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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Brasil enfrenta o desafio urgente de combater a desinformação e o discurso de ódio


Dag Vulpi 02 de maio de 2023

O aumento da polarização política e da disseminação de informações falsas exige das autoridades brasileiras um maior empenho no combate à desinformação e ao discurso de ódio, visando preservar a integridade do debate público e conter a escalada da violência política.

O Brasil enfrenta um desafio crescente no que diz respeito à disseminação de desinformação e ao avanço do discurso de ódio, especialmente em um cenário político marcado pela polarização. Com o aumento da presença digital e a popularização das redes sociais, a propagação de informações falsas e a disseminação de discursos de intolerância têm se tornado cada vez mais preocupantes.

Diante desse cenário, o país precisa responder com medidas que intensifiquem os esforços para combater a desinformação e promover um ambiente político mais saudável e democrático. Iniciativas como as do Projeto de Lei 2854/20 que institui medidas contra o financiamento da disseminação de conteúdo de ódio e preconceito pela internet devem ser implementadas em diferentes frentes, desde a educação midiática nas escolas até parcerias entre o governo, empresas de tecnologia e sociedade civil para identificar e combater a propagação de fake news.

A regulamentação de leis mais severas para a criminalização de discursos que incitem o ódio e a violência, bem como práticas que ameacem a integridade do debate público e a segurança dos cidadãos, é uma medida essencial que as autoridades precisam adotar para combater a violência política.

O desafio é grande, e a luta contra a desinformação e o discurso de ódio requer o envolvimento de toda a sociedade. A promoção da educação midiática, o fortalecimento das instituições democráticas e o estímulo ao debate saudável são fundamentais para garantir a preservação da democracia e o respeito aos direitos humanos no Brasil.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Assassinato de vereadora carioca pode ter sido por motivação política


Marielle, de 38 anos, tinha sua atuação pautada pela defesa de negros e pobres e denunciava a violência contra essa população.

O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), na noite desta quarta-feira, 14, pode estar ligado à sua militância política. Nascida no Complexo da Maré, conjunto de favelas da zona norte do Rio, Marielle, de 38 anos, tinha sua atuação pautada pela defesa de negros e pobres e denunciava a violência contra essa população.

O crime, que vitimou também o motorista que a levava, mobilizou o governo federal: o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, telefonou para o interventor federal no Rio, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar na investigação.

Há oito dias, Marielle, que acompanhava na condição de vereadora a intervenção federal, como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades, recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari, na zona norte do Rio. Moradores contaram, na primeira reunião do Observatório da Intervenção, no Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Candido Mendes, que dois homens foram assassinados por policiais e tiveram os corpos jogados num valão. Segundo estes moradores, a PM vem se sentindo "com licença para matar" por conta da intervenção.

A vereadora compartilhou a notícia em seu perfil no Facebook, com a inscrição 'Somos todos Acari, parem de nos matar". "Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", dizia a mensagem, que conclamava os internautas a reverberarem a denúncia.

A advogada criminalista Maíra Fernandes, membro do Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, acredita na hipótese de execução. "Marielle era a nossa esperança na política", lamentou. "Eu a conheci há quase duas décadas: sempre nas mais importantes lutas, coerente, aguerrida, corajosa. Tínhamos muitos planos para ela. Esse seria o primeiro mandato de muitos! Tinha um caminho enorme pela frente. Não consigo acreditar. Acabo de ver as fotos e vejo que isso não foi assalto. Foi execução. É preciso descobrir quem fez isso e fazer justiça à Marielle."

O sociólogo Renato Lima, diretor presidente do Fórum Brasileira de Segurança Pública, defendeu que a PF entre imediatamente na apuração do crime. "Estou absolutamente chocado, a morte de Marielle Franco é mais um sinal da banalização da violência que toma conta do País e que nos faz reféns do medo. O mínimo que se espera do interventor é uma apuração rigorosa e transparente do episódio. Não podemos aceitar que o caso não seja rapidamente esclarecido. O interventor tem diante de si um dos seus maiores desafios desde que a medida foi adotada, não deixar esta morte impune. Tudo indica que foi uma execução".

