A liderança
judaica na Revolução Bolchevique e o início do Regime soviético - por Mark
Weber
Institute for
Historical Review
Avaliando o
sinistro legado do comunismo soviético.
Por Mark Weber
Na noite de
16-17 de julho de 1918, uma esquadra da polícia secreta Bolchevique assassinou
o último imperador da Rússia, o Czar Nicolau II, junto com sua esposa, a
Czarina Alexandra, seu filho mais velho de 14 anos, o Tsaverich1 Alexis, e
suas quatro filhas. Eles foram abatidos numa salva de balas num pequeno espaço
de um cômodo da casa em Ecaterimburgo, uma cidade na região dos Montes Urais,
onde eles estavam mantidos como prisioneiros. A complementação da execução das
filhas foi feita com baionetas. Para prevenir o culto ao Czar morto, os corpos
foram descartados para o campo aberto e apressadamente enterrados em um túmulo
secreto.
As autoridades
Bolcheviques inicialmente relataram que o imperador Romanov tinha sido baleado
após a descoberta de um plano para liberar ele. Por algum tempo as mortes da
Imperatriz e das crianças foram mantidas em segredo. Historiadores soviéticos
alegaram por muitos anos que bolcheviques locais tinham atuado pela própria
responsabilidade na matança, e que Lenin, fundador do Estado Soviético, não
tinha nada a ver com o crime.
Em 1990, o
dramaturgo e historiador Edvard Radzinsky anunciou o resultado de sua detalhada
investigação sobre os assassinos. Ele descobriu reminiscências do guarda costa
de Lenin, Alexei Akimov, quem recontou como ele pessoalmente transmitiu do
escritório de telégrafo a ordem de Lenin para execução. O telegrama foi também
assinado pelo chefe do governo soviético Yakov Sverdlov. Akimov tinha salvado a
fita do telegrama original como o relato da ordem secreta.
A pesquisa de
Radzinsky confirmou o que as evidencias prévias tinham já indicado. Leon
Trotsky – um dos mais próximos colegas de Lenin – tinha revelado anos atrás que
Lenin e Sverdlov tinham juntos feito a decisão de sentenciar à morte o Czar e a
família dele. Relembrando esta conversação em 1918, Trotsky escreveu:
Minha próxima
visita para Moscou pegou lugar após [temporária] queda de Ecaterimburgo [para
as forças anti-comunistas]. Falando com Sverdlov, eu perguntei em passagem: “Oh
sim, e onde está o Czar?”
“Finalizado”
ele respondeu. “Ele foi baleado.”
“E onde está a
família?”
“A família foi
junto com ele.”
“Todos eles?”
eu perguntei, aparentemente com um traço de surpresa.
“Todos eles”
respondeu Sverdlov. “E então?” Ele estava esperando ver minha reação. Eu não
dei nenhuma resposta.
“E quem fez a
decisão?” Eu perguntei.
“Nós decidimos
isso aqui. Ilyich [Lenin] acreditou que nos não deveríamos deixar os Brancos
com algum símbolo para reuni-los, especialmente sobre as difíceis
circunstâncias presentes.”
Eu não
questionei nada além e considerei a questão encerrada.
Leon Trotsky - o judeu líder do exército soviético (o Exército Vermelho) escreveu: "A decisão [matar a família imperial] não foi somente um expediente rotineiro mas foi necessário."
Recente
pesquisa e investigação por Radzinsky e outros, também corroboraram os relatos
fornecidos em anos prévios por Robert Wilton, correspondente do London Times na
Rússia por 17 anos. Seus relato, The Last Days of the Romanovs –
originalmente publicados em 1920, e relançado em 1993 pelo Institute for
Historical Review – é baseado em maior parte nos achados de uma detalhada
investigação iniciada em 1919 por Nikolai Sokolov sobre a autoridade do Líder
“Branco” (anti-Comunista) Alexander Kolchak. O livro de Wilton permanece um dos
mais precisos e completos relatos do assassinato da família imperial da Rússia.
Uma sólida
compreensão da história tem sido há muito tempo o melhor guia para compreender
o presente e antecipar o futuro. É certo que as pessoas são mais interessadas
em questões históricas durante tempos de crise, quando o futuro parece mais
incerto. Com o colapso do reinado comunista na União Soviética, 1989 – 1991, e
enquanto os russos batalham para construir uma nova ordem sobre suas velhas
ruínas, questões históricas têm tornado-se destaque. Por exemplo, muitos
perguntam: Como fizeram os Bolcheviques, um pequeno movimento guiado pelos
ensinamentos do filósofo alemão-judeu Karl Marx, para serem bem sucedidos em
tomar o controle da Rússia e impor um cruel e despótico regime nas pessoas?
Em recentes
anos, judeus ao redor do mundo têm estado sonoramente ansiosos em relação ao
espectro do anti-semitismo nas terras da ex-União Soviética. Nesta nova e
incerta era, nós temos notado que suprimidos sentimentos de ódio e raiva contra
os judeus estão uma vez mais sendo expressados. De acordo com uma enquete de
opinião pública conduzida em 1991, por exemplo, a maioria dos Russos querem
todos os Judeus saindo do país. Mas precisamente porque é o sentimento de
anti-judaísmo tão vastamente espalhado entre as pessoas da ex-União Soviética?
Porquê muitos russos, ucranianos, lituanos, e outros acusam “os judeus” por
tanto infortúnio?
Assunto tabu
Embora oficialmente os Judeus nunca tiveram
perfazido mais que cinco por cento da população total, eles participaram numa
desproporcionalmente altíssima e provavelmente decisiva ação na direção dos
primórdios da população bolchevique,
efetivamente dominando o governo soviético durante seus primeiros anos.
Historiadores soviéticos, junto com a maioria de seus colegas no Ocidente, por
décadas preferiram ignorar este assunto. Os fatos, todavia, não podem ser
negados.
Com a notável exceção de Lenin (Vladmir Ulyanov),
a maioria dos líderes comunistas que tomaram o controle da Rússia em 1917 – 1920 eram judeus.Leon Trotsky (Lev Bronstein) liderou o Exército
Vermelho e, por um período, foi chefe do Departamento Soviético de Assuntos
Estrangeiros.
