A
defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) recorreu hoje (23) ao Supremo Tribunal
Federal (STF) para revogar a decisão que afastou o parlamentar das atividades
legislativas. Na semana passada, ao atender a um pedido cautelar da
Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do STF Edson Fachin decidiu
afastar Aécio das funções parlamentares após o senador ter sido gravado em uma
conversa com o empresário Joesley Batista.
Saiba
mais:
No
recurso, além de pedir que Aécio Neves retome o mandato, os advogados sustentam
que a investigação não deve permanecer com Edson Fachin e que a decisão do
ministro não poderia ser tomada individualmente, mas pela Segunda Turma do STF.
“Com
todo o respeito, num cenário tal, é absolutamente temerário aplicar a um
senador da República medida dessa gravidade e violência, que o retira do cargo
para o qual – insista-se – foi eleito pelo povo, especialmente porque,
rememoremos, não há expressa autorização legal e constitucional para medida
dessa natureza que, ao fim e ao cabo, revolve princípios básicos de separação
de poderes”, diz a defesa.
De
acordo com as investigações, baseadas nas delações dos irmãos Joesley e Wesley
Batista, donos da JBS, Aécio recebeu R$ 2 milhões em propina. Na semana
passada, após Aécio Neves ser afastado do cargo pelo
ministro, a assessoria do parlamentar afirmou que ele está absolutamente
tranquilo quanto à correção de todos os seus atos. "No que se refere à
relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem
qualquer envolvimento com o setor público". A defesa do senador informou
que sua intenção era vender a Joesley um imóvel para pagar a
dívida.
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Dag Vulpi