Sete ex-presos
políticos cubanos do chamado Grupo dos 75 foram notificados, nessa
segunda-feira (22), pelas autoridades da ilha de que têm autorização para
viajar ao exterior, mas “apenas por uma vez”.
Os
ex-prisioneiros Félix Navarro, Héctor Maseda e Marta Beatriz Roque estão entre
os sete dissidentes que foram informados da autorização temporária de viagem
para o exterior, segundo informaram à agência EFE.
Também foram convocados
Oscar Elías Biscet, Arnaldo Ramos, Librado Linares, Eduardo Díaz e Jorge Oliver
que, como os seus companheiros, foram libertados por meio de uma licença
extrapenal, instrumento jurídico que não anula as condenações impostas durante
a onda de repressão da Primavera Negra de 2003, que levou à prisão 75
dissidentes.
Félix Navarro
disse à agência de notícias espanhola que as autoridades lhe concederam
autorização para viajar para o exterior por “uma única vez” devido ao “bom
comportamento” desde que saiu da cadeia, em 2011.
O ex-preso
afirmou, porém, que vai recusar a concessão do governo cubano, pois a considera
uma “estratégia” relacionada com a visita do presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, à ilha, anunciada para os dias 21 e 22 de março.
Marta Beatriz
Roque disse que também foi informada da autorização excepcional e que, na sua
opinião, ela não é mais do que uma "prenda" para Obama.
“A minha
percepção é a de que querem que fiquemos [fora de Cuba], mas estou há 25 anos
nisso e não vou agora vacilar por uma viagem”, disse Marta, a única mulher do
Grupo dos 75 que recebeu a licença extrapenal por motivos de saúde em 2004.
Ela afirmou
que se aceitar viajar será para visitar os familiares que vivem em Miami (EUA)
e que não vê desde 1960, incluindo uma irmã que tem atualmente 82 anos.
Héctor Maseda
explicou que se os outros quatro ex-presos do grupo – José Daniel Ferrer, Ángel
Moya, Iván Hernández e Librado Linares –, que também têm uma licença
extrapenal, não tiverem essa autorização, então também não a aceita, por
uma questão de “princípio e solidariedade”.
Os 11
ex-presos do Grupo dos 75 permanecem na ilha depois de recusar o exílio durante
a libertação de prisioneiros de consciência, acordo firmado pelo governo de
Cuba e a Igreja Católica em 2010.
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