Yakov Sverdlov (Solomon) foi ambo secretário executivo do partido bochevique e
– presidente do Comitê Central Executivo – líder do governo soviético. Grigori
Zinoviev (Radomyslsky) liderou a Internacional Comunista (Comitern), a agência
central para propagação da revolução nos países estrangeiros. Outros
proeminentes judeus incluíram o comissário de imprensa Karl Radek (Sobelsohn),
comissário de assuntos estrangeiros Maxim Litvinov (Wallach), Lev Kamenev
(Rosenfeld) e Moisei Uritsky.
À esquerda Yakov Sverdlov - o judeu Presidente do Comitê Central Executivo soviético. À direita O judeu Sobelsohn (mais conhecido como Karl Radek), habilidoso em criar polêmicas propagandistas, era o comissário de imprensa.
O próprio Lenin
era ancestralmente na maior parte russo e calmuque, mas ele era também
um-quarto judeu. Seu avô materno, Israel (Alexander) Blank, foi um judeu ucraniano que posteriormente
foi batizado na Igreja Ortodoxa Russa.
Com inclinação
internacionalista, Lenin viu as lealdades culturais ou étnicas com desprezo.
Ele tinha poucas considerações para seus próprios conterrâneos. “Um inteligente
russo”, uma vez realçou, “é quase sempre um judeu ou alguém com sangue judeu em
suas veias.”
Líder máximo do regime bolchevique, com parte de sua ancestralidade sendo judaica, Lenin disse: "Um inteligente russo é quase sempre um judeu ou alguém com sangue judeu em suas veias."
Reunião
crítica
Na tomada do
poder na Rússia, a atuação judaica foi provavelmente crítica.
Duas semanas anteriormente a bolchevique
“Revolução de Outubro” de 1917, Lenin convocou uma reunião ultra secreta em São
Petersbugo (Petrogrado) na qual os líderes chave do Comitê Central do Partido
Bolchevique fizeram a fiel decisão de tomar o poder numa virada violenta. Das doze pessoas que pegaram parte nesta
decisiva reunião, haviam quatro russos (incluindo Lenin), um georgiano
(Stalin) um polonês (Dzerzhinsky), e seis
judeus10.
Para dirigir a
tomada de poder, um “Escritório Político” de sete homens foi escolhido. Ele
consistia de dois russos (Lenin e Bubnov), um georgiano (Stalin), e quatro
judeus (Trotsky, Sokolnikov, Zinoviev, e Kamenev).
Enquanto isso, a Petersburgo Soviética (Petrogrado) – cujo presidente era
Trotsky – estabeleceu um “Comitê Militar Revolucionário” de 18 membros para
efetivamente realizar a tomada do poder. Esse comitê incluía oito (ou nove)
russos, um ucraniano, um polonês, um proveniente do Cáucaso, e seis judeus. Finalmente, para supervisionar a organização do
levante, o Comitê Central Bolchevique estabeleceu um “Centro Militar
Revolucionário” de cinco homens como comando de operações do Partido. Ele consistia
de um russo (Bubnov), um georgiano (Stalin), um polonês (Dzerzhinsky), e dois
judeus (Sverdlov e Uritsky).
Contemporâneas
vozes do aviso
Bem informados
observadores, ambos dentro e fora da Rússia, tomaram nota na época da crucial
ação judaica no Bolchevismo. Winston Churchill, por exemplo, avisou em um
artigo publicado em 8 de fevereiro de 1920, na edição do Illustrated
Sunday Herald de Londres que o Bolchevismo é uma “conspiração mundial para
derrubar a civilização e para a reconstrução da sociedade nas bases de um
desenvolvimento encarceirado, de invejosa malevolência, e de impossível
igualdade”. O eminente líder político britânico e historiador escreveu:
Existe nenhuma necessidade de exagerar a parte da ação na criação do bolchevismo e do atual
levante da Revolução Russa por estes judeus internacionais e na maior parte
ateus. E é
certamente deles a maior parcela de responsabilidade; provavelmente pesando
mais que todas outras. Com notável exceção de Lenin, a maioria das figuras da
liderança são judeus. Mais ainda, a principal inspiração e poder dirigente vem
dos líderes judeus. Consequentemente Tchitcherin, um puro russo, é eclipsado
pelo seu subordinado Litvinoff, e a influência dos russos como Bukharin ou
Lunacharski não pode ser comparada com o poder de Trotsky, ou de Zinoviev, o
Ditador da Citadela Vermelha (Petrogrado), ou de Krassin ou Radek – todos
judeus. Nas instituições soviéticas a predominância de judeus é mesmo mais
surpreendente. E a proeminente, se não certamente a principal, parte no sistema
de terrorismo aplicada pelo Extraordinário Comitê de Combate a Contra Revolução
[a Cheka] tem sida tomada por judeus, e em alguns notáveis casos por judias.
Desnecessário
dizer, as mais intensas paixões de revanche tem sido excitadas no seio do povo
russo.
David R.
Francis, embaixador dos Estados Unidos na Rússia, avisou em janeiro de 1918 num
comunicado para Washington : “Os líderes bolcheviques aqui, a
maioria dos quais são judeus, sendo 90 por cento deles regressados de exílios,
importam-se pouco com a Rússia ou qualquer outro país, mas são internacionalistas
e eles estão tentando iniciar uma
revolução social mundial”.
O judeu Henoch Wallach-Finkelstein, mais conhecido como Litvinov, era o homem forte das relações diplomáticas soviéticas no exterior
O embaixador
da Holanda na Rússia, Oudendyke, apresentou o mesmo ponto de vista uns poucos
meses depois. “A menos que o bolchevismo seja cortado pela raiz imediatamente,
ele está enlaçado a espalhar-se de uma forma ou de outra sobre a Europa e sobre
o mundo inteiro conquanto que ele é organizado e trabalhado por judeus que não
tem nacionalidade alguma, e cujo único objetivo é destruir para seus próprios
fins a ordem existente das coisas”.
“A Revolução Bolchevique,” declarou um jornal de uma comunidade Judaico Americana
em 1920, “foi largamente o produto do
pensamento judaico, do descontentamento judaico, e do esforço judaico de
reconstrução”.
Como uma
expressão deste caráter radicalmente anti-nacionalista, o novo governo
soviético emitiu um decreto, uns poucos meses após tomar o controle, que fez do
anti-semitismo um crime na Rússia. O novo regime comunista consequentemente
tornou-se o primeiro no mundo a punir severamente todas as expressões de
sentimento anti-judaico. Oficiais soviéticos
aparentemente viam tais medidas como indispensáveis. Baseado em cuidadosa
observação durante a longa estadia na Rússia, o erudito americano-judeu Frank
Golder relatou em 1925 que “por causa que muitos líderes soviéticos são judeus
o anti-semitismo está crescendo [na Rússia], particularmente no exército [e] entre
os velhos e novos intelligentsia que estão
tendo os cargos ocupados pelos filhos de Israel”.
Visões da
história
Resumindo a
situação daquele tempo, o historiador israelense Louis Rapoport escreveu:
Imediatamente após
a Revolução [Bolchevique], muitos judeus estavam eufóricos sobre sua alta
representação no novo governo. O primeiro Politburo de Lenin foi dominado
por homens de origem judia.
Sob Lenin,
judeus tornaram-se envolvidos em todos os aspectos da Revolução, incluindo os
trabalhos mais sujos. A despeito dos votos comunistas para erradicar o
anti-semitismo, ele espalhou-se rapidamente após a Revolução – parcialmente por
causa da proeminência de muitos judeus na administração soviética, tão bem como
devido ao impulso traumático e inumano de sovietização que seguiu-se. O
historiador Salo Baron tem notado que um imenso e desproporcional número de
judeus juntou-se a nova polícia secreta bolchevique, a Cheka e muitos daqueles
que caíram em conflito com a Cheka iriam ser baleados por investigadores
judeus.
A coletiva
liderança que emergiu nos dias derradeiros de Lenin foi encabeçada pelo judeu
Zinoviev, um loquaz, mesquinho, Adonis de cabelos encaracolados cuja vaidade
não conhecia limites.
“Qualquer um
que tenha o infortúnio de cair nas mãos da Cheka,” escreveu o historiador judeu
Leonard Schapiro, “fica numa chance muito provável de achar-se confrontando-se,
e possivelmente baleado por um investigador judeu.”.
Na Ucrânia, “Judeus perfizeram aproximadamente 80 por cento das fileiras de
funcionários e agentes da Cheka,” relata W. Bruce Lincoln, um professor
americano de história russa. (Começando como a
Cheka , ou Vecheka) a polícia secreta soviética foi posteriormente conhecida
como GPU, OGPU, NKVD, MVD e KGB.)
Na luz de tudo isso, não deve ser surpresa que
Yakov M. Yurovksy, o líder da esquadra bolchevique que encarregou-se do
assassinato do Czar e de sua família, era judeu, assim como era Sverdlov, o
chefe soviético que co-assinou a ordem de execução de Lenin.
Yakov M. Yurovksy, o judeu que liderou o fuzilamento do Czar russo e de sua família.
Igor Shafarevich, um matemático russo de estatura
mundial, tem agudamente criticado a ação
judaica em derrubar a monarquia Romanov e estabelecer o regime Comunista em seu
país.
Shafarevich foi um líder dissidente durante as décadas finais do regime
soviético. Um proeminente ativista dos direitos humanos, ele foi um membro
fundador do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos na URSS.
Na Russophobia,
um livro escrito dez anos antes do colapso do regime comunista, ele notou que
judeus eram “fantasticamente” numerosos entre o departamento da policia secreta
bolchevique. A característica judaica dos executores bolcheviques, Shafarevich
explicou, é mais conspicua na execução de Nicolau II:
Esta ação
ritual simbolizou o fim de séculos da história russa, tanto que isso pode ser
comparado somente com a execução de Carlos I na Inglaterra ou Luiz XVI na
França. Iria parecer que a representatividade de uma insignificante minoria
étnica deveria manter-se tão longe quanto possível desta dolorosa ação, a qual
iria reverberar em toda história. Ainda que nomes nós encontramos? A execução
foi pessoalmente supervisionada por Yakov Yurovsky quem atirou no Czar, o
presidente dos sovietes locais Beloborodov (Vaisbart); a pessoa responsável
pela administração geral em Ecaterimburgo era Shaya Goloshchekin. Para
completar o quadro, na parede do cômodo onde a execução ocorreu estava um
dístico de um poema de Heine (escrito em
alemão) sobre o Rei Baltazar, que ofendeu Jehovah e foi morto pela ofensa.
Em seu livro
de 1920, o veterano jornalista britânico Robert Wilton ofereceu uma avaliação
similarmente áspera:
O inteiro relato do bolchevismo na Rússia é
indelevelmente marcado com a estampa de uma invasão “alienígena”. O assassinato do Czar, deliberadamente
planejado pelo judeu Sverdlov (que veio para a Rússia como um agente pago pela
Alemanha) e desempenhado pelos judeus Goloshchekin, Syromolotov, Safarov,
Voikov e Yurovsky, é uma ato não do povo russo, mas de seus invasores hostis.
Na batalha por
poder que seguiu a morte de Lenin em 1924, Stalin emergiu vitorioso sobre seus
rivais, eventualmente sucedendo em levar a morte quase todos principais líderes
bolcheviques dos primeiros tempos – incluindo Trotsky, Zinoviev, Radek e
Kamenev. Com a passagem do tempo, e particularmente após 1928 a liderança judaica no escalão máximo do
Estado Soviético e no Partido Comunista diminuiu marcadamente.
Aplicada a
morte sem julgamento
Por uns poucos
meses após tomarem o poder, os líderes bolcheviques consideraram trazer
“Nicolau Romanov” perante um “Tribunal Revolucionário” que iria tornar público
seus “crimes contra o povo” antes de sentenciá-lo a morte. Precedentes
históricos existiram para isso. Dois monarcas europeus tinham perdido suas
vidas como uma consequência de um levante revolucionário: Carlos I na
Inglaterra foi degolado em 1649, e na França Luis XVI foi guilhotinado em 1793.
Nestes casos,
o rei foi levado à morte após um prolongado julgamento público, durante o qual
foi a eles permitidos apresentarem argumentos em defesa deles. Nicolau II, no
entanto, não foi nem acusado e nem julgado. Ele foi secretamente levado a morte
– junto com sua família e empregados íntimos – na calada da noite, num ato que
assemelhava-se mais a um massacre ao estilo gangster do que a uma formal
execução.
