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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Triplex: Moro nega pedidos de Lula e do MPF para ouvir novas testemunhas

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, negou hoje (15) pedidos do Ministério Público Federal (MPF) e da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que fossem ouvidas novas testemunhas no processo que investiga suposta ligação entre Lula e um apartamento triplex pertencente à OAS Empreendimentos. O despacho foi publicado no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná antes das 6h desta segunda-feira.

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Os advogados de Lula haviam solicitado a oitiva de pelo menos mais oito testemunhas, das quais a maioria teria sido citada em depoimentos anteriores. "Considerando a quantidade de depoimentos já tomados sobre a reforma do apartamento triplex, não são necessários outros sobre o mesmo assunto", avaliou Moro.

O juiz também ressaltou que a defesa do ex-presidente não apresentou a identificação completa e o endereço das testemunhas indicadas.

O MPF, por sua vez, havia apontado três nomes para serem interrogados. Moro reconheceu que o pedido dos procuradores incluiu a identificação completa e o endereço dos indicados, mas também considerou irrelevantes as oitivas. "O que se faz necessário, sim, é valorar oportunamente os depoimentos já tomados, juntamente com as demais provas", escreveu no despacho.

No mesmo documento, Sergio Moro indeferiu oito requisições da defesa de Lula para que fossem produzidas provas. Quatro dos pedidos eram relacionados à OAS Empreendimentos, dois à Petrobras e dois tratavam de ações junto ao MPF, à Polícia Federal e à Abin.

Alegações finais
Ao final do despacho, Moro fixou os prazos para as alegações finais das partes envolvidas na ação penal. O prazo começa a correr um dia após o último interrogatório, que está previsto para o dia 24 deste mês.

No dia 25, começa o prazo de sete dias para o MPF, que vai até 2 de junho. A partir do dia 5, a Petrobras terá dois dias úteis para enviar as alegações finais da estatal. As defesas dos réus terão nove dias úteis, a contar a partir do dia 7 de junho.


Após as alegações finais das partes, o processo entrará na fase de sentença.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lula ataca vazamentos seletivos e relação de Moro com imprensa

“Doutor, o senhor sem querer talvez entrou nesse processo. Sabe por quê?”, indagou Lula, “porque o vazamento de conversas com a minha mulher e dela com meus filhos foi o senhor que autorizou”

Ao fim do depoimento ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira (10), em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em evidência a relação de Moro com a imprensa nos vazamentos seletivos que a mídia comercial tem usado para atacar sua imagem. “Doutor, o senhor sem querer talvez entrou nesse processo. Sabe por quê?”, indagou Lula, “porque o vazamento de conversas com a minha mulher e dela com meus filhos foi o senhor que autorizou”.

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Nas redes sociais, essa intervenção de Lula soou como um golpe final, uma chinelada no juiz ou algo semelhante. Ela aconteceu nas considerações finais do depoimento, depois de Moro desqualificar seguidamente as críticas de Lula em relação aos vazamentos de delações da Lava Jato. “Agora o senhor tem essas reclamações da imprensa, eu compreendo, mas esse realmente não é o foro próprio para o senhor reclamar contra o tratamento da imprensa. O juiz não tem nenhuma relação com o que a imprensa publica ou não publica e esses processos são públicos”, disse Moro, dando a deixa para Lula lembrá-lo do episódio de 2016.

O depoimento de Lula, de cinco horas, foi o mais longo da Lava Jato. O objeto do processo, o apartamento tríplex do Guarujá, segundo a tese da acusação, seria parte da propina que Lula teria recebido da construtora OAS, dona do empreendimento. Mas não há provas que possam apontar Lula como dono do imóvel.

