Cuba
convocou para outubro deste ano as eleições para escolher os delegados para as
assembleias municipais (câmaras de vereadores), o primeiro passo antes da
designação de um novo presidente, já que Raúl Castro se comprometeu a deixar o
cargo em fevereiro de 2018. A informação é da Agência EFE.
Uma
nota do Conselho de Estado de Cuba publicada hoje (14) nos jornais estatais Granma e Juventud
Rebelde esclarece que em 22 de outubro acontecerá o primeiro turno das
eleições municipais, mas não detalhou a data dos pleitos provinciais e
nacionais.
"A
data em que acontecerão as eleições para escolher, para um mandato de cinco
anos, os delegados das assembleias provinciais e os deputados da Assembleia
Nacional do Poder Popular (parlamento unicameral) será apresentada no momento
oportuno", diz o texto.
Além
disso, a nota afirma que, se for necessário um segundo turno, ele será
realizado em 29 de outubro nos distritos onde nenhum dos candidatos obtiver
mais de 50% dos votos válidos.
A
ilha iniciou o processo eleitoral em maio, quando foi anunciado que o serviço
de consulta e atualização de domicílio aos cidadãos com direito a voto estaria
disponível nos escritórios do Ministério do Interior (Minint).
As
eleições municipais são o primeiro passo para que um cubano se torne deputado
no parlamento, órgão que, por sua vez, elege o presidente do país.
Para
o atual processo, a oposição quer apresentar candidatos independentes que não
são filiados ao Partido Comunista, o único legalizado no país. Esses candidatos
estão vinculados, em sua maioria, a plataformas populares dissidentes como
#Otro18, Cuba Decide, Um cubano, um voto e o Movimento Cristão de Libertação Nacional.
Raúl
Castro governa Cuba formalmente desde 24 de fevereiro de 2008, quando foi
ratificado pela Assembleia Nacional, mas exercia o cargo desde 2006, quando o
seu irmão, o hoje falecido Fidel Castro, delegou a ele o comando do país devido
a uma grave doença.
Desde
que assumiu a presidência, Raúl Castro assegurou que só ocuparia o cargo
durante dois mandatos de cinco anos, mas deve permanecer até 2021 à frente do
Partido Comunista, que controla as estruturas de poder no país.
Na
falta de uma posição oficial, os prognósticos indicam uma substituição
institucionalizada e a designação do vice-presidente Miguel Díaz-Canel, de 56
anos, como próximo governante da ilha.
Díaz-Canel
é engenheiro de computação, entrou muito jovem no Partido Comunista e foi nomeado
pelo próprio Raúl Castro como primeiro vice-presidente de governo em 2013.
A
designação do vice-presidente como autoridade máxima da ilha materializaria
também uma substituição geracional que o próprio Castro reconheceu como
necessária e, por isso, no ano passado limitou para 60 anos a idade para ser
integrante do Comitê Central do Partido Comunista e a 70 para exercer cargos de
direção dentro da legenda.
No
domingo (9), um grupo dissidente publicou nas redes sociais que Raúl Castro se
encontrava "em estado grave", o que levantou especulações sobre o
estado de saúde do governante.
No
entanto, na segunda-feira (10), a televisão cubana divulgou imagens de Raúl
Castro recebendo o chanceler de Luxemburgo, que faz uma visita oficial à ilha.
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