O
ex-senador Delcídio do Amaral contou hoje (22) que prestou depoimento ao
Departamento de Justiça Americano (DOJ) este ano para responder questões
relacionadas à Petrobras e à Operação Lava Jato. O relato foi feito nesta
tarde, durante audiência na 13ª Vara Federal de Curitiba. Delcídio depôs como
testemunha de acusação em um dos processos que envolvem o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
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Segundo
o ex-senador, o depoimento foi solicitado pelo DOJ diretamente ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro e aconteceu em Campo Grande. "Eu
simplesmente mostrei ao longo da audiência que o processo que eu respondo é por
obstrução de Justiça, então eu não tinha os detalhes que a própria Operação
Lava Jato já investigou, já tomou conhecimento", relatou.
Delcídio
também disse que achou "estranho" que representantes do governo
norte-americano não tenham aparecido na sessão que, segundo ele, estava
"esvaziada". Ele contou que o depoimento foi acompanhado apenas por
um juiz, um representante do Ministério Público Federal (MPF) e por advogados
da Petrobras.
Ainda
segundo o ex-senador, as perguntas feitas durante o depoimento abordavam
assuntos sobre os quais ele já havia respondido na delação premiada celebrada
com o MPF. "Todos nós ficamos numa saia-justa danada nessa audiência, porque
afinal de contas ninguém entendeu direito porque aquilo aconteceu lá em Campo
Grande", afirmou.
O
relato de Delcídio foi feito após a defesa de Lula perguntar se ele havia
celebrado algum acordo judicial com autoridades norte-americanas. O ex-senador
revelou detalhes do depoimento solicitado pelo DOJ, mas negou que tenha feito
qualquer acordo.
Defesa de Lula protesta
No
fim da tarde de hoje, pouco depois da audiência em Curitiba, a defesa de Lula
emitiu uma nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins. No texto, ele
afirma que as informações relativas ao depoimento de Delcídio ao DOJ estavam
restritas ao conhecimento do MPF e da Petrobras. "Sonegadas, portanto, à
defesa, revelando a existência de um aparente processo paralelo, que veio a público
apenas em função dos questionamentos feitos", diz a nota.
Martins
afirma, ainda, que a audiência de hoje "provou o caráter frívolo da
acusação, que é parte de uma estratégia de lawfare com o único
objetivo de prejudicar a atuação política de Lula".
O
depoimento prestado pelo ex-senador Delcídio do Amaral em Curitiba é parte do
processo em que o MPF acusa Lula de receber vantagens indevidas da Odebrecht. A
força-tarefa afirma que o ex-presidente foi beneficiado na compra de um terreno
para a construção do Instituto Lula e de um apartamento no mesmo edifício onde
ele vive, em São Bernardo do Campo.
Na
mesma audiência, foram ouvidas mais duas testemunhas de acusação: o
ex-executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro; e o ex-presidente de Engenharia da
Camargo Corrêa, Dalton Avancini.
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