Lilian
Tintori, esposa do líder opositor preso Leopoldo López, negou nesta
quarta-feira (7) que existam conversas entre o fundador do partido Vontade
Popular (VP) e o governo da Venezuela, e assegurou que um processo
"verdadeiro" de diálogo deveria incluir a plataforma política Mesa da
Unidade Democrática (MUD). A informação é da Agência EFE.
"Eles
dizem que é um diálogo, mas Leopoldo é um refém da República, está preso,
incomunicável, isolado. Chegam à prisão para conversar e ele está ali
preso", disse Tintori à EFE antes de participar de uma marcha opositora no
leste de Caracas.
A
chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, assegurou ontem (6) que o governo
iniciou um diálogo com López, detido há mais de três anos em um presídio
militar. "Iniciamos um diálogo com o senhor Leopoldo López", disse
ela durante um ato com militares em Caracas, dois dias depois da divulgação de
um encontro seu com o fundador do VP na prisão militar onde ele cumpre pena.
A
realização do encontro, do qual participou também o ex-chefe de governo da
Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e o prefeito do munícipio de Libertador,
Jorge Rodríguez, foi confirmada no domingo pela própria Lilian. Contudo, hoje,
ela disse que "o diálogo tem que ser comunicado pela MUD - e isso não
aconteceu, a palavra diálogo na Venezuela lamentavelmente está golpeada".
Além
disso, Lilian disse que López "não é juiz" para solicitar uma
medida cautelar substitutiva de liberdade, como a prisão domiciliar, e que
estas medidas "são outorgadas" e não exigidas. "Ele não pode
pedir uma medida (cautelar), as medidas são outorgadas pelo Tribunal Supremo de
Justiça, nem sequer pela Procuradoria, porque o caso de Leopoldo repousa hoje
no Tribunal Supremo, essa não é uma decisão dele, nem minha", comentou.
A
esposa do opositor declarou ainda que na reunião na prisão o opositor não fez
pedidos, apesar de ele ter exigido que pudesse ver seus advogados, falar com a
família por telefone e ter acesso a jornais. "Até que esses mínimos
direitos não sejam respeitados para Leopoldo, e todos os presos políticos, não
podemos pensar que há abertura a um diálogo", destacou Lilian.
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