O cientista social Luiz Eduardo Soares afirmou que a execução foi confirmada pela polícia, e lembrou do caso da juíza Patricia Acioli, assassinada por policiais em 2011 depois de condenar à prisão policiais ligados a milícias. "Mulher, negra, lutadora contra as desigualdades e a violência. Teve uma votação surpreendente, em 2016. Ela passou esta semana denunciando violações praticadas pela PM em Acari. Temos estado juntos na longa militância. Estive com ela dois dias antes de viajar, semana passada. Faltam palavras para expressar o horror e mal posso imaginar o que se passa na cabeça de sua filha e de sua família. E o motorista, sua família, um trabalhador inocente, honrado? A polícia confirma que foi execução. A juíza Patricia Acioli foi assassinada em 2011 por policiais militares. Agora, é possível que o mesmo tenha acontecido. Quando, meu Deus, quando a população vai despertar e entender que a insegurança pública começa nos segmentos corruptos e brutais das polícias, e que não podemos conviver mais com esse legado macabro da ditadura. Vamos continuar falando em 'desvios de conduta individuais'? O que fazer, agora, além de chorar?", ele escreveu em seu perfil no Facebook.

O PSOL divulgou a seguinte nota: "O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos! Marielle, presente!"

O coronel da reserva Ibis Silva, ex-comandante geral da corporação, desolado, não conseguiu comentar a perda. "Perdi uma irmã. Ela era minha madrinha no PSOL, me levou para lá. Conhecia há muitos anos. O Rio perdeu uma pessoa extraordinária. Eu perdi uma grande amiga."

Também evitando dar declarações sobre a ação criminosa, Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão da Polícia Militar, acredita que, tendo sido execução ou não, o caso não ficará impune. "Todas as hipóteses devem ser consideradas. A assessora que sobreviveu poderá esclarecer tudo. Dificilmente a verdade, seja qual for, ficará acobertada".

O prefeito Marcelo Crivella (PRB) divulgou nota de pesar, em que ressaltou a "honradez, bravura e espírito público" da vereadora. "Sua trajetória exemplar de superação continuará a brilhar como uma estrela de esperança para todos que, inconformados, lutam por um Rio culto, poderoso, rico, mas, sobretudo, justo e humano. Em cada lar uma prece, em cada olhar uma lágrima e em cada coração um voto de tristeza, dor e saudade. É assim que hoje anoitece a cidade desolada e amargurada pela perda de sua filha inesquecível e inigualável. Que Deus a tenha!"

segunda-feira, 12 de março de 2018

Crianças de 3, 4 e 6 anos são estupradas por primo de 54 em SP



A denúncia foi feita pela vítima mais velha. Ela contou ao pai sobre os estupros, que aconteceram em 2015. Na época, o homem negou o crime.

Três crianças, de 3, 4 e 6 anos, podem ter sido vítimas de abuso sexual cometido pelo próprio primo. O suspeito, de 54 anos, foi preso na tarde deste domingo (11), em Cunha (SP). A denúncia foi feita pela vítima mais velha. Ela contou ao pai sobre os estupros, que aconteceram em 2015. Na época, o homem negou o crime.

Segundo informações do G1, as crianças foram submetidas ao exame de corpo de delito. A justiça expediu um mandado de prisão, mas o agressor fugiu para Suzano. Hoje, a polícia prendeu o suspeito, que responderá por estupro de vulnerável.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Presos suspeitos por morte de jovem que ofereceu carona no WhatsApp


© Reprodução/TV TEM

Três pessoas foram detidas no interior de São Paulo por suposto envolvimento no desaparecimento e morte da radiologista de 22 anos.

A polícia prendeu na noite desta quinta-feira (2) três suspeitos de envolvimento na morte de uma jovem de 22 anos de Guapiaçu (SP) em São José do Rio Preto, também no interior paulista. A radiologista Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, desapareceu após oferecer carona em um grupo de WhatsApp. O corpo da jovem foi encontrado seminu em um córrego entre as cidades de Frutal (SP) e Itapagibe (MG) na tarde de quinta-feira (2). As informações são do G1.

Um dos suspeitos, apontado como sendo o passageiro que viajou com a jovem no dia do desaparecimento, será levado à Delegacia da Polícia Civil de Frutal ainda nesta sexta-feira (3). Os outros dois detidos estariam ligados ao desmanche do carro da vítima, e serão mantidos em São José do Rio Preto.

Kelly foi vista pela última vez quando deixou São José do Rio Preto, onde morava, com destino a Itapagipe, no Triângulo Mineiro, para visitar o namorado e a família, na tarde de quarta-feira. Ela falou com a família quando parou para abastecer o carro em um posto de combustíveis na BR-153.

Câmeras do circuito de segurança de um pedágio em Minas Gerais registraram o momento em que a radiologista passa pela praça de pedágio dirigindo. Em seguida, o carro volta, mas com um homem ao volante.

A Polícia Civil de Frutal investiga se a jovem sofreu violência sexual, já que sua calça foi encontrada a 3km local onde estava o corpo. O Instituto Médico Legal (IML) do município recebeu o corpo para perícia.

O enterro de Kelly seria encaminhado ainda na madrugada desta sexta-feira para o Velório Municipal de Guapiaçu. O horário do velório não foi informado.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Autor de tiros em escola de Goiânia é transferido para centro de internação


O adolescente autor do ataque com arma de fogo no Colégio Goyazes, em Goiânia, foi transferido no final da tarde de hoje (23) para um centro de internação provisória. A internação foi recomendada pelo Ministério Público e determinada pela Justiça do estado.

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O estudante ficará internado até o julgamento do caso pelo Juizado da Infância e Juventude, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Por medida de segurança, a advogada do jovem, Rosângela Magalhães, não informou para qual unidade ele foi transferido. 

“Nós solicitamos que ele não fosse para o Centro de Internação Provisória de Goiânia, pois tínhamos informações que ele poderia correr risco lá. Por isso, ele foi para outro local”, disse a advogada à Agência Brasil. O Ministério Público também pediu que o adolescente seja colocado em separado dos demais internos, já que é filho de militares.

A advogada do adolescente estima que a primeira audiência para ouvir o menor e os pais deve ocorrer na semana que vem. Também haverá outras audiências para ouvir testemunhas.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Tiroteio em massa em estacionamento nos EUA deixa feridos


"Podemos confirmar, estamos na cena de um tiroteio no Emmorton Business Park. As informações são de muitos feridos", relatou delegado.

Um tiroteio em massa em um estacionamento no estado de Maryland deixou várias pessoas feridas, informou o escritório do xerife do condado de Harford em uma publicação no Twitter nesta quarta-feira.

"Podemos confirmar, estamos na cena de um tiroteio no Emmorton Business Park. As informações são de muitos feridos", relatou o escritório do delegado no Twitter.

Os alunos das escolas na vizinhança foram instruídos a permanecerem abrigados. 


Com informações da Sputnik News Brasil. 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Violência contra a mulher gera prejuízo de R$ 1 bilhão para economia brasileira


Por Edwirges Nogueira
Falta de concentração, dificuldade de tomar decisões, erros ou acidentes e grande número de faltas são os impactos mais significativos da violência doméstica na vida profissional de milhares de mulheres no Brasil. Pela primeira vez, esses impactos foram contabilizados: a economia do Brasil perde cerca de R$ 1 bilhão devido às consequências da agressão sofrida pelas trabalhadoras dentro de suas casas.

O dado foi apresentado hoje (24) em coletiva na reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, como parte do segundo relatório da Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar, que acompanhou a vida de 10 mil mulheres nas nove capitais nordestinas desde 2016.

As 250 pesquisadoras identificaram e quantificaram o peso dos diferentes tipos de violência na vida laboral feminina. O estudo foi feito em parceria com o Instituto Maria da Penha e com a participação de pesquisadores dos Estados Unidos e da Europa. Segundo o estudo, 48% das entrevistadas de Teresina (PI) disseram ter a saúde mental afetada por conta das agressões sofridas em casa. Em seguida, vem Aracaju (SE), com 42% e Natal (RN), com 40%.

A própria noção de felicidade fica impactada com a convivência com uma pessoa violenta dentro de casa. Somente metade das entrevistadas que sofreram violência doméstica disseram se sentir felizes, contra 74% das que não passam por situações de agressão.

“Eu tinha que ter uma programação em casa que me afastasse dele o máximo possível. Quando ele estava para chegar em casa, eu pegava as crianças para levar para a escola, fazia um lanche antes de ir para o trabalho, porque não tinha almoçado em casa. No trabalho, em alguns momentos, eu estendia o horário para poder compensar algum distanciamento meu”, relata Maria da Penha Fernandes, farmacêutica que deu nome à lei que pune a violência doméstica praticada contra mulheres, sobre o dia a dia no trabalho e os maus-tratos praticados pelo marido.