Nas considerações finais, Lula caracterizou a ação de Moro como uma perseguição. “Estou sendo vítima da maior caçada jurídica que um presidente, um político brasileiro já teve. Quando fui eleito presidente da República, em 2003, eu tinha um compromisso de fé. Eu tinha consciência de que não podia errar, porque eu me espelhava no Walesa (Lech Walesa, governou a Polônia de 1990 a 1995), que depois de ter sido sindicalista, depois de ter sido presidente da República, tentou se reeleger e teve só meio por cento dos votos. Eu dizia pra mim todo santo dia que eu não tinha o direito de errar”.

Ao final, Lula protestou contra a condução coercitiva que o levou a depor na Polícia Federal em março de 2016. “Eu não tinha o direito de ter a minha casa molestada sem que eu fosse intimado para uma audiência, ninguém nunca me convidou e de repente eu vejo um pelotão da Polícia Federal, quando eu saí, levantaram até o colchão na minha casa, achando que eu tinha dinheiro”.


“Espero que esta nação nunca abdique de acreditar na Justiça”, disse ainda o ex-presidente e depois chamou a atenção do atenção de Moro para os ataques da imprensa. “Agora eu queria lhe avisar uma coisa: esses mesmos que me atacam hoje, se tiverem sinais de que eu serei absolvido, prepare-se, porque os ataques ao senhor, vai ser muito mais forte do que eles fazem até com ministro da Suprema Corte que não pensa como a imprensa brasileira hoje”.

Confira o vídeo final da audiência:

Vídeo: Depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro - partes 7, 8 e 9

Nas partes 7, 8 e 9 do depoimento, prestado nesta quarta-feira (10) em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responde a perguntas de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) sobre se seria dono de um apartamento no Guarujá e sobre a destinação e armazenamento do acervo presidencial.

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Confira os vídeos:

Vídeo: Depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro - partes 4, 5 e 6

Nas partes 4, 5 e 6 do depoimento, prestado nesta quarta-feira (10) em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua a responder a questionamentos do juiz Sérgio Moro sobre a posse de um apartamento no Guarujá, e de como se dava a nomeação de diretores da Petrobras, que eram indicados por partidos que compunham a base do governo.

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Moro também pergunta sobre temas relacionados ao processo do chamado mensalão, que não fazia parte do objeto da acusação.

Confira os vídeos:

Vídeo: Depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro - partes 1, 2 e 3


RBA
Ex-presidente respondeu a interrogatório da Lava Jato em Curitiba, em ação em que é acusado de ocultar o posse de um apartamento no Guarujá

São Paulo – Nas três primeiras partes do depoimento, prestado nesta quarta-feira (10) em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responde a questionamentos do juiz Sérgio Moro sobre a posse de um apartamento no Guarujá, que, segundo a acusação, teria sido reformado e recebido como recompensa de supostos privilégios obtidos pela construtora OAS em contratos com a Petrobras.

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"Como considero esse processo ilegítimo e a denúncia, uma farsa, estou aqui em respeito à Lei e a Constituição, mas com muitas ressalvas com o comportamento dos procuradores da Lava Jato", disse Lula, em uma das respostas. "Quem conta uma mentira, passa a vida inteira mentindo para justificar a primeira mentira." 

Confira os vídeos:

Lula diz a Moro que não há provas contra ele e nega conhecimento de propina

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em depoimento ontem (10) ao juiz Sérgio Moro que não há provas de que ele tenha cometido algum crime, negou ter conhecimento de pagamento de propina da empreiteira OAS a funcionários da Petrobras e ao PT e também de ter orientado o presidente da construtora, Léo Pinheiro, a destruir eventuais provas do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

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Ao ser perguntado por Moro se sabia que a OAS repassava propina por meio de uma “conta-geral” gerida pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, Lula respondeu:  “Se [eu] tivesse [conhecimento], eles seriam presos bem antes”.

O ex-presidente foi indagado porque procurou o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. Irritado, Lula respondeu que queria se certificar que o executivo não tinha contas no exterior para receber recursos de propina, conforme informações divulgadas na época.

“Acabei de falar [porque procurei Duque especificamente]. A sua secretária deve ter escrito aí. Eu disse que tinha muito boato de que estava sendo roubado o dinheiro, que o Duque tinha conta no exterior. E eu falei para o Vaccari: 'Se você conhece o Duque, eu queria conversar com ele [para falar]: Duque, é o seguinte: você tem conta no exterior? Não tenho. Acabou, para mim era o que interessava”, afirmou, acrescentando que Duque foi o único procurado por ter sido indicado pelo PT.

No depoimento, Lula afirmou que não existem provas, como escritura ou outros documentos em seu nome que certifiquem que o triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP) seria dele. “Se eu cometi um crime, prove que eu cometi um crime. Apresente à sociedade e o Lula será punido como qualquer cidadão é punido. Mas, pelo amor de Deus, apresentem uma prova. Chega de diz-que-diz.”

Lula é réu na ação em que é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras. O Ministério Público Federal alega que os valores foram repassados a Lula por meio da reforma de um apartamento no Guarujá e do pagamento do armazenamento de bens de Lula, como presentes recebidos no período em que era presidente. O ex-presidente é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Destruição de provas
Em delação premiada, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, afirmou que Lula o procurou em 2014 para saber se a empreiteira tinha registros documentais do pagamento de propinas. Segundo Pinheiro, o ex-presidente pediu para que as provas fossem destruídas.

Lula nega tal pedido. “Encontrei o Léo Pinheiro mais de uma vez, e jamais disse o que ele falou”, respondeu o ex-presidente. Segundo ele, naquela época de crise econômica, empresários o procuravam para pedir orientações sobre o que fazer para contornar as dificuldades. “Inclusive o Léo”, completou.

O ex-presidente repetiu a afirmação de que tratou sobre o triplex com Léo Pinheiro apenas em duas ocasiões: em 2013, em uma reunião no Instituto Lula, e quando foi visitar o prédio, em 2014. Segundo ele, nos demais encontros o assunto não era discutido.

Ministério Público
Após as indagações de Moro, os procuradores do Ministério Público Federal fizeram seus questionamentos. O MPF apresentou uma fotografia de dois contêineres com as inscrições “sítio” e “praia”. Segundo os procuradores, esses contêineres tinha parte do acervo presidencial, que estava no Palácio da Alvorada.

“Quem pode responder o que tava dentro dessa caixa é quem foi investigar, é quem abriu as caixas. Eu nunca abri uma caixa, nunca visitei o acervo, não sei o que tem dentro. [...] O fato de estar escrito ‘praia’ é porque eu ia à praia quando era presidente. Não quer dizer nada”, respondeu Lula.

O MPF também apresentou um documento que supostamente trata do contrato entre a OAS e a Granero para que esta guardasse o acervo presidencial. De acordo com os procuradores, os objetos guardados eram bens de escritório pertencentes à OAS.

O representante do MPF perguntou o documento não menciona o acervo presidencial. “Pelo que eu já ouvi em depoimentos aqui, a origem desse espaço era para a OAS guardar as coisas dela”, respondeu o ex-presidente.

Alegações finais
Nas alegações finais, o ex-presidente criticou a imprensa, os vazamentos de informação aos veículos de informação e disse que a denúncia contra ele foi baseiada em notícias jornalísticas que levaram os procuradores a produzirem “uma apresentação de Power Point” mentirosa e com uma tese política.

“Eu conheço os vazamentos, eu sei dos vazamentos. É como se o Lula tivesse, pela imprensa, pelo Ministério Público, sendo procurado. […] Se adotou a política de primeiro a imprensa criminalizar”, disse.


Moro rebateu Lula e disse que a imprensa não vai influenciar seu julgamento. “Essa acusação é pública.  Não existem vazamentos em relação a essas ações penais. O senhor pode ter certeza de que o processo será julgado com base nas provas e na lei e serão levadas em consideração essas declarações que o senhor fez a este respeito. Este não é o foro próprio para o senhor reclamar do tratamento da imprensa. O juiz não tem relação com o que a imprensa publica.”

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Em depoimento a Moro, Lula diz que "nunca houve a intenção de adquirir triplex"


Em interrogatório de quase cinco horas ao juiz federal Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que nunca houve intenção de adquirir um triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, em São Paulo.

Lula contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia comprou uma cota da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) - que era dona do prédio - de um apartamento simples.

Questionado por Moro se havia intenção desde o início de adquirir um triplex no empreendimento, Lula respondeu: “Não havia no início e não havia no fim. Nunca houve a intenção de adquirir um triplex”.

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Esta foi a primeira vez que Lula prestou depoimento a Moro. O ex-presidente é réu na ação em que é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras. O Ministério Público Federal alega que os valores foram repassados a Lula por meio da reforma de um apartamento no Guarujá e do pagamento do armazenamento de bens de Lula, como presentes recebidos no período em que era presidente. O ex-presidente é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lula nega as acusações. 

No início do depoimento, Moro afirmou a Lula que ele seria tratado com respeito e qualquer decisão será tomada apenas ao final do processo. “Eu queria deixar claro em que pesem algumas alegações nesse sentido, da minha parte eu não tenho qualquer desavença pessoal em relação ao senhor ex-presidente. O que vai determinar o resultado desse processo no final deste processo são as provas que vão ser colecionadas e a lei. E vamos deixar claro que quem faz a acusação neste processo é o Ministério Público e não o juiz. Eu estou aqui para ouvi-lo e para proferir um julgamento ao final do processo". Em depoimentos de outras pessoas no processo, foram registrados desentendimentos entre o juiz e a defesa do ex-presidente.

Moro também comentou dos boatos de uma eventual prisão de Lula durante depoimento. “São boatos que não tem qualquer fundamento. Imagino que seus advogados já tenham lhe alertado que não haveria essa possibilidade. E para deixá-lo tranquilo lhe asseguro de pronto e expressamente que isso não vai acontecer.” E Lula afirmou: “Eu já tinha consciência disso.”


O depoimento começou com perguntas do juiz, seguido da assistência da acusação e dos procuradores do Ministério Público Federal. Em seguida, houve um intervalo. O interrogatório foi retomado e Moro voltou a fazer perguntas. Depois, os advogados de Lula apresentaram alguns questionamentos. E por último, o ex-presidente fez suas alegações finais. Após depor, o ex-presidente participou de ato na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, onde estavam concentrados manifestantes que apoiam Lula.

Após cinco horas, termina depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro


Após cinco horas, terminou há pouco o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro em Curitiba.

Lula respondeu a perguntas de Moro, da assistência de acusação, de procuradores do Ministério Público Federal e fez as alegações finais.

O ex-presidente é acusado de ter recebido propina da empreiteira OAS por meio das reformas de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e de um sítio em Atibaia, no interior do estado.

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O depoimento de Lula começou por volta das 14h15. Usando uma gravata com as cores da bandeira do Brasil, o ex-presidente entrou no prédio da Justiça Federal acompanhado de seu advogado Cristiano Zanin. Manifestantes favoráveis e políticos aliados acompanharam Lula até o prédio. Entre os aliados que foram até Curitiba para apoiá-lo, está a ex-presidenta Dilma Rousseff.

O depoimento ocorreu sob forte esquema de segurança na área externa do prédio. Cerca de 3 mil profissionais de segurança pública das esferas federal, estadual e municipal foram mobilizados. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, desse total, cerca de 1,7 mil são policiais militares que atuam em Curitiba.

Durante todo o dia, centenas de policiais militares fizeram um bloqueio em um perímetro de 150 metros ao redor prédio da Justiça Federal. Agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal cuidaram do isolamento do próprio prédio. Os profissionais também acompanharam os atos a favor e contrários a Lula e fizeram a escolta do carro do ex-presidente.


