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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Polícia londrina confirma 6 mortes em incêndio em prédio residencial


Pelo menos seis pessoas morreram no incêndio ocorrido nesta quarta-feira (14) em um bloco residencial de Londres, mas de acordo com a Scotland Yard é provável que esse número aumente. As informações são da agência EFE.

Saiba mais:

Em declaração aos meios de comunicação, a Polícia Metropolitana de Londres (MET) disse que ainda estão em "uma fase muito inicial" e a expectativa é de que o número de mortes aumente.

"Podemos confirmar seis mortes neste momento, mas é provável que este número aumente durante a complexa operação de resgate, que vai durar vários dias", disse o comandante Stuart Cundy da MET.

Cundy acrescentou que além dos mortos, muitas vítimas recebem atendimento médico, depois que as chamas consumiram a torre Grenfell, um bloco de 120 apartamentos, onde moram cerca de 500 pessoas, entre elas muitas crianças.

O serviço de ambulâncias de Londres informou que pelo menos 50 pessoas tiveram que ser hospitalizada em vários centros médicos da capital por ferimentos de diversa gravidade.

Alguns moradores que escaparam com vida contam que em nenhum momento os alarmes de incêndio obrigatórios soaram. Uma associação de moradores afirma que já tinha avisado à prefeitura municipal que o bloco não era seguro.


Prefeito
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse que as muitas perguntas sobre a origem do incêndio serão respondidas. Em uma declaração à imprensa, o prefeito elogiou "a rápida resposta" dos bombeiros, que chegaram ao local para combater o fogo "em menos de seis minutos".

"Nos próximos dias surgirão muitas perguntas sobre a causa desta tragédia e quero assegurar aos londrinos que obteremos todas as respostas", disse.
Em um comunicado na sua conta do Twitter, Khan disse que que mais de 250 bombeiros trabalham no combate às chamas, além de mais de 100 médicos e 100 policiais".


Após o início do incêndio, por volta das 0h15 no horário local (21h15, em Brasília), pelo menos 20 ambulâncias foram enviadas às imediações do bloco, que foi isolado pelos agentes.

Incêndio em edifício residencial em Londres deixa vários mortos e 50 feridos


O incêndio no edifício residencial Grenfell, de 27 andares em Londres, deixou nesta quarta-feira (14) vários mortos e pelo menos 50 feridos. A causa do fogo ainda é desconhecida, confirmou a representante dos serviços de bombeiros da capital, Dany Cotton. A informação é da Agência EFE.

Em declaração à imprensa, Cotton não pôde dizer ainda o número exato de mortos em consequência do incêndio, de enormes dimensões, que começou às 0h15 (horário local, 21h15 de terça-feira em Brasília) na torre Grenfell, entre o bairro de Kensington e Notting Hill.

"Trata-se de um incidente sem precedentes. Nos meus 29 anos como bombeiro, nunca vi nada dessa magnitude", afirmou Cotton sobre o acidente. Cerca de 200 bombeiros, com o uso de 40 caminhões, trabalham no local.

O serviço de ambulâncias confirmou que pelo menos 50 pessoas ficaram feridas e tiveram que ser levadas a cinco hospitais da capital britânica.

Segundo o líder do distrito de Kensington e Chelsea, Nick Paget-Brown, no momento em que começou o incêndio, havia no edifício "centenas de pessoas", mas esse número ainda não foi confirmado pelas autoridades.

Pelo menos 20 ambulâncias foram enviadas às imediações do edifício, que conta com 120 apartamentos nos quais se estima que viviam cerca de 500 pessoas, muitas delas famílias jovens.


A Polícia Metropolitana de Londres informou, em sua conta no Twitter, que várias pessoas estão sendo atendidas devido a ferimentos diversos e à inalação de fumaça, ao mesmo tempo em que se tenta resgatar as que ainda continuam dentro da torre.

terça-feira, 28 de março de 2017

Tsunami pode atingir Espanha e Portugal a qualquer momento, afirmam cientistas


Em documentário, cientista afirmou que a questão não é mais se o tsunami acontecerá, mas sim quando; milhares de pessoas serão atingidas pela onda.

É só uma questão de tempo até que a costa da Espanha e de Portugal seja atingida por um tsunami, de acordo com cientistas. Em um novo documentário, especialistas alegam que a região está despreparada para uma tragédia dessas dimensões e pelo menos mil pessoas seriam mortas pela onda gigante.

No filme “La Gran Ola” (A Grande Onda, em tradução literal) o possível tsunami foi comparado a um terremoto que aconteceu em Portugal no século XVIII. O desastre natural gerou uma onda que matou mais de dez mil pessoas.

De acordo com o documentário, o Golfo de Cádiz, região turística entre o estreito de Gilbratar e o cabo de São Vicente, seria especialmente afetado. O diretor do filme, Fernando Arroyo, sugere que seria uma repetição do Grande Terremoto de Lisboa, que aconteceu em 1755.

Arroyo acredita que dezenas de milhares podem morrer e centenas de milhares de outras pessoas podem ser afetadas pela necessidade de evacuação, cortes de energia e falta de comida e água. No documentário, são entrevistados cientistas da região e alguns confirmam as suposições do diretor.

A maior preocupação é a falta de um sistema que avise as pessoas antes do desastre, permitindo que se preparem para a onda. “A questão não é se teremos outro tsunami, mas sim quando irá acontecer”, disse a chefe do departamento de oceanografia em portos espanhóis, Begona Perez.

No Golfo de Cádiz vários fatores podem desencadear um terremoto a qualquer momento”, afirmou pesquisador de risco tectônico e sísmico do Instituto Dom Luiz, em Portugal. O Golfo de Cádiz fica diretamente acima da divisão entre as placas tectônica de Açores e Gibraltar. Isso faz com que a região seja mais suscetível a terremotos no mar, que podem resultar em grandes ondas.

A única realidade é que nenhum cientista pode afirmar que o desastre não irá se repetir em curto prazo, já que não existem indicadores da área”, disse Arroyo. “Isso afetaria centenas de milhares de pessoas e causaria grandes perdas econômicas”.

Por dias grandes regiões não poderia ser evacuadas, não haveria eletricidade, nem comunicação e nem água e cidades inteiras, como Cádiz, precisariam passar por evacuação”, completou o diretor.

Tsunamis


Os tsunamis são formados a partir de terremotos, erupções vulcânicas ou deslizamentos que acontecem no fundo do mar, resultando no deslocamento de água. Quando as ondas atingem regiões mais rasas, sua altura pode aumentar em vários metros. É difícil ver um tsunami se aproximar da costa. O sinal mais óbvio é a retração do nível do mar, que recua momentos antes da onda atingir a praia.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Corpos das vítimas do acidente na Colômbia chegam ao Brasil na manhã de sábado


Daniel Isaia – Agencia Brasil

Os corpos dos brasileiros que morreram no acidente aéreo da última terça-feira (29) na Colômbia devem chegar a Chapecó na manhã de sábado (3). O itinerário do vôo que vai transportar as vítimas da tragédia foi divulgado hoje (1º) pelo Ministério das Relações Exteriores.

A decolagem de Medellín está prevista para amanhã (2), às 19h, pelo horário de Brasília. O avião deve voar por quatro horas e meia até Manaus, onde fará uma parada técnica para abastecimento. De lá, o avião segue por mais seis horas até a cidade catarinense.

A viagem terá uma duração total de 12 horas, contando com o tempo de parada para abastecimento. Assim, a previsão é de que a aeronave pouse no aeroporto de Chapecó às 7h da manhã de sábado.

Segundo confirmou hoje o Palácio do Planalto, o presidente da República Michel Temer vai acompanhar a chegada dos corpos das vítimas. Ele deve participar de uma cerimônia no aeroporto da cidade catarinense, mas não irá ao velório coletivo na Arena Condá.

CBF providencia pagamento de seguro de vida a famílias de atletas do Chapecoense

Dois profissionais da empresa Itaú Seguros, acionada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), já se encontram em Chapecó (SC), para agilizar os trâmites relativos ao pagamento de indenização às famílias dos atletas do Chapecoense, mortos em acidente na madrugada do último dia 29, perto do aeroporto de Medellín, na Colômbia. Naquela cidade, a equipe enfrentaria, no dia seguinte (30), o Atlético Nacional, no primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana.

De acordo com informação dada hoje (1º), no Rio de Janeiro, pela assessoria de imprensa da CBF, a entidade assumiu, no início deste ano – para desonerar os clubes 0150 – a obrigação de fazer seguros de vida para jogadores de futebol. Cada família de atleta vítima do acidente tem direito a receber 12 vezes o valor do salário do jogador, limitado a R$ 1,2 milhão. O seguro foi contratado com a Itaú Seguros.

A CBF acredita que, como se trata de um caso de comoção pública, todas as providências sejam tomadas sem burocracia, visando a acelerar a efetivação do pagamento das indenizações. O processo está em curso, de acordo com a entidade maior do futebol brasileiro.

O chefe da Comissão Nacional de Médicos de Futebol da CBF, Jorge Pagura, se encontra na Colômbia desde que foi noticiada a tragédia, e ali permanecerá o tempo que for necessário, informou a CBF.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Amazônia peruana entra em estado de emergência por vazamentos de petróleo


O governo do Peru declarou nesse domingo (28) estado de emergência em 16 comunidades da Floresta Amazônica devido a vazamentos de petróleo na região de Loreto, no Nordeste do país.

A medida, anunciada no Diário Oficial peruano e que envolve ajuda humanitária às comunidades e assistência nas operações de limpeza, vai vigorar por 60 dias. A decisão é tomada mais de um mês depois de ter sido registrado um derramamento de petróleo no distrito de Imaza, com população de 23 mil residentes.

Um segundo vazamento foi registado no dia 3 deste mês no distrito de Morona, que tem 9 mil habitantes. Nos dois distritos, os moradores são predominantemente indígenas.

Os vazamentos ocorreram em partes de um oleoduto construído nos anos 1970 e gerido pela companhia estatal PetroPeru, que distribui petróleo a partir da floresta, pelas montanhas dos Andes, até as refinarias, por meio de longa rota na costa norte peruana.

Segundo especialistas ambientais, os derramamentos devem-se à deterioração da infraestrutura. A PetroPeru foi multada em US$ 3,6 milhões pela falta de manutenção do equipamento.

No início deste mês, o governo considerou situação de emergência na área de saúde na região, pelo fato de o petróleo ter poluído os rios que fornecem água potável aos distritos afetados.

Um grupo defensor dos direitos dos indígenas informou que desde 2010 ocorreram 11 vazamentos de petróleo na região amazônica do Peru.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Liminar proíbe pesca na foz do Rio Doce


Entrou em vigor hoje (22) a proibição da pesca na região da foz do Rio Doce. A medida havia sido solicitada pelo Ministério Público Federal por meio de uma ação civil pública e, assim, uma liminar foi concedida pela Justiça Federal do Espírito Santo. Conforme decisão do juiz Wellington Lopes da Silva, a suspensão da atividade pesqueira tem efeito em dois municípios do litoral capixaba: Aracruz e Linhares. A proibição vale por prazo indeterminado e a única exceção é a pesca destinada à pesquisa científica.

A procuradora da República, Walquiria Imamura Picoli, explica que a ação foi motivada pela ausência de estudos conclusivos sobre a contaminação de peixes, moluscos e crustáceos que habitam a foz do Rio Doce, na qual se encontram rejeitos de mineração provenientes da barragem da mineradora Samarco, que se rompeu em novembro de 2015 no município de Mariana (MG).

"Embora pesquisas venham sendo realizadas, ainda não há um grau de segurança científica que dê ao consumidor o seu direito de informação e de acesso à saúde. Também aguardamos estudos sobre a existência de espécies cuja sobrevivência podem estar em risco", explica ela.

De acordo com a decisão judicial, a proibição da pesca deverá ser garantida com a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Os órgãos estão obrigados a adotar todas as medidas necessárias.

Fiscalização
O Ministério Público defendeu que os custos da fiscalização fossem repassados à Samarco, mas o pedido não foi acatado pela Justiça. Na opinião do juiz Wellington Lopes da Silva, a mineradora já contribui com os órgãos, através do pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA). A procuradora Walquiria, no entanto, lamenta que esse trabalho tenha que ser realizado com recursos públicos e garante que irá recorrer.

"Esses custos não podem ser suportados pela sociedade. Da mesma forma como a mineradora não divide o lucro com a sociedade, também não pode socializar os prejuízos causados pela sua atividade. O Ministério Público defende o princípio do poluidor-pagador, pelo qual as empresas devem arcar sozinhas com os custos provocados pelos danos que causam ao meio ambiente", enfatizou.

Conforme consta no Termo de Compromisso Socioambiental assinado em dezembro de 2015 entre a Samarco e o Ministério Público, a mineradora deverá mapear pescadores cujo trabalho foi prejudicado pelo rompimento da barragem e garantir a todos eles um auxílio subsistência no valor de um salário-mínimo, com acréscimo de 20% por integrante da família. O pagamento deverá ser feito mensalmente até junho. Além do auxílio, também deverá ser distribuída uma cesta básica mensal.

A Samarco foi procurada pela Agência Brasil para comentar a decisão, mas não deu retorno até o fechamento da matéria.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ibama exige que Samarco apresente novo Plano de Recuperação Ambiental

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)  divulgou ontem (28) que encaminhou ofício na quarta-feira (27) à mineradora Samarco, responsável pela catástrofe ambiental provocada pelo rompimento de barragem em Mariana (MG), exigindo que a empresa apresente um novo Plano de Recuperação Ambiental da região afetada pelo desastre. O plano foi considerado “genérico e superficial” pelo Ibama, que avaliou que se trata de um "plano preliminar", ao contrário do que foi pedido pelo órgão.

Segundo informações divulgadas pelo Ibama, a equipe técnica responsável pela análise considerou que o levantamento dos impactos e as ações propostas pela Samarco tem “caráter genérico e superficial, sem considerar o imenso volume de informações produzidas e disponíveis até o momento, além de apresentar pouca fundamentação metodológica e científica”.

O plano apresentado pela Samarco, de acordo com a análise do Ibama, "não especifica, por exemplo, quais espécies da flora foram afetadas, quantas destas se encontram em risco de extinção ou quantas tem distribuição restrita nos locais atingidos pela lama". Também não consta no documento a altura da lama depositada nas margens, subestima o impacto da tragédia na fauna aquática e faz uma abordagem superficial dos impactos na fauna terrestre. De acordo com a avaliação, a empresa "minimiza todos os impactos ambientais da ruptura da barragem”.

Segundo os analistas do Ibama “a falta de prazos definidos impossibilita qualquer monitoramento das atividades a serem desenvolvidas por parte dos órgãos competentes”. Outro ponto destacado na análise feita pela equipe técnica do Ibama foi que os impactos sociais diretos e indiretos não foram sequer citados.

A Samarco tem até o dia 17 de fevereiro para entregar as complementações e atualizações exigidas. A mineradora entregou o documento no dia 18 de janeiro na Superintendência do Ibama em Minas Gerais e a análise do Ibama foi concluída no dia 21 .


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Samarco, Vale e BHP aceitam acordo judicial para revitalizar Bacia do Rio Doce


O governo federal e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo sinalizaram ontem (18) com a possibilidade de um acordo judicial com as empresas responsáveis pelos danos sociais, ambientais e econômicos provocados pelo rompimento da Barragem Fundão, em Mariana (MG), em novembro do ano passado.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, as empresas Samarco, Vale e BHP (controladoras da Samarco) pretendem cumprir a decisão judicial de recuperar a Bacia do Rio Doce mediante acordo com a União e os governos dos dois estados. Após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, os governos estaduais e federal entraram na Justiça com uma ação civil pública pedindo indenização de pelo menos R$ 20 bilhões pelos danos.

Segundo Izabella Teixeira, a Justiça concedeu uma liminar à União e aos estados determinando uma série de obrigações para as empresas. Hoje, elas apresentaram a proposta de acordo, mas não adiantaram o conteúdo. Nesta terça-feira (19), haverá uma reunião em Minas Gerais entre os representantes das partes para discutir o assunto.

Izabella Teixeira acrescentou que a Vale, em nome das duas outras empresas, procurou o comitê de revitalização da bacia para informar que quer fazer o acordo na Justiça.

"Portanto, ela quer alocar os recursos necessários, quer ter transparência nas ações, quer efetivamente, junto com as demais empresas, recuperar a Bacia do Rio Doce. Não quer ficar eternamente em disputa judicial. De maneira objetiva, a procura foi sinalizar concretamente que querem buscar um acordo. Estamos aqui dizendo que vamos sentar com o juiz, com o Ministério Público e procurarmos consenso para o acordo", afirmou a ministra.

Conforme o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, o governo pretende ter uma definição sobre o assunto até o início de fevereiro. Para Adams, há a possibilidade de o acordo ser fechado.

"Entendemos que o acordo tem de ter um sistema de financiamento claro, objetivo, que garanta que as ações serão devidamente sustentadas economicamente no curso da execução, além de uma definição de ações que mostre claramente a realização do processo de recuperação naquilo que estabelecemos", destacou.

Adams explicou que a intenção do governo é que o acordo resulte em uma governança efetiva envolvendo os atores públicos e privados, mas que seja feita "basicamente pelo setor privado". De acordo com o advogado-geral de Minas Gerais, Onofre Batista Júnior, o desenho da execução por mecanismos privados é mais "palatável", já que a "forma tradicional" acarretaria a descapitalização da empresa e o envio de uma quantidade "de dinheiro enorme" em um fundo público, que teria dificuldades em executá-lo.

Para o advogado-Geral da União, os R$ 20 bilhões são uma referência, mas não devem ser "um fim em si mesmo". "Temos uma estimativa. Os R$ 20 bilhões são uma estimativa. A rigor não existe número certo. O mais importante é o foco nas ações. Nosso objetivo não é sentar em uma montanha de dinheiro, mas ter ações efetivas. O fim são as ações. Todo acordo vai buscar trabalhar esses elementos."

A ministra Izabella Teixeira disse que a liminar concedida pela Justiça determinou uma primeira parcela de R$ 2 bilhões, conforme solicitado pela União e estados na ação civil pública. Segundo o advogado-geral do Espírito Santo, Rodrigo Rabello, o acordo precisa englobar as três empresas. "Precisamos que as três empresas estejam envolvidas no acordo. Isto é muito importante para nós." Izabella lembrou ainda a necessidade de a governança do recurso passar por uma administração privada.

No dia 5 de novembro do ano passado, o rompimento da Barragem de Fundão derramou 32 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de mineração no Rio Doce. O episódio causou a morte de 17 pessoas, destruiu municípios e continua causando impactos ambientais graves no rio e no oceano.

Na semana passada, após descumprir por duas vezes o prazo, a Samarco entregou os planos de emergência das barragens de Santarém e do Germano, que sofreram danos após o rompimento de Fundão.

Nesta segunda-feira (18), o Ministério de Minas e Energia determinou que as empresas operadoras de barragens de mineração apresentem em 15 dias o comprovante de entrega do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração para os órgãos estaduais e municipais.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Navio da Marinha começa a levantar dados sobre impactos de rejeitos no ES

O navio de pesquisa Vital de Oliveira partiu na manhã de hoje (26) do Porto de Vitória para a região afetada pela lama de rejeitos da Mineradora Samarco, em Mariana, que chegou ao mar do Espírito Santo no domingo (22).

O navio, comprado este ano pela Marinha, tem equipamentos de alta tecnologia e três laboratórios de análise que auxiliarão os 130 profissionais embarcados no diagnóstico dos impactos dos rejeitos na fauna, flora e na comunidade da região.

O navio atuará 24 horas por dia na região de Linhares, área mais atingida até o momento, até o dia 30 de novembro. Pesquisadores de universidades federais, militares e técnicos de órgãos ambientais estadual e federal farão coletas de água e solo para análise laboratorial.

O objetivo é verificar se houve contaminação pelos minérios presentes na lama que escoou pelo Rio Doce, após o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, no dia 5 de novembro, considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) informou que somente a partir dos resultados desses levantamentos será possível ao Estado exigir da Mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP, o pagamento pelos danos ambientais e sociais causados pela lama. 


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ministra quer rever legislação para evitar novas tragédias com barragens

Brasília - Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participa do Espaço Público para falar sobre o impacto catástrofe ambiental com rompimento da barragem em Mariana e a COP-21 (Valter Campanato/Agência Brasil)
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participa do programa Espaço Público da TV Brasil.  O impacto ambiental causado pelo rompimento da barragem em Mariana e a COP-21 foram temas abordados durante a entrevistaValter Campanato/Agência Brasil


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje (24) que é preciso rever a legislação sobre licenciamento ambiental e segurança de barragens, após a tragédia ocorrida em Minas Gerais com o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, no início de novembro, na cidade de Mariana. Para a ministra, governos e outros setores envolvidos no tema devem debater medidas que impeçam um novo episódio como este no futuro.

“Temos que rever a legislação sobre desastres. O Brasil precisa de uma atualização de suas normas sobre desastres. Temos que ter um debate claro, com serenidade. Posso assegurar que vamos propor modernização de tudo que precisa ser modernizado. Temos que trabalhar duramente”, disse Izabella em participação no programa Espaço Público, da TV Brasil.

A ministra disse ainda que a tragédia ainda está “viva”, ou seja, continua provocando efeitos. Ela explicou que as próximas chuvas vão revolver a lama que está no fundo dos rios, provocando novas movimentações do material tóxico, e que uma avaliação concreta do ocorrido só poderá ser feita após todos os efeitos aparecerem. Como os danos podem ser maiores, a ministra disse que a Samarco poderá receber novas multas. “O Ibama multou em R$ 250 milhões e vai multar mais”.

A ministra também falou sobre a 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21). Ela lembrou que o presidente da conferência, o ministro de Negócios Estrangeiros francês Laurent Fabius, elogiou a meta de reduções de emissões de efeito estufa do Brasil – chamada INDC –, de reduzir em 43% as emissões de efeito estufa até 2030.

“O presidente da Cop veio aqui no último domingo reforçar o pedido do governo francês para que o Brasil atue politicamente apoiando o resultado da conferência. Fez especial menção à ambição do Brasil, o exemplo que o Brasil deu com seu INDC e com seu trabalho na redução de gases do efeito estufa. Ele disse que o mundo tem que olhar o que o Brasil está fazendo e apoiar o Brasil”.

Pescadores do Espírito Santo entram na Justiça para pedir indenização


A Federação das Colônias e Associações dos Pescadores e Aquicultores do Espírito Santo  (Fecopes) entrou na 2ª Vara Cível de Linhares, no litoral norte do estado, com uma ação coletiva de indenização na qual representa cerca de 3 mil pescadores. Eles foram atingidos pelo derramamento de lama do Rio Doce após o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão da mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, região central de Minas Gerais.

O advogado Leonardo Amarante, que defende a federação, disse que aguarda a decisão da Justiça sobre a concessão de uma liminar em que foi pedido o pagamento de pelo menos um salário-mínimo para garantir a sobrevivência dos profissionais que estão impedidos de exercer o trabalho. A fixação de uma indenização será em uma segunda etapa do processo, caso seja concedida pelo juiz. “No mérito do processo tem a fixação da indenização em que o juiz vai arbitrar os danos materiais e morais, quer dizer, o valor do trabalho que eles perderam durante o período em que o rio ficar com este problema e o dano moral que é decorrente do abalo”, esclareceu.

Amarante explicou que, se a liminar for concedida, o pagamento pode ocorrer em 30 dias, porque terão que ser feitas medidas administrativas, como relacionar os nomes dos pescadores que eram cadastrados no antigo Ministério da Pesca e Aquicultura, agora integrado no Ministério da Agricultura. “Vai demandar um certo tempo que, a gente espera, seja o menor possível, caso ele defira a liminar”.

O advogado classificou como dramática, a situação dos pescadores. Ele disse que já acompanhou diversos casos de acidentes ambientais, mas nenhum tão sério como o de Mariana. “Há três colônias de pescadores ao longo do Rio Doce no Espírito Santo e mais algumas em Minas, então, é dramático”, disse. Segundo ele, os rendimentos dos pescadores variam, mas a média é de R$ 2.500. O advogado disse que, embora o pedido de pelo menos um salário-mínimo seja um valor mais baixo, é para atender uma situação emergencial. “O que a gente espera, no momento é que tenha essa garantia mínima. Eles ganham mais e a perspectiva é muito ruim. Estivemos lá ontem e a situação é dramática. É um rio morto mesmo”.

A Samarco informou, por meio de nota, que ainda não foi notificada sobre a ação, mas assegurou que  mantém entendimentos para atender às famílias atingidas pelo rompimento da barragem. “A empresa reforça que está em constante negociação com autoridades públicas competentes para tratar da melhor solução em relação às famílias atingidas que vivem às margens do Rio Doce”, informou.


Instituições atuam em parceria para medir impactos ambientais da lama no oceano


O navio de pesquisas Vital de Oliveira, comprado este ano pela Marinha, chegou hoje (24) à tarde em Vitória (ES) para reforçar as equipes que estão verificando os impactos da lama de rejeitos de mineração na fauna e na flora das áreas oceânicas atingidas no último domingo (22). 

A expectativa é que os equipamentos a bordo do navio, com previsão de atuar na foz do Rio Doce, no município de Linhares (ES), permitam a caracterização física, química, biológica e geológica da região nas próximas semanas.

Além dos pesquisadores da Marinha, o navio receberá técnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEAPM) e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

O Vital vai se juntar amanhã a mais duas embarcações da Marinha que estão na região, a fragata Rademaker, que está a cerca de 18 quilômetros da costa da praia de Regência e aguarda os resultados de testes com coletas da água, e o rebocador de alto-mar Tridente, que chegou na madrugada de segunda-feira (23).

O pró-reitor de pesquisas da Ufes, Neyval Reis, disse que ainda é cedo para estimar os estragos ambientais, sociais e econômicos da lama que atingiu o oceano. “Naquele primeiro momento após o acidente, emergencialmente, os nossos especialistas fizeram uma atividade de assessoria e apoio técnico aos órgãos que estão cuidando do problema. Agora estamos começando a ter algumas amostras coletadas pela própria universidade e vamos começar a fazer análises”, disse.

