Cerca
de 500 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
começaram a chegar a Curitiba, em mais de 20 ônibus, para acompanhar o depoimento
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previsto para amanhã (10), na
Justiça Federal.
O
depoimento será tomado pelo juiz Sérgio Moro, no processo em que o
ex-presidente é acusado de receber propina da empreiteira OAS por meio das
reformas de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e de um
sítio em Atibaia, no interior do estado. A defesa do ex-presidente nega que ele
seja dono dos imóveis.
Leia também:
A
defesa de Lula protocolou ontem (8) um pedido de habeas corpus no
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, para pedir a suspensão
do processo em que ele é acusado de receber vantagens indevidas da construtora
OAS. A defesa alega que não teve tempo hábil de analisar documentos que foram
juntados ao processo entre os dias 28 de abril e 2 de maio por meio digital.
Ato simbólico
De
acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os ônibus que trazem os
sem-terra estão sendo escoltados para garantir a segurança dos manifestantes e
permitir a melhor fluidez do trânsito. O destino é uma área reservada nas
proximidades da Rodoferroviária, na região central da capital paranaense.
Mais
cedo, os manifestantes fizeram um ato simbólico às margens do Km 108, da
BR-277. No local, existe um monumento em homenagem ao agricultor Antônio
Tavares Pereira, morto em maio de 2000, quando se dirigia a Curitiba junto com
integrantes do MST para uma manifestação pelo Dia do Trabalho.
Esquema de segurança
O esquema
especial de segurança foi montado pelo governo do Paraná para evitar
confrontos entre manifestantes e outras intercorrências, prevê bloqueio em um
raio de 150 metros em torno do prédio, e apenas jornalistas credenciados e
moradores da região poderão passar pelos policiais. A Polícia Militar (PM) do
estado vai cuidar da segurança nas ruas ao redor do prédio da Justiça Federal,
que será monitorado pela Polícia Federal.
Os
grupos favoráveis e contra o ex-presidente ficarão em pontos distintos da
cidade. De acordo com o secretário estadual de Segurança, Wagner Mesquita,
simpatizantes de Lula vão ficar na Rua XV de Novembro, e os que são contra, no
Centro Cívico.
A
diretoria do Foro suspendeu os prazos processuais e o atendimento ao público no
dia do interrogatório. Além disso, segundo decisão da diretora do Foro, a juíza
federal Gisele Lemke, só poderão entrar no Edifício Manoel de Oliveira Franco
Sobrinho (sede Cabral) as pessoas envolvidas com a realização e apoio da
audiência, devidamente autorizadas pela Direção do Foro.
Restrições aos protestos
Nesta
segunda-feira, o juiz Eneias de Souza Ferreira, da Justiça do Paraná, no
município de Campo Largo, concedeu liminar em ação da concessionária Rodonorte,
que administra a via, proibindo o bloqueio da rodovia sob pena de multa de R$
500 mil contra os responsáveis.
Também
está proibida até as 23h de amanhã (10) a montagem de estruturas e
acampamentos nas ruas e praças da cidade de Curitiba, sob pena de multa
diária de R$ 50 mil. A decisão é da juíza Diele Denardin Zydek, da 5ª Vara da
Fazenda Pública da Região Metropolitana, que acatou pedido de liminar em ação
movida pela prefeitura da capital paranaense. Apesar da proibição, a magistrada
diz no documento que considera salutar que a prefeitura negocie com os
movimentos sociais soluções que garantam o direito de manifestação.
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