A
Federação das Colônias e Associações dos Pescadores e Aquicultores do Espírito
Santo (Fecopes) entrou na 2ª Vara Cível de Linhares, no litoral norte do
estado, com uma ação coletiva de indenização na qual representa cerca de 3 mil
pescadores. Eles foram atingidos pelo derramamento de lama do Rio Doce após o
rompimento da barragem de rejeitos de Fundão da mineradora Samarco, no distrito
de Bento Rodrigues, em Mariana, região central de Minas Gerais.
O
advogado Leonardo Amarante, que defende a federação, disse que aguarda a
decisão da Justiça sobre a concessão de uma liminar em que foi pedido o
pagamento de pelo menos um salário-mínimo para garantir a sobrevivência dos
profissionais que estão impedidos de exercer o trabalho. A fixação de uma
indenização será em uma segunda etapa do processo, caso seja concedida pelo
juiz. “No mérito do processo tem a fixação da indenização em que o juiz vai
arbitrar os danos materiais e morais, quer dizer, o valor do trabalho que eles
perderam durante o período em que o rio ficar com este problema e o dano moral
que é decorrente do abalo”, esclareceu.
Amarante
explicou que, se a liminar for concedida, o pagamento pode ocorrer em 30 dias,
porque terão que ser feitas medidas administrativas, como relacionar os nomes
dos pescadores que eram cadastrados no antigo Ministério da Pesca e
Aquicultura, agora integrado no Ministério da Agricultura. “Vai demandar um
certo tempo que, a gente espera, seja o menor possível, caso ele defira a
liminar”.
O
advogado classificou como dramática, a situação dos pescadores. Ele disse que
já acompanhou diversos casos de acidentes ambientais, mas nenhum tão sério como
o de Mariana. “Há três colônias de pescadores ao longo do Rio Doce no Espírito Santo
e mais algumas em Minas, então, é dramático”, disse. Segundo ele, os
rendimentos dos pescadores variam, mas a média é de R$ 2.500. O advogado disse
que, embora o pedido de pelo menos um salário-mínimo seja um valor mais baixo,
é para atender uma situação emergencial. “O que a gente espera, no momento é
que tenha essa garantia mínima. Eles ganham mais e a perspectiva é muito ruim.
Estivemos lá ontem e a situação é dramática. É um rio morto mesmo”.
A
Samarco informou, por meio de nota, que ainda não foi notificada sobre a ação,
mas assegurou que mantém entendimentos para atender às famílias atingidas
pelo rompimento da barragem. “A empresa reforça que está em constante
negociação com autoridades públicas competentes para tratar da melhor solução em
relação às famílias atingidas que vivem às margens do Rio Doce”, informou.
isso mesmo
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