O Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
divulgou ontem (28) que encaminhou ofício na quarta-feira (27) à mineradora
Samarco, responsável pela catástrofe ambiental provocada pelo rompimento de
barragem em Mariana (MG), exigindo que a empresa apresente um novo Plano de
Recuperação Ambiental da região afetada pelo desastre. O plano foi considerado
“genérico e superficial” pelo Ibama, que avaliou que se trata de um "plano
preliminar", ao contrário do que foi pedido pelo órgão.
Segundo
informações divulgadas pelo Ibama, a equipe técnica responsável pela análise
considerou que o levantamento dos impactos e as ações propostas pela Samarco
tem “caráter genérico e superficial, sem considerar o imenso volume de
informações produzidas e disponíveis até o momento, além de apresentar pouca
fundamentação metodológica e científica”.
O plano
apresentado pela Samarco, de acordo com a análise do Ibama, "não
especifica, por exemplo, quais espécies da flora foram afetadas, quantas destas
se encontram em risco de extinção ou quantas tem distribuição restrita nos
locais atingidos pela lama". Também não consta no documento a altura da
lama depositada nas margens, subestima o impacto da tragédia na fauna aquática
e faz uma abordagem superficial dos impactos na fauna terrestre. De acordo com
a avaliação, a empresa "minimiza todos os impactos ambientais da ruptura
da barragem”.
Segundo os
analistas do Ibama “a falta de prazos definidos impossibilita qualquer
monitoramento das atividades a serem desenvolvidas por parte dos órgãos
competentes”. Outro ponto destacado na análise feita pela equipe técnica do
Ibama foi que os impactos sociais diretos e indiretos não foram sequer citados.
A Samarco tem
até o dia 17 de fevereiro para entregar as complementações e atualizações
exigidas. A mineradora entregou o documento no dia 18 de janeiro na Superintendência
do Ibama em Minas Gerais e a análise do Ibama foi concluída no dia 21 .
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