Por que Lenin
e Sverdlov abandonaram os planos para um julgamento espalhafatoso do ex-Czar?
Na visão de Wilton, Nicolau e sua família foram assassinados por que os líderes
bolcheviques sabiam bem que eles careciam de genuíno apoio popular, e temiam
claramente que o povo russo nunca iria aprovar que matassem o Czar, indiferente
de pretextos e formalidades legais.
Quanto a isto,
Trotsky defendeu o massacre tanto como útil, e mesmo como medida necessária.
Ele escreveu:
A decisão
[matar a família imperial] não foi somente um expediente rotineiro mas foi
necessário. A severidade desta punição mostrou a todos que nós iríamos
continuar lutando impiedosamente, não parando em nada. A execução da família do
Czar foi necessária não somente na ordem de assustar, horrorizar, e imbuir um
senso de desesperança no inimigo mas também para chacoalhar para cima nossas
próprias fileiras, para mostrar que não existia mais volta, que a frente
repousava ou a vitória total ou a danação total. Isto Lenin percebeu bem.
Contexto histórico
Nos anos que culminaram na revolução de 1917, os judeus eram desproporcionalmente representados em todos partidos subversivos de esquerda na Rússia. O ódio judaico para o regime czarista tinha bases em condições objetivas. Fora dos poderes que lideravam a Europa de então, a Rússia Imperial era mais institucionalmente conservadora e anti-judaica. Por exemplo, judeus eram normalmente não permitidos residir fora de uma larga área no império ocidental conhecida como a “Zona de Assentamento”.
Embora possa
ter sido compreensível, e talvez mesmo defensável, a hostilidade judaica em
direção ao regime imperial, a notória direção judaica no mais vastamente
despótico regime soviético é menos fácil de se justificar.
Num recente livro publicado sobre os judeus na
Rússia durante o século 20, a escritora judia nascida na Rússia Sonya Margolina
vai tão longe enquanto chama o papel judaico em apoiar o regime bolchevique de
“pecado histórico dos judeus”. Ela
aponta, por exemplo, a proeminente participação dos judeus como comandantes dos
campos de concentração e trabalho, Gulag soviéticos, e a participação
dos comunistas judeus na destruição sistemática das igrejas russas. Mais ainda,
ela continua, “Os judeus do mundo inteiro apoiaram o poder soviético, e
permaneceram em silêncio em face de qualquer criticismo da oposição”. Na luz
deste relato, Margolina oferece uma sinistra predição:
A
exageradamente entusiasta participação dos judeus bolcheviques na destruição da
Rússia é um pecado que irá ser vingado. O poder soviético irá ser equiparado
com o poder judaico, e o furioso ódio contra os bolcheviques irá tornar-se ódio
contra os judeus.
Se o passado é alguma indicação, e é desagradável
que muitos russos irão procurar a revanche que Margolina profetizou. De qualquer maneira, acusar “os judeus”
pelos horrores do comunismo parece mais justificável que acusar “pessoas
brancas” pela escravidão negra, ou “os alemães” pela Segunda Guerra Mundial ou
pelo “Holocausto”.
Palavras de um
prodígio sinistro
Nicolau e sua
família são somente os mais conhecidos das incontáveis vítimas do regime que
abertamente proclamou seu implacável propósito. Umas poucas semanas após o
massacre de Ecaterimburgo, um jornal do recente Exército Vermelho declarou:
Sem piedade,
sem poupar nós iremos matar nossos inimigos pelas cifras de centenas, deixem
elas serem milhares, deixem eles derramar neles mesmos o próprio sangue deles.
Pelo sangue de Lenin e Uritskii deixem fluir os dilúvios de sangue da burguesia
– mais sangue, tanto quanto for possível.
Grigori
Zinoviev, discursando num comício dos Comunistas em setembro de 1918,
efetivamente pronunciou a sentença de morte para dez milhões de seres humanos:
“Nós devemos nos importar com 90 milhões dos 100 milhões de habitantes da
Rússia soviética. Enquanto para o resto, nós não temos nada a dizer para eles,
Eles devem ser aniquilados.
Grigori Zinoviev, o judeu responsável pela propagação do comunismo no exterior, selou o destino de 10 milhões de russos: "Eles devem ser aniquilados!"
'Os vinte
milhões'
Como se tem
visto, o pedágio soviético das vidas humanas e sofrimento provou ser muito
maior do que sugeriu a retórica assassina de Zinoviev. Raramente, se é que
alguma vez, tem um regime pego as vidas de tantos de seu próprio povo.
Citando os
recentemente disponíveis documentos da KGB, o historiador Dmitri Volkogonov,
líder de uma especial comissão parlamentária russa, recentemente concluiu que
“de 1929 para 1952 21,5 milhões de [soviéticos] pessoas foram detidas. Destas,
um terço foi baleada, o resto sentenciado a prisão, onde muitos também
morreram.”
Olga Shatunovskaya,
membro da Comissão Soviética de Controle do Partido, e líder de uma comissão
especial durante os anos de 1960 apontada pelo premier Khrushchev, tem
similarmente concluído: “De 1º de janeiro de 1935 para 22 de junho de 1941,
19,840,000 inimigos do povo foram presos. Destes, sete milhões foram baleados
na prisão, e a maioria dos outros morreram no campo.” Estas
figuras foram também achadas nos papéis do membro do Politburo Anastas Mikoyan.
Robert
Conquest, distinto especialista da história soviética, recentemente trouxe a
superfície um sinistro relato da “repressão” soviética de seu próprio povo.
“É difícil
evitar a conclusão que o pedágio de mortes pós 1934 foi bem maior que os dez
milhões. Para isto deve ser adicionada vítimas de fome de 1930 – 1933, as
deportações de kulak, e outras campanhas anti-camponeses, fazendo assim outros
dez milhões a mais. O total está consequentemente no alcance do que os Russos
agora referem-se como 'Os Vinte Milhões'.”
Uns poucos
outros eruditos tem fornecido estimativas significantemente maiores.
Retrospecto da
era Czarista
Com o
dramático colapso do regime soviético, muitos russos estão pegando uma nova e
uma mais respeitável imagem do país deles do período pré-comunismo, incluindo a
era do último imperador Romanov. Enquanto os sovietícos – junto com muitos no
Ocidente – têm estereotipado esta era como pouco mais que uma idade de
despotismo arbitrário, cruel supressão e pobreza em massa, a realidade é mais
diferente.