A pesquisa revelou que, em média, as mulheres que são agredidas dentro de casa faltam 18 dias por ano. Além disso, elas também passam menos tempo empregadas em um local de trabalho: são, em média, 58 meses, contra os 78 meses que uma mulher que não sofre violência permanece empregada.

Por tabela, a situação reflete no salário, que fica reduzido em cerca de 10%. Esse impacto é maior em Fortaleza (CE), onde a trabalhadora vítima de violência ganha o equivalente a R$ 5,98 por hora trabalhada, contra R$ 9,11 das que não são vítimas de violência. Além disso, mulheres negras que vivenciam violência doméstica chegam a ganhar 22% menos do que mulheres brancas que passam pela mesma situação.

“A violência deprecia o capital humano da mulher. Grande parte do empoderamento feminino vem da capacidade de trabalho. O homem produz a violência contra a mulher, causa todos esses impactos, cria uma sequela na economia e retroalimenta essa relação: ele sabota a mulher como trabalhadora e ela perde esse empoderamento. Os setores públicos e privados não fazem praticamente nada para reverter isso”, diz o professor José Raimundo Carvalho Júnior, coordenador da pesquisa.

Como sugestões de mudanças para esse cenário, os pesquisadores defendem políticas de recursos humanos para identificar e apoiar empregadas vítimas de violência. O professor cita como exemplo experiências norte-americanas que promovem, entre outras possibilidades, a mudança de local de trabalho ou de horário como forma de evitar a exposição da trabalhadora ao seu agressor.

“Essas são iniciativas de altruísmo, mas também de bons empresários, pois eles sabem o impacto dessa violência nos seus negócios. Se a situação de violência cessar, essa empregada voltará a ser produtiva. Essa é a lógica econômica e não se pode ter medo disso. No Brasil, ao contrário disso, essas empregadas são demitidas.”

Como política pública possível, uma vez que o Brasil não dispõe de um mecanismo que compreenda a violência doméstica como risco de trabalho, os pesquisadores defendem a aprovação do Projeto de Lei 296, em tramitação no Congresso Nacional desde 2013, que cria o auxílio transitório em decorrência de risco social provocado pela situação de agressão no âmbito familiar.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Taxa de homicídios de negros foi quase 2,5 vezes maior que de não negros em 2015


A taxa de homicídios da população negra no Brasil superou em quase 2,5 vezes a da população não negra em 2015, divulgou hoje (5) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em uma pesquisa com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Saiba mais:

O levantamento utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério da Saúde e mostra também que, enquanto a taxa de homicídios dos não negros caiu 12,2% entre 2005 e 2015, a dos negros subiu 18,2%.

Em 2005, a taxa de homicídios da população negra (pretos e pardos) era de 31,5 para cada 100 mil habitantes. A proporção chegou a 38,5 para 100 mil em 2014 e caiu para 37,7 para 100 mil em 2015, um aumento de 18,2%.

O aumento foi quase 8 pontos percentuais mais intenso para a população negra que para a população brasileira em geral, que teve um aumento de 10,6%, passando de 26,1 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2005 para 28,9 em 2015.

A população não negra (brancos, amarelos e indígenas), por sua vez, vivenciou uma queda na taxa, que deixou os 17,4 homicídios por 100 mil habitantes em 2005 para 15,3 por 100 mil em 2015.

Negros alagoanos têm taxa 11 vezes maior
A diferença entre as taxas de homicídios de negros e não negros fica ainda mais marcada quando a pesquisa separa os indicadores de cada unidade da federação.
Alagoas chega a ter a taxa de homicídios de negros onze vezes maior que a de não negros: uma disparidade de 6 casos por 100 mil não negros para 68,2 casos por 100 mil negros. Os não negros de Alagoas têm a menor taxa de homicídios do país, com números mais baixos que São Paulo, que tem a menor taxa geral de homicídios  -- com 12,2 mortes para 100 mil habitantes e 9,9 para cada 100 mil não negros.

