Justiça verifiquem a culpa dos pais, eles poderão ser processados", afirma o promotor.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Adolescente que atirou em colegas se inspirou em Columbine e Realengo


Segundo delegado, ele afirmou que foi motivado por bullying e disse que se inspirou nos casos da escola de Columbine (ocorrido nos Estados Unidos), e de Realengo (no Rio de Janeiro).

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Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira (20), o delegado Luís Gonzaga, da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais da Polícia Civil de Goiás, confirmou que um adolescente de 14 anos foi o autor do ataque com arma de fogo ocorrido no fim dessa manhã, no Colégio Goyases, localizado no bairro Conjunto Riviera, em Goiânia. Dois estudantes da mesma turma do autor do ataque morreram no local, e quatro ficaram feridos.

O estudante já foi ouvido pela polícia. Segundo o delegado, ele afirmou que foi motivado por bullying e disse que se inspirou nos casos da escola de Columbine (ocorrido em 1999, nos Estados Unidos), e de Realengo (em 2011, no Rio de Janeiro). No depoimento, o estudante narrou que tinha intenção de matar apenas o colega autor do bullying contra ele, mas no momento do ataque, sentiu vontade de fazer mais vítimas.

Os nomes dos jovens envolvidos não foram divulgados para que as famílias sejam preservadas. A arma usada no ataque foi uma pistola que pertencia à mãe do adolescente, que é policial militar. Ele disse que achou a pistola escondida em um móvel da casa. Nem a mãe nem o pai, que também é policial militar, ensinaram o adolescente a atirar.

Ao retirar a arma da mochila para começar o ataque, ele chegou a efetuar um disparo acidental, mas não se feriu. O adolescente foi apreendido em flagrante delito.

Situação das vítimas
De acordo com o diretor técnico do Hospital de Urgências de Goiânia, Ricardo Furtado Mendonça, uma menina de 13 anos está em estado grave na UTI do hospital. Ela foi atingida na mão, pescoço e no tórax. A menina passou por procedimento cirúrgico para drenagem de tórax.

A segunda vítima, também uma adolescente de 13 anos, está consciente e respirando sem aparelhos. Ela teve um pulmão perfurando e passou por cirurgia. A terceira vítima é um menino de 13 anos que está consciente, estável e continua em avaliação. A quarta vítima está no Hospital Acidentados e não teve o boletim médico divulgado.

A Polícia Civil continua com a investigação e deve ouvir os professores e coordenadores da escola. 

Com informações da Agência Brasil.

Atirador de escola de Goiânia era do 8º ano e filho de militares


A escola, localizada no Conjunto Riviera, bairro de classe média, sofreu o atentado por volta do meio-dia.

Nesta sexta-feira (20), um tiroteio deixou ao menos duas pessoas mortas e outras cinco feridas no colégio Goyases, em Goiânia, Goiás.

Um jovem adolescente que estudava no próprio colégio e era do 8º ano, filho de militares, é supostamente o responsável pelos tiros. Ele já estaria sob custódia policial. 

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A escola, localizada no Conjunto Riviera, bairro de classe média, sofreu o atentado por volta do meio-dia.“Informações preliminares dão conta que ele estaria sofrendo bullying, se revoltou contra isso, pegou a arma em casa e efetuou os disparos”, disse o coronel da Polícia Militar Anésio Barbosa da Cruz ao portal G1.

O Colégio Goyases tem turmas do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, com crianças e adolescentes de idades entre 6 e 15 anos. Uma estudante, que estava dentro do colégio no momento do tiroteio disse, emocionada, o que aconteceu. “Ele saiu dando tiro em todo mundo da sala. Eu segurei na mão da minha amiga e fui até a polícia. Não sabia o que fazer”, relatou à TV Anhanguera.

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Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

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