A
Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal
(STF) que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
recebeu propina de contratos da Petrobras até 11 de setembro de 2014.
Leia
também:
Os fatos
constam do pedido de aditamento por meio do qual a PGR pediu, em agosto, a
abertura de ação penal contra Cunha pelo suposto recebimento de U$S 5 milhões
em contrato de navios-sonda para a Petrobras.
No pedido, a
procuradoria relata novos fatos que revelam os últimos recebimentos de Cunha,
que teriam ocorrido no ano passado. Os novos documentos mostram que um dos
delatores das investigações, o ex-consultor da Toyo-Setal Júlio Camargo, pagou,
no ano passado, R$ 300 mil em créditos de voos de taxi aéreos, além de R$ 200
mil em dinheiro para Cunha.
De acordo com
a investigação, os valores faziam parte do montante de US$ 5 milhões, acertado,
em 2010, entre Cunha, Camargo e o empresário Fernando Soares, conhecido como
Fernando Baiano.
Para
justificar as acusações contra Cunha, Júlio Camargo apresentou notas fiscais da
Global Taxi Aéreo comprovando o nome do presidente como passageiro, entre 29 de
agosto e 11 de setembro de 2014. A empresa recebeu autorização do delator
para realizar os voos para Eduardo Cunha.
"A parte
restante do valor que lhe tocava, Júlio Camargo comprometeu-se a pagar a
Eduardo Cunha com horas de voo, por meio do afretamento de taxi aéreo para este
ou para pessoas indicadas por ele. Assim , Júlio Camargo autorizou que a
empresa Global Taxi Aéreo faturasse quaisquer voos solicitados por Eduardo
Cunha no valor de até R$ 300 mil", informou a PGR.
Segundo as
investigações, os voos utilizados por Cunha custaram R$ 122,2 mil. A
procuradoria afirmou que o valor restante não foi utilizado por Cunha por causa
do avanço das investigações da Lava Jato e das notícias de envolvimento de
Camargo nas investigações.
Procurado pela Agência
Brasil, o advogado de Cunha, o ex-procurador-geral da República Antonio
Fernando Souza, não atendeu as ligações. Desde o início das investigações,
Cunha reafirma que não recebeu propina e que não tem contas no exterior.
As acusações
sobre contas na Suíça atribuídas a Cunha são investigadas em outro inquérito no
Supremo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi