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sábado, 1 de novembro de 2025

Humanismo Político: Entre o Lucro e a Igualdade



Por Dag Vulpi

Socialismo e capitalismo são expressões distintas de uma mesma busca humana: a tentativa de construir um mundo mais justo. O desafio não é escolher entre eles, mas reencontrar o centro — o ponto em que a economia e a política voltam a servir à vida. Esse ponto chama-se humanismo político.

Ao longo da história, o homem tem se dividido entre dois grandes impulsos: o de criar e o de repartir.
Do primeiro nasce o 
capitalismo, que celebra a liberdade, o mérito e o poder transformador do esforço individual.
Do segundo, surge o 
socialismo, que valoriza a solidariedade, a partilha e a ideia de que o bem coletivo é o verdadeiro avanço civilizatório.

Ambos nascem de virtudes humanas legítimas, mas se corrompem quando se esquecem de seu propósito original: a dignidade do ser humano.

O capitalismo, quando perde o senso de limite, transforma o mérito em desculpa para a desigualdade e o lucro em valor supremo. O socialismo, quando ignora a liberdade, sufoca a criatividade e a individualidade — motores essenciais da evolução humana.
Entre esses dois extremos, há um campo fértil que a humanidade ainda não aprendeu a cultivar: o campo do 
humanismo político.

humanismo político não é um novo sistema, mas uma consciência.
É a ideia de que todas as estruturas — sejam econômicas, sociais ou estatais — devem se submeter à primazia da vida, da ética e da convivência.
Ele reconhece no socialismo o valor da solidariedade e, no capitalismo, o poder da liberdade; mas entende que ambos só ganham sentido quando colocados a serviço do ser humano, e não o contrário.

Ser humanista politicamente é recusar o fanatismo ideológico e entender que nenhuma bandeira é mais importante que a mão que a sustenta.
É perceber que os índices econômicos valem menos que a esperança de quem acorda cedo para trabalhar.
É admitir que o progresso material não redime a injustiça, e que a igualdade imposta não produz harmonia.

O humanismo político é a terceira margem do rio:
nem a corrente do lucro desmedido, nem a maré da uniformidade forçada.
É o lugar do diálogo, da ponderação e da responsabilidade coletiva.
Seu propósito não é unir extremos, mas 
recolocar o homem no centro da política, devolvendo-lhe o protagonismo que as ideologias tomaram de assalto.

Quando o socialismo aprende a valorizar o indivíduo, e o capitalismo descobre o valor do coletivo, ambos se curvam diante do mesmo ideal: o de uma sociedade justa, livre e humana.
E é exatamente aí — nesse ponto de encontro — que o 
humanismo político floresce.


O futuro não pertence às ideologias, mas às consciências que as transcendem.
A humanidade só reencontrará seu equilíbrio quando o poder servir ao homem — e não o homem ao poder.
Esse é o desafio e o chamado do 
humanismo político: fazer da política uma ponte entre a justiça e a compaixão, entre a razão e a alma.

Quando o Sagrado e o Poder se Misturam


Por Dag Vulpi

A fronteira entre religião e política sempre foi tênue, mas indispensável. Quando um ultrapassa o território do outro, o resultado é confusão moral e enfraquecimento de ambos. O que nasce da fé se contamina pelo cálculo do poder, e o que deveria servir à coletividade se converte em instrumento de dogma.

Quando a religião é levada para dentro das casas legislativas, as leis dos homens entram inevitavelmente em conflito com as leis de Deus. E quando a política se instala nos altares, as palavras da Sagrada Escritura passam a disputar espaço com interesses humanos — muitas vezes disfarçados de virtude.

A fé perde sua pureza quando se torna bandeira partidária. A política, por sua vez, perde sua legitimidade quando se converte em púlpito. Ambas, quando misturadas, deixam de cumprir seus propósitos originais: uma deixa de iluminar, a outra deixa de governar com justiça.

O azeiteiro é o local apropriado para armazenar o azeite; já no decanter, repousa o vinho. Ambos possuem natureza distinta, recipientes próprios, ritos e finalidades diferentes. A tentativa de inverter ou misturar esses compostos conduz a um único desfecho: tanto o vinho quanto o azeite perdem seus aromas e sabores característicos — e, com eles, sua essência.

Assim também ocorre com a religião e a política: quando deixamos que uma se infiltre na função da outra, ambas perdem o sentido e corrompem o que há de mais precioso em cada uma — a fé que eleva e a justiça que liberta.


A crítica contemporânea à fusão entre fé e poder

As críticas à chamada bancada evangélica concentram-se justamente nesse ponto sensível: o uso da fé como instrumento de poder político. Analistas e observadores apontam que, ao buscar influência legislativa e executiva, parte dessa representação acaba promovendo um discurso que mistura dogmas religiosos com decisões públicas, comprometendo o princípio do Estado laico.

Entre as principais críticas estão:

  • Conservadorismo e direitos humanos: A bancada é frequentemente criticada por sua oposição a pautas relacionadas à diversidade, como aborto, eutanásia, casamento entre pessoas do mesmo sexo e igualdade de gênero. Tais posições, embora legitimadas pela liberdade religiosa, são vistas por muitos como obstáculos à ampliação dos direitos humanos e à convivência plural.

  • Politização da fé: Para críticos e estudiosos — inclusive em análises amplamente debatidas em plataformas como o YouTube —, a atuação da bancada se distancia dos ensinamentos de Cristo, que rejeitava a disputa pelo poder e pregava o amor e a compaixão. A associação direta entre fé e política, nesse sentido, é vista como um afastamento do espiritual em favor do eleitoral.

  • Influência excessiva e disputas políticas: Outro ponto recorrente é o uso do poder religioso para intervir em decisões de governo, pressionar o Congresso e garantir a aprovação de projetos de interesse de grupos específicos. Essa prática é interpretada como uma sobreposição de crenças particulares sobre o interesse coletivo.

  • Controvérsias em projetos de lei: Em redes como o Instagram e nos meios acadêmicos, levantam-se críticas à condução de projetos que tratam com superficialidade temas sensíveis como estupro, abuso e violência contra a mulher. Há preocupação de que interpretações moralistas possam fragilizar políticas públicas de proteção social.

  • Apropriação e polarização ideológica: Por fim, a bancada é frequentemente associada à manutenção de pautas conservadoras e à aproximação com lideranças políticas de viés ideológico, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse alinhamento, segundo críticos, reforça a polarização e enfraquece o diálogo democrático dentro das instituições.

Essas críticas não pretendem negar o papel social e espiritual das igrejas, mas alertam para os riscos que surgem quando a fé, em vez de guiar consciências, passa a comandar votos e legislações.


Reflexão:

A harmonia entre o sagrado e o profano não se encontra na fusão, mas no respeito aos limites que os separam. Fé e política só coexistem em paz quando cada uma permanece no espaço que lhe cabe — servindo, cada qual à sua maneira, ao bem comum. Quando o altar se torna palanque, o verbo se torna discurso, e a espiritualidade perde sua luz para o brilho fugaz do poder.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

O caso do tio do irmão do filho do pai do outro


Por Dag Vulpi

O crime do próprio avô

(ou: O caso do tio do irmão do filho do pai do outro)

Na pacata região de Caldeirão, interior de Santa Teresa — onde até o vento cochicha as fofocas antes que cheguem ao bar —, uma família conseguiu o impossível: confundir até o cartório. O pai viúvo casou-se com a filha da viúva. O filho do viúvo casou-se com a própria viúva — e o resto, como se diz, foi um nó de parentesco que nem Santo Antônio desatava.

Tudo corria bem até que um deles apareceu morto — e um bilhete deixado pela vítima prometia mais confusão que o próprio casamento da turma.


Diz a sabedoria popular que certas histórias não precisam nascer, apenas renascem de tempos em tempos em novas bocas.

Esta que se conta aqui é uma interpretação literária de um causo antigo, conhecido em várias versões pelo interior do Brasil — e que, no Espírito Santo, ganhou sotaque serrano e endereço certo: Tabócas, em Santa Teresa.


Tudo começou com dois viúvos e dois corações solitários.

O pai, homem vivido, achou consolo na mocidade da filha da viúva. Já o filho, impressionado com a experiência da viúva, casou-se com ela.

E assim, de repente:

  • o pai virou genro do filho;

  • o filho virou sogro do pai;

  • a moça tornou-se madrasta do marido da mãe;

  • a mãe virou nora da própria filha.


Deu-se então que nasceram filhos dos dois casais — e, com eles, a genealogia entrou oficialmente em colapso.

O menino do casal mais velho era, simultaneamente, irmão e tio do menino do casal mais novo.

E como o filho havia se casado com a mãe da esposa do pai, acabou sendo também avô do próprio irmão — ou, como resumiu o padre da paróquia:

“Nessa família, é mais fácil achar o Espírito Santo do que entender o parentesco.”


Até que, numa manhã de domingo, o riso se calou.

Um dos membros da família foi encontrado desfeito de vida no quintal dos fundos, ao lado de um bilhete escrito com tremor e tinta borrada:

“Quem me matou foi o tio do meu irmão.”

A frase caiu como um trovão na vila. Porque ali, todo mundo era tio de alguém e irmão de quase todo mundo.


Chamaram então o doutor Ambrósio Carlini, advogado do distrito — homem de fala enrolada, chapéu gasto e faro apurado para intrigas de herança e galinha sumida.

Ao chegar, examinou o bilhete, coçou o queixo e perguntou:
— E quem é o tio do irmão do defunto?

O silêncio foi geral.

Depois de duas horas de conversa, três cadernos de anotações e vários cafezinhos, o doutor concluiu que o “tio do irmão” podia ser, ao mesmo tempo:

  • o pai,

  • o avô,

  • o genro,

  • o sogro,

  • ou ele próprio, dependendo de quem estivesse contando.

E foi então que Ambrósio decretou:

“Esse caso só se resolve com árvore genealógica, compasso e bênção de padre. Porque aqui o morto é vítima, suspeito e parente dele mesmo.”

Desde aquele dia, o caso ficou conhecido como “O crime do próprio avô”, e até hoje, quando alguém de Caldeirão se casa com parente distante, o povo comenta:

“Cuidado, que depois dá morte e bilhete!”


Reflexão:

No interior, onde o tempo anda devagar e as famílias se multiplicam por afinidade e conveniência, os laços de sangue às vezes viram nós de novela.

E se a lógica não explica, o riso explica por ela.

Afinal, como dizia o velho doutor Ambrósio:

Família é coisa séria, mas quando o avô é o próprio neto, o melhor é rir pra não enlouquecer.”

O Dia em que Beija-Flor Perdeu o Gás

 


Por Dag Vulpi

Há dias em que manter a serenidade é um exercício de sobrevivência. Quando tudo conspira contra e a paciência ameaça pedir demissão, é aí que se revela o verdadeiro caráter do sujeito.
E foi num desses dias, lá pelos idos da década de 1990, que o extrovertido, falante e sempre de bem com a vida Beija-Flor, morador do bairro da Glória, em Vila Velha (ES), se viu em apuros — e sem café.

Beija-Flor era figura conhecida na Glória. Homem de boa índole, funcionário da prefeitura há mais de trinta anos, desses que já tinham visto prefeitos, secretários e chefes passarem como as marés da Prainha da Glória
Ele ficou. E sua longevidade no serviço público lhe rendeu certas regalias — as costumeiras do tempo em que o relógio de ponto ainda era de papel e amizade valia mais que protocolo.

Boêmio, bom de conversa, amigo de todos e dono de pequenos vícios — inofensivos e, de certa forma, humanos. Seu maior prazer era criar pássaros: curiós, coleirinhas e trinca-ferros que, segundo ele, cantavam mais bonito que o próprio vento.
Nas rodas de disputa — os famosos “rachas” de sábado — seus pássaros eram imbatíveis. Ou, pelo menos, era assim que ele garantia.
E ai de quem ousasse discordar.

