A Confederação
Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou hoje (14) que abriu investigação
preliminar para apurar as manifestações racistas da torcida do time peruano
Real Garcilaso contra o jogador brasileiro Tinga, na última quarta-feira (12),
em Huancayo, no Peru.
A Unidade
Disciplinar da Confederação Sul-Americana de Futebol divulgou nota na qual diz
que procedeu a abertura da investigação para apurar denúncia recebida ontem
(13) por parte do Cruzeiro Esporte Clube. O clube brasileiro alega que, no jogo
contra o Real Atlético Garcilaso, torcedores do clube local mostraram conduta
racista contra o jogador Paulo César Fonseca do Nascimento, “Tinga”
Na noite de
quarta-feira, o jogador Tinga, do Cruzeiro, sofreu ofensas racistas da torcida
do Real Garcilaso, durante partida válida pela Copa Libertadores da América,
que terminou com vitória do Cruzeiro por 2 a 1. Torcedores imitavam sons de
macaco quando Tinga tocava na bola.
A Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) também divulgou nota hoje, manifestando “repulsa”
ao comportamento da torcida peruana, e pedindo à Conmebol que tome providências
contra os responsáveis. A CBF conclama os órgãos com poderes disciplinares na
Conmebol a "sancionarem energicamente os responsáveis pelo triste e
lamentável evento, de modo a servir de exemplo que evite a reprodução de tais
atos, rigorosamente punidos pelos regulamentos da Fifa” [Federação
Internacional de Futebol], diz a nota.
O regulamento
disciplinar da Conmebol prevê uma série de punições para clubes e torcidas que
tenham atitudes racistas. O Artigo 12 diz que agremiações ou clubes cujos
torcedores se comportem de forma discriminatória – seja por motivos de cor da
pele, raça, etnia, idioma, credo ou origem – podem ser multados em no mínimo
US$ 3 mil.
O mesmo artigo
acrescenta que o clube poderá ser julgado pelo órgão disciplinar da entidade,
que tem competência para impor sanções adicionais. Entre as medidas estão jogos
com portões fechados, perda de mando de campo, concessão da vitória ao time
cujo jogador foi vítima do ato, perda de pontos e até a eliminação da
competição.
A própria CBF
já havia se manifestado ontem (13) contra o racismo, publicando uma imagem em
preto e branco de seu escudo com os dizeres “somos iguais”. Além da entidade,
jogadores de futebol, o
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, a
presidenta Dilma Rousseff, o
ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente da Fifa, Joseph Blatter,
condenaram o racismo no futebol. O presidente peruano, Ollanta Humala, usou o
Twitter para lamentar o ocorrido. “Um país tão diverso como o nosso, que
fortalece sua identidade, com todas suas culturas, não deve admitir reações
racistas de nenhum tipo”, escreveu Humala.
Da Agência
Brasil
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