O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez 22 novos pedidos ao ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), com base
nas delações premiadas do casal de publicitários João Santana e Mônica Moura,
cujo sigilo foi retirado hoje (11). Ambos atuaram por mais de 15 anos em
campanhas eleitorais do PT.
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Nenhuma
das petições diz respeito à abertura de novos inquéritos, mas solicitam que as
informações prestadas pelos marqueteiros sejam incluídas em investigações já em
andamento no STF ou sejam remetidas para análise da Justiça Federal de cinco
estados: Paraná, Sergipe, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Com
isso, as declarações de João Santana e Mônica Moura, que em sua maioria relatam
pagamentos ilícitos oriundos da empreiteira Odebrecht, irão se somar às
investigações contra ao menos três parlamentares: os senadores Gleisi Hoffmann
(PT-SP), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ).
As
informações remetidas à primeira instância dos estados dizem respeito,
sobretudo, à atuação dos ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio
Palocci, bem como do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, na intermediação de
dinheiro de caixa 2 (doação não declarada) da Odebrecht para campanhas locais.
Entre
as 22 petições, três dizem respeito a Dilma Rousseff: uma por sua suposta
tentativa de obstruir a Lava Jato; outra por benefícios pessoais que teria
recebido; e uma terceira relacionada a irregularidades nas suas campanhas de
2010 e 2014 à Presidência.
São
citados também outros políticos que são ou já foram do PT, como o ex-prefeito
de São Paulo Fernando Haddad; o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo; o
ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Patrus Ananias; o governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel; e o ex-senador Delcídio do Amaral. O deputado
federal Vander Loubet (PT-MS) teve a petição que se refere a ele remetida para
nova análise pelo Ministério Público Federal (MPF).
Um
dos pedidos trata ainda da tentativa de compra de tempo de TV de partidos que
compunham a coligação da chapa Dilma-Temer, o que já é objeto de análise
no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma última petição não teve seu conteúdo
divulgado.
Há
relatos ainda de irregularidades em campanhas eleitorais em El Salvador, em
Angola, no Panamá e na Venezuela, onde US$ 11 milhões teriam sido entregues ao
casal pelo próprio presidente venezuelano Nicolás Maduro, segundo as delações.
O
ministro Edson Fachin concedeu todos os pedidos para inclusão de informações em
investigações já em andamento ou remessa à primeira instância dos estados e às
autoridades internacionais. A exceção foram os reiterados pedidos de Janot para
que as declarações fossem incluídas no inquérito específico que investiga
formação de quadrilha dentro do PT. Nestes casos, Fachin não se manifestou.
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