O
Parlamento da Venezuela, onde a oposição é maioria, aprovou nesta quinta-feira
(27) um manifesto pedindo à comunidade internacional que exija a realização de
eleições presidenciais antecipadas no país ainda este ano, além de um
cronograma para o pleito de governadores. As informações são da Agência EFE.
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"Que se restitua de maneira imediata o
exercício do direito ao voto livre em nosso país (...) com a participação dos
líderes políticos que estão presos ou inabilitados e com observadores
internacionais que garantam a legitimidade e a legalidade dos resultados",
diz o manifesto.
O
texto inclui a ativação dos "diferentes
mecanismos que permitem a Constituição" para a realização de uma
eleição presidencial antecipada ainda "neste ano de 2017". O
manifesto também pede a definição de um cronograma eleitoral que "garanta" a realização de eleições
para governador e representantes dos parlamentos regionais - atrasadas desde
2016 - e as eleições de prefeitos e vereadores, que correspondem a 2017.
O
documento, com sete tópicos, também solicita que a comunidade internacional
exija do governo chavista "a
ativação de um canal humanitário" para amenizar a escassez de
medicamentos no país.
Independência
Os
parlamentares de oposição, que aprovaram o manifesto em sessão especial
realizada em um ginásio poliesportivo de Caracas, acompanhados de centenas de
simpatizantes, pedem ainda respeito à Assembleia Nacional, como poder
independente, e que se garanta sua autonomia financeira e sejam devolvidas as
competências retiradas pelo governo e pelo Tribunal Supremo de Justiça.
Eles
defendem também liberdade para todos os presos políticos, reivindicação que é
feita desde o final dos protestos antigovernamentais de 2014. O sétimo ponto
pede a desmobilização das forças paramilitares no país e que se desista da
ideia de distribuir 500 mil armas a civis, "pois o monopólio das armas corresponde única e exclusivamente à Força
Armada Nacional Bolivariana".
O
Parlamento, cujos atos foram considerados nulos por desobedecer a uma decisão
do Supremo, pede aos governos da região e a organismos como a Organização dos
Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas (ONU), a União de
Nações Sul-Americanas (Unasur) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) que usem
seus poderes para que, juntos, possam "construir
as garantias para o restabelecimento da democracia na Venezuela".
O
apelo da Assembleia Nacional venezuelana foi feito após o governo de Nicolás
Maduro ter anunciado ontem que o país iniciará um procedimento para deixar a
OEA, depois que a entidade convocou uma reunião de chanceleres sem o aval
venezuelano.
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