Manifestantes contra e a favor de Lula realizaram atos em pontos diferentes da capital paranaense. De acordo com o governo estadual, cerca de 6 mil manifestantes que apoiam Lula  foram para Curitiba para acompanhar o interrogatório.  Ao todo, foram 128 ônibus vindos de vários estados do país. Grupos contrários também foram para a cidade, mas a Polícia Militar informou que não recebeu notificações de ônibus fretados.

Em mensagem ao STF, Moro defende prisão de Palocci

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância em Curitiba, enviou hoje (10) uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para defender que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci permaneça preso.

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Moro destacou ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a existência de provas que dão conta da movimentação, possivelmente até 2014, de cerca de R$ 150 milhões em recursos ilícitos por Antonio Palocci – para caixa dois de campanhas eleitorais ou para enriquecimento próprio.

O magistrado ressaltou ainda que tal quantia não foi integralmente recuperada, dando chance à prática de novos crimes de lavagem de dinheiro, caso o ex-ministro seja solto.

“O que se tem, portanto, em cognição sumária, são provas de macrocorrupção, praticada de forma serial pelo paciente, com graves consequências, não só enriquecimento ilícito, mas também afetando a integridade de processos eleitorais no Brasil e no exterior por sucessivos anos”, escreveu Moro na mensagem ao STF.

Para defender a prisão preventiva de Palocci, Moro apontou haver indícios de que o ex-ministro tentou destruir provas até poucas horas antes de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele, no dia 26 de setembro do ano passado, mesma data em que foi preso.

Após ter negado liminar (decisão provisória) para soltar Palocci, Fachin enviou ao plenário o julgamento do pedido de liberdade do ex-ministro.


A iniciativa foi tomada após Fachin ter sido vencido na Segunda Turma da Corte, colegiado responsável pelas questões relativas à Lava Jato, nos julgamentos que decidiram pela soltura do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do empresário José Carlos Bumlai e do ex-tesoureiro do PP João Claudio Genú, todos réus na Lava Jato.

Depoimento de Lula a Moro já dura mais de três horas

O interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, na sede da Justiça Federal no Paraná, em Curitiba, já dura mais de três horas. Primeiro Lula respondeu a perguntas de Moro, depois foi a vez da assistência da acusação, seguida dos procuradores do Ministério Público Federal. Foi feita então uma pausa para água, café e banheiro. Depois de 10 minutos, o interrogatório foi retomado e Moro fez novas perguntas. Há ainda espaço para a defesa apresentar questionamentos.

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O depoimento ocorre sob forte esquema de segurança na área externa do prédio. Cerca de 3 mil profissionais de segurança pública das esferas federal, estadual e municipal foram mobilizados para o interrogatório. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, desse total, cerca de 1, 7 mil são policiais militares que atuam em Curitiba.

Bloqueio
Durante todo o dia, centenas de policiais militares fizeram um bloqueio em um perímetro de 150 metros ao redor prédio da Justiça Federal. Agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal cuidaram do isolamento do próprio prédio. Os profissionais também acompanharam os atos a favor e contrários a Lula e fizeram a escolta do carro do ex-presidente.


De acordo com o governo estadual, cerca de 6 mil manifestantes que apoiam Lula vieram à capital para acompanhar o interrogatório.  Ao todo, foram 128 ônibus vindos de vários estados do país. Manifestantes contrários também vieram à cidade, mas a Polícia Militar informou que não recebeu notificações de ônibus fretados pelo grupo.

Lula depõe hoje em Curitiba; defesa aguarda decisão sobre adiamento

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depõe hoje (10), às 14h, perante o juiz federal Sérgio Moro em Curitiba, no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, no processo em que o ex-presidente é acusado de receber propina da empreiteira OAS por meio das reformas de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e de um sítio em Atibaia, no interior do estado. A defesa do ex-presidente nega que ele seja dono dos imóveis.