A situação de Alagoas é semelhante à dos estados mais violentos do Nordeste. Em Sergipe, a taxa para negros é de 73,3 por 100 mil, enquanto a de não negros é de 13,2 por 100 mil. Na Paraíba, são 52,3 negros mortos para cada 100 mil, enquanto a taxa dos não negros é de 6,1 para 100 mil.

Aumento de 331% no Rio Grande do Norte
Os três estados também apresentam grandes disparidades raciais na variação da taxa de homicídios ao longo dos 10 anos da pesquisa. Em Alagoas, a taxa aumentou 68% para os negros e caiu 12,7% para os não negros entre 2005 e 2015; na Paraíba, o aumento foi de 98% para os negros e de 58,6% para os não negros; em Sergipe, houve um acréscimo de 197,4% para os negros e de 9,4% para os não negros.

Estado que teve a maior alta de homicídios entre 2005 e 2015 (232%), o Rio Grande do Norte registra um número ainda mais grave para a população negra: um crescimento de 331,8% da taxa de homicídios. Para os não negros, o aumento foi de 64,1%.

Taxa três vezes maior para negros
Em 12 unidades da federação, a taxa de homicídios de 2015 era ao menos três vezes maior para negros que para não negros. Estão nessa lista Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Nos casos de Acre, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e Rio de Janeiro, a taxa de homicídios de negros é ao menos duas vezes maior que a de não negros.


Paraná e Roraima são os únicos estados em que a taxa de homicídios dos não negros supera a dos negros. Nos demais estados, a taxa para negros é maior, mas não chega a ser o dobro da taxa para não negros.

Violência no Brasil em 2015 matou mais que ataques terroristas no mundo em 2017


Todos os atentados terroristas do mundo nos cinco primeiros meses de 2017 não superam o número de homicídios registrado no Brasil em três semanas de 2015. Em 498 ataques, 3.314 pessoas morreram no mundo, de acordo com  levantamento da Esri Story Maps e da PeaceTech Lab. Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, cerca de 3,4 mil pessoas foram assassinadas no Brasil a cada três semanas em 2015.

A comparação foi feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulgaram hoje (4) o Atlas da Violência 2017. O estudo registra 59.080 assassinatos no país em 2015, e os pesquisadores consideram que o resultado consolida uma mudança de patamar, em que as mortes violentas permanecem perto dos 60 mil homicídios registrados em 2014.

Os registros permitem calcular uma taxa de 28,9 assassinatos para cada 100 mil brasileiros. Apesar de ser 3,1% menor que a de 2014, a proporção é 10,6% maior que a registrada em 2005.

A variação da taxa de homicídios se deu de forma desigual no país entre 2005 e 2015. Em seis estados do Norte e Nordeste, a taxa cresceu mais de 100%, enquanto em todo o Sudeste o indicador caiu. No Rio Grande do Norte, a taxa de homicídios cresceu 232%. Em São Paulo, houve uma queda de 44,3%.

Além dos estados do Sudeste, houve quedas da taxa de homicídios em Rondônia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Paraná. Pernambuco é destacado pela pesquisa como uma "ilha de diminuição de homicídios" em meio a uma região em que a taxa cresceu com grande intensidade. Apesar disso, a queda de 36% obtida entre 2007 e 2013 foi em parte perdida com um aumento de 13,7% registrado de 2014 para 2015.

Em números absolutos, a Bahia registrou em 2015 o maior número de assassinatos, com 6.012. O número é mais que o dobro do de 2005, que era de 2.881.

Com uma trajetória de queda, São Paulo começou em 2005 com 8.870 assassinatos e caiu para 5.427 em 2015. Apesar de ter o segundo maior número absoluto, o estado fechou o ano com a menor taxa de homicídios do país, de 12,2 casos por 100 mil habitantes.

A pesquisa também fez análises no nível municipal e apontou que, entre as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, Altamira, no Pará, teve a maior taxa de homicídios do país em 2015, com 105,2 casos para 100 mil pessoas.

Impactada pela construção da Usina de Belo Monte, a cidade, segundo a pesquisa, é um exemplo de como o crescimento rápido e desordenado pode ter implicações sobre o nível de criminalidade.


