Ex-presidente
será interrogado em processo da Lava Jato sobre triplex no Guarujá, no qual é
réu.
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou às 13h45 à sede da
Justiça Federal de Curitiba, no Paraná, para prestar depoimento ao juiz Sérgio
Moro, responsável pelas ações da operação Lava Jato na primeira instância. A
audiência está marcada para começar às 14h.
Lula
desembarcou no aeroporto Afonso Pena por volta das 10h, em um avião particular
que partiu de São Paulo. Em seguida, ele foi para um escritório de advocacia,
no bairro Boa Vista. Também está na capital do Paraná a ex-presidente Dilma
Rousseff.
Leia
também:
Um
forte esquema de segurança, com bloqueio de ruas e dezenas de policiais,
está montado no entorno da Justiça Federal, no bairro Ahú.
A
Justiça do Paraná proibiu acampamentos na cidade e também restringiu a
circulação de carros e pedestres na região do entorno do prédio.
Manifestantes
pró e contra Lula estão na cidade. De acordo com a Secretaria de Estado da
Segurança Pública (Sesp), eles serão separados, para evitar confrontos. Quem
quiser realizar manifestações a favor de Lula deverá ficar na Praça Santos
Andrade. Já as pessoas contrárias devem permanecer na região do Centro Cívico.
É
o primeiro depoimento de Lula na presença de Moro e na condição de réu. Neste
processo, Lula é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propina, de forma
dissimulada, da empreiteira OAS. Em troca, ela seria beneficiada em contratos
com a Petrobras.
Segundo
o Ministério Público Federal (MPF), a OAS destinou ao ex-presidente um
apartamento triplex, em Guarujá (SP), fez reformas neste mesmo imóvel e também
pagou a guarda de bens de Lula em um depósito da transportadora Granero.
A
defesa do ex-presidente nega todas as acusações.
Recursos negados
No
final da tarde de terça (9), os advogados de Lula entraram com três
recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra decisões do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que havia negado pedidos da defesa para
adiar o depoimento.
Nesta
quarta, o ministro Félix Fischer negou todos os recursos apresentados
pela defesa de Lula. Um deles pedia para suspender por 90 dias o processo para
que a defesa tivesse tempo de analisar diversos documentos da Petrobras incluídos
no caso.
O
outro recurso negado pedia que a defesa pudesse fazer uma gravação própria da
audiência desta quarta.
O
terceiro pedia que o STJ suspendesse o processo até uma análise definitiva
sobre Moro ser ou não suspeito para julgar o caso do ex-presidente.
O processo
O
MPF denunciou o ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 14
de setembro 2016. Seis dias depois, a Justiça aceitou a denúncia, e Lula e
outras sete pessoas viraram réus. Entre eles, estava a ex-primeira-dama Marisa
Letícia, que morreu em fevereiro deste ano e teve as acusações arquivadas por
Moro.
Desde
que foi denunciado, Lula tem negado o recebimento de propinas e o favorecimento
da OAS na Petrobras. A defesa diz que o MPF não tem provas que sustentem a
denúncia.
Segundo
advogados, a mulher de Lula tinha uma cota no condomínio do triplex, mas a
vendeu quando a OAS assumiu a obra. Eles alegam que Lula e Marisa chegaram a
visitar o apartamento citado na denúncia porque planejavam comprá-lo – o que
acabou não ocorrendo. A defesa também nega irregularidades no apoio oferecido
pela empreiteira para guardar os bens do ex-presidente.
Em
novembro do ano passado, o ex-presidente prestou depoimento a Moro por
videoconferência como testemunha de defesa do deputado cassado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
Fase final
Após
o depoimento de Lula, o processo chegará à fase final. O MPF e as defesas
poderão pedir as últimas diligências. Caso isso não ocorra, o juiz determinará
os prazos para que as partes apresentem as alegações finais.
Em
seguida, os autos voltam para Moro, que vai definir a sentença, podendo
condenar ou absolver os réus. Não há prazo para que a sentença seja publicada.
Bloqueios e segurança em
Curitiba
A
capital paranaense prepara um esquema especial de trânsito e segurança na
cidade, especialmente na região onde fica a Justiça Federal, para o dia do
depoimento de Lula a Moro. Devem haver manifestações a favor do ex-presidente e
também de grupos que defendem a Lava Jato.
Uma
decisão judicial proibiu acampamentos pela cidade das 23h de segunda até as 23h
desta quarta. Também limitou a circulação de veículos e pedestres na região da
Justiça Federal, no bairro Ahú.
Haverá
uma força-tarefa em pontos estratégicos da cidade, com participação das
polícias Civil, Militar, Rodoviária e Federal. Também foram feitos bloqueios no
trânsito e alteração de algumas linhas de ônibus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi