Há
tantas falácias ditas sobre raça, que é difícil escolher qual é a mais
ridícula. No entanto, uma falácia que costuma se sobressair é aquela que
afirma haver algo de errado com o fato de que as diferentes raças são
representadas de forma numericamente desproporcional em várias instituições,
carreiras ou em diferentes níveis de renda e de feitos empreendedoriais.
Cem
anos atrás, o fato de pessoas de diferentes antecedentes raciais apresentarem
taxas de sucesso extremamente discrepantes em termos de cultura, educação,
realizações econômicas e empreendedoriais era visto como prova de que algumas
raças eram geneticamente superiores a outras.
Algumas
raças eram consideradas tão geneticamente inferiores, que a eugenia foi
proposta como forma de reduzir sua reprodução. O antropólogo Francis
Galton chegou a exortar "a gradual extinção de uma raça inferior".
E
as pessoas que diziam essas coisas não eram meros lunáticos extremistas.
Muitos deles eram Ph.D.s oriundos de várias universidades de ponta, lecionavam
nas principais universidades do mundo e eram internacionalmente reputados.
Reitores
da Universidade de Stanford e do MIT estavam entre os vários acadêmicos
defensores de teorias sobre inferioridade racial — as quais eram aplicadas
majoritariamente aos povos do Leste Europeu e do sul da Europa, uma vez que, à
época, era dado como certo o fato de que os negros eram inferiores.
E
este não era um assunto que dividia esquerda e direita. Os principais
proponentes de teorias sobre superioridade e inferioridade genética eram
figuras icônicas da esquerda, de ambos os lados do Atlântico.
Foi
praticamente a mesma história nos EUA. O presidente democrata Woodrow
Wilson, como vários outros progressistas da época, eram sólidos defensores de
noções de superioridade e inferioridade racial. Ele exibiu o filme O Nascimento de uma
Nação, que glorificava a Ku Klux Klan, na Casa Branca, e convidou vários
dignitários para a sessão.
Tais
visões dominaram as primeiras duas décadas do século XX.
Agora,
avancemos para as últimas décadas do século XX. A esquerda política desta
era já havia se movido para o lado oposto do espectro das questões
raciais. No entanto, ela também considerava que as diferenças de sucesso
entre grupos étnicos e raciais era algo atípico, e clamava por uma explicação
única, vasta e arrebatadora.
Desta
feita, em vez de os genes serem a razão predominante para as diferenças nos
êxitos pessoais, o racismose tornou o motivo que explicava tudo. Mas
o dogmatismo continuava o mesmo. Aqueles que ousassem discordar, ou até
mesmo questionar o dogma predominante em ambas as eras, era tachado de
"sentimentalista" no início do século XX e de "racista" na
era multicultural.
Tanto
os progressistas do início do século XX quanto os novos progressistas do final
do século XX partiram da mesma falsa premissa — a saber, que há algo de
estranho quando diferentes grupos raciais e étnicos alcançam diferentes níveis
de realizações.
No
entanto, o fato é que minorias raciais e étnicas sempre foram as proprietárias
— ou gerentes — de mais da metade de todas as principais indústrias de vários
países. Dentre estas minorias bem-sucedidas, temos os chineses na
Malásia, os libaneses na África Ocidental, os gregos no Império Otomano, os
bretões na Argentina, os indianos em Fiji, os judeus na Polônia, os espanhóis
no Chile — entre vários outros.
Não
apenas diferentes grupos raciais e étnicos, como também nações e civilizações
inteiras apresentaram níveis de realizações extremamente distintos ao longo dos
séculos. A China do século XV era muito mais avançada do que qualquer
país europeu. Com o tempo, no entanto, os europeus ultrapassaram os
chineses — e não há nenhuma evidência de ter havido alterações nos genes de
nenhuma destas civilizações.
Dentre
os vários motivos para estes diferentes níveis de realizações está algo tão
simples quanto a idade. A média de idade na Alemanha e no Japão é de
mais de 40 anos, ao passo que a média de idade no Afeganistão e no Iêmen é de
menos de 20 anos. Mesmo que as pessoas destes quatro países tivessem
absolutamente o mesmo potencial intelectual, o mesmo histórico, a mesma cultura
— e os países apresentassem rigorosamente as mesmas características geográficas
—, o fato de que as pessoas de determinados países possuem 20 anos a mais de
experiência do que as pessoas de outros países ainda seria o suficiente para
fazer com que resultados econômicos e pessoais idênticos sejam virtualmente
impossíveis.
Acrescente
o fato de que diferentes raças se desenvolveram em diferentes arranjos
geográficos, os quais apresentaram oportunidades e restrições extremamente
diferenciadas ao seu desenvolvimento, e as conclusões serão as mesmas.
No
entanto, a ideia de que diferentes níveis de realização são coisas atípicas —
se não sinistras — tem sido repetida ad nauseam pelos mais diferenciados
tipos de pessoas, desde o demagogo de esquina até as mais altas eminências do
Supremo Tribunal.
Quando
finalmente reconhecermos que as grandes diferenças de realizações entre as
raças, nações e civilizações têm sido a regra, e não a exceção, ao longo de
toda a história escrita, restará ao menos a esperança de que haja pensamentos
mais racionais — e talvez até mesmo alguns esforços construtivos para ajudar
todas as pessoas a progredirem.
Até
mesmo um patriota britânico como Winston Churchill certa vez disse que
"Devemos Londres a Roma" — um reconhecimento de que foram os
conquistadores romanos que criaram a mais famosa cidade britânica, em uma época
em que os antigos bretões eram incapazes de realizar esta façanha por conta
própria.
Ninguém
que conhecesse os iletrados e atrasados bretões daquela era poderia imaginar
que algum dia os britânicos criariam um império vastamente maior do que o
Império Romano — um império que abrangeria um quarto de toda a área terrestre
do globo e um quarto dos seres humanos do planeta.
A
história apresenta vários exemplos dramáticos de ascensão e queda de povos e
nações, por uma variada gama de motivos conhecidos e desconhecidos. Mas
há um fenômeno que não possui confirmação histórica, um fenômeno que, não
obstante esta ausência de exemplos práticos, é hoje presumido como sendo a
norma: igualdade de realizações grupais em um dado período do tempo.
As
conquistas romanas tiveram repercussões históricas por séculos após a queda do
Império Romano. Um dos vários legados da civilização romana foi o
alfabeto latino, o qual gerou versões escritas dos idiomas da Europa ocidental
séculos antes de os idiomas do Leste Europeu serem transformados em
letras. Esta foi uma das várias razões por que a Europa ocidental se
tornou mais desenvolvida que a Europa Oriental em termos econômicos,
educacionais e tecnológicos.
Enquanto
isso, as façanhas de outras civilizações — tanto da China quanto do Oriente
Médio — ocorreram muito antes das façanhas do Ocidente, embora a China e o
Oriente Médio posteriormente viessem a perder suas vantagens.
Há
tantas reviravoltas documentadas ao longo da história, que é impossível
acreditar que um único fator sobrepujante seja capaz de explicar tudo, ou quase
tudo, do que já aconteceu ou do que está acontecendo. O que realmente se
sabe é que raramente, para não dizer nunca, ocorreram façanhas iguais alcançadas
por diferentes pessoas ao mesmo tempo.
No
entanto, o que mais temos hoje são grupos de interesse e movimentos sociais
apresentando estatísticas — que são solenemente repercutidas pela mídia —
alegando que, dado que os números não são aproximadamente iguais para todos,
isso seria uma prova de que alguém foi discriminatório com outro alguém.
Se
os negros apresentam diferentes padrões ocupacionais ou diferentes padrões
gerais em relação aos brancos, isso já basta para despertar grandes suspeitas
entre os sociólogos — ainda que diferentes grupos de brancos sempre tenham
apresentado diferentes padrões de realizações entre si.
Quando
os soldados americanos da Primeira Guerra Mundial foram submetidos a exames
mentais durante a Primeira Guerra Mundial, aqueles homens de ascendência alemã
pontuaram mais alto do que aqueles de ascendência irlandesa, sendo que estes
pontuaram mais alto do que aqueles que eram judeus.