Na outra ponta da tabela, a cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, é o município com mais de 100 mil habitantes que registra a menor violência letal. Foram cinco assassinatos em 2015 e uma taxa de homicídios de 3,1 casos para cada 100 mil habitantes.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Tiroteio em escola na Califórnia deixa 2 mortos e 2 feridos


Agência EFE

Um tiroteio na escola North Park, na cidade de San Bernadino, no estado da Califórnia (EUA), deixou nesta segunda-feira pelo menos dois mortos e dois feridos, segundo o chefe da polícia local, Jarrod Burguan. As informações são da Agência EFE.

No Twitter, Burguan afirmou que as investigações preliminares apontam para um possível caso de "assassinato e suicídio" e que o suspeito de ter feito os disparos seria um dos mortos.

O policial disse ainda que "possivelmente" os feridos são estudantes e que eles foram levados a um hospital próximo. Não há informações sobre o estado de saúde destas vítimas.

Burguan pediu aos moradores de San Bernardino para que evitem a região da escola e explicou que os alunos que não ficaram feridos foram levados por motivos de segurança a outro colégio da cidade. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Atropelamento com caminhão deixa 12 mortos e 48 feridos em Berlim


Da AFP

Um caminhão lançado contra uma multidão em uma feira de Natal no centro de Berlim, nesta segunda-feira à noite (19), deixou 12 mortos e 48 feridos – um evento que já começa a ser considerado como um "ataque" pelo governo. As informações são da AFP.

"Doze pessoas morreram na Praça Breitscheid e 48 foram levadas aos hospitais, algumas com ferimentos graves", revela a polícia no Twitter.

De acordo com o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, "muitas razões" levam a pensar que foi um ataque.

"Ainda não quero - por enquanto - pronunciar a palavra 'atentado', mesmo que muitas razões levem a pensar nisso", disse ele à emissora pública ZDF.

No Twitter, o ministro alemão da Justiça, Heiko Mass, informou que a investigação será conduzida pelo Ministério Público. Na Alemanha, o órgão é responsável por assuntos ligados ao terrorismo.

"Uma pessoa, que é claramente o motorista, foi detida. Um passageiro morreu", disse a polícia à AFP.

Segundo fontes do serviço de segurança citadas pela agência alemã DPA, o homem detido seria paquistanês ou afegão, e teria chegado à Alemanha como solicitante de asilo em fevereiro de 2016.

"Examinamos a pista de um atentado terrorista, mas ainda não sabemos as motivações desse ato", disse outro porta-voz policial.

A polícia pediu à população para "ficar em casa", como medida de precaução.

De acordo com diferentes veículos da imprensa alemã, o motorista do caminhão, cuja placa é da Polônia, conseguiu fugir.

O proprietário da empresa dona do caminhão confirmou o desaparecimento do polonês.

"Não temos contato com ele desde esta tarde. Não sei o que aconteceu com ele. É meu primo. Eu o conheço desde a infância. Eu respondo por ele", declarou Ariel Zurawski por telefone à AFP.

Questionado pelo canal de notícias 24 horas TVN24 sobre se o motorista se sentia ameaçado, ou em perigo, Zurawski respondeu "de modo algum".

Segundo Lukasz Wasik, um diretor da empresa, o contato com o motorista, de 37 anos, foi perdido por volta das 15h locais (12h, horário de Brasília).

"Não sabemos no que ele se transformou, se foi sequestrado, morto, não sabemos de nada. Estamos muito preocupados com ele", declarou Wasic. "A última vez que estivemos com ele no telefone foi nesta manhã, por volta das 8h, ou 9h".

O motorista transportava 25 toneladas de produtos metalúrgicos, procedentes da Itália.

Em Berlim, "a empresa onde ele devia descarregar [o material transportado] não pôde recebê-lo. Disseram a ele para voltar na terça de manhã. Dissemos a ele para esperar em Berlim, em alguma parte", acrescentou Wasik.

Por enquanto, a polícia descarta novas ameaças para a população. "Não há atualmente indícios de outras situações perigosas" no centro de Berlim Oeste, tuitou a Polícia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar "em luto" pelos mortos. "Estamos em luto e esperamos que os muitos feridos recebam a ajuda necessária", disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em sua conta no Twitter, em alusão às "terríveis notícias" vindas de Berlim.

Imagens do jornal local Berliner Morgenpost publicadas online mostram várias barracas da feira de Natal destruídas pelo caminhão.

As forças da ordem estabeleceram um perímetro de segurança e bloquearam o acesso ao local.

