quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Ativista anti-PT afirma que Aécio e Caiado financiaram impeachment de Dilma


Ativista que ganhou repercussão por uma série de vídeos em que ataca duramente o PT revela que impeachment de Dilma foi financiado por Aécio Neves e Ronaldo Caiado. Dani Schwery explica que tudo foi armado, mas com o objetivo de parecer espontâneo. Desiludida com a política, ela deixou o PSDB e conta que está sendo ameaçada


Mauro Donato, DCM

Um plano encabeçado e financiado por Aécio Neves e Ronaldo Caiado; eleições indiretas são para salvar FHC; movimentos pró impeachment como o MBL são fantoches.

Quem afirma é Daniela Schwery, uma das primeiras manifestantes a conclamar a população a ir para as ruas ‘contra a ditadura comunista que seria a reeleição de Dilma’, cujos vídeos atingiam 70 mil views.

Dizendo-se enganada pelo PSDB, hoje Schwery desfiliou-se do partido e ganha a vida como assessora do humorista Juca Chaves. Ela conversou com o DCM na última sexta-feira. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Esses grupos sempre se disseram independentes, espontâneos, apartidários que não recebiam dinheiro de partidos ou de políticos. Mesmo quando todo mundo já sabia que o Vem Pra Rua, por exemplo, tinha dinheiro do Jorge Paulo Lehmann, sócio da cervejaria Ambev.

Schwery: Espontâneo o cacete. Eu fui a uma reunião quando o Vem Pra Rua estava querendo surgir no cenário com o Rogerio Chequer. Era gente que não queria aparecer, sempre ficou escondida, não subia nos carros de som. Essa turma é PSDB.

Você diz que MBL, Vem Pra Rua e afins não são movimentos sociais? O que são então?

Schwery: Eles são profissionais da comunicação. Eles estudam as massas e tal. Rogério Chequer é um profissional da comunicação. Quando ia a eventos ele orientava até na hora de tirar fotos. A Carla Zambelli é amiga do Augusto Nunes. A cúpula do PSDB é toda ligada ao Reinaldo Azevedo. Eles foram se infiltrando e forjando ser algo espontâneo. Mas nós nunca reconhecemos nenhum desses grupos como liderança. A gente criticava o Lula por não ter estudo e daí vem o Kim Kataguiri? Me poupe.

Mas você não fazia parte? A todo momento usa termos como ‘nós’ e ‘eles’. Quem são os ‘nós’ e os ‘eles’?

‘Eles’ são essa turma liberal. Eles caíam matando em cima de mim porque eu era do PSDB e para eles PT é igual PSDB. Eu também acho isso, mas eles são uns hipócritas porque fazem esse discurso enquanto a cúpula deles… Humm.

Tudo encenação?

O que foi aquela marcha a pé até Brasília? Ridículo. Saíam da marcha, comiam bem, dormiam em hotéis e voltavam para a estrada para fazer fotos. A Carla Zambelli é amicíssima do Danilo Amaral do ‘Acorda Brasil’, um cara que ia para manifestação contra corrupção mas que foi citado 18 vezes na Lava Jato.

Quem então é a cúpula, quem puxou todo esse processo?

Aécio e Caiado. No começo houve um acordo ‘todo mundo com todo mundo’ para unir forças, ignorando nossas diferenças. Mas a cúpula dessa galera não era clara pras pessoas. E quem conduziu dessa maneira foi o Aécio junto ao Caiado, que fizeram um acordão para que o pedido de impeachment produzido pelo Helio Bicudo fosse adiante numa grande jogada. Caiado pagou a Carla Zambelli para liderar esse processo todo de empurrar o impeachment do Bicudo, por isso queremos CPI desses ‘movimentos’.

Mas impeachment não era o desejo de vocês?

A gente queria novas eleições, derrubar o Temer também, mas depois começaram a fantasiar a coisa toda, separar as contas da Dilma e do Temer, do PT e do PMDB. Pegaram a pior argumentação, que era a das pedaladas. Nós ficamos putos.

As coisas que vocês (referindo-se ao DCM) criticam, nós concordamos. Temos a autocrítica de que tudo que serviu para Dilma serviria para o Alckmin também. Nós sempre alertamos que se o PT fosse derrubado a Lava Jato iria chegar no PSDB também. Repare que no começo o PSDB se dizia contra o impeachment.

Havia vários pedidos de impeachment. Por que brigaram para fazer valer o capitaneado por Helio Bicudo, Janaína Paschoal e Reale Junior?

O primeiro pedido de impeachment quem fez foi o Bolsonaro. Tinha fundamentação para derrubar os dois, a chapa. Apoiamos. Não se tratava de ser pró Bolsonaro ou não. Mas já tinha um pedido lá, então que fosse aquele. Mas a cúpula depois entrou com outros pedidos para retardar o processo enquanto construía o marketing todo. Foi então que apareceram a Carla Zambelli, a Janaína Paschoal, para fazer toda essa engrenagem em torno do pedido do Helio Bicudo.

Tudo ficou aparelhado. Conseguiram o ‘aval’ de 43 ‘movimentos sociais’ e pronto. Mas que movimentos? Alguém que tinha uma página no facebook com 600 curtidas era um ‘movimento’. Um grupinho de WhatsApp era um ‘movimento’, tinha um nome, assinaram lá e pronto. Muita gente foi enganada, não concordou depois de ter assinado, mas a Carla dizia ‘agora já era, sua assinatura já foi’.

Tudo isso com qual a intenção?

Eleições indiretas. A gente alertava sobre isso. O FHC, se você perguntar ele vai dizer que não, mas ele aceita voltar. Deve estar com o c… na mão com o avanço da Lava Jato e já fez as continhas de que antes de 2018 a operação chegaria nele. Então o Xico Graziano [um dos principais assessores do ex-presidente, autor do artigo “Volta, FHC”] já veio arquitetando isso, visando o foro privilegiado.