Reis informou que a Ufes oficializou hoje a criação de um grupo de 79 pesquisadores que vão atuar no caso. Eles foram divididos em três grupos. Um vai fazer o monitoramento ambiental e propor ações de remediação dos estragos e será composto por especialistas em engenharia ambiental, tratamento e qualidade da água, tratamento de resíduos, fauna e flora, oceanografia, entre outros.

O segundo grupo vai avaliar os impactos sociais do acidente e é composto por economistas, antropólogos, profissionais de saúde e especialistas em gestão pública. O terceiro grupo é de comunicação e gestão institucional e vai sistematizar as demandas e os resultados das pesquisas entre os órgãos e técnicos.

A mancha
A mineradora Samarco, que tem como acionistas a Vale do Rio Doce e a BHP Billiton, informou que prossegue usando 9 quilômetros de barreiras de contenção para proteger as áreas mais sensíveis do estuário localizado em Regência, distrito de Linhares (ES). A empresa disse, por meio de nota, que “a pluma de turbidez está a aproximadamente 12 km da boca do rio de Regência ao alto mar, cerca de 15 km da boca do rio ao Norte e 7 km para o Sul”.

Ainda de acordo com a Samarco, no monitoramento da manhã desta terça-feira, a eficiência das barreiras instaladas nas áreas protegidas variou de 47% até 91%, se comparado a turbidez da água de dentro do estuário ao canal principal do rio.

Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da empresa disse que está cuidando do recolhimento das espécies mortas da fauna. A ação é uma demanda estabelecida pelo  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para evitar a geração de odor e a proliferação de vetores.

"Nos locais onde se identificou morte de peixes, uma empresa especializada, em conjunto com pescadores da região, está recolhendo as espécies, em atendimentos às determinações das autoridades competentes e armazenando-as em bombonas, para posterior destinação em local devidamente habilitado para recebê-los”, informaram, sem dizer quantos quilos de peixes já foram recolhidos.

A prefeitura de Linhares (ES) interditou as praias de Regência e Povoação após a chegada da lama do rompimento de barragem em Mariana (MG) no mar. A prefeitura espalhou placas ao longo das praias informando que a água está imprópria para o banho.

O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), no dia 5 de novembro, liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração no meio ambiente.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Lama avança 40 quilômetros acima do litoral de Regência, em Linhares


Segundo o secretário de Meio Ambiente de Linhares, Rodrigo Panetto, como há expectativa de mudança do vento para nordeste, a lama poderá descer também no sentido sul

A lama de rejeitos proveniente do rompimento de barragem da Samarco já avançou 10 quilômetros mar a dentro no litoral de Regência, em Linhares, assim como também já se espalhou por outros 40 quilômetros ao norte, já chegando na região de Pontal do Ipiranga, também em Linhares.


Em entrevista para a Rádio CBN Vitória, na manhã desta segunda (23), o secretário de Meio Ambiente da cidade, Rodrigo Panetto, afirmou que, como há expectativa de mudança do vento para nordeste, a lama poderá descer também no sentido sul. A prefeitura decidiu criar uma barragem no canal do Rio Pequeno, afluente do Rio Doce, para evitar que a lagoa Juparanã seja atingida pela lama.

A prefeitura também já ingressou na Justiça contra a Samarco por danos morais coletivos, danos ambientais e pedindo todo o ressarcimento do que está sendo gasto na cidade com o problema.

Terceira onda de rejeitos está para chegar
A prefeitura da cidade já aguarda uma nova leva da lama, mais densa, ainda sem previsão.

“No final da tarde de hoje (domingo) já percebemos uma turbidez – número de partículas na água – maior na foz. Pode ser que a turbidez aumente, mas é difícil prever. O grande problema é: onde é o fim dessa lama? Não sabemos até quando vamos receber esse material”, afirma o biólogo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Luciano Cabral.

Praias
A administração orienta a população a não frequentar as praias de Linhares. “Já coletamos amostras da água. Por precaução, pedimos que as pessoas evitem o contato até que tenhamos os laudos. Orientamos a não ir a nenhuma praia de Linhares, seja Regência, Povoação, Barra Seca ou Pontal do Ipiranga”, destacou o biólogo.
Lama de rejeitos minerais proveniente da barragem do Fundão, rompida no último dia 5, chega ao oceano no distrito de Regência, em Linhares (ES), neste domingo (22). A lama chegou ao mar após percorrer o leito do Rio Doce - Crédito: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

domingo, 22 de novembro de 2015

Boias de contenção não impedem que lama atinja vegetação na foz do Rio Doce


As boias de contenção instaladas às margens do rio Doce para proteger a vegetação na foz [ponto de desaguamento no mar], no vilarejo de Regência, próximo à cidade de Linhares (ES), não conseguiram conter completamente a lama de rejeitos do desastre de Mariana (MG).

Essa região, onde o rio se encontra com o mar, é berçário de uma espécie de caranguejo chamado de Guaiamu. A onda de rejeitos atingiu a vegetação e os locais onde vivem os caranguejos. As boias, instaladas pela Samarco, são tradicionalmente usadas na contenção de vazamentos de óleo, por isso, não se tinha certeza da efetividade da estratégia. Segundo a empresa, foram instalados nove quilômetros de barreiras de contenção para proteger as áreas mais sensíveis do estuário (ambiente de transição entre o rio e o mar) localizado em Regência, distrito de Linhares.

“Segundo análises realizadas nesta manhã, a eficiência das barreiras instaladas nas áreas protegidas chegou a ser de até 80%, se compararmos a turbidez da água de dentro do estuário ao canal principal do rio”, diz a empresa.

A empresa acrescentou que as consequências que não puderem ser mitigadas com essas ações estarão cobertas pelo Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) preliminar, assinado com o Ministério Público do Espírito Santo, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho. Esse termo de compromisso “prevê medidas que visam garantir o abastecimento de água em áreas atingidas, a apresentação do Plano Emergencial de Contenção, Prevenção e Mitigação dos Impactos Ambientais e Sociais, além da disponibilização de canais de comunicação com as comunidades dos municípios de Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Marilândia”.

A Samarco diz ainda que contratou uma empresa especialista “em desastres dessa magnitude, que se dedicará à elaboração dos planos, gestão e supervisão das ações que serão implementadas em todas as áreas impactadas ao longo do Rio Doce”.

A barragem de Fundão, localizada em Mariana (MG), rompeu no dia 5 de novembro, gerando enxurrada de rejeitos de mineração. A barragem é da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton.

* Com informações de Bruno Faustino, da TV Educativa-ES, em colaboração para a TV Brasil

Corpo de Bombeiros continua busca por desaparecidos em Mariana


O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais fez hoje (22) buscas por desaparecidos no desastre de Mariana, mas de acordo com a corporação não foram encontrados corpos. Ainda são procuradas onze pessoas.

O trabalho hoje teve o reforço de 25 alunos da Academia de Bombeiros Militar, que continuaram com as buscas no distrito Ponte do Gama. Segundo o Corpo de Bombeiros, houve atenção especial para as áreas indicadas pelos cães nos trabalhos de ontem. “A área é de difícil acesso, de mata fechada e de relevo acidentado e as equipes de busca serão móveis”, informou, em nota, o Corpo de
Bombeiros.


Os bombeiros também fizeram buscas na área da Barragem de Fundão, onde já havia sido encontrados três veículos cobertos pelos rejeitos de minério. “Uma equipe de bombeiros militares, com o auxílio de uma retroescavadeira da Samarco, está trabalhando na área para acesso aos

veículos. A aeronave Arcanjo, do Batalhão de Operações Aéreas, conduziu uma equipe com cães para o local com a finalidade de refinar as buscas”, acrescentou o Corpo de Bombeiros.


A barragem de rejeitos de Fundão, localizada em Mariana (MG), rompeu no dia 5 de novembro, gerando enxurrada de rejeitos de mineração. A barragem é da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton.

sábado, 21 de novembro de 2015

Sebastião Salgado diz que acredita na sobrevivência do Rio Doce


Natural de Aimorés (MG), afetada pelo rompimento das barragens da Samarco, Salgado cresceu às margens do Rio Doce. É dele a ideia de criar um fundo exclusivo para recuperação do rio que deverá ser constituído pelas empresas BHP e Vale, donas da Samarco.

O fotógrafo alerta ainda para a necessidade de que os recursos sejam fiscalizados pela sociedade civil para evitar que o dinheiro seja desviado para uso político. “Tenho muito medo de haver uma espécie de varejo desses fundos e quem sabe numa hora qualquer esses fundos, que deveriam ser para reconstituir uma bacia destruída, passe a ser um recurso para constituir praças públicas e ser plataforma de político. Tenho muito medo.”

De acordo com ele, o formato de gestão do fundo e de fiscalização da aplicação desses recursos ainda será definida e deverá contar com a participação de autoridades federais e estaduais, organizações não governamentais (ONGs) e universidades.

O fotógrafo defende ainda uma ação emergencial de atendimento às populações ribeirinhas que estão com problemas de abastecimento de água. “Para essa parte da população [pescadores e indígenas] vamos ter que encontrar um plano imediato. A proposta que nós temos deve ser concluída a médio e longo prazo, você não recupera uma bacia em menos de 15 ou 20 anos”, disse.

Perguntado sobre possíveis apoios internacionais para constituição do fundo de recuperação da Bacia do Rio Doce, ele disse que a questão é puramente nacional, de duas empresas, a Vale e a BHP que, em última instância, provocaram o dano ecológico. “Depois que o fundo for constituído a gente pode pensar na colaboração internacional tanto técnica quanto financeira para reconstrução da bacia”, ressalta.

Sobre a recuperação das nascentes da região, ele disse que o Instituto Terra, ONG da qual é fundador, pode começar o reflorestamento dessas áreas a partir de outubro do próximo ano, período de chuvas. “O instituto tem o maior viveiro de plantas nativas do estado de Minas Gerais e pode iniciar o plantio e a preparação dos técnicos que vão trabalhar nessa recuperação a longo prazo.”


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Tornado atinge Marechal Cândido Rondon, a oeste do Paraná


Um tornado atingiu na tarde desta quinta-feira (18) parte da cidade de Marechal Cândido Rondon, a oeste do Paraná, interditando estradas, derrubando centenas de árvores e postes de luz. Conforme levantamento das autoridades locais, cerca de 1.500 casas foram atingidas, além de 200 empresas e áreas públicas. A Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou que 14 mil imóveis ficaram sem energia por causa de danos na rede elétrica. De acordo com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), o tornado provocou ventos de 115Km/h a 125 Km/h.

Logo após o ocorrido, por volta das 16h, equipes da prefeitura e do Corpo de Bombeiros começaram a desobstruir as estradas e ajudar as pessoas que tiveram suas residências afetadas. O helicóptero do Samu também esteve na cidade para auxiliar no socorro às vítimas. Segundo a prefeitura, até o momento 20 pessoas passaram pela Unidade de Saúde 24 Horas, sendo que apenas uma teve ferimentos mais grave e foi transferida para um hospital do município, mas passa bem.

No início da noite de ontem, o prefeito da cidade, Moacir Froehlich, convocou uma reunião emergencial com representantes das secretarias municipais, associação comercial, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Copel (companhia de energia do estado). Eles fizeram uma avaliação dos estragos e começaram a traçar estratégias de trabalho para colaborar com as pessoas que foram atingidas, e dar condições de melhor tráfego na cidade.

O Corpo de Bombeiros, além de fornecer lona e outros materiais, pediu mais reforço de efetivo e também mais uma ambulância, segundo a prefeitura. O parque de exposições da cidade foi colocado à disposição para receber pessoas desabrigadas. A prefeitura se comprometeu a fornecer alojamento e alimentação, caso necessário.

As ruas foram todas desobstruídas, sendo que as árvores foram empurradas paras as laterais. As equipes pararam com as atividades tendo em vista que a chuva voltou a cair. Logo no início da manhã, os trabalhos foram retomados.

O Batalhão de Polícia de Fronteira e a Polícia Militar redirecionaram todas as equipes para Marechal Cândido Rondon, colocando todo o seu efetivo durante a noite para evitar possíveis furtos, tendo em vista que parte do município está sem energia elétrica.

Rompimento da barragem é a maior catástrofe ambiental do Brasil, diz ministra


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje (19) que o rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco, em Mariana (MG), há duas semanas, é a maior tragédia ambiental da história do Brasil.

“É a maior catástrofe ambiental do país, isso é inegável. Eu vi o acidente. É impressionante o impacto na flora e nas atividades econômicas”, disse a ministra. "No trecho do Rio Doce em Minas, a ictiofauna [espécies de peixe em uma região] na calha do rio principal acabou".

Segundo Izabella, o governo está trabalhando para reduzir os impactos no Rio Doce e no oceano. “Nós estamos desde sábado trabalhando em parceira com o Espírito Santo e com a prefeitura de Linhares. Abrimos um canal na foz do rio, que está assoreado, para facilitar a dispersão da lama”, informou. "Os peixes de superfície conseguiram migrar para alguns rios tributários, mas estão morrendo, e a fauna ribeirinha também foi impactada".

A ministra informou que a onda de lama deve se espalhar por uma extensão de 9 quilômetros (km) quando chegar ao mar, após desaguar na costa do Espírito Santo, na cidade de Linhares. “Os dados de dispersão disponíveis indicam que a dispersão máxima para o sul é 6 km e a dispersão máxima para o norte é 3 km, porque as correntes marinhas ali seguem para o sul”, disse a ministra.

O rompimento da barragem de Fundão destruiu o distrito de Bento Rodrigues e deixou mais de 900 pessoas desabrigadas. A onda de lama que se formou chegou ao Rio Doce, provocando a mortandade de peixes e impedindo o abastecimento de água em cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo. Sete mortos durante a tragédia foram identificados, cinco corpos aguardam identificação e 11 pessoas permanecem desaparecidas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Justiça manda Samarco barrar lama para evitar chegada ao mar do Espírito Santo


A Justiça Federal no Espírito Santo determinou que a mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a BHP Billiton, apresente em 24 horas medidas para que a lama que atingiu o Rio Doce após o rompimento de barragem de rejeitos de mineração não chegue ao litoral do estado.

Segundo a decisão do juiz Rodrigo Reiff Botelho, a empresa será multada em R$ 10 milhões por dia caso a determinação não seja cumprida.

“Passadas hoje quase duas semanas do início do desastre e já havendo, há algum tempo, a previsão de que o fluxo de lama e resíduos, ao se movimentar ao longo do leito do Rio Doce, fatalmente iria atingir e afetar drasticamente a foz do referido rio e todo o ecossistema local e marinho capixaba, as unidades de conservação no entorno e as praias costeiras, não houve ainda, ao que parece, a elaboração de um plano emergencial de contingência para se minorar esses impactos que se mostram como certos”, diz o juiz na sentença.

A onda de lama que se formou após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, chegou ao Rio Doce, provocando a morte de peixes e impedido o abastecimento de água em cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo. O rio deságua no mar na cidade capixaba de Linhares. A previsão é que a lama chegue à foz do rio até o fim de semana.

A Samarco confirmou o recebimento da decisão da Justiça Federal e informa que irá analisar “cuidadosamente” o que é requerido. A empresa Informou que está tomando as providências para mitigar as consequências geradas com o avanço da lama pelo Rio Doce.

Segundo a empresa, 9 mil metros de barreiras de contenção começaram a ser instaladas ontem (18). “ As contenções começam na parte sul da foz, em Regência, e seguem até Povoação, na região de Linhares. As barreiras serão instaladas em pontos estratégicos, às margens do rio, com o objetivo de preservar a fauna e a flora locais”, disse a empresa, em nota.

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