Enquanto é
verdade que o poder do Czar era absoluto, que somente uma pequena minoria tinha
qualquer significante voz política e que as massas de cidadãos do império eram
camponeses é digno de nota que os russos durante o reinado de Nicolau II tinham
liberdade de imprensa, religião, assembleias, associação e proteção da
propriedade privada, uniões laborais livres. Inimigos jurados do regime eram
tratados com destacável clemência.
Durante as
décadas anteriores a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a economia russa
estava florescendo. De fato, entre 1890 e 1913, foi russo o mais rápido
crescimento do mundo. Novas linhas férreas foram abertas num dobro da
frequência anual que ocorria nos dias do regime soviético. Entre 1900 e 1913, a
produção de ferro aumentou em 58%, enquanto o carvão mais do que dobrou.
Grãos
exportados da Rússia alimentaram toda a Europa. Finalmente, as últimas décadas
da Rússia czarista testemunharam um magnífico florescimento da vida cultural.
Tudo mudou com
a Primeira Guerra Mundial, uma catástrofe não somente para a Rússia, mas para
todo o Ocidente.
Sentimento
Monarquista
Apesar da (ou
talvez por causa da) implacável campanha oficial durante a inteira era
soviética para acabar com todas as lembranças de cada memória não crítica dos
Romanovs e da Rússia imperial, um virtual culto popular de veneração por
Nicolau II tem estado a avançar na Rússia em recentes anos.
As pessoas tem
estado avidamente a pagar o equivalente a várias horas de trabalho para
adquirir junto aos vendedores das ruas de Moscou, São Petersburgo e outras
cidades russas, retratos de Nicolau II. Seu retrato figura agora em inúmeros
lares e apartamentos. No final de 1990, todas as 200.000 cópias da primeira
edição de um panfleto de 30 páginas sobre os Romanovs foram rapidamente
esgotadas. Disse um vendedor de rua: “eu pessoalmente vendo quatro mil cópias
em pouco tempo. É como uma explosão nuclear. As pessoas realmente querem saber
sobre o Czar e a família dele.” Bases pró-czarismo e organizações monarquistas
tem brotado em muitas cidades.
Uma pesquisa
de opinião pública conduzida em 1990 constatou que três de quatro cidadãos
soviéticos inqueridos consideraram o assassinato do Czar e de sua família como
um desprezível crime. Muitos russos ortodoxos vêm
Nicolau II como um mártir. A independente “Igreja Ortodoxa” canonizou a família
imperial em 1981, e a Igreja Ortodoxa Russa de Moscou tem estado sob popular
pressão para fazer o mesmo, a despeito de sua relutância de longo tempo para
tocar neste tabu oficial. O Arque-Bispo da Igreja Ortodoxa de Ecaterimburgo
anunciou planos em 1990 para construir uma grande igreja no local das mortes.
“As pessoas amaram o Imperador Nicolau II,” ele disse. “Sua memória vive com as
pessoas, não como um santo, mas como alguém executado sem veredito de corte,
injustamente, como um sofredor por sua fé e por sua ortodoxia”.
No aniversário
de 75 anos do massacre (em julho de 1993), Os russos recordaram a vida, morte e
legado de seu último Imperador. Em Ecaterimburgo, onde uma grande cruz branca
enfeitada com flores agora marca o local onde a família foi morta, choros
enlutados como hinos foram cantados e orações foram feitas para as vítimas.
Refletindo
ambos sentimento popular e novas realidades políticas sociais, a bandeira
tricolor horizontal, branca, azul e vermelha foi oficialmente adotada em 1991,
substituindo a bandeira soviética vermelha. E em 1993, a águia imperial de duas
cabeças foi restaurada como emblema oficial da nação, substituindo o martelo e
a foice soviética. Cidades que tinham sido renomeadas para honrar figuras
comunistas – tais como Leningrado, Kuibyshev, Frunze, Kalinin, e Gorky – tem
readquirido seus nomes da era czarista. Ecaterimburgo, a qual tinha sido
nomeada Sverdlovsk pelos sovieticos em 1924 em honra ao chefe
judaico-soviético, em setembro de 1991 restaurou seu nome pré-comunista, na
qual prestava honras a imperatriz Catarina I.
Significado
simbólico
Em vista dos
milhões que seriam condenados a morte pelos governantes soviéticos nos anos
seguintes, o assassinato da família Romanov pode não parecer de importância
extraordinária. E ainda, o evento tem profundo significado simbólico. Nas
palavras do historiador Richard Pipes da Universidade de Harvard:
A maneira na
qual o massacre foi preparado e realizado, a princípio negado e então
justificado, tem algo excepcionalmente odioso sobre a questão, algo que
radicalmente distingue ele dos atos anteriores de regicidio e marca isso como o
prelúdio para os assassinatos em massa do século XX.
Outro
historiador, Ivor Benson, caracterizou o assassinato da família Romanov como o
símbolo do trágico destino da Rússia e, certamente, do Ocidente inteiro, neste
século de conflitos e de agonias sem precedentes.
O assassinato
do Czar e de sua família é ainda mais deplorável, por que quaisquer que fossem
suas falhas como um monarca, Nicolau II era, por todas as contas, uma pessoa
decente, generosa, humana e um homem honrado.
O lugar do
massacre na história
O abate em
massa e caos da Primeira Guerra Mundial, e os levantes revolucionários que
varreram a Europa em 1917 – 1918, trouxeram um fim não somente da antiga
dinastia Romanov na Rússia, mas para a inteira ordem social continental.
Varrida também foi a dinastia Hohenzollern na Alemanha, com sua monarquia
constitucional estável, e a antiga dinastia Habsburgo da Austria-Hungria com
seu império multinacional da Europa Central. Estados líderes da Europa
compartilhavam não somente as mesmas fundações cristãs e da cultura ocidental,
mas a maioria dos monarcas reinantes da Europa estavam vinculados por sangue. O
Rei George da Inglaterra foi, através de sua mãe, primo em primeiro grau do
Czar Nicolau, e através de seu pai, primo em primeiro grau da Imperatriz
Alexandra. O Kaiser Guilherme da Alemanha foi primo em primeiro grau de
Alexandra, nascida na Alemanha, e um distante primo de Nicolau.