Carl Brigham, o
pioneiro do campo da psicometria, disse à época que os resultados dos exames
mentais do exército tendiam a "desmentir a popular crença de que o judeu é
altamente inteligente".
Uma
explicação alternativa é que a maioria dos imigrantes alemães se mudou para os
EUA décadas antes da maioria dos imigrantes irlandeses, os quais por sua vez se
mudaram para os EUA décadas antes da maioria dos imigrantes judeus.
Alguns anos depois, Brigham viria a admitir que a maioria dos mais recentes
imigrantes havia sido criada em lares onde o inglês não era a língua falada, e
que suas conclusões anteriores, em suas próprias palavras, "não possuíam
fundamentos".
Nessa
época, os judeus já estavam pontuando acima da média nacional dos exames
mentais, e não abaixo.
Disparidades
entre pessoas do mesmo grupo, em qualquer área que seja, não são obviamente uma
realidade imutável. Mas uma igualdade geral de resultados raramente já
foi testemunhada em qualquer período da história — seja em termos de
habilidades laborais ou em termos de taxas de alcoolismo ou em termos de
quaisquer outras diferenças — entre aqueles vários grupos que hoje são
ajuntados e classificados como "brancos".
Sendo
assim, por que então as diferenças estatísticas entre negros e brancos produzem
afirmações tão dogmáticas — e geram tantas ações judiciais e trabalhistas por
discriminação — sendo que a própria história mostra que sempre foi comum que
diferentes grupos seguissem diferenciados padrões ocupacionais ou de
comportamento?
Um
dos motivos é que ações judiciais não necessitam de nada mais do que diferenças
estatísticas para produzir vereditos, ou acordos fora de tribunais, no valor de
vultosas somas monetárias. E o motivo de isso ocorrer é porque várias
pessoas aceitam a infundada presunção de que há algo de estranho e sinistro
quando diferentes pessoas apresentam diferentes graus de êxito pessoal.
O
desejo de intelectuais de criar alguma grande teoria que seja capaz de explicar
padrões complexos por meio de algum simples e solitário fator produziu várias
ideias que não resistem a nenhum escrutínio, mas que não obstante têm aceitação
generalizada — e, algumas vezes, consequências catastróficas — em vários países
ao redor do mundo.
A
teoria do determinismo genético, que predominou no início do século XX, levou a
várias consequências desastrosas, desde a segregação racial até o
Holocausto. A teoria atualmente predominante é a de que algum tipo de
maldade explica as diferenças nos níveis de realizações entre os vários grupos
étnicos e raciais. Se os resultados letais desta teoria hoje em voga
gerariam tantas mortes quanto no Holocausto é uma pergunta cuja resposta
requereria um detalhado estudo sobre a história de rompantes letais contra
determinados grupos odiados por causa de seu sucesso.
Estes
rompantes letais incluem a homicida violência em massa contra os judeus na
Europa, os chineses no sudeste asiático, os armênios no Império Otomano, e os
Ibos na Nigéria, entre outros. Exemplos de chacinas em massa baseadas em
classes sociais e voltadas contra pessoas bem-sucedidas vão desde os extermínios stalisnistas do
kulaks na União Soviética até a limpeza promovida por Pol Pot de pelo
menos um quarto da população do Camboja pelo crime de serem pessoas cultas e de
classe média, crime este que era evidenciado por sinais tão tênues quanto o uso
de óculos.
Minorias
que se sobressaíram e se tornaram mais bem-sucedidas do que a população geral
são aquelas cujo progresso provavelmente em nada está ligado ao fato de terem
ou não discriminado as maiorias politicamente dominantes. No entanto,
foram exatamente estas minorias que atraíram as mais violentas perseguições ao
longo dos séculos e dos países ao redor do mundo.
Todos
os negros que foram linchados durante toda a história dos EUA não chegam ao
mesmo número de homicídios cometidos em apenas um ano contra os judeus na
Europa, contra os armênios
no Império Otomano ou contra os chineses no sudeste asiático.
Há
algo inerente aos sucessos de determinados grupos que inflama as massas em
épocas e lugares tão distintos. O que seria? Esse fenômeno inflama
não apenas as massas, como também leva a genocídios cometidos por governos,
como os da Alemanha nazista ou o regime de Pol Pot no Camboja. Podemos
apenas especular as razões, mas não há como fugir desta realidade.
Aqueles
grupos que ficam para trás frequentemente culpam seu atraso nas malfeitorias
cometidas por aqueles grupos mais bem-sucedidos. Dado que a santidade não
é comum a nenhum ramo da raça humana, é óbvio que nunca haverá escassez de
pecados a serem mencionados, inclusive a arrogância e a insolência daqueles que
calham de estar no topo em um determinado momento.
Mas a real pergunta a
ser feita é se esses pecados — reais ou imaginários — são de fato o motivo
destes diferentes níveis de êxitos pessoais.
O
problema é que os intelectuais — pessoas de quem normalmente esperaríamos
análises racionais que se contrapusessem à histeria das massas — frequentemente
sempre estiveram na vanguarda daqueles
movimentos que promovem a inveja e o ressentimento contra os
bem-sucedidos. Tal comportamento é especialmente perceptível naquelas
pessoas que possuem diplomas mas que não possuem nenhuma habilidade
economicamente significativa que lhes permita obter aquele tipo de recompensa
que elas esperavam ou julgavam ter o direito de auferir.
Tais
pessoas sempre se destacaram como líderes e seguidoras de grupos que promoveram
políticas anti-semitas na Europa entre as duas guerras mundiais, o tribalismo
na África, e as mudanças sociais no Sri Lanka, um país que, outrora famoso por
sua harmonia intergrupal, se rebaixou, por influência de intelectuais, à
violência étnica e depois se degenerou em uma guerra civil que durou décadas e
produziu indescritíveis atrocidades.
Intelectuais
sempre estiveram por trás da inflamação de um grupo contra outros, promovendo a
discriminação e a violência física em países tão díspares quanto Índia,
Hungria, Nigéria, Tchecoslováquia e Canadá.
Tanto
a teoria do determinismo genético como sendo a causa dos diferentes níveis de
realizações pessoais quanto a teoria da discriminação como o motivo destas
diferenças, ambas contraditórias e criadas por intelectuais, geraram apenas
polarizações raciais e étnicas. O mesmo pode ser dito da ideia de que uma
dessas teorias tem de ser a verdadeira.
Essa
falsa dicotomia de que uma delas tem de ser a verdadeira deixa aos grupos mais
bem-sucedidos duas opções: ou eles se assumem arrogantes ou se assumem culpados
criminalmente. Da mesma forma, deixa aos grupos menos exitosos a opção
entre acreditar que sempre foram inerentemente inferiores durante toda a
história ou que são vítimas da inescrupulosa maldade de terceiros.
Quando
inumeráveis fatores fazem com que a igualdade de resultados seja virtualmente
impossível, reduzir estes fatores a uma questão de genes ou de maldade é a
fórmula perfeita para se gerar uma desnecessária e perigosa polarização, cujas
consequências frequentemente são escritas em sangue ao longo das páginas da
história.
Dentre
as várias e ignaras ideias a respeito de grupos raciais e étnicos que
polarizaram as sociedades durante séculos e ao redor de todo o mundo, poucas
foram mais irracionais e contraproducentes do que os atuais dogmas do
multiculturalismo.
Aqueles
intelectuais que imaginam que, ao utilizar uma retórica multicultural que
redefine e até mesmo revoga o conceito de atraso, estarão ajudando grupos
raciais e étnicos que ficaram para trás estão, na realidade, levando estas
pessoas para um beco sem saída.
O
multiculturalismo é um tentador paliativo aplicado àqueles grupos que ficaram
para trás porque ele simplesmente afirma que todas as culturas são iguais, ou
"igualmente válidas", em algum sentido vago e sublime. De
acordo com este dogma, as características culturais de todas as etnias e raças
seriam apenas diferentes — nem melhores nem piores.
No
entanto, tomar emprestadas características particulares de outras culturas —
como os algarismos arábicos que substituíram os algarismos romanos, mesmo nas
culturas ocidentais oriundas de Roma — implica que algumas características não
são simplesmente diferentes, mas sim melhores, inclusive os números
utilizados.
Algumas das mais avançadas culturas de toda a história
pegaram emprestados comportamentos e características de outras culturas; e isso
pelo simples fato de que até hoje nenhuma coleção única de seres humanos foi
capaz de criar as melhores respostas para todas as questões da vida.
Todavia,
dado que os multiculturalistas veem todas as culturas como sendo iguais ou
"igualmente válidas", eles não veem nenhuma justificativa para as
escolas insistirem, por exemplo, que as crianças negras aprendam seu idioma
materno. Em vez disso, cada grupo é estimulado a se apegar ferreamente à
sua própria cultura e a se orgulhar de suas próprias glórias passadas, reais ou
imaginárias.
Em
outras palavras, membros de grupos minoritários que são atrasados
educacionalmente e economicamente devem continuar se comportando no futuro como
sempre se comportaram no passado — e, se eles não conseguirem os mesmos
resultados dos outros, então a culpa é da sociedade. Essa é a mensagem
principal do multiculturalismo.
George
Orwell certa vez disse que algumas ideias são tão insensatas, que somente um
intelectual poderia acreditar nelas. O multiculturalismo é uma dessas
ideias.
A intelligentsia sempre irrompe em indignação e
ultrajes a qualquer "diferença" ou "disparidade" de
resultados educacionais, econômicos ou outros — e denuncia qualquer explicação
cultural para esta diferença de resultados como sendo uma odiosa tentativa de
"culpar a vítima".
Não
há dúvidas de que algumas raças ou até mesmo nações inteiras foram vitimadas
por terceiros, assim como não há dúvida de que câncer pode causar morte.
Porém, isso é muito diferente de dizer que as mortes podem automaticamente ser
imputadas ao câncer. Você pode pensar que intelectuais seriam capazes de
fazer essa distinção. Mas muitos não são.
Ainda
assim, intelectuais se veem a si próprios como amigos, aliados e defensores das
minorias raciais, ao mesmo tempo em que empurram as minorias para a estagnação
cultural. Isso permite à intelligentsia se congratular e se lisonjear de
que estão ao lado dos anjos contra as forças do mal que estão conspirando para
manter as minorias oprimidas.
Por
que pessoas com altos níveis de capacidade mental e de talentos retóricos se
entregam a este tipo de raciocínio deturpado é um mistério. Talvez seja
porque elas não conseguem abrir mão de uma visão social que é extremamente
lisonjeira para eles próprios, não obstante quão deletéria tal visão possa ser
para as pessoas a quem elas alegam estar ajudando.
O
multiculturalismo, assim como o sistema de castas, encurrala e amarra as
pessoas naquele mesmo segmento cultural e social no qual elas nasceram. A
diferença é que o sistema de castas ao menos não alega beneficiar aqueles que
estão na extremidade inferior.
O
multiculturalismo não serve apenas aos interesses ególatras dos intelectuais;
ele serve também aos interesses de políticos que têm todos os incentivos para
promover uma sensação de vitimização — e até mesmo de paranóia — entre grupos
de cujos votos eles precisam em troca de apoio material e psicológico.
A
visão multicultural do mundo também serve aos interesses daqueles que estão na
mídia e que prosperam ao explorar os melodramas morais. O mesmo pode ser
dito de todos os departamentos universitários voltados para estudos étnicos e
sociais, bem como de toda a indústria de assistentes sociais, de especialistas
em "diversidades" e da ampla gama de vigaristas que prosperam ao
fazer proselitismo racial.
Os
maiores perdedores de toda essa história são aqueles membros das minorias
raciais que se permitem ser conduzidos para esse beco sem saída do
ressentimento e da raiva, mesmo quando há várias outras avenidas de
oportunidades disponíveis. E todos nós perdemos quando a sociedade fica
polarizada.
*
Thomas
Sowell , um dos mais influentes economistas americanos, é membro
sênior da Hoover Institution da Universidade de Stanford. Seu website: www.tsowell.com.