terça-feira, 2 de maio de 2017

EUA acusam Maduro de "mudar as regras" para manter o poder na Venezuela

Os Estados Unidos (EUA) acusaram nesta terça-feira (2) o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de tentar "mudar as regras do jogo" para garantir seu poder com a convocação de uma assembleia constituinte, e advertiram que poderão estudar novas sanções a funcionários venezuelanos por causa desse "retrocesso" no país. As informações são da agência EFE.

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"Temos profundas preocupações sobre as motivações para convocar esta assembleia constituinte, que ignora a vontade do povo e corrói ainda mais a democracia venezuelana", disse o subsecretário adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Michael Fitzpatrick, em entrevista coletiva.

"O que o presidente Maduro está tentando fazer, mais uma vez, é mudar as regras do jogo. Ele sabe que está perdendo poder e quer manipular as coisas, reescrever as regras para garantir seu poder, além de privilégios e proteções para ele e seus asseclas", acrescentou Fitzpatrick.

Os Estados Unidos reservam-se o direito de "falar com outros países da região sobre a possível imposição de sanções coordenadas", e também não descartam ampliar suas próprias restrições econômicas ao governo Maduro. "As ações tomadas ontem podem nos dar novas razões para considerar mais sanções a indivíduos sob a Lei para a Democracia na Venezuela de 2014", advertiu o funcionário do Departamento de Estado.

Essa lei americana serviu de base para impor sanções a funcionários do governo venezuelano desde 2014, por suposta violação de direitos humanos. O governo Trump impôs, em fevereiro, sanções ao vice-presidente de Venezuela, Tareck El Aissami, e a um colaborador seu, algo que resultou até agora no congelamento de "milhões de dólares" em ativos sob jurisdição dos EUA, assegurou hoje Fitzpatrick.
Poucos detalhes

A respeito da assembleia constituinte, o funcionário americano reconheceu que ainda há poucos detalhes sobre os planos de Maduro, mas disse que uma de suas motivações "claras" é a de "não ter que convocar as eleições regionais" pospostas desde o ano passado pelo Poder Eleitoral.

Também causa preocupação ao Departamento de Estado dos EUA o fato de que Maduro pretende escolher "a dedo" integrantes da assembleia constituinte e, assim, "tentar determinar o resultado" das mudanças na Constituição.

"Este não parece ser um esforço genuíno de reconciliação nacional e, por isso, o vemos como um retrocesso", disse Fitzpatrick, ao lembrar que tal passo foi dado após dias de protestos antigovernamentais na Venezuela e do anúncio do governo de que o país deixará a Organização de Estados Americanos (OEA), um processo que levará dois anos.


"Sair da OEA não resolverá os problemas da Venezuela. E um exercício autoritário e autocrático,  de cima para baixo e disfarçado de assembleia constituinte, num momento em que (Maduro) já perdeu a legitimidade dentro e fora do país, também não vai ajudá-los", acrescentou o subsecretário para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

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