Mais do que
era o caso com as monarquias da Europa ocidental, a personalidade do Czar da
Rússia simbolizava sua terra e nação. Consequentemente, o assassinato do último
imperador da dinastia que tinha reinado na Rússia por três séculos não somente
simbolicamente pressagiou o abate em massa nos quais os comunistas
reivindicariam tantas vidas russas nas décadas que se seguiram, mas foi o
símbolo do esforço comunista para matar a alma e o símbolo da própria Rússia.
Tradução por
TANNHAUSER
Notas:
1 Nota do tradutor: A
palavra tsarevich significa herdeiro do Czar, o governante
da Rússia imperial.
2 Nota do autor: Edvard Radzinksy, The Last
Tsar (New York: Doubleday, 1992), pp. 327, 344-346.; Bill Keller,
"Cult of the Last Czar," The New York Times, Nov. 21, 1990.
3 Nota do autor: De abril
de 1935 introdução em "Trotsky's Diary in Exile." Citado em: Richard Pipes, The Russian Revolution (New York:
Knopf, 1990), pp. 770, 787.; Robert K. Massie, Nicholas and
Alexandra (New York: 1976), pp. 496-497.; E. Radzinksy, The Last
Tsar (New York: Doubleday, 1992), pp. 325-326.; Ronald W.
Clark, Lenin(New York: 1988), pp. 349-350.
4 Nota do autor: Sobre Wilton e sua carreira na
Rússia, ver: Phillip Knightley, The First Casualty (Harcourt Brace
Jovanovich, 1976), pp. 141-142, 144-146, 151-152, 159, 162, 169, e, Anthony
Summers e Tom Mangold, The File on the Tsar (New York: Harper and
Row, 1976), pp. 102-104, 176.
5 Nota do autor: AP
expedição de Moscou, Toronto Star, 26 de setembro de 1991, p. A2.;
Similarmente, um estudo de 1992 descobriu que um-quarto das pessoas nas
repúblicas da Bielo-Rússia (Rússia branca) e Uzbequistão eram a favor da
deportação de todos os judeus para uma região judaica especial na Rússia
Siberiana. “Estudo encontra anti-semitismo no levantar das terras
ex-soviéticas”, Los Angeles Times, 12 de junho de 1992, p. A4.
6 Nota do autor: Na
virada do século os judeus perfaziam 4,2 por cento da população do império
russo. Richard Pipes, The Russian Revolution (New York: 1990), p. 55
(fn.). Para comparação, nos Estados Unidos de hoje, judeus perfazem menos que
três por cento da população total (conforme estimam a maioria das autoridades).
7 Nota do autor: Ver introduções individuais em:
H. Shukman, ed., The Blackwell Encyclopedia of the Russian
Revolution (Oxford: 1988), e em: G. Wigoder, ed., Dictionary of
Jewish Biography (New York: Simon and Schuster, 1991).
A proeminente
ação bolchevique nos bastidores da revolução russa pré-1914, e nos promórdios
do regime soviético, é igualmente confirmado em: Stanley Rothman and S. Robert
Lichter, Roots of Radicalism (New York: Oxford, 1982), pp. 92-94.
Em 1918, o
Comitê Central do Partido Bolchevique tinha 15 membros. O erudito alemão Herman
Fehst citando relatos soviéticos publicados – relatou em seu útil estudo de
1934 que seis destes 15 eram judeus. Herman Fehst, Bolschewismus und
Judentum: Das jüdische Element in der Führerschaft des
Bolschewismus (Berlin: 1934), pp. 68-72.; Robert Wilton, todavia, relatou
que em 1918 o Comitê Central do Partido Bolchevique tinha doze membros, dos
quais nove eram de origiem judia e três eram de ancestralidade russa. R.
Wilton, The Last Days of the Romanovs (IHR, 1993), p. 185.
8 Nota do autor: Após
anos de supressão oficial, este fato foi reconhecido em 1991 no semanário de
Moscou Ogonyok. Ver Jewish Chronicle (Londres), 16 de julho de
1991. Ver também: Carta por by L. Horwitz no The New York Times, Aug. 5,
1992, a qual cita informação do jornal russo "Native Land Archives.";
“Linhagem de Lenin?” 'Judia,' Clama o Moscow News, “Forward (New York
City), Fev. 28, 1992, pp. 1, 3.; M. Checinski, Jerusalem Post(weekly
international edition), Jan. 26, 1991, p. 9.
9 Nota do autor: Richard Pipes, The Russian
Revolution (New York: Knopf, 1990), p. 352.
10 Nota do autor: Harrison E. Salisbury, Black
Night, White Snow: Russia's Revolutions, 1905-1917 (Doubleday, 1978), p. 475.;
William H. Chamberlin, The Russian Revolution (Princeton Univ. Press, 1987), vol. 1, pp.
291-292.; Herman Fehst, Bolschewismus und Judentum: Das jüdische Element
in der Führerschaft des Bolschewismus(Berlin: 1934), pp. 42-43.; P. N. Pospelov,
ed., Vladimir Ilyich Lenin: A Biography (Moscow: Progress, 1966), pp.
318-319.
Este encontro
foi mantido em 10 de Outubro (velho calendário Juliano), e em 23 de Outubro
(novo calendário). Os seis judeus que participaram eram: Uritsky, Trotsky,
Kamenev, Zinoviev, Sverdlov e Soklonikov. Os bolcheviques tomaram o poder em 25
de outubro em Petersbugo (velho calendário Juliano) Daí a referência a “Grande
Revolução de Outubro” - a qual é 7 de novembro (novo calendário).
11 Nota do autor: William H. Chamberlin, The
Russian Revolution (1987), vol. 1, p. 292.; H. E. Salisbury, Black
Night, White Snow: Russia's Revolutions, 1905-1917 (1978), p. 475.
12 Nota do autor: W. H. Chamberlin, The
Russian Revolution, vol. 1, pp. 274, 299, 302, 306.; Alan Moorehead, The
Russian Revolution (New York: 1965), pp. 235, 238, 242, 243, 245.; H.
Fehst, Bolschewismus und Judentum(Berlin: 1934), pp. 44, 45.
13 Nota do autor: H. E. Salisbury, Black
Night, White Snow: Russia's Revolutions, 1905-1917 (1978), p. 479-480.; Dmitri
Volkogonov, Stalin: Triumph and Tragedy (New York: Grove Weidenfeld,
1991), pp. 27-28, 32.; P. N. Pospelov, ed., Vladimir Ilyich Lenin: A
Biography (Moscow: Progress, 1966), pp. 319-320.
14 Nota do autor:
"Zionism versus Bolshevism: A struggle for the soul of the Jewish
people," Illustrated Sunday Herald (London), February 8, 1920. Facsimile reprint in: William
Grimstad, The Six Million Reconsidered (1979), p. 124. (No momento em
que este ensaio foi publicado, Churchill estava servindo como Ministro de
Guerra e do Ar.).
15 Nota do autor: David R. Francis, Russia
from the American Embassy (New York: 1921), p. 214.
16 Nota do autor: Foreign Relations of the
United States -- 1918 -- Russia, Vol. 1 (Washington, DC: 1931), pp.
678-679.
17 Nota do autor: American Hebrew (New
York), Set. 1920. Citado
em Nathan Glazer e Daniel Patrick Moynihan, Beyond the Melting
Pot (Cambridge, Mass.: 1963), p. 268.
18 Nota do autor: C. Jacobson, "Jews in the
USSR" in: American Review on the Soviet Union, August 1945, p. 52.;
Avtandil Rukhadze, Jews in the USSR: Figures, Facts, Comment (Moscow:
Novosti, 1978), pp. 10-11.
19 Nota do tradutor: O
termo intelligentsia refere-se, usualmente, a uma categoria ou grupo
de pessoas engajadas em trabalho intelectual complexo e criativo que
inflluencia a cultura social.
20 Nota do autor: T. Emmons and B. M. Patenaude,
eds., War, Revolution and Peace in Russia: The Passages of Frank Golder,
1913-1927 (Stanford: Hoover Institution, 1992), pp. 320, 139, 317.
21 Nota do autor: Louis Rapoport, Stalin's War
Against the Jews (New York: Free Press, 1990), pp. 30, 31, 37. Ver também pp. 43, 44, 45,
49, 50.
22 Nota do autor: Citado em: Salo Baron, The
Russian Jews Under Tsars and Soviets (New York: 1976), pp. 170, 392 (n.
4).
23 Nota do autor: Em 1919,
três quartos da equipe da Cheka em Kiev eram de judeus, que foram cuidadosos em
poupar companheiros judeus. Por fim, a Cheka pegou poucos refens judeus. R.
Pipes, The Russian Revolution(1990), p. 824.; O historiador isrealita
Louis Rapoport também confirma a dominante participação feita pelos judeus na
polícia secreta soviética através dos anos de 1920 e 1930. L.
Rapoport, Stalin's War Against the Jews(New York: 1990), pp. 30-31, 43-45,
49-50.
24 Nota do autor: E. Radzinsky, The Last
Tsar (1992), pp. 244, 303-304.; Bill Keller, "Cult of the Last
Czar," The New York Times, Nov. 21, 1990.; Ver também W. H.
Chamberlin, The Russian Revolution, vol. 2, p. 90.
25 Nota do autor: Citado
em : The New Republic, Feb. 5, 1990, pp. 30 ff.; Por causa do alegado
anti-semitismo de Russophobia, em julho de 1992. Shafarevich foi solicitado
pela Academia Nacional de Ciências (Washington, DC) para abdicar-se como um
membro associado daquele prestigioso corpo acadêmico.
26 Nota do tradutor: Christian
Joahnn Heirich Heine (1797 – 1856) Foi um poeta judeu nascido na Alemanha que
exaltava o racismo judaico em pleno contexto germanista da época, sendo
considerado por muitos judeus como um arauto do avanço moderno do racismo
judaico. Seu nome foi festejado na URSS judaico-bolchevista, assim como ainda o
é em Israel.
27 Nota do autor: R. Wilton, The Last Days of
the Romanovs (1993), p. 148.
28 Nota do autor: Richard Pipes, The Russian
Revolution (1990), p. 787.; Robert K. Massie, Nicholas and
Alexandra (New York: 1976), pp. 496-497.
29 Nota do autor: Um
artigo de uma edição de 1907 do respeitado jornal National
Geographic relatou na situação revolucionária que fermentava na Rússia nos
anos anteriores a Primeira Guerra Mundial: “Os líderes revolucionários
pertenciam quase todos a raça judaica, e a mais efetiva agência revolucionária
é a judaica Bund” W. E. Curtis, “The Revolution in Russia,” National
Geographic, maio de 1907, pp. 313 – 314.
Piotr
Stolypin, provavelmente o maior estadista da Rússia Imperial, foi assassinado
em 1911 por um assassino judeu. Em 1907, judeus faziam aproximadamente dez por
cento da filiação do Partido Bolchevique. No Partido Menchevique, outra facção
do Partido Social Democráticodo Trabalhador Russo, a proporção judaica era duas
vezes maior. R. Pipes, The Russian Revolution (1990), p. 365; Ver
também R. Wilton, The Last Days of the Romanovs (1993), pp. 185-186.
30 Nota do
autor: Martin Gilbert, Atlas of Jewish History (1977), pp. 71,
74.; A despeito da política restritiva de “assentamento”, em 1897
aproximadamente 315,000 judeus viviam fora do assentamento, a maioria deles
ilegalmente. Em 1900 mais que 20,000 estavam vivendo na capital da São
Petersbugo, e outros 9,000 em Moscou.
Nota do
tradutor: Esta “Zona de Assentamento” provavelmente refere-se a região
do Pale que incluia várias nações que estavam sob a direção russa. O
estudioso e jornalista inglês Douglas Reed, que trabalhou no jornal
inglês The Times, tratou em detalhes desta região em seu
livro Conttroverse of Zion.
31 Nota do autor: Sonja
Margolina, Das Ende der Lügen: Russland und die Juden im 20.
Jahrhundert (Berlin: 1992). Citado em: "Ein ganz heisses Eisen
angefasst," Deutsche National-Zeitung (Munich), July 21, 1992,
p. 12.
32 Nota do
autor: Krasnaia Gazetta ("Red Gazette"), 1 de setembro,
1918. Citado em: Richard Pipes, The Russian Revolution (1990), pp.
820, 912 (n. 88).
33 Nota do autor: Richard Pipes, The Russian
Revolution (New York: 1990), p. 820.
