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terça-feira, 23 de agosto de 2022

A Consciência Política tentando combater a Ignorância Erudita

Por Dag Vulpi - Publicado originalmente em 17 de julho de 2021.

Os impulsionadores da ignorância erudita têm uma certa predileção por difundir certos temas. É praticamente impossível você visitar uma rede social e não se deparar com alguma postagem ou comentário em que o assunto tratado não seja o comunismo. Não há nenhum problema no fato de as pessoas exporem suas opiniões sobre esse tema; muito ao contrário, considero o assunto pertinente e merecedor de toda atenção. Na verdade, o que me incomoda é o fato de que a maioria dos que se aventuram a enveredar nessa seara não sabe diferenciar comunismo de ditadura. Esse desconhecimento acaba causando um grande "prejuízo" para a conscientização coletiva.

Ainda que não seja um profundo conhecedor da causa, tentarei, de forma simples, colaborar na conscientização e consequente redução da ignorância erudita. Sinteticamente, tentarei mostrar os conceitos básicos e a discrepância entre Ditadura e Comunismo.

Ditadura: é um regime governamental no qual todos os poderes do Estado estão concentrados em um indivíduo, um grupo ou um partido. O ditador não admite oposição a seus atos e ideias e reserva para si o poder das decisões.

Comunismo: é uma ideologia. Um movimento político, filosófico, social e econômico cujo objetivo final é o estabelecimento de uma sociedade estruturada sobre as ideias de igualitarismo, propriedade comum dos meios de produção e ausência de classes sociais, do dinheiro e do Estado. O comunismo também não pode ser confundido com "o socialismo"; ele, conforme idealizado, se sugere como uma forma ESPECÍFICA de socialismo.

Agora que entendemos o básico do que preconiza uma ideologia comunista e um regime ditatorial, vamos fazer um pequeno exercício usando como exemplo uma ilha caribenha que vive uma ebulição social e que sempre é citada como exemplo de regime comunista.

Vamos exercitar juntos alguns questionamentos que poderão colaborar no entendimento da distinção entre os dois sistemas:

  1. Na ilha de Cuba existem classes sociais? Ou seja, lá, como no resto do mundo, existe uma parte majoritária da população que é muito pobre e outra minoritária formada por uma casta de cidadãos abonados?

  2. Na ilha de Cuba existe a presença do Estado? Ou seja, lá existe representante ou representantes que concentram direitos políticos e determinam leis e regras que devem ser obedecidas por seus cidadãos?

Se a resposta para uma das perguntas acima for "SIM", poderemos afirmar que Cuba NÃO é COMUNISTA, mas sim uma DITADURA. Afinal, na utópica visão idealista do comunismo, a sociedade não pode ser dividida em classes sociais distintas. Tampouco, nessa sociedade, poderia haver a presença do Estado.

Sigamos com nossos questionamentos.

  1. Na ilha de Cuba, o governo concentra todos os poderes do Estado? Por exemplo, o governante cubano impõe ao seu povo leis que limitam suas liberdades?

  2. O governo cubano não admite oposição aos seus atos e ideias e tem poder absoluto de decisão?

Se a resposta para uma das perguntas acima for SIM, será a confirmação de que Cuba é uma DITADURA e não COMUNISTA. Pois, na utópica visão idealizada do comunismo, não existiria um governo com poderes de impor limites à liberdade do seu povo. Tampouco, na utopia comunista, haveria situação ou oposição. Afinal, entende-se por comunismo, conforme citado acima, a ausência total de Estado.

sábado, 17 de junho de 2017

Governo de Cuba critica "pressão dos EUA" para mudanças de sistema na ilha

O governo de Cuba divulgou comunicado nessa sexta-feira (16) garantindo que qualquer estratégia para mudar o sistema na ilha está "condenada ao fracasso", e que os Estados Unidos não estão em condições de dar lições sobre direitos humanos, destacando que pretendem seguir dialogando com o país. As informações são da agência de notícias EFE.

