Os líderes do
DEM, Mendonça Filho (PE), do PPS, Rubens Bueno (PR), e da Minoria, Bruno Araújo
(PSDB-PE), disseram hoje (20), em entrevista coletiva, que, após reunião e
consulta às bancadas, voltaram a pedir o afastamento do presidente da Câmara,
Eduardo Cunha. “Todos nós reconhecemos as gravíssimas acusações que pairam
sobre o presidente da Casa e todos nós defendemos o afastamento do presidente”,
disse Araújo. “Vamos acompanhar de perto o desenrolar desses acontecimentos na
Comissão de Ética”.
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Segundo os
líderes, a oposição defende que o processo contra Cunha no Conselho de Ética
tramite o mais rápido possível, uma vez que Cunha disse que não pretende
renunciar à presidência. “Só há dois caminhos, a renúncia, que é uma decisão
pessoal, ou por meio da tramitação do Conselho de Ética, que é onde as provas
contra ele devem ser apresentadas, e nós vamos defender a celeridade do
processo”, disse o líder do DEM, Mendonça Filho.
Ao ser
questionado a respeito do apoio do também oposicionista Solidariedade a Eduardo
Cunha, Mendonça Filho disse respeitar a posição do presidente nacional do
Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP).
O PSOL, que
também faz oposição ao governo, “mas de esquerda” criticou a postura dos
oposicionistas. Mais cedo, o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), acusou a
oposição de “jogar para fora”. “A nota que cinco partidos assinaram no dia 10 de outubro foi uma nota para o
mundo, para fora e que não tem existência aqui dentro da Câmara. Isso é péssimo
para o parlamento brasileiro”, disse.
Alencar cobrou
um posicionamento mais firme da oposição, com discursos no Plenário, sobre a
saída de Cunha. “As pessoas sabem que as acusações são graves”, argumentou.
Segundo o deputado, a oposição e o governo estão fazendo um “blindagem
envergonhada” de Cunha em razão da disputa política envolvendo um eventual
pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Se você aperta o
pino do processo de impeachment nós o protegemos aqui, se não, nós o protegemos
acolá”, criticou.
O líder do
DEM, negou que a oposição esteja tentando blindar Eduardo Cunha. “A gente não
está condicionando a questão da tramitação do processo de impeachment à
posição sobre o presidente Eduardo Cunha”, pontuou. Mas afirmou que a postura é
de também não condenar antes do tempo. “Ao mesmo tempo, insistimos que o
Conselho de Ética proceda com as investigações o mais rápido possível”, disse.
Mendonça Filho
disse que poderia ir a Plenário cobrar a renúncia de Cunha, mas argumentou que
a posição contra o presidente da Câmara é pública. “Para o Brasil e para o
presidente Eduardo Cunha”.
O líder do
governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que pedir a renúncia de Cunha
não é uma questão de governo. "O diálogo do governo com o presidente da
Casa é no sentido de fluir a pauta, votar as matérias, discutir a agenda
econômica do país. Sobre as questões internas são as lideranças partidárias que
devem se manifestar", disse. "Eu não posso me manifestar e nem é o
caso. Eu, pelo governo, estou preocupado com a agenda, com a matérias, essa
questão diz respeito às bancadas partidárias."