34 Nota do
autor: Contrariando os números que os historiadores ocidentais tem por
anos sugerido, o terror soviético e os sistema de campos Gulag não começaram
com Stalin. Nos fins dos anos de 1920, a Rússia Soviética tinha já 84 campos de
concentração com aproximadamente 50,000 prisioneiros. Em outubro de 1923 o
número tinha aumentado para 315 campos com 70,000 presos. R. Pipes, The
Russian Revolution (1990), p. 836.
35 Nota do autor: Citado
pelo historiador Robert Conquest num artigo/revisão no The New York Review
of Books, 23 de Set., 1993, p. 27.
36 Nota do autor: The New York Review of
Books, Sept. 23, 1993, p. 27.
37 Nota do tradutor:
O politburo é o nome do comitê executivo dos partidos
comunistas de então.
38 Nota do
autor: Revisão/artigo por Robert Conquest em The New York Review of
Books,. 23 de set., 1993, p. 27.; No “Grande Terror” durante os anos de 1937 –
1938 somente, Conquest tem calculado, que aproximadamente um milhão foram
baleados pela polícia secrete soviética, e outros dois milhões pereceram nos
campos soviéticos. R. Conquest, The Great Terror (New York: Oxford,
1990), pp. 485-486.; Conquest tem estimado que 13,5 para 14 milhões de pessoas pereceram
na campanha de coletivisação ("dekulakization") e forçados a situação
de fome entre 1929 – 1933. R. Conquest, The Harvest of Sorrow (New
York: Oxford, 1986), pp. 301-307.
39 Nota do autor: O
professor russo Igor Betuzhev-Lada, escrevendo em uma edição de 1988 do
semanário de Moscou Nedelya, sugeriu que somente durante a era de Stalin
(1935 – 1953), tanto quanto 50 milhões de pessoas foram mortas, condenadas para
os campos dos quais eles nunca mais sairam, ou perderam suas vidas como
resultado direto da brutal campanha de “dekulakization” contra os camponeses.
“Sovietes admitem que Stalin matou mais de 50 milhões”, The Sunday Times,
London, April 17, 1988.; R. J. Rummel, um professor de ciência politica na
Universidade do Havaí, tem recentemente calculado que 61, 9 milhões de pessoas
foram sistematicamente mortas pelo regime comunista soviético de 1917 até 1987.
R. J. Rummel, Lethal Politics: Soviet Genocide and Mass Murder Since
1917 (Transaction, 1990).
40 Nota do autor: Por
causa de suas atividades revolucionárias, Lenin foi sentenciado em 1897 por
três anos de exílio na Sibéria. Durante este período de “punição”, ele casou,
escreveu aproximadamente 30 trabalhos, fez extensivo uso da bem alojada
biblioteca local, redigiu numerosos periódicos extrangeiros, manteve volumosa
correspondência com seus apoiadores através da Europa, e usufluiu numerosas
caças esportivas e excursões esportivas no gelo, enquanto todo o tempo recebeu
uma bolsa do estado. Ver Ronald W. Clark, Lenin (New York: 1988), pp.
42-57.; P. N. Pospelov, ed., Vladimir Ilyich Lenin: A Biography (Moscow:
Progress, 1966), pp. 55-75.
41 Nota do autor: R. Pipes, The Russian
Revolution (1990), pp. 187-188.
42 Nota do autor: The
Nation, 24 de junho, 1991, p. 838.
43 Nota do autor: Bill Keller, "Cult of the
Last Czar," The New York Times, Nov. 21, 1990.
44 Nota do autor: "Nostalgic for Nicholas,
Russians Honor Their Last Czar," Los Angeles Times, 18 de julho,
1993.; "Ceremony marks Russian czar's death," Orange County
Register, 17 de julho, 1993.
45 Nota do autor: R.
Pipes, The Russian Revolution (1990), p. 787.
Sobre o autor:
Mark Weber nasceu e cresceu em Portland, Oregon. Ele estudou história na Universidade de Illinois (Chicago), na Universidade de Munique, Universidade Estadual de Portland e Universidade de Indiana (M.A., 1977).
Durante as décadas anteriores a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a economia russa estava florescendo. De fato, entre 1890 e 1913, foi russo o mais rápido crescimento do mundo. Novas linhas férreas foram abertas num dobro da frequência anual que ocorria nos dias do regime soviético. Entre 1900 e 1913, a produção de ferro aumentou em 58%, enquanto o carvão mais do que dobrou41.
ResponderExcluirGrãos exportados da Rússia alimentaram toda a Europa. Finalmente, as últimas décadas da Rússia czarista testemunharam um magnífico florescimento da vida cultural.
Ao ler hoje o texto sobre a participação judaicas na Revolução Socialista Russa, observei um texto muito bem estruturado e apresentando um embasamento bibliográfico vasto. Mas declaradamente antissemita e anti socialista, não apresentando em nenhum momento opiniões de outros pesquisadores, de opinião divergente a opinião do autor. A parte do texto, que anexado a este comentário, chamou minha atenção por destacar o grande desenvolvimento russo no final do século XIX, e início do século XX, ignorando completamente a análise de diversos historiadores sobre esta mesma realidade. O crescimento da economia russa realmente ocorria, mas a que custo. O endividamento com outras potências europeias era parte deste custo.
E qual era o benefício para a maioria da população, que viviam em condições miseráveis e mais de 80% analfabeta. Grande crescimento cultural, para uma restrita elite.
Sobre a afirmação das qualidades de estadista do Czar, lembremos da fracassada empreitada imperialista quando foi derrotado pelo Japão.
E sobre suas qualidades de governante amado e respeitado pelo povo, estas foram demonstradas no denominado "Domingo Sangrento", onde sua guarda pessoal assassinou centenas de pacíficos manifestantes, que ousaram demonstrar insatisfação com a sua humilhante condição de vida.
Mas todos estes fatos, comprovados pela pesquisa de diversos historiadores, foram ignorados pelo autor do texto, preocupados em alimentar um sentimento antissemita.
Não afirmo ter qualquer erro dos fatos afirmados, ou que os judeus tenho participados efetivamente na organização e realização da Revolta Comunista, mas a maneira em que os fatos são apresentados apenas demonstram, e incentivam, um sentimento de características antissemita e xenófobo.