O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou hoje (22) recurso para
o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para defender a prisão preventiva
do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado federal licenciado
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Na semana passada, o ministro Edson Fachin rejeitou
individualmente o pedido de prisão e aceitou apenas o afastamento dos
parlamentares do mandato. As acusações estão baseadas nas informações prestadas
no acordo de delação premiada dos executivos da empresa JBS.
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No
recurso, Janot afirma que a prisão de Aécio e de Loures é “imprescindível para
a garantia da ordem pública e da instrução criminal”. O procurador
justifica que há no inquérito aberto pelo Supremo escutas telefônicas e outras
provas que demonstram que ambos atuam para obstruir as investigações da
Operação Lava Jato.
“Em
virtude dos gravíssimos fatos expostos, o procurador-geral da República requer
a reconsideração parcial, que indeferiu o pedido de prisão preventiva
decorrente do flagrante por crime inafiançável”, argumenta Janot.
Em
depoimento de delação premiada homologado pelo STF, o empresário Joesley
Batista disse que pagou este ano R$ 2 milhões em propina a Aécio Neves, a fim
de que ele atuasse em favor da aprovação da Lei de Abuso de Autoridade e
anistia ao caixa 2 em campanhas eleitorais. Nos depoimentos de delação, os donos
da JBS afirmam que Rocha Loures recebeu R$ 500 mil para interceder em assuntos
de interesse do grupo.
O
dinheiro teria sido entregue a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de
Medeiros, que foi preso quinta-feira (18). A entrega foi registrada em
vídeo pela PF, que rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que o montante
foi depositado na conta de uma empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
A
defesa de Aécio informou em nota que, com relação ao pedido da PGR, aguarda ser
intimada para apresentar seus argumentos, "oportunidade em que demonstrará
a impropriedade e descabimento do pedido ministerial". Os advogados
reiteraram ainda que amanhã entrarão com um agravo contra a decisão
de Fachin que, dentro outras medidas, afastou o senador do cargo.
Já
os advogados de Rocha Loures argumentam que não há qualquer motivo para a
prisão do deputado. "A defesa aguarda pelo STF a manutenção da decisão que
negou o pedido do Ministério Público. O deputado no momento oportuno irá
prestar todos os esclarecimentos devidos", diz a nota assinada pela
defesa.
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