Seu xodó maior atendia por Pepê, um coleirinha valente que, nas manhãs de sol, era motivo de orgulho e briga.
Na mesma rua morava Carlinho Pereá, criador de pássaros e rival de longa data. Os dois se bicavam desde os tempos de juventude — e como em toda boa rivalidade de bairro, ninguém sabia mais quem começou.

Mas o caso de hoje não é sobre o Pepê nem sobre os rachas. É sobre o dia em que Beija-Flor acordou cedo demais e confiou de menos.

Era madrugada. O relógio marcava quatro da manhã quando ele levantou, como sempre, pra preparar o café. Ligou o rádio AM — daqueles com chiado e voz de locutor de interior — e foi direto à cozinha.
De repente, ouviu um barulho no quintal. Espiou pela janela e avistou um sujeito carregando uma botija de gás. O homem, percebendo o flagrante, se apressou em dizer:
— Ô cumpadi, não quer comprar essa botija, não? Tá cheia. Tô vendendo pra comprar remédio pro meu menino.

Beija-Flor desconfiou. “Vai que é roubada”, pensou. E recusou:
— Melhor não, parceiro. Pode seguir teu caminho.

O homem agradeceu, pediu desculpas e sumiu na escuridão.
Beija-Flor voltou satisfeito à cozinha, sentindo-se prudente. Colocou a chaleira, riscou o fósforo — e nada.
O gás havia acabado.

Olhou o relógio e lamentou a ironia:
— Se eu soubesse, tinha comprado a botija daquele infeliz...

Resignado, foi soltar a válvula da botija vazia, mas, ao acender a luz da área, só viu a mangueira solta.
A botija já tinha sido levada.

Beija-Flor jogou o boné no chão e xingou o destino em alto e bom som.
Mas pior que o prejuízo foi o vexame. Bastou comentar o caso com o dono da quitanda — o Suíno — para que, antes das nove da manhã, o bairro inteiro já soubesse do “roubo do gás do Beija-Flor”.
E, como se sabe, fofoca naquela época corria mais rápido que ligação a cobrar.

Virou motivo de riso, o gozador virou gozado, e o rei das piadas foi coroado bobo da vez.
Sem saída, Beija-Flor tirou férias — as primeiras da vida — e se mandou pro interior, pra casa do irmão, esperando o tempo apagar o constrangimento.

O tempo passou. O caso virou história de esquina, lembrança de bar e, hoje, memória de um tempo em que os risos eram mais leves e os vexames, mais humanos.

Ouvi essa história pessoalmente, contada num fim de tarde entre risadas, café coado e cheiro de serragem, durante uma conversa entre o próprio Beija-Flor e o meu falecido sogro, seu Bino — também amante dos pássaros e exímio fabricante de gaiolas caseiras.
Homem de fala mansa, riso fácil e alma simples, seu Bino, aliás, terá em breve suas próprias histórias recordadas neste mesmo espaço.

E eu, que testemunhei aquele diálogo, deixo aqui o registro do dia em que Beija-Flor perdeu o gás — e parte da pose.


Reflexão

As histórias que ouvimos dos antigos têm um perfume que o tempo não apaga.
São pequenas memórias que, contadas ao pé da conversa, mantêm viva a essência dos dias simples — quando bastava um rádio chiando na cozinha e uma boa risada no quintal pra vida parecer mais leve.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

A Criação do Estado de Israel: uma solução europeia que gerou um conflito no Oriente Médio


Por Dag Vulpi

Em 1948, a proclamação do Estado de Israel marcou o início de um dos conflitos mais longos e complexos da história contemporânea. A decisão da ONU de dividir a Palestina, então sob mandato britânico, foi vista por muitos como uma reparação moral ao povo judeu após o Holocausto. No entanto, para os árabes palestinos, significou o começo de uma tragédia nacional que perdura há mais de sete décadas.

Um refúgio que transferiu o conflito

Após o Holocausto, que dizimou milhões de judeus na Europa, a comunidade internacional buscou uma forma de garantir um território seguro para esse povo historicamente perseguido. Sob forte pressão do movimento sionista, a Organização das Nações Unidas aprovou, em 1947, a Resolução 181, recomendando a divisão da Palestina em dois Estados: um judeu e outro árabe.

O novo Estado de Israel foi proclamado em 14 de maio de 1948, liderado por David Ben-Gurion, poucas horas antes do fim do mandato britânico sobre a região. A proposta, porém, foi rejeitada pelos países árabes vizinhos e pelos próprios palestinos, que viam na decisão uma imposição externa sobre uma terra habitada majoritariamente por árabes há séculos.

A criação de Israel, embora amparada por razões humanitárias e religiosas, transferiu o epicentro do problema antissemita europeu para o Oriente Médio. A Europa livrou-se da culpa e da responsabilidade moral do Holocausto, mas o preço foi pago pela Palestina — uma região que não teve participação direta no genocídio.


O peso histórico da Nakba

O resultado imediato foi a Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948–1949), que consolidou o Estado de Israel e provocou o êxodo de cerca de 700 mil palestinos, episódio conhecido como Nakba (“catástrofe”, em árabe). Desde então, o conflito israelo-palestino segue sem solução definitiva, marcado por guerras, ocupações, resistências e a negação mútua de soberania.

A Palestina permanece sem reconhecimento pleno como Estado, dividida entre a Faixa de Gaza, sob bloqueio israelense, e a Cisjordânia, fragmentada por assentamentos judaicos. Diversas organizações internacionais e vozes críticas classificam essa realidade como um regime de apartheid moderno.


Sionismo e as origens do Estado israelense

O movimento sionista, surgido no final do século XIX a partir das ideias de Theodor Herzl, defendia a criação de um lar nacional judeu na antiga Terra de Israel. A escolha da Palestina não foi apenas política, mas também simbólica, associada à narrativa bíblica do retorno à “Terra Prometida”.

A imigração judaica à região cresceu especialmente entre as duas guerras mundiais, intensificando tensões com os árabes palestinos. Durante o mandato britânico, surgiram grupos armados de ambos os lados, culminando em confrontos que prenunciaram a guerra aberta de 1948.


Conflito e desigualdade persistente

De lá para cá, a história do Oriente Médio tem sido marcada por guerras sucessivas — Crise de Suez (1956), Guerra dos Seis Dias (1967), Guerra de Yom Kippur (1973), além das Intifadas palestinas e das ofensivas recentes na Faixa de Gaza.
Enquanto Israel consolidou uma das forças militares mais poderosas do planeta, a Palestina luta pelo reconhecimento de sua soberania e por condições mínimas de dignidade humana.

Atualmente, cinco milhões de palestinos descendem dos refugiados da Nakba. Muitos vivem em campos ou sob bloqueio, enfrentando escassez de água, energia, remédios e liberdade de circulação — uma realidade que segue desafiando o conceito de direitos humanos universais.


Um olhar crítico

“A Europa solucionou seu problema, mas impôs as consequências sobre a Palestina.”
Essa reflexão continua atual. O antissemitismo europeu, nascido e cultivado no Ocidente, foi deslocado para o Oriente Médio como um fardo histórico.
A ONU poderia ter buscado outra alternativa? Talvez. Mas a escolha pela Palestina, além de política, foi simbólica e teológica — um gesto que, ao mesmo tempo, resgatou memórias e perpetuou feridas.


Reflexão

A criação do Estado de Israel foi uma vitória da diplomacia ocidental e da resistência judaica, mas também o início de uma injustiça histórica para o povo palestino. Setenta e sete anos depois, o mundo ainda paga o preço de uma decisão tomada sob o peso da culpa e da pressa.
O desafio que permanece é o de transformar uma terra dividida por muros e ideologias em um território de coexistência e reconhecimento mútuo — um sonho que, por enquanto, continua aprisionado entre as ruínas da história.


Fonte de referência

Trechos e base factual extraídos do artigo:
Daniel Neves Silva, Brasil Escola — A Criação do Estado de Israel: as origens históricas e as consequências geopolíticas
Formado em História pela UEG e especialista pela UFG.
https://brasilescola.uol.com.br/historia/a-criacao-estado-de-israel.htm

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