A declaração foi difundida simultaneamente em todos os veículos de comunicação estatais. No comunicado, o regime comandado por Raúl Castro responde ao discurso feito pelo presidente americano, Donald Trump, que anunciou mudança na política para Cuba.

"Qualquer estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social em Cuba, que pretenda alcançar por meio de pressões e imposições, ou empregando métodos mais sutis, estará condenada ao fracasso", diz o texto veiculado como primeira reação ao posicionamento de Washington.

O texto sustenta que as mudanças necessárias para Cuba, como as que estão sendo realizadas agora, como parte do processo de atualização do modelo econômico e socialista na ilha, "seguirão sendo decididos soberanamente" pelo povo cubano.

"Assumiremos qualquer risco e continuaremos firmes e seguros na construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável", afirma o governo.

A declaração aponta que Donald Trump esteve, mais uma vez, "mal assessorado", ao tomar decisões que favorecem os interesses políticos de uma "minoria extremista" de origem cubana, residente no estado da Flórida, que, por "motivações mesquinhas" não desiste da pretensão de castigar Cuba e a sua população.

Na questão dos direitos humanos, o governo de Cuba, rejeita a "manipulação com fins políticos", garantindo que os cidadãos do país "desfrutam de direitos e liberdades fundamentais" e destacando o acesso à saúde, educação, previdência social, salários iguais, direitos das crianças, à alimentação, a paz e ao desenvolvimento.

"Os Estados Unidos não estão em condições de nos dar lições", diz o texto, que ainda destaca negativamente o grande número de casos de assassinatos, abusos policiais e discriminação racial nos Estados Unidos.


O governo de Cuba ainda garante que está disposto a continuar um diálogo "respeitoso", além da cooperação em temas de interesse mútuo, assim como a negociação de assuntos bilaterais "pendentes" com o governo americano, mas garante que não realizará concessões que possam ferir sua soberania e independência.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Cuba convoca para outubro eleições prévias à substituição presidencial


Cuba convocou para outubro deste ano as eleições para escolher os delegados para as assembleias municipais (câmaras de vereadores), o primeiro passo antes da designação de um novo presidente, já que Raúl Castro se comprometeu a deixar o cargo em fevereiro de 2018. A informação é da Agência EFE.

Uma nota do Conselho de Estado de Cuba publicada hoje (14) nos jornais estatais Granma e Juventud Rebelde esclarece que em 22 de outubro acontecerá o primeiro turno das eleições municipais, mas não detalhou a data dos pleitos provinciais e nacionais.

"A data em que acontecerão as eleições para escolher, para um mandato de cinco anos, os delegados das assembleias provinciais e os deputados da Assembleia Nacional do Poder Popular (parlamento unicameral) será apresentada no momento oportuno", diz o texto.

Além disso, a nota afirma que, se for necessário um segundo turno, ele será realizado em 29 de outubro nos distritos onde nenhum dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos válidos.

A ilha iniciou o processo eleitoral em maio, quando foi anunciado que o serviço de consulta e atualização de domicílio aos cidadãos com direito a voto estaria disponível nos escritórios do Ministério do Interior (Minint).

As eleições municipais são o primeiro passo para que um cubano se torne deputado no parlamento, órgão que, por sua vez, elege o presidente do país.

Para o atual processo, a oposição quer apresentar candidatos independentes que não são filiados ao Partido Comunista, o único legalizado no país. Esses candidatos estão vinculados, em sua maioria, a plataformas populares dissidentes como #Otro18, Cuba Decide, Um cubano, um voto e o Movimento Cristão de Libertação Nacional.

Raúl Castro governa Cuba formalmente desde 24 de fevereiro de 2008, quando foi ratificado pela Assembleia Nacional, mas exercia o cargo desde 2006, quando o seu irmão, o hoje falecido Fidel Castro, delegou a ele o comando do país devido a uma grave doença.

Desde que assumiu a presidência, Raúl Castro assegurou que só ocuparia o cargo durante dois mandatos de cinco anos, mas deve permanecer até 2021 à frente do Partido Comunista, que controla as estruturas de poder no país.

Na falta de uma posição oficial, os prognósticos indicam uma substituição institucionalizada e a designação do vice-presidente Miguel Díaz-Canel, de 56 anos, como próximo governante da ilha.

Díaz-Canel é engenheiro de computação, entrou muito jovem no Partido Comunista e foi nomeado pelo próprio Raúl Castro como primeiro vice-presidente de governo em 2013.

A designação do vice-presidente como autoridade máxima da ilha materializaria também uma substituição geracional que o próprio Castro reconheceu como necessária e, por isso, no ano passado limitou para 60 anos a idade para ser integrante do Comitê Central do Partido Comunista e a 70 para exercer cargos de direção dentro da legenda.

No domingo (9), um grupo dissidente publicou nas redes sociais que Raúl Castro se encontrava "em estado grave", o que levantou especulações sobre o estado de saúde do governante.


No entanto, na segunda-feira (10), a televisão cubana divulgou imagens de Raúl Castro recebendo o chanceler de Luxemburgo, que faz uma visita oficial à ilha.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Trump anunciará em breve endurecimento da política dos EUA para Cuba

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja anunciar em breve em Miami, na Flórida, uma série de mudanças na política para Cuba que pode endurecer significativamente as condições para o comércio e as viagens de americanos à ilha. As informações foram confirmaradas à Agência EFE nesta terça-feira (31) por três fontes próximas ao processo.

Ao chegar ao poder em janeiro, Trump ordenou que sua equipe fizesse uma revisão da política de abertura a Cuba, estabelecida a partir de dezembro de 2014 por seu antecessor, o ex-presidente Barack Obama.

A revisão está perto de terminar e a equipe de Trump pretende apresentar ao presidente uma série de opções para que ele decida qual tomar, disse hoje à EFE uma fonte do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Segundo fontes próximas ao processo de revisão, a Casa Branca já decidiu que Trump fará nas próximas semanas um discurso semelhante a um comício em Miami para detalhar as mudanças. O evento estaria programado para ocorrer em meados de junho: "está certo que Trump vai a Miami e fará um discurso, mas os detalhes ainda estão sendo negociados".

Entre as possíveis mudanças está a proibição de empresas dos EUA de negociar com companhias ou órgãos que estejam ligados às Forças Armadas Revolucionárias (FAR) de Cuba. Outra revisão prevê a imposição de mais restrições a viagens de americanos à ilha.

Também é provável que Trump anule a ordem executiva publicada por Obama em 2016, que servia como guia esclarecendo a responsabilidade de cada órgão do governo norte-americano na nova relação com Cuba.

Ainda que Trump não esteja cogitando romper as relações ou fechar a embaixada dos EUA em Havana, as mudanças estão longe de ser meramente simbólicas, afirmaram as fontes consultadas pela Agência EFE.

"Essa é uma marcha ré significativa em relação à política de aproximação de Obama", afirmou uma fonte, que defende o fim do embargo comercial a Cuba.
"Proibir todas as transações relacionadas com o Exército cubano pode parecer inócuo, mas, na prática, isso sufocará todo o comércio com Cuba", avaliou a fonte consultada pela EFE.

Para o Departamento do Tesouro dos EUA é difícil ter certeza de que uma empresa estatal cubana não tem vínculo com as FAR. Isso criaria incerteza para as companhias americanas, que não vão se arriscar.

Trump também pode instruir o Departamento de Estado a focar mais nos direitos humanos, segundo John Kavulich, que preside o Conselho Comercial e Econômico EUA-Cuba, um grupo de empresas americanas interessadas em fazer negócios com a ilha.

Turismo
Ainda que o turismo de americanos em Cuba não seja permitido, Obama relaxou as restrições de viagem e autorizou que cidadãos dos EUA se autodeclarassem participantes de uma visita educativa, cultural ou de outro tipo à ilha.

Kaluvich explicou que a intenção da equipe de Trump é, pelo menos, reforçar os controles de imigração para que os americanos que retornem de Cuba provem que viajaram à ilha pelos motivos alegados.

Outra opção é eliminar a autocertificação de Obama e obrigar que todos obtenham licenças específicas para viajar a Cuba, algo que pode desestimular os turistas e dificultar as operações das companhias aéreas que estabeleceram rotas regulares para a ilha.

Dois republicanos de origem cubana foram essenciais no processo de revisão da Casa Branca: o senador Marco Rubio e o congressista Mario Díaz-Balart. Todos teriam recebido garantias do próprio Trump de que o presidente endureceria as políticas para Cuba se eles colaborassem com o presidente em vários temas, como as indicações de membros para formar o governo e a lei de reforma da saúde.


Rubio segue negociando com a Casa Branca o conteúdo do discurso de Trump, mas, por enquanto, a equipe de estrategistas do presidente tem levado a melhor no debate interno sobre quase todos os órgãos do governo, que se mostraram favoráveis a manter a política de Obama para Cuba, afirmaram duas das fontes ouvidas pela EFE.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Governo dos EUA diz que está revisando suas políticas em relação a Cuba

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está revisando sua política com Cuba devido à situação de direitos humanos na ilha, afirmou nesta terça-feira (30) o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer. "A política de direitos humanos é muito importante e, por isso, estamos revisando nossa política com Cuba", disse Spicer em entrevista coletivaa. A informação é da EFE.

O porta-voz não detalhou o que está sendo revisado nas relações com Cuba, país com o qual os EUA iniciaram um processo de degelo e aproximação em dezembro de 2014 durante o mandato do ex-presidente Barack Obama, um gesto que pôs fim a meio século de inimizade e bloqueios econômicos e desembocou no restabelecimento de relações.

Spicer fez estas declarações em resposta a uma pergunta sobre a conversa por telefone que Trump teve em abril com o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, na qual o mandatário americano, segundo o jornal The Washington Post, felicitou seu colega filipino por seu "incrível trabalho" na luta contra as drogas, que deixou mais de 7 mil mortos desde sua posse, em junho do ano passado.

Inesperadamente, o porta-voz Spicer ligou essa resposta com o tema da revisão da política americana em relação a Cuba, sem que houvesse qualquer pergunta a respeito.


Alguns veículos de comunicação americanos informaram que Trump deve anunciar suas mudanças na política de Obama em relação à ilha caribenha em uma visita que ele fará em junho a Miami (Flórida), onde vive uma grande colônia de exilados cubanos. A Casa Branca, no entanto, não confirmou essa informação.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Programa piloto cubano pretende conectar 2 mil casas à internet


Agência Xinhua

A empresa estatal cubana de telecomunicações Etecsa anunciou nessa segunda-feira (19) que lançará um programa piloto para conectar 2 mil casas na capital, Havana, à internet. A informação é da Agência Xinhua, da China.
Até agora, o acesso à internet em casa era um luxo concedido apenas a funcionários superiores e profissionais como médicos, jornalistas e acadêmicos, principalmente devido à falta de infraestrutura, com a média de cubanos se conectando a hotspots Wi-Fi e cibercafés.

Ana Maria Mendez, funcionária da Etecsa, disse que nos próximos dias as residências selecionadas no bairro antigo da cidade serão ligadas, sem custo, para que os moradores possam se conectar de suas casas, de acordo com o site de notícias Cubadebate.

As residências foram escolhidas pelo acesso à infraestrutura já implantada pela Etecsa, disse ela. "Este programa piloto de acesso domiciliar à internet exige uma linha dedicada para cada cliente e tecnologia ADSL", acrescentou.

Os usuários terão acesso gratuito por mês e pagarão adicional de 1,50 CUC - a moeda cubana - (US$ 1,5) por hora, de acordo com a quantidade de uso de dados.

"Este programa permitirá à nossa empresa avaliar a possibilidade de expandir o serviço para outras áreas do país," disse Ana Maria.

Na semana passada, a Etecsa assinou acordo para acelerar o acesso local ao conteúdo online do Google.

A empresa cubana também informou ontem que está diminuindo o preço do acesso Wi-Fi de 2 CUC por hora para 1,5 CUC (US$ 1,5).

As sanções dos Estados Unidos contra Cuba obrigaram o país, durante anos, a se conectar à internet por satélite, o que era muito precário e limitou o serviço. Em 2013, a Venezuela ajudou a ilha a ter acesso à sua própria infraestrutura, colocando um cabo submarino de fibra óptica.

Washington oficialmente estreitou os laços com Havana em 2015, e as empresas de telecomunicações norte-americanas têm aproveitado a reaproximação para expandir seu mercado.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Obama desembarca em Havana e se diz ansioso para conhecer cubanos




O presidente norte-americano, Barack Obama, desembarcou no fim da tarde de hoje (20) em Havana. Com a chegada à ilha, ele torna-se o primeiro líder dos Estados Unidos a visitar Cuba nos últimos 88 anos.

O Air Force One, avião presidencial norte-americano, aterrissou cerca de 16h15, horário local (17h15, em Brasília) no aeroporto Jose Martí, nome do pai da independência da antiga colônia espanhola. Ao pousar, ele mostrou-se ansioso para conhecer o povo cubano.

Numa curta mensagem em seu perfil no Twitter, divulgada pouco depois de aterrissar, Obama escreveu em espanhol, usando uma expressão popular para perguntar como estão os cubanos (“Que bolá Cuba?”), e disse estar “ansioso para conhecer e ouvir diretamente o povo cubano”.

Barack Obama tornou-se hoje o primeiro presidente norte-americano, depois de Calvin Coolidge em 1928, a visitar Cuba, procurando acabar com décadas de animosidade relacionada à Guerra Fria.

*Com informações da Agência Lusa

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Ex-presos políticos cubanos recebem autorização para viajar

Sete ex-presos políticos cubanos do chamado Grupo dos 75 foram notificados, nessa segunda-feira (22), pelas autoridades da ilha de que têm autorização para viajar ao exterior, mas “apenas por uma vez”.

Os ex-prisioneiros Félix Navarro, Héctor Maseda e Marta Beatriz Roque estão entre os sete dissidentes que foram informados da autorização temporária de viagem para o exterior, segundo informaram à agência EFE.

Também foram convocados Oscar Elías Biscet, Arnaldo Ramos, Librado Linares, Eduardo Díaz e Jorge Oliver que, como os seus companheiros, foram libertados por meio de uma licença extrapenal, instrumento jurídico que não anula as condenações impostas durante a onda de repressão da Primavera Negra de 2003, que levou à prisão 75 dissidentes.

Félix Navarro disse à agência de notícias espanhola que as autoridades lhe concederam autorização para viajar para o exterior por “uma única vez” devido ao “bom comportamento” desde que saiu da cadeia, em 2011.

O ex-preso afirmou, porém, que vai recusar a concessão do governo cubano, pois a considera uma “estratégia” relacionada com a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à ilha, anunciada para os dias 21 e 22 de março.

Marta Beatriz Roque disse que também foi informada da autorização excepcional e que, na sua opinião, ela não é mais do que uma "prenda" para Obama.

“A minha percepção é a de que querem que fiquemos [fora de Cuba], mas estou há 25 anos nisso e não vou agora vacilar por uma viagem”, disse Marta, a única mulher do Grupo dos 75 que recebeu a licença extrapenal por motivos de saúde em 2004.

Ela afirmou que se aceitar viajar será para visitar os familiares que vivem em Miami (EUA) e que não vê desde 1960, incluindo uma irmã que tem atualmente 82 anos.

Héctor Maseda explicou que se os outros quatro ex-presos do grupo – José Daniel Ferrer, Ángel Moya, Iván Hernández e Librado Linares –, que também têm uma licença extrapenal, não  tiverem essa autorização, então também não a aceita, por uma questão de “princípio e solidariedade”.

Os 11 ex-presos do Grupo dos 75 permanecem na ilha depois de recusar o exílio durante a libertação de prisioneiros de consciência, acordo firmado pelo governo de Cuba e a Igreja Católica em 2010.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Casa Branca deve anunciar hoje visita histórica de Obama a Cuba em março

A Casa Branca deverá anunciar hoje (18) que o presidente Barack Obama planeja viajar para Cuba em março deste ano, Será a primeira viagem de um presidente norte-americano a Havana, capital cubana, em 88 anos. A viagem, que vinha sendo comentada informalmente nos meios diplomáticos, foi confirmada pelo The Wall Street Journal, na edição de hoje (18), citando como fonte um alto funcionário do governo norte-americano.

A viagem de Obama ocorrerá 15 meses depois que os Estados Unidos e Cuba anunciaram planos para restaurar relações após um congelamento diplomático que durou mais de 50 anos. A visita constitui mais uma etapa na reaproximação histórica entre os Estados Unidos e Cuba. A última e única visita de um presidente norte-americano ao país foi feita por Calvin Coolidge, em 1928.

Imprensa dos EUA diz que Obama prepara viagem a Cuba no próximo mês


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prepara uma viagem a Cuba no próximo mês, segundo fontes citadas, essa quarta-feira (17), pela ABC News e CNN.

Se a viagem se confirmar, Obama vai se tornar o primeiro presidente dos Estados Unidos no poder a pisar na ilha em mais de 80 anos.

Segundo a ABC News, o anúncio oficial da viagem será feito nesta quinta-feira (18) na Casa Branca por um alto quadro do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

A visita a Cuba constituiria o ápice do processo de normalização das relações anunciado por Washington e Havana em 2014 e a primeira desde Calvin Coolidge em janeiro de 1928.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Presidente de Cuba visita a França em nova etapa de relações com a Europa


O presidente de Cuba, Raúl Castro, inicia hoje (1º) visita de dois dias à França, em uma nova etapa na normalização das relações da ilha com os países ocidentais. Desde 1995 - quando Fidel Castro visitou o país, no fim do governo de François Mitterrand -, o chefe de Estado cubano não visitava a França.

A visita ocorre depois de o atual presidente francês, François Hollande, ter estado em Cuba em maio de 2015, sendo o primeiro chefe de Estado ocidental a visitar o país desde 1959.

O líder cubano chegou a Paris no sábado (30), mas sua agenda oficial começa hoje, dia em que a ministra francesa do Ambiente, Ségolène Royal, o receberá no Arco do Triunfo.

Castro e Hollande vão se reunir no Palácio do Eliseu, estando prevista, cerca de uma hora depois, a assinatura de acordos e de uma declaração conjunta. À noite, será oferecido um jantar.

Amanhã (2), estão previstos encontros com os presidentes da Assembleia Nacional e do Senado, com o primeiro-ministro, Manuel Valls, e com a presidenta da Câmara de Paris, Anne Hidalgo.

A França, segundo o governo, pretende se afirmar como o “principal parceiro” político e econômico de Cuba na Europa. Inúmeras empresas francesas têm investido em Cuba, mas com um volume de aproximadamente 180 milhões de euros anuais, considerado baixo. “Ainda não estão à altura das nossas ambições”, disse na sexta-feira (29) o ministro do Comércio Externo francês, Matthias Fekl.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Países-membros da ONU pedem fim do embargo a Cuba, mas EUA e Israel se opõem


A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou hoje (27) a pedir, quase por unanimidade, o levantamento do embargo norte-americano contra Cuba, imposto há mais de meio século, quase quatro meses após o restabelecimento das relações diplomáticas entre Washington e Havana. A resolução teve voto favorável de 191 dos 193 Estados-Membros que compõem o órgão plenário das Nações Unidas.

Apesar das expectativas geradas nos últimos meses, os Estados Unidos, ao lado de Israel, votaram contra esta resolução não vinculativa, que foi adotada pela primeira vez em 1992 e sujeita a votações anuais desde então. Não foram registadas abstenções.

A votação de hoje tinha, no entanto, um caráter especial, uma vez que era a primeira vez que o órgão plenário das Nações Unidas se pronunciava desde que Cuba e os Estados Unidos iniciaram, em dezembro de 2014, um processo para o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.

Os Estados Unidos alimentaram as expectativas sobre uma possível abstenção na votação de hoje, mas a delegação norte-americana acabou por votar contra por considerar que a resolução “não representa” o processo de aproximação que foi iniciado nos últimos meses.

“Lamentamos que o governo de Cuba tenha decidido seguir com a sua resolução anual. O texto não representa os passos significativos que foram dados e o espírito de compromisso que o presidente [dos Estados Unidos, Barack] Obama tem defendido”, disse o diplomata norte-americano Ronald Godard, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.

“Se Cuba considera que este exercício vai ajudar a que as coisas avancem na direção esperada pelos dois governos, está enganada”, insistiu o representante norte-americano.

O texto preparado pelas autoridades de Havana saúda “o restabelecimento das relações diplomáticas entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos da América” e reconhece “a vontade” expressa por Barack Obama “de trabalhar para a eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro”.
No entanto, o documento continua a expressar a preocupação das autoridades cubanas sobre a continuidade desta política norte-americana e sobre os “efeitos negativos” do embargo no cotidiano do povo cubano e no desenvolvimento da ilha caribenha.

Na apresentação da resolução, o chefe da diplomacia cubana, Bruno Rodriguez, sublinhou que, apesar dos avanços na relação bilateral, não tinha existido “qualquer modificação tangível” na “prática do bloqueio”.

"Não devemos confundir a realidade com desejos e expressões de boa vontade. Em assuntos como este, só se pode avaliar a partir de fatos. E os fatos mostram claramente que o embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba está em plena e total aplicação”, reforçou Rodriguez.

Em 17 de dezembro de 2014, os líderes norte-americano e cubano, Barack Obama e Raul Castro, respetivamente, anunciaram simultaneamente uma aproximação histórica entre os dois países.

Após vários meses de negociações, os dois líderes anunciaram no dia 1º de julho de 2015 o restabelecimento das relações diplomáticas e a abertura de embaixadas nas capitais de cada país.

O embargo a Cuba foi imposto pelos Estados Unidos em 1962, depois do fracasso da invasão da ilha para tentar derrubar o regime de Fidel Castro em 1961, que ficou conhecida como o episódio da Baía dos Porcos.

ONU discute fim de bloqueio norte-americano a Cuba


A Organização das Nações Unidas (ONU) vota hoje, em assembleia, resolução que prevê o fim do bloqueio norte-americano a Cuba.

A votação ocorre depois do restabelecimento de relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos e do reconhecimento, pelo presidente norte-americano Barack Obama, da necessidade de eliminar o bloqueio.

Obama expôs várias vezes, desde o começo do processo de melhoria das relações com Cuba, que seu governo busca o fim do embargo comercial a produtos cubanos. 

Desde 1992 Cuba vem obtendo o apoio dos países-membros da ONU contra o bloqueio. Em 2014, 188 países votaram a favor de uma ação que permita desmontar o embargo norte-americano. Houve só dois votos contrários à medida, incluindo o voto dos Estados Unidos.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Obama reúne-se hoje com Raúl Castro em Nova York


O presidente norte-americano, Barack Obama, reúne-se hoje (29) com o presidente cubano, Raúl Castro, em Nova York, onde os dois participarão dos debates da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, anunciou a Casa Branca.

Tanto o Governo dos Estados Unidos quanto o de Cuba já tinham adiantado a hipótese de um encontro entre Obama e Castro, que tiveram uma reunião histórica no Panamá em abril passado, depois de ter sido anunciada, em dezembro, a normalização das relações diplomáticas entre os dois países.

Um funcionário da Casa Branca anunciou à imprensa o encontro entre os dois presidentes, durante a viagem de Obama para Nova York nessa segunda-feira (28).

Obama e Castro conversaram por telefone na semana passada, na véspera da visita do papa Francisco aos dois países. Eles analisaram o processo de normalização bilateral e as medidas possíveis para aumentar a cooperação.


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