O presidente
do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSB-BA)
informou hoje (20) que a escolha do relator da representação contra o
presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prevista para a próxima semana,
pode ser adiada para o início de novembro. O adiamento deve ocorrer por conta
de prazos.
Leia também:
Segundo
Araújo, ele foi informado nesta terça-feira, pela Mesa Diretora da Câmara, que,
diferentemente do que havia dito, o prazo para a Mesa devolver o processo
termina após três sessões ordinárias. Inicialmente, ele previa marcar a reunião
para o dia 27, mas, agora, acha que poderá ficar apenas para a semana seguinte.
“O
entendimento da Mesa é que a contagem vale para sessões ordinárias e a primeira
ocorrerá hoje”, disse o deputado José Carlos Araújo. Segundo ele, a Mesa
Diretora fundamentou-se no Código de Ética, que afirma ser de três
sessões ordinárias o prazo para abertura de processo de conduta punível, o que,
na prática, impede que ocorra nesta semana.
O presidente
do conselho também contou as sessões deliberativas (que podem ser tanto as
ordinárias quanto as extraordinárias) e de debate para o prazo, conforme determina
a Resolução 7, de 2015, publicada em abril deste ano. “Entendo de maneira
diferente da Mesa e vou fazer uma consulta a eles para tratar da questão”,
afirmou.
A mudança no
entendimento adia o prazo de escolha do relator e abertura do processo para a
próxima semana.
“Pelo que me
informaram, a primeira sessão será hoje e a segunda amanha (21). A terceira
sessão seria na quinta-feira (22), mas, como é praxe a Mesa convocar uma sessão
extraordinária e ela atropelar a ordinária, isso empurra o prazo para a
terça-feira [27]. Vencido o prazo, marcarei imediatamente uma sessão para
escolha do relator. É óbvio que tenho de ter pelo menos 48 horas de
antecedência para marcar a sessão e tenho de garantir o quórum",
acrescentou Araújo.
Questionado se
a mudança nos prazos seria uma manobra protelatória, José Carlos Araújo disse
ter estranhado, mas que não acredita em interferência de Cunha no processo, por
ser uma questão de "interpretação" do regimento. Líder do PSOL, Chico
Alencar (RJ) disse enxergar uma tentativa de postergar a abertura do processo.
"Na semana passada, estranhamente, não teve nenhuma sessão
ordinária."
No dia (13), o
PSOL e a Rede entraram no Conselho com uma representação pedindo a cassação do
mandato de Cunha por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi assinado por
cerca de 50 parlamentares de sete partidos (PSOL, Rede, PT, PSB, Pros, PPS e
PMDB).
O partido
baseou o pedido num documento encaminhado semana passada pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), atestando como verdadeiras as informações
de que Cunha e familiares têm contas na Suíça e que, supostamente, teriam
recebido dinheiro fruto do pagamento de propina em contratos da Petrobras
investigados na Operação Lava Jato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi