As
sanções não são a resposta para a crescente crise na Venezuela, e a comunidade
internacional não deve seguir por esse caminho, disse o relator especial das
Nações Unidas Idriss Jazairy nesta sexta-feira (11).
“As
sanções podem piorar a situação da população venezuelana, que já está sofrendo
com a inflação paralisante e a falta de acesso adequado a alimentos e
remédios”, disse Jazairy.
Confira também:
O
especialista enfatizou que esforços no sentido de prejudicar a economia
venezuelana só levarão a violações dos direitos das pessoas comuns. “Sanções
causam perturbação a qualquer Estado, e podem particularmente ter efeitos
devastadores para cidadãos de países em desenvolvimento quando prejudicam a
economia”.
“O
diálogo é a base de uma solução para as disputas”, disse Jazairy. “Os Estados
devem se engajar em diálogo construtivo com o governo venezuelano para chegar a
soluções para os desafios muito reais enfrentados”, disse.
O
pedido do relator ecoou os comentários feitos pelo secretário-geral da ONU, por
meio de seu porta-voz, nos quais afirmou “estar convencido de que a crise venezuelana
não pode ser resolvida por meio da imposição de medidas unilaterais, requerendo
uma solução política baseada em diálogo e compromissos”.
O
especialista enfatizou que a Declaração da ONU sobre os Princípios da Lei
Internacional, que se refere a relações amigáveis e de cooperação entre
Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas, pede que os países resolvam
suas diferenças por meio do diálogo e de relações pacíficas, e evitem o uso
econômico, político e outras medidas que possam impedir outro país a exercer
seus direitos soberanos.
“É
vital que os Estados observem esses princípios, particularmente em tempos
difíceis”, disse o relator da ONU. “Peço que todos os países evitem adotar
sanções, a menos que isso seja aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações
Unidas, como determinado pela Carta das Nações Unidas”, declarou o
especialista.
Idriss
Jazairy foi nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos como o primeiro relator
especial para o impacto negativo de medidas unilaterais coercitivas sobre a
garantia dos direitos humanos. Ele assumiu em maio de 2015. Jazairy tem uma
ampla experiência no campo das Relações Internacionais e de Direitos Humanos,
tendo ocupado o cargo de chanceler argelino e posições no sistema de direitos
humanos da ONU e em ONGs internacionais.
O
relator especial é parte do que é conhecido como Procedimentos Especiais do
Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os Procedimentos Especiais, maior órgão de
especialistas independentes do sistema de direitos humanos das Nações Unidas, é
o nome geral dos mecanismos independentes de monitoramento que analisam
situações específicas de países ou questões temáticas em todas as partes do mundo.
Os
especialistas dos Procedimentos Especiais trabalham em bases voluntárias; não
são funcionários da ONU e não recebem salário por seu trabalho. São
independentes de quaisquer governos e organizações e atuam em suas capacidades
individuais.
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