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Ontem (9), a defesa do ex-presidente recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para pedir o adiamento do interrogatório. Ainda não há uma decisão judicial sobre o pedido.

A capital paranaense vive um clima de expectativa e recebeu, nos últimos dias, manifestantes pró e contra o ex-presidente vindos de todo país. Para hoje, estão previstos atos pela cidade.

O grupo que apoia Lula vai se concentrar na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná. Para chegar lá, os organizadores providenciaram ônibus para levar os manifestantes que estão no "acampamento pela democracia", montado ao lado da rodoferroviária. De acordo com a organização, 5 mil pessoas estão acampadas.

Por determinação da Justiça, cercas começaram a ser colocadas entre os trilhos de trem e o acampamento, que é organizado por movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), e centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Ontem (9) a 1ª Vara Federal de Curitiba concedeu reintegração de posse de parte do terreno usado pelos manifestantes pró-Lula. O pedido foi feito pela empresa concessionária Rumo, responsável pelo local. E, para garantir a segurança dos manifestantes, a Justiça determinou a colocação de cercas, já que o local é usado para manobra de trens.

O grupo contra Lula também se mobiliza. Manifestantes vindos de vários estados vão se encontrar no Museu Oscar Niemeyer a partir das 10h. A organização do movimento destaca que o ato será pacífico e serve para demonstrar que o ex-presidente não é bem-vindo à capital.

Com bandeiras do Brasil e o chamado Pixuleco – um boneco inflável que representa Lula vestido de presidiário – os manifestantes prometem acompanhar todo o depoimento e mostrar apoio ao que chamam de coragem do juiz federal Sérgio Moro.

Lula é acusado de ter recebido propina da OAS por meio da reserva e da reforma de um apartamento triplex no Guaruja, em São Paulo. A defesa do ex-presidente nega as acusações.


Segundo o grupo a favor do ex-presidente, após o interrogatório, ele deve ir ao acampamento conversar com os manifestantes.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Caravanas contra e a favor de Lula chegam a Curitiba para acompanhar depoimento

O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para esta quarta-feira (10) na sede da Justiça Federal em Curitiba, alterou a rotina na capital paranaense. Manifestantes favoráveis e contrários ao ex-presidente já estão na cidade, que preparou um esquema especial para garantir a segurança de todos os que pretendem acompanhar o depoimento, um dos mais aguardados da Operação Lava Jato. Será a primeira vez que Lula ficará frente a frente com o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação na primeira instância.

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O grupo a favor de Lula está reunido na rodoferroviária da cidade. De acordo com os organizadores, são cerca de 5 mil pessoas, que vieram de vários estados para o "acampamento pela democracia", como o local ficou conhecido. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 20 ônibus com manifestantes já chegaram a Curitiba, e mais 36 são aguardados nas próximas horas.

Para João Pedro Stédile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), o processo judicial tornou-se um processo político. "Nós, dos movimentos populares, somos frontalmente contra qualquer corrupção, conta toda corrupção. Achamos importantes as investigações da Lava Jato. O que condenamos na Lava Jato é essa promiscuidade […]. Essa clara perseguição ao Lula politizou isso”, disse o líder do MST.

O aposentado João Tomás de Lima saiu de Amparo, em São Paulo, para acompanhar o depoimento. Sindicalista, ele conta que desde 1964 participa de atos populares. “Não tenho medo da luta e acho que essa luta aqui é necessária. Porque é uma injustiça que estão fazendo conosco, o povo trabalhador, e com este país, que é tão grande, tão bonito e tão generoso. E estamos vendo as pessoas no poder destruindo tudo isso.”

Os manifestantes que são contra o ex-presidente Lula estão reunidos do lado de fora do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico. Uma das organizadores do ato, Narli Rezende, integrante do Movimento Curitiba contra a Corrupção, diz que objetivo do grupo é "fazer um contraponto com a situação do PT e do vermelho". "Curitiba, tradicionalmente, é uma cidade verde e amarelo. E, em sua grande maioria, Curitiba é a favor da Lava Jato. Então, não queremos passar uma imagem falsa de que Curitiba é vermelha, de que Lula é muito bem-vindo em Curitiba […] O que irrita a gente é a corrupção, independente do partido. Errou, tem que pagar. Robou, tem que devolver e ser preso”, afirmou Narli.

Para Camila Georg, que saiu do Rio Grande do Norte e foi ao museu, é preciso se mobilizar para que as mudanças aconteçam. “Eu vim porque acho que é um marco na história, como o impeachment do [presidente Fernando] Collor. Sentados em casa, nada vai acontecer. Tenho dois filhos e estou lutando pelo futuro deles. Já votei em Lula, por incrível que pareça, e hoje vejo que foi um erro. Eu quero uma coisa melhor para os meus filhos.”

Bloqueio
Um perímetro de 150 metros ao redor do prédio da Justiça Federal será bloqueado a partir do fim da noite de hoje. Apenas moradores, imprensa credenciada e comerciantes do local poderão passar pela área bloqueada.

Uma das moradoras da região, Aracelis Solarewicz, disse que vive ali há cerca de 20 anos e nunca viu situação semelhante. Mas compreende: "é só um dia. A gente tem que se adaptar, acho que não vai ter impacto nenhum. Por isso, vim antes para não ser pega desprevinida. Eu tenho outras alternativas de sair e não passar pelo bloqueio”, afirmou.


O ex-presidente Lula é acusado de ter recebido propina da empreiteira OAS por meio da reserva e da reforma de um apartamento triplex no Guaruja, litoral de São Paulo.

Justiça nega pedido para que defesa de Lula grave interrogatório em Curitiba

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou hoje (9) que o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja gravado também por uma equipe indicada pelo petista. Habitualmente é feita uma gravação oficial das oitivas do processo. Lula será interrogado amanhã (10), em Curitiba, na condição de réu de uma das ações penais a que responde no âmbito da Operação Lava Jato.

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O pedido de habeas corpus já havia sido negado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Os advogados do ex-presidente recorreram da decisão, sob o argumento de que "é importante capturar a completude do ato judicial para observar as expressões faciais e corporais não somente do acusado, mas também do Ministério Público Federal [MPF] e do juízo".

O juiz federal Nivaldo Brunoni entendeu que não há ilegalidade na decisão de Moro. "Nunca transitou por este tribunal inusitado pedido, tampouco notícia de que a gravação oficial realizada pela Justiça Federal tenha sido prejudicial a algum réu", argumentou.


A audiência de amanhã marcará o primeiro encontro presencial entre Lula e Moro.

TRF4 mantém para esta quarta interrogatório de Lula em Curitiba

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu hoje (9) manter a data do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorrerá amanhã (10) em Curitiba. A decisão foi tomada pelo juiz federal Nivaldo Brunoni, que negou o pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados de Lula.

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A defesa de Lula havia requerido a suspensão da audiência para que fosse possível analisar as cerca de 100 mil páginas em documentos que a Petrobras anexou ao processo. O advogado Cristiano Zanin Martins alegou cerceamento de defesa por "não haver viabilidade material de análise dessa documentação antes do interrogatório".

A argumentação de Martins foi negada por Brunoni, que ressaltou que a juntada de documentos por parte da Petrobras foi requerida pela própria defesa do ex-presidente. O juiz relator também negou o pedido de que a tramitação do processo fosse suspensa até que os advogados de Lula pudessem analisar a documentação.

"Foge do razoável a defesa pretender o sobrestamento da ação penal até a aferição da integralidade da documentação por ela própria solicitada, quando a inicial acusatória está suficientemente instruída", diz o despacho de Brunoni.


A audiência de amanhã marcará o primeiro encontro presencial de Lula com o juiz federal Sergio Moro. O ex-presidente será interrogado na condição de réu da ação penal a que responde no âmbito da Operação Lava Jato.

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