Reações
Por suas circunstâncias, esse evento remete ao atentado de 14 de julho de 2016, em Nice, na França, quando um caminhão atropelou várias pessoas no Passeio dos Ingleses, no dia da festa nacional do país. Nesse sentido, a França manifestou prontamente sua solidariedade.

Em nota divulgada pelo Palácio Eliseu, o presidente francês, François Hollande, declarou que "os franceses compartilham o luto dos alemães frente a essa tragédia, que atinge toda a Europa".

O chefe de Estado francês manifestou "sua solidariedade e sua compaixão à chanceler (alemã, Angela) Merkel, ao povo alemão e às famílias".

O ministro francês do Interior, Bruno Le Roux, anunciou que a segurança foi "imediatamente reforçada" nas feiras de Natal no país.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse estar "entristecido" com o episódio de hoje.

Os americanos também reagiram, condenando o suposto "ataque terrorista". "Os Estados Unidos condenam, nos termos mais firmes, o que parece ser um atentado terrorista em um mercado de Natal de Berlim", afirmou o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, Ned Price, em um comunicado.

"A Alemanha é um dos nossos mais fortes aliados, e estamos junto com Berlim na luta contra todos aqueles que atentam contra nossa forma de vida e ameaçam nossas sociedades", acrescentou.

"Estivemos em contato com funcionários alemães, e estamos prontos para oferecer ajuda, enquanto investigam e se recuperam desse horrível incidente", afirmou Price.

Alta tensão
O mercado natalino atingido pelo caminhão, que partiu para cima de transeuntes e rolou sobre a calçada, fica no centro da capital, a dois passos da Gedächtniskirche - a Igreja da Lembrança, uma das principais atrações turísticas berlinenses - e de uma movimentada avenida de comércio, a Kurfürstendamm.

No local, um turista entrevistado pela AFP disse não saber se o motorista "estava bêbado", ou se ele lançou o caminhão de forma deliberada, "mas ele não procurou parar, ele simplesmente continuou".

"Acabei de ver esse gigantesco caminhão preto, que embestou na direção do mercado e atropelou tantas pessoas, então, todas as luzes se apagaram, e tudo ficou destruído", relatou a turista australiana Trisha O'Neill, em entrevista à emissora Australian Broadcasting Corporation. "Havia sangue e corpos por todos os lados", incluindo crianças e idosos, completou ela.

Em julho passado, em Nice, um tunisiano jogou seu caminhão contra uma multidão no Passeio dos Ingleses. Esse atentado deixou 86 mortos e mais de 400 feridos e foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico. O agressor foi morto pela Polícia.

Até agora, a Alemanha havia sido poupada do ataques extremistas de ampla envergadura, mas vários atentados foram cometidos, recentemente, pelos  chamados "lobos solitários".

Em julho, o Estado Islâmico assumiu a autoria de um atentado cometido por um sírio de 27 anos, que deixou 15 feridos, e de um ataque lançado por um demandante de asilo, provavelmente de origem afegã, de 17 anos, que deixou cinco feridos.

Em outubro, um sírio se suicidou na prisão após ser detido. Segundo os investigadores, ele se preparava para lançar um ataque contra um aeroporto de Berlim.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Rio: perícia preliminar não encontra marcas de disparos em helicóptero que caiu


A perícia inicial feita no helicóptero da Polícia Militar (PM) que caiu sábado (19) na Cidade de Deus, comunidade da zona oeste da cidade, não encontrou perfurações por arma de fogo. A informação foi dada pelo secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, após participar, no Batalhão de Choque, do velório de três dos quatro policiais mortos no acidente.

Roberto Sá informou que as causas do acidente estão sendo investigadas e que ainda é cedo para descartar qualquer hipótese. “O laudo de necropsia dos quatro policiais que estavam no helicóptero já saiu, a perícia foi muito rápida e muito eficiente, não há perfuração por arma de fogo nos corpos. A perícia está sendo feita pela Delegacia de Homicídios e pela Aeronáutica. Na aeronave, até o momento, não se encontrou nenhum tipo de perfuração, mas é muito cedo ainda para qualquer conclusão. A perícia vai levar mais tempo, para ser uma perícia conclusiva. Então, não se descarta nada até o presente momento”.

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Segundo o secretário , a PM garantiu que a manutenção da aeronave estava em dia. Emocionado, o secretário fez um desabafo sobre o número de mortes de policiais no Rio, destacando a necessidade de uma discussão nacional sobre as penas para criminosos violentos.

“Neste sábado, eu lamentava a morte desses cinco policiais militares e hoje eu começo lamentando a morte de nossos 124 policiais militares este ano, são 33 em serviço. É inaceitável o número de mortes de policiais no Brasil. Mas também é inaceitável o número de mortes violentas por causa externa de todas as pessoas. Eu sempre falei, mas infelizmente essa fala não encontra eco. A gente vive, no Brasil, uma crise de segurança pública e a gente tem que rever, tem que ter um novo pacto. A polícia sangra, temos verdadeiros heróis morrendo de forma anônima todos os dias. E ontem tivemos mais cinco”.
Os corpos dos policiais Rogério Melo Costa, Camilo Barbosa Carvalho e Rogério Félix Rainha receberam honras militares no pátio do Batalhão e, após a cerimônia, foram levados em cortejo para os locais de sepultamento. O quarto corpo, do capitão Willian Freitas Shorcht, que pilotava a aeronave, foi direto para Resende, no sul do estado. Também morreu sábado o terceiro-sargento Cristiano Bittencourt Coutinho, que participava de outra operação quando foi atingido.

Durante a cerimônia, pétalas de rosas foram jogadas de um helicóptero da corporação sobre os caixões, que permaneceram dentro dos carros da funerária. Uma salva de tiros foi disparada em homenagem aos mortos. O governador Luiz Fernando Pezão decretou luto oficial de três dias pela morte dos policiais.

Corpos encontrados

A Delegacia de Homicídios (DH) da Polícia Civil foi acionada na tarde de ontem (20) para a Cidade de Deus, após moradores da comunidade encontrarem ao menos sete corpos em uma área de mata da favela. As mortes teriam ocorrido durante um confronto com policiais na região.

Após o velório dos corpos dos policiais no Batalhão de Choque, o secretário Roberto Sá confirmou que a DH está investigando as mortes na Cidade de Deus e que nenhum excesso será tolerado. “Eu tenho a certeza de que eles também [da DH] não vão deixar sem resposta as mortes dessas pessoas que foram encontradas na Cidade de Deus, falei com eles há pouco, já deslocaram a perícia e, podem ter certeza, nós estamos aqui para preservar vidas, nenhum excesso será tolerado, nenhum excesso vai ficar impune, eu confio muito no trabalho da Divisão de Homicídios”.

Um vídeo divulgado na página CDD Acontece, perfil no Facebook que noticia acontecimentos na Cidade de Deus, mostra o desespero de uma mãe que tenta negociar com policiais para procurar o corpo do filho na comunidade. Questionado sobre o ocorrido, o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, disse que as informações sobre possíveis “transgressões por parte dos policiais” serão checadas.

“Esse tipo de informação, nas primeiras horas após o confronto, é comum em todo confronto de grande monta. Foi assim na guerra da Maré, foi assim nas operações de invasão da Rocinha em cima do Vidigal. As primeiras informações davam conta de que havia transgressões de direito praticadas pelos policiais, informações vindas de moradores da comunidade, que não se apresentam como autores dessas transgressões. De qualquer forma, todos os nossos mecanismos correcionais estão à disposição para análise dessas informações”.

A Polícia Militar vai permanecer por tempo indeterminado na Cidade de Deus, que segue com a segurança reforçada e barreiras policiais em todos os acessos.

Em nota, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informa que colocou à disposição o efetivo da Força Nacional que está no Rio para “prestar apoio à segurança pública da Cidade de Deus”. A nota informa ainda que o ministro está em contato direto com o secretário estadual de Segurança.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Vice-cônsul da Rússia no Rio reage e mata assaltante




Imagem da internet

A Embaixada da Rússia no Brasil negou na sexta-feira (05/08) que o homem que matou um suspeito de assalto no Rio de Janeiro seja vice-cônsul do país. Segundo nota oficial, no momento do incidente, todos os funcionários do Consulado da Rússia no Rio de Janeiro estavam dentro do prédio ou no espaço alugado para ser a base dos torcedores russos nas Olimpíadas, em Copacabana, a chamada “Casa dos Fãs”.

Fica o registro da errata. Dag Vulpi.

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