Quando então a ficha caiu? Há uma mensagem entre vocês de Heduan Pinheiro de um tal Movimento Brasil Melhor instruindo como fazer para a mobilização ‘parecer’ democrática, que deveria ‘parecer’ espontânea perante a mídia… termos explícitos revelando que tudo sempre foi uma farsa. Por que demorou tanto para perceber?


É difícil. Eu era uma idiota, iludida. Essa turma de Aécio Neves, Ronaldo Caiado, eles iam enfiando os assessores de imprensa nos grupos de WhatsApp. A gente não sabia quem era quem.

O DEM aos poucos ‘contratava’ essas lideranças dos grupos como assessoria de comunicação, mas era pagamento pois eles não podiam falar claramente: “Vou te dar uma grana para você fazer o que eu quero”. Mas somos umas formigas contra o poderio. Eu tentava alertar as pessoas. Dizia: “O populismo mudou de lado, gente. Vamos tomar cuidado, vamos raciocinar”, poucos percebiam. Eu fiquei tomando porrada e agora muita gente me dá razão.

Em meu artigo sobre a rixa atual entre os movimentos, creditei a falta de vaga no camarote como um dos motivos. Argumento que você concorda em sua réplica. Você diz que o pessoal da Movimentomania conseguiu o que queria. Quem conseguiu o quê?

Não está vendo que agora todos são pró Temer? O Kim Kataguiri não conseguiu a coluna dele na Folha? Jornalistas sem emprego e aquele menino vazio escrevendo na Folha, não é uma conquista? Do Vem Pra Rua, nove pessoas conseguiram cargos na FIESP. O tal Forum Internacional da Carla quem financiou foi o DEM.]


Só o DEM?

Tem dinheiro da Companhia Suzano também, os Feffer.

Neste domingo ocorrerá uma manifestação puxada pelo Vem Pra Rua em defesa da Lava Jato e das 10 Medidas Contra a Corrupção. É mais uma mentira então?

Sobre eles eu concordo quando você diz que posam de indignados. Eles são profissionais. Sentam com o pessoal do PSDB e começam a contar prazo, eles sabem quando irá acontecer tal coisa e se mobilizam previamente para as datas ficarem próximas. Eles fazem uma coisa bem trabalhada, com profissionalismo, com marketing.

Esse negócio das 10 Medidas é tudo palhaçada, Onyx está sendo populista. Quem não gosta de ouvir aquilo? Se querem reconhecer caixa 2 como crime agora é porque querem deixar todo um passado para trás. Só agora é crime? Isso é para salvar o rabinho deles. Por isso o pessoal da intervenção militar entrou de sola na última quarta-feira e a gente entrou para defendê-los.

Defendê-los?

Eu os admiro porque são resilientes. Pode ser que o mote deles não seja o mais adequado, mas para quebrar essa estrutura que está aí, eles são loucos o suficiente. É um desespero. A gente vê que a Lava Jato está murchando e que o PSDB vai sair ileso e ainda mais fortalecido disso tudo… não é de ‘emputecer’? Sei que não é ideal nem adequado, mas é desespero.

Tem recebido ameaças?


Sim, já foram atrás até da minha mãe. Sinceramente, tenho mais medo do pessoal do PSDB que do pessoal do PT. Eles são ardilosos, são requintados na maldade.

TRF-4 reforma toda a sentença de Moro que condenou executivos da OAS

Por Pedro Canário no ConJur

Em julgamento de apelação contra as penas relacionadas à operação “lava jato”, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região reformou integralmente a sentença da primeira instância que condenou executivos da construtora OAS por corrupção e lavagem de dinheiro. O julgamento havia começado em junho e foi concluído na quarta-feira (23/11) depois de voto-vista do desembargador Victor Laus.

Por unanimidade, os executivos da OAS Mateus Coutinho de Sá Oliveira e Fernando Stremel foram absolvidos, por falta de provas. Ambos tinham sido condenados pelo juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que alegava haver “prova robusta” do envolvimento da OAS no esquemade corrupção que funcionava na Petrobras.

Mateus estava preso há nove meses, condenado a 11 anos de prisão em regime fechado. Stremel recebera uma pena de quatro anos, substituída por prestação de serviços. Ambos poderão ir para casa.

José Ricardo Breghirolli, também executivo da OAS e também preso há nove meses, teve sua pena reduzida para quatro anos e um mês, a ser cumprida no regime semiaberto. Moro o havia condenado a 11 anos de prisão no regime fechado. Ele foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro por “ausência de correlação” — ou seja, porque a denúncia não imputou a ele esse crime. O TRF-4 entendeu, por unanimidade, que só ficou comprovado na denúncia o crime de integrar organização criminosa.

Os executivos Leo Pinheiro e Agenor Franklin Martins também tiveram suas penas reformadas, mas para cima. Eles haviam sido condenados a 16 anos e quatro meses por integrar organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Na apelação, os desembargadores aumentaram a pena para 26 anos, em regime fechado.

Na sentença, Moro escreveu que os crimes de corrupção foram cometidos em continuidade delitiva, o que aumenta a pena em um sexto do previsto em lei. Para o TRF-4, no entanto, os crimes foram cometidos em concurso material, o que implica em somar as penas aplicadas a cada um dos crimes.

A OAS é defendida na “lava jato” por um time de advogados. São eles José Carlos Cal Garcia, Edward Rocha de Carvalho, Jacinto Coutinho, Roberto Telhada, Juliano Breda, Antônio Breda, André Szesz, Fernando Santana Rocha e Leandro Pachani.

Atos de lavagem
O voto do desembargador Victor Laus se mostrou uma vitória importante para a defesa da OAS. O magistrado entendeu que os atos de lavagem de dinheiro de Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa foram dois. Moro imputou a eles 12 atos de lavagem, no caso da OAS.

Isso implica em reduzir as penas dos dois a 1/3 do que está agora, caso seja o entendimento seja confirmado. E implica em também reduzir as penas dos executivos da OAS que tiveram as condenações por lavagem mantidas. Os advogados argumentam que os crimes de lavagem de Youssef e Paulo Roberto são conexos aos dos executivos da OAS, já que são imputados a eles as contas em que o dinheiro foi depositado para depois ser enviado aos partidos e políticos.

A defesa da construtora informou que vai apresentar embargos de declaração contra a decisão da 8ª Turma para que os desembargadores decidam o que fazer. Há três possibilidades: Laus pode esclarecer seu voto e continuar como vencido; os outros dois desembargadores, João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen, podem ajustar seus votos e acompanhar o colega; ou Laus pode se adequar aos votos dos outros dois.

Caso seja mantido o resultado, a defesa também pretende apresentar embargos de divergência à 4ª Seção do TRF-4, especializada em matéria criminal.

Divergências
De todo modo, os embargos de divergência à 4ª Seção já estão sendo preparados. Segundo os advogados da OAS, houve divergências entre os votos quanto à reparação do dano e ao aumento das penas de Agenor Franklin Martins e de Léo Pinheiro.

No caso de Agenor, Gebran Neto e Paulsen estabeleceram a pena dele em 26 anos. Para Victor Laus, a pena deveria ter sido de 23 anos e 6 meses. Ainda no regime fechado, mas, caso os embargos funcionem, ele receberá uma pena dois anos e meio menor.

A reparação do dano é a multa calculada de acordo com os valores dos contratos das obras em que houve a lavagem e com o montante do total da lavagem que ficou para cada um.

Apelação 5083376-05.2014.4.04.7000


Pedro Canário é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.

Xadrez dos interesses ocultos nas operações das Forças Tarefas


Por Luis Nassif No GGN

A reportagem abaixo é fruto da pesquisa coletiva dos comentaristas do GGN

Peça 0 – a título de prefácio

Adapto o exemplo abaixo de um modelo de Júlio Sameiro, visando aplicar os chamados princípios de Kant (Confira aqui)

Um procurador descobre um malfeito de uma autoridade.

Quais as três decisões possíveis?

a) Não fez nada, porque a autoridade, além de muito influente, era do seu time.

b) Apurou rigorosamente o crime para ganhar reputação ou por outras formas de interesse.

c) Apurou o crime pelo fato de ser sua função apurar crimes.

Das três opções, a única moralmente legítima é a C. E é a menos utilizada pelo Ministério Público Federal, desde que passou a disputar o protagonismo político e a se envolver em pactos de sangue com a velha mídia.

Na A, ele segue seus interesses pessoais, no caso ligado aos grupos de interesses blindados. É o caso da inação do Procurador Geral da República (PGR) e da Lava Jato com políticos do PSDB.

Na B, ele apura rigorosamente, mas obedecendo a propósitos partidários (eliminar o PT), ou então para atender a interesses estratégicos da corporação – a ofensiva contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, dias depois de ele anunciar medidas contra os salários que ultrapassam os tetos e votar o Projeto de Lei contra abusos de autoridade.

Apenas a alternativa C é moralmente legítima.

O fato é que o Estado de Exceção defendido por Luís Roberto Barroso, o iluminista de Monsaraz, abre espaço para todo tipo de jogada. Cria-se a figura do inimigo e, por baixo da guerra santa, há guerras comerciais, disputas partidárias, interesses corporativos e até confronto entre organizações criminosas. Tudo escondido debaixo do manto da luta contra a corrupção.

Mau-caratismo da mídia se alastra pela população. Análise de Bepe Damasceno


Destrói seu presente e compromete seu futuro uma nação formada em boa medida por pessoas que não desejam justiça, mas sim linchamento, e se regozijam com a violação de direitos de presos e sua humilhação suprema. Garantias individuais, principal pilar do Estado de Direito Democrático, viram pó sob os aplausos de brasileiros e brasileiras. Quanto mais sangue, melhor.

Gente de todas as classes sociais vê com naturalidade aterradora os meios de comunicação transformar prisões de ex-governadores em espetáculos midiáticos transmitidos 24 horas por dia. Gente de todos os níveis de escolaridade e renda goza com imagens deprimentes, como a de Garotinho sendo transferido à força do hospital para o presídio, ou a de Sérgio Cabral de cabeça raspada no cárcere. Gente de todas as origens e credos esfrega as mãos e se pergunta : "quem será o próximo?"

Abro parênteses: estou longe de ter quaisquer afinidades políticas com Garotinho ou Sérgio Cabral. Penso mesmo que devem ter culpa no cartório em boa parte das acusações que lhes são imputadas. Garotinho é exemplo acabado de político com p minúsculo, envolvido em incontáveis casos nebulosos, fisiológico ao extremo e nada confiável. Cabral um dia na vida decidiu viver como um sultão, ou como um príncipe, à custa do erário público. Seu apoio ao golpe de estado revela também imperdoável falta de apreço pelo regime democrático. Fecho parênteses.

Vamos, então, ao ponto essencial: por enquanto, eles são apenas acusados. Cabe ao sistema de justiça reunir provas suficientes para condená-los, depois de julgamentos justos, com direito à ampla defesa e ao contraditório. Nada disso aconteceu até agora. Por isso, por mais que a turba enfurecida exija a cabeça deles agora e já, eles deveriam desfrutar da premissa constitucional da presunção de inocência. Isso até que sejam julgados e condenados.

E não me venham, por favor, com o argumento de que as prisões preventivas e temporárias (quem vêm se transformando em perpétuas) são necessárias porque a justiça no Brasil é a mais lenta do mundo e que os poderosos apresentam centenas de recursos para se livrarem da cadeia. Ora, esse grave problema só será sanado com uma profunda reforma do Judiciário, abrindo sua caixa-preta e tornando-o célere e transparente. Em vez disso, suas excelências, procuradores e juízes, prendem sem condenação e jogam para a plateia, varrendo suas mazelas para debaixo do tapete.

Também não me sensibiliza o desprezo pela dignidade dos presos oriundos da política sob a justificativa de que pobres e ladrões de galinha já penam nos infernos das nossas prisões há mais de 500 anos. Defendo igualdade para todos na dignidade e no respeito aos direitos civis, e não a equiparação da violação e do tratamento degradante.

Fora disso, caminhamos a passos largos para o fascismo ou para a barbárie. Judiciário que se preza não pode se submeter ao clamor popular, pois é um poder essencialmente contra majoritário. E tem que ser assim. Não custa lembrar que Hitler e Mussolini contaram com forte respaldo de alemães e italianos para cometer crimes contra a humanidade.

Pude testemunhar ao longo desta sexta-feira (18) cenas de indigência civil explicitas no Rio de janeiro. Na padaria, no metrô, diante de bancas de jornal e lojas com aparelhos de TV ligados, na espera da consulta médica e no restaurante o que escutei é de causar engulhos estomacais e profundo desânimo. Uma legião de homens e mulheres, que não foram capazes de se indignar minimamente quando uma quadrilha de corruptos roubou o mandato de uma pessoa honesta como a presidenta Dilma, festejavam aos berros o calvário alheio.

Entre tantas outras, ouvi a seguinte barbaridade: “o ideal seria se todo político preso fosse fuzilado sumariamente”. O vírus letal do ódio e do mau-caratismo foi desgraçadamente inoculado pela mídia criminosa no organismo de expressiva parcela do povo brasileiro. Estamos ferrados.


Bepe Damasceno, em seu blog

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Os apartamentos de Geddel e de Lula

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Que o Brasil não é para principiantes você já sabia. Mas não precisávamos exagerar.

Geddel Vieira de Lima foi premiado por seu chefe com um salvo conduto escandaloso.

Veja bem: ele admitiu ter comprado (a conferir se comprou, mesmo, ou se foi presente) um apartamento no 23º andar do edifício La Vue Ladeira da Barra, numa área tombada de Salvador.

Confessou que falou com o colega Marcelo Calero sobre a liberação do empreendimento no Iphan. Segundo o instituto, o máximo permitido eram treze andares. O cafofo de Geddel seria, portanto, eliminado.

De acordo com corretores, o valor do imóvel varia entre R$ 2,6 milhões e R$ 4,5 milhões. A conclusão da obra está prevista para 2019.

“Em nenhum momento foi feita pressão para que ele tomasse posição. Foram feitas ponderações”, falou Geddel.

É inacreditável.

Na segunda, dia 21, a Comissão de Ética da Presidência da República abriu procedimento para verificar conflito de interesse, como se houvesse alguma dúvida. Pode resultar numa recomendação de demissão.

Humberto Costa, líder do PT no Senado, vai solicitar que o Ministério Público entre no caso.

O silêncio do MP, como era de se suspeitar, é ensurdecedor.

Ao longo de mais de dois anos, Lula vem sendo massacrado por um apartamento numa praia do Guarujá repleta de línguas pretas de esgoto.

Para todos os efeitos, o famoso “triplex” já é dele, embora não haja nenhuma prova, apenas convicção.

Onde estão os cruzados de Deltan Dallagnol quando se trata de um crime confesso como o de Geddel? Onde está aquela indignação como a expressa na campanha eleitoral histérica das tais 10 medidas contra a corrupção?

Onde estão os savonarolas da Lava Jato? Ou a dupla Geddel e Temer não rende como Lula?


Fica aqui a sugestão de um powerpoint maneiro para o pessoal de Curitiba.

Sergio Moro, os santos e os juízes

Por Mauro Santayana, em seu blog

A estúpida invasão do Parlamento, com a tomada do plenário da Câmara dos Deputados por um bando de imbecis - que davam vivas ao Juiz Sérgio Moro e pediam uma “intervenção” militar - não é um absurdo isolado no crescente cerco à Democracia e às instituições nacionais.

A cerrada pressão corporativa do Judiciário e do Ministério Público sobre deputados e senadores para consolidar o controle de um grupo de plutocratas sobre a República, o Legislativo e o Executivo, e, direta e indiretamente, sobre o eleitorado e os cidadãos comuns, representa uma outra face da ascensão de um fenômeno perverso, antidemocrático e fascista - a Antipolítica.

Não interessa se o legislativo que aí está aprovou, majoritariamente, um golpe que tirou do poder um governo que, venhamos e convenhamos, havia se tornado de certa forma insustentável, por sua própria incapacidade em recusar uma agenda neoliberal recessiva - criada também para facilitar a sua derrocada - e de resistir a uma campanha tenaz, mentirosa e fascista que se desenvolvia claramente desde 2013 e que iria - só os imbecis e os ingênuos não acreditavam nisso - chegar, inexoravelmente, à derrubada da Presidente da República.

O Congresso Nacional - e nele há também aqueles que tentaram resistir bravamente a essa farsa - não é perfeito.

Mas ninguém chega ali sem voto.

E o voto reflete em boa parte a essência, a opinião, a qualidade e o que determina a população brasileira.

Tão ou mais responsáveis pela queda de Dilma, do que os deputados e senadores que votaram pelo seu impeachment foram certos grupos do Ministério Público e do Judiciário, oriundos majoritariamente de uma classe média reacionária e conservadora, que investiram tenazmente na fabricação de uma longa série de factoides, arbitrariedades e escândalos, destinados a dizimar o PT nos tribunais e - em cumplicidade com uma mídia mendaz, parcial e seletiva - junto à opinião pública.

Ou alguém acredita que, se não existisse a Operação Lava Jato, e seu deletério exemplo, com o evidente antipetismo do Juiz e de vários procuradores envolvidos com sua "força-tarefa" - mesmo com a coleção de equívocos táticos e políticos do governo anterior e de seu partido - teria se conseguido derrubar a Presidente da República?

A “Lava Jato” não apenas destruiu o país, provocando 140 bilhões de reais de prejuízo e aprofundando os efeitos da política recessiva e da crise internacional - arrebentando com as maiores empresas brasileiras e seus milhares de trabalhadores, acionistas e fornecedores - para recolher menos de dois bilhões, na verdade, apenas algumas dezenas de milhões de reais, se formos considerar dinheiro efetivamente desviado e não de "leniência", "multas” e "bloqueios" bilionários.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Hitler era de extrema direita, sim



Leia aqui o porque do ódio de Adolf Hitler aos judeus. 

Dizer que Hitler era de extrema-direita é igual dizer que a grama é verde. Dizer que Hitler era outra coisa no espectro político é igual dizer que a grama é azul. Há alguns anos, parecia impensável que um dia haveria um forte movimento de opinião dizendo algo parecido com dizer que a grama é azul. Mas infelizmente, o mundo em que vivemos atualmente está muito parecido com um hospício. Por isso, ficou necessário explicar didaticamente porque a grama é verde, ops, porque Hitler era de extrema-direita. E, com licença para usar uma gíria, o problema foi que deram mole. Quando apareceram os primeiros malucos falando que Hitler era de esquerda, foram ignorados, porque achava-se que pouquíssimos acreditariam nesta patacoada. Aí o monstro cresceu e já foi possível ver amigos virtuais dizendo que conhecem adolescentes que pensam que Hitler era de esquerda.

Há dois revisionismos sobre a história do nazismo que pilantras praticam por motivos políticos e que plateias aparecem porque, conforme dito no parágrafo anterior, o mundo está cada vez mais parecido com um hospício. Um revisionismo é o de que o Holocausto não existiu. O outro é o de que o nazismo seria de esquerda. O primeiro é o pior por desrespeitar vítimas de uma atrocidade. Mas o segundo não deixa de ser abjeto. E possui maior probabilidade de iludir pessoas. Portanto, este texto discute um pouco este revisionismo.

Os difusores deste revisionismo consistem em uma grande corrente de “pensadores” de direita e de usuários de Internet que seguem esses pensadores, que divulgam a patacoada de que o nazismo seria de esquerda com um simples objetivo: se livrar do filho feio. Como ninguém (ou melhor, quase ninguém) acha que o nazismo foi bom, é melhor esconder o fato de que o nazismo foi de direita para que o nome da direita não fique manchado. Estranhamente, alguns desses “pensadores” elogiam o Generalíssimo Franco, aquele que teve ajuda das forças armadas de Hitler para chegar ao poder. Apologistas do revisionismo de que Hitler era de esquerda são, em geral, discípulos do "mestre" Olavo de Carvalho, que por sua vez tem simpatia pelo Generalíssimo Franco. Entenderam alguma coisa? Os argumentos dos revisionistas são: 
  • O nome: Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP)
  • A cor vermelha da bandeira do partido
  • As políticas econômicas keynesianas
  • Documentos do partido com retórica anticapitalista

Revisionistas se inspiram em textos de figuras de "grande contribuição" intelectual para a humanidade como Rodrigo Constantino e Leandro Narloch.

Bom, o que dizer disso? Nome de partido não quer necessariamente dizer conteúdo, vide os inúmeros exemplos de partidos brasileiros atuais. E mesmo se o socialismo for verdadeiro, pode significar anti-liberalismo, e não necessariamente igualitarismo.

Sobre as políticas keynesianas, elas não são necessariamente de esquerda. As políticas econômicas keynesianas têm dois objetivos. O primeiro é combater recessões causadas por insuficiência de demanda. O segundo é combater a elevada concentração de renda gerada pelo capitalismo. Somente as políticas para atingir esse segundo objetivo são necessariamente de esquerda. Esse tipo de política não foi praticado pelos nazistas. Eles fizeram apenas políticas de fomento à demanda, que podem ser praticadas tanto por governos de esquerda, quanto pelos de direita. Em geral, governos de direita fazem política de demanda através dos gastos militares. Foi o que fizeram os nazistas. Políticas econômicas keynesianas de governos de esquerda ajudam a reduzir a concentração de renda. As políticas econômicas dos nazistas contribuíram para aumentar a concentração de renda da Alemanha entre 1933 e 1939. Houve congelamento de salários e aumento de lucros. O intervencionismo nacional socialista não pareceu o que seria depois a social democracia europeia do imediato pós guerra. Pareceu o que seria o Brasil do Médici. Foi um intervencionismo favorável ao capital, e não ao trabalho. Este artigo (procurar por “Uma interpretação do primeiro milagre econômico alemão 1933-1944”, de Ricardo Feijó), escrito em 2009, descreve bem as políticas econômicas praticadas no Terceiro Reich.

Ainda que as políticas nazistas fossem completamente estatizantes, elas não seriam de esquerda só por causa disso. E, além disso, essas políticas não foram completamente estatizantes. Sim, isso mesmo, houve um programa de privatizações na Alemanha de Hitler. E mais: o aproveitamento do trabalho escravo de prisioneiros em campos de concentração pelos grandes conglomerados alemães é um precursor da privatização dos presídios.

Sobre a retórica anticapitalista, isto não é contraditório com direita, pois direita tem mais a ver com hierarquia e tradição do que com capitalismo. Críticas ao capitalismo não são apenas marxistas. Críticas tradicionalistas ao capitalismo existem desde quando existe capitalismo. Ainda assim, capitalismo acabou combinando bem com hierarquia e tradição. Gostar mais de aristocrata do que de capitalista não é contraditório com defender a manutenção da ordem capitalista. E mesmo com a retórica inicial do partido, houve um relacionamento muito amigável entre capitalistas alemães e nazistas no Terceiro Reich.

O que ajuda muito na compreensão sobre o posicionamento do Nacional Socialismo no espectro político é observar documentos históricos. A matéria da Folha da Manhã do dia 1 de fevereiro de 1933, dia seguinte à chegada do Hitler ao poder, mostra muito bem quem estava a favor e quem estava contra. (Clique para ampliar)


É possível ver perfeitamente que os comunistas e os socialistas (SPD) estavam contra a formação do governo nazista e que o capital financeiro e o ex-kaiser estavam a favor. O SPD e o KPD (Partido Comunista) não endossaram a ascensão de Hitler ao poder, e os partidos conservadores endossaram. O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) nunca obteve maioria absoluta no Parlamento, o apoio de outros conservadores foi fundamental. O político conservador Franz von Papen, chanceler em 1932, participou do início do governo Hitler. Logo em 1933, começaram as prisões de comunistas.

Alguns acreditam que o NSDAP conseguiu atrair ex-comunistas. Não parece que tenham sido muitos. O gráfico a seguir mostra a evolução da votação dos partidos nas eleições parlamentares da República de Weimar.

Verifica-se claramente que a soma da votação na esquerda, composta pelo KPD e pelo SPD, sempre foi estável, oscilando na restrita faixa entre 33% e 40% (o que mudou foi só a composição: em anos de crise, como 1924 e 1932, o KPD foi bem, em ano de prosperidade, que foi 1928, o SPD teve seu melhor desempenho, mas esta informação não é necessária para colocar no gráfico, porque já vai além do assunto do texto, por isso os números dos partidos de esquerda aparecem somados). Um forte declínio da votação dos partidos conservadores convencionais (Centro, Partido Nacional Popular Alemão, Partido Popular da Baviera) foi acompanhado de uma forte elevação da votação dos Partido Nacional Socialista de 1928 a 1932. Ou seja, há forte indício de que o NSDAP herdou eleitores dos outros partidos conservadores.

Os nazistas tinham seu braço anticapitalista, a SA. Mas esta foi deixada de lado por Hitler logo em 1934. E mesmo anticapitalista, a SA também era anticomunista. Durante a República de Weimar, a SA saía na porrada nas ruas contra a Roter Frontkämpferbund, o braço paramilitar do KPD.

Quem fala que os nazistas eram de esquerda gosta também de lembrar o pacto germano soviético de 1939. Mas a verdade é que este pacto não foi ideológico, só foi de conveniência para ambos os lados. Hitler não queria guerra em duas frentes, e além de tudo, precisava de suprimentos de matéria primas, que a União Soviética poderia fornecer. Stálin previa que o pacto seria quebrado, mas considerou-o vantajoso porque haveria um tempo adicional para preparar seus exércitos. Não apenas entre 1941 e 1945, mas também entre 1933 e 1939, a Alemanha Nazista e a União Soviética eram grandes inimigos. A maior evidência disso se viu durante a Guerra Civil Espanhola, em que cada um apoiou um lado. Durante a República de Weimar, que precedeu a era de Hitler, a Alemanha e a União Soviética tinham relações diplomáticas e econômicas razoavelmente boas. 

O comércio entre Alemanha e União Soviética caiu bruscamente a partir de 1933, e só teve um pequeno momento de elevação entre 1939 e 1941. Atualmente, os neonazistas são chamados na Alemanha de rechtsradikale (a tradução é radicais de direita). Eles certamente não gostariam de ser chamados de esquerdistas. Aqui no Brasil, o adolescente que quer mostrar “mamãe, sou radical de direita” ainda não sabe se vai virar neonazista ou se vai rejeitar de boca pra fora o nazismo e dizer que “o nazismo é de esquerda”.

Não apenas os revisionistas são perigosos, como também os moderate heroes. Estes diriam que “Hitler não era de esquerda, mas também não era de direita, o nazismo é complexo demais para ser enquadrado no espectro esquerda/direita”. Opiniões do meio também podem ser mentirosas. O nazismo pode ter sido complexo em algumas coisas, mas não no espectro esquerda/direita. Não há qualquer dificuldade em considerá-lo integrante da direita.

História não é uma ciência exata. Admite interpretações diferentes de fatos. Mas não admite negação de fatos. Quem diz que o Holocausto não existiu ou que Hitler não era de extrema-direita não está tendo uma “opinião”, está simplesmente errado. Acadêmicos sérios não deveriam debater, e sim boicotar quem nega o Holocausto ou quem nega que Hitler era de extrema-direita. Eventos acadêmicos que contam com a presença de pessoas conhecidas por defender estes negacionismos devem ser esvaziados.

Escrevi este texto com o objetivo de ser leitura fácil, para que quem tiver algum parente ou amigo, principalmente jovem, que está começando a se interessar por História, por Política, por Sociologia, por Economia, e soltar o absurdo de que Hitler era de esquerda, envie este texto para esclarecimentos.

Via: Trincheiras 

A preocupação de Hitler com o comunismo e o seu ódio pelo povo judeu

A liderança judaica na Revolução Bolchevique e o início do Regime soviético - por Mark Weber

Institute for Historical Review


Avaliando o sinistro legado do comunismo soviético.

Por Mark Weber

Na noite de 16-17 de julho de 1918, uma esquadra da polícia secreta Bolchevique assassinou o último imperador da Rússia, o Czar Nicolau II, junto com sua esposa, a Czarina Alexandra, seu filho mais velho de 14 anos, o Tsaverich1 Alexis, e suas quatro filhas. Eles foram abatidos numa salva de balas num pequeno espaço de um cômodo da casa em Ecaterimburgo, uma cidade na região dos Montes Urais, onde eles estavam mantidos como prisioneiros. A complementação da execução das filhas foi feita com baionetas. Para prevenir o culto ao Czar morto, os corpos foram descartados para o campo aberto e apressadamente enterrados em um túmulo secreto.

As autoridades Bolcheviques inicialmente relataram que o imperador Romanov tinha sido baleado após a descoberta de um plano para liberar ele. Por algum tempo as mortes da Imperatriz e das crianças foram mantidas em segredo. Historiadores soviéticos alegaram por muitos anos que bolcheviques locais tinham atuado pela própria responsabilidade na matança, e que Lenin, fundador do Estado Soviético, não tinha nada a ver com o crime.

Em 1990, o dramaturgo e historiador Edvard Radzinsky anunciou o resultado de sua detalhada investigação sobre os assassinos. Ele descobriu reminiscências do guarda costa de Lenin, Alexei Akimov, quem recontou como ele pessoalmente transmitiu do escritório de telégrafo a ordem de Lenin para execução. O telegrama foi também assinado pelo chefe do governo soviético Yakov Sverdlov. Akimov tinha salvado a fita do telegrama original como o relato da ordem secreta.

A pesquisa de Radzinsky confirmou o que as evidencias prévias tinham já indicado. Leon Trotsky – um dos mais próximos colegas de Lenin – tinha revelado anos atrás que Lenin e Sverdlov tinham juntos feito a decisão de sentenciar à morte o Czar e a família dele. Relembrando esta conversação em 1918, Trotsky escreveu:

Minha próxima visita para Moscou pegou lugar após [temporária] queda de Ecaterimburgo [para as forças anti-comunistas]. Falando com Sverdlov, eu perguntei em passagem: “Oh sim, e onde está o Czar?”
“Finalizado” ele respondeu. “Ele foi baleado.”
“E onde está a família?”
“A família foi junto com ele.”
“Todos eles?” eu perguntei, aparentemente com um traço de surpresa.
“Todos eles” respondeu Sverdlov. “E então?” Ele estava esperando ver minha reação. Eu não dei nenhuma resposta.
“E quem fez a decisão?” Eu perguntei.
“Nós decidimos isso aqui. Ilyich [Lenin] acreditou que nos não deveríamos deixar os Brancos com algum símbolo para reuni-los, especialmente sobre as difíceis circunstâncias presentes.”

Eu não questionei nada além e considerei a questão encerrada.
Leon Trotsky - o judeu líder do exército soviético (o Exército Vermelho) escreveu: "A decisão [matar a família imperial] não foi somente um expediente rotineiro mas foi necessário."

Recente pesquisa e investigação por Radzinsky e outros, também corroboraram os relatos fornecidos em anos prévios por Robert Wilton, correspondente do London Times na Rússia por 17 anos. Seus relato, The Last Days of the Romanovs – originalmente publicados em 1920, e relançado em 1993 pelo Institute for Historical Review – é baseado em maior parte nos achados de uma detalhada investigação iniciada em 1919 por Nikolai Sokolov sobre a autoridade do Líder “Branco” (anti-Comunista) Alexander Kolchak. O livro de Wilton permanece um dos mais precisos e completos relatos do assassinato da família imperial da Rússia.

Donald Trump diz que Estados Unidos devem sair da Parceria Transpacífico

A Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio assinado em 5 de outubro de 2015, envolvendo 12 países banhados pelo Oceano Pacífico Donald Trump  Ap Photo/Sputnik/Greg Allen
O presidente eleito norte-americano Donald Trump, disse - em um vídeo divulgado na noite dessa segunda-feira (21) - que anunciará a retirada dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico logo depois que tomar posse, em 20 de janeiro de 2017. A Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio assinado em 5 de outubro de 2015, envolvendo 12 países banhados pelo Oceano Pacífico, e constitui a principal aposta do presidente Barack Obama para o desenvolvimento do comércio internacional.

Leia também:

Trump disse ainda que a saída dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico vai se dar por meio de uma notificação aos países participantes do acordo. Além disso, informou que vai eliminar as atuais restrições à produção de energia, incluindo a produção de gás de xisto. Essas restrições se referem a controle ambiental. Durante a campanha deste ano, ele afirmou que as restrições aumentam a regulação existente no país, trazendo sérios prejuízos à economia norte-americana.

Outra medida anunciada por Donald Trump é proteger a infraestrutura dos Estados Unidos de ciberataques e outras formas de ataque. No que se refere aos imigrantes, ele disse que vai orientar o Departamento do Trabalho para investigar "os abusos dos programas de vistos que prejudicam o trabalhador americano". No que se refere à ética de funcionários no governo, afirmou que vai impor  uma proibição de cinco anos para que os funcionários executivos se tornem lobistas.

Popularidade de Donald Trump nos EUA sobe e chega a 46%


A popularidade do magnata republicano Donald Trump subiu a 46% desde a sua vitória nas eleições de 8 de novembro, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem (21) pela consultoria americana Politico/Morning Consult. Pelos dados, Trump conseguiu aumentar sua popularidade em nove pontos percentuais em menos de 15 dias. Antes das eleições, a maioria das pesquisas de intenção de voto apontava para uma derrota de Trump e uma vitória da democrata Hillary Clinton. As informações são da Agência ANSA.

Até no exterior, Trump tem conquistado alguns resultados que antes eram inesperados. O Reino Unido poderá ser o primeiro país a receber uma visita oficial do novo presidente dos Estados Unidos. Segundo fontes de Downing Street [sede do governo britânico], o magnata poderia receber o convite da rainha Elizabeth II, que avalia uma recomendação do governo conservador da premier Theresa May.

A visita poderia ocorrer nos primeiros meses de 2017, já que Trump toma posse em 20 de janeiro, com todas as formalidades de chefe de Estado, para confirmar a relação estratégica entre EUA e Reino Unido. No início desse ano, o Parlamento britânico analisou uma petição popular que pedia a proibição da entrada de Trump no país devido às suas declarações polêmicas sobre imigrantes e muçulmanos. A petição foi assinada por mais de 600 mil ingleses.

Juíz Sérgio Moro e advogados de Lula discutem durante depoimento de Delcídio


Agência Brasil
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e promotores do Ministério Público Federal foram personagens de uma audiência acalorada na tarde de ontem (21). A sessão do dia tratava do interrogatório de testemunhas de acusação na ação penal em que Lula é réu no âmbito da Operação Lava Jato.

As discussões aconteceram durante o depoimento do ex-senador Delcídio do Amaral, a primeira testemunha a ser ouvida. Os advogados do petista contestaram por diversas vezes a relevância de perguntas que eram formuladas pelos promotores que, segundo eles, fugiam do escopo do processo. A defesa também alegou que o depoente estava respondendo com base em suposições e não em fatos objetivos.

“A defesa, pelo jeito, vai ficar levantando questão de ordem a cada dois minutos? É inapropriado”, disse Moro à defesa de Lula. Um dos advogados respondeu: “Pode ser inapropriado, mas é perfeitamente jurídico e legal. O juiz não é o dono do processo”.

Mesmo com os protestos, o magistrado indeferiu novamente o pedido da defesa, afirmando que as perguntas dos promotores buscavam contextualizar os fatos. Os advogados insistiram na discussão e Moro interrompeu a gravação da audiência para que a divergência fosse controlada.

Depoimento
Questionado pelo MPF, Delcídio do Amaral disse que Lula sabia do esquema de corrupção na Petrobras. “A classe política e a torcida do Flamengo inteira sabia disso daí. Portanto, é uma coisa até surreal esse tipo de afirmação [de que o ex-presidente não sabia]”, disse. O ex-senador alegou, no entanto, que jamais conversou sobre o assunto com o petista. “Eu não tinha essa relação próxima com o presidente pra ter esse tipo de diálogo com ele.”

A defesa de Lula, então, questionou a falta de provas de Delcídio para fazer tais afirmações. O depoente respondeu: “Eu não tenho planilha. Tenho os fatos de alguém que foi líder do governo, que participava ativamente do dia a dia do Congresso e que conversava não só com a maioria dos partidos, mas com os diretores. Se não me contassem as conversas do Palácio do Planalto, eu sabia por outras vias sempre.”

Os advogados insistiram na falta de provas, mas Moro interveio para que o interrogatório tivesse sequência.

Também foram ouvidos hoje os empreiteiros Augusto Mendonça, Dalton Avancini e Eduardo Hermelino. Novas audiências com testemunhas de acusação estão marcadas para a quarta-feira (23) e a sexta-feira (25).

Além do ex-presidente, são réus desta ação penal a esposa dele Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto, e mais 5 pessoas. Lula e Marisa foram dispensados por Moro de comparecer às audiências, bastando apenas a presença dos advogados.

Janot diz que vontade dos brasileiros é ver corruptos e criminosos punidos


Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ontem (21) durante uma palestra em Brasília que a "vontade do povo brasileiro é ver corruptos e criminosos punidos, sejam eles ricos ou poderosos".  No evento, o procurador também defendeu a aprovação do projeto de lei sobre as Dez Medidas contra a Corrupção, cujo relatório deve ser votado amanhã pela comissão especial que trata do assunto na Câmara dos Deputados.

Leia também:


Ao participar da abertura de um seminário sobre o sistema penal, Janot disse que foi alertado na semana passada sobre articulações para "desvirtuar a vontade dos cidadãos". No entanto, o procurador disse que está "confiante" de que o Congresso vai manter a vontade da população, que participou da campanha lançada pelo Ministério Público Federal (MPF) e terminou com 2,5 milhões de assinaturas de apoiadores ao projeto.

"Estamos confiantes de que os parlamentares que integram essa comissão saberão dar uma resposta digna à sociedade. Estamos todos cansados dos efeitos da corrupção e da impunidade e desejamos que o Estado brasileiro, por meio de seu parlamento, endosse em sua decisão amanhã o justo anseio social", disse Janot.

O projeto de lei é relatado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Na semana passada, o parlamentar fez alterações em seu primeiro parecer,  como a retirada do texto da medida que prevê crime de responsabilidade para juízes e integrantes do Ministério Público e alterações no trecho que trata dos acordos de leniência. O texto poderá ser votado amanhã na comissão especial que trata do assunto.

Líder do governo diz que oposição faz "cavalo de batalha" em episódio de Geddel

André Moura (PSC-SE)
Da Agência Brasil
O líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), saiu em defesa do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Após parlamentares da oposição protocolarem uma representação contra Geddel junto à Procuradoria Geral da República (PGR), Moura disse que a oposição está querendo fazer do episódio um cavalo de batalha.

Leia também:

“A oposição está se aproveitando de um assunto que é muito pequeno perto de outros assuntos de interesse do país para poder fazer disso um cavalo de batalha", disse Moura. “O fato dele [Geddel] ter discutido com um colega dele, um colega ministro, eles tinham um relacionamento como disse Geddel, próximo. Não vejo nenhum motivo para se fazer esta tempestade toda”, emendou.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na última sexta-feira (18), alegando razões pessoais. No fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde ele adquiriu um imóvel. O empreendimento não foi autorizado pelo instituto e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado.

Diante da repercussão do assunto, parlamentares da oposição protocolaram um parecer na PGR em que acusam Geddel de cometer os crimes de concussão e de advocacia administrativa e pedem o afastamento cautelar do ministro.

Segundo o documento, a medida visa acautelar a lisura e imparcialidade das investigações, evitando embaraços à atividade dos “órgãos do sistema de justiça criminal”. “Foi pela prática de pressão, coação e por advogar em causa própria usando a administração pública para interesses privados”, disse o líder do PT, Afonso Florence (BA). “Há um fato grave de que o ministro Calero disse ao presidente Michel Temer que isto estava ocorrendo e ele deixou ocorrer essa situação”, acrescentou.

O governo disse que Geddel permanece no cargo. No final da tarde desta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar a conduta ética do ministro da Secretaria de Governo. Questionado por jornalistas se não é embaraçoso para o governo manter Geddel no cargo, Moura minimizou o fato e disse que, no seu entendimento, não vê nenhum problema. “O ministro Geddel sentou com um colega ministro do qual ele tinha um relacionamento cordial e levou as argumentações do entendimento dele, mas a partir do momento que o ministro Calero manteve a posição que é divergente do ministro Geddel, a posição dele foi respeitada”, disse.


A oposição disse que vai protocolar um pedido de convocação de Geddel. Questionado sobre o fato, Moura também negou que o governo vá patrocinar uma “blindagem” ao ministro. “Esse assunto não vai interferir em nada no andamento das matérias do governo aqui na Casa. Vamos continuar agindo da mesma maneira, seja nas comissões ou no plenário”, disse Moura.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook