quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Xadrez dos interesses ocultos nas operações das Forças Tarefas


Por Luis Nassif No GGN

A reportagem abaixo é fruto da pesquisa coletiva dos comentaristas do GGN

Peça 0 – a título de prefácio

Adapto o exemplo abaixo de um modelo de Júlio Sameiro, visando aplicar os chamados princípios de Kant (Confira aqui)

Um procurador descobre um malfeito de uma autoridade.

Quais as três decisões possíveis?

a) Não fez nada, porque a autoridade, além de muito influente, era do seu time.

b) Apurou rigorosamente o crime para ganhar reputação ou por outras formas de interesse.

c) Apurou o crime pelo fato de ser sua função apurar crimes.

Das três opções, a única moralmente legítima é a C. E é a menos utilizada pelo Ministério Público Federal, desde que passou a disputar o protagonismo político e a se envolver em pactos de sangue com a velha mídia.

Na A, ele segue seus interesses pessoais, no caso ligado aos grupos de interesses blindados. É o caso da inação do Procurador Geral da República (PGR) e da Lava Jato com políticos do PSDB.

Na B, ele apura rigorosamente, mas obedecendo a propósitos partidários (eliminar o PT), ou então para atender a interesses estratégicos da corporação – a ofensiva contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, dias depois de ele anunciar medidas contra os salários que ultrapassam os tetos e votar o Projeto de Lei contra abusos de autoridade.

Apenas a alternativa C é moralmente legítima.

O fato é que o Estado de Exceção defendido por Luís Roberto Barroso, o iluminista de Monsaraz, abre espaço para todo tipo de jogada. Cria-se a figura do inimigo e, por baixo da guerra santa, há guerras comerciais, disputas partidárias, interesses corporativos e até confronto entre organizações criminosas. Tudo escondido debaixo do manto da luta contra a corrupção.

Mau-caratismo da mídia se alastra pela população. Análise de Bepe Damasceno


Destrói seu presente e compromete seu futuro uma nação formada em boa medida por pessoas que não desejam justiça, mas sim linchamento, e se regozijam com a violação de direitos de presos e sua humilhação suprema. Garantias individuais, principal pilar do Estado de Direito Democrático, viram pó sob os aplausos de brasileiros e brasileiras. Quanto mais sangue, melhor.

Gente de todas as classes sociais vê com naturalidade aterradora os meios de comunicação transformar prisões de ex-governadores em espetáculos midiáticos transmitidos 24 horas por dia. Gente de todos os níveis de escolaridade e renda goza com imagens deprimentes, como a de Garotinho sendo transferido à força do hospital para o presídio, ou a de Sérgio Cabral de cabeça raspada no cárcere. Gente de todas as origens e credos esfrega as mãos e se pergunta : "quem será o próximo?"

Abro parênteses: estou longe de ter quaisquer afinidades políticas com Garotinho ou Sérgio Cabral. Penso mesmo que devem ter culpa no cartório em boa parte das acusações que lhes são imputadas. Garotinho é exemplo acabado de político com p minúsculo, envolvido em incontáveis casos nebulosos, fisiológico ao extremo e nada confiável. Cabral um dia na vida decidiu viver como um sultão, ou como um príncipe, à custa do erário público. Seu apoio ao golpe de estado revela também imperdoável falta de apreço pelo regime democrático. Fecho parênteses.

Vamos, então, ao ponto essencial: por enquanto, eles são apenas acusados. Cabe ao sistema de justiça reunir provas suficientes para condená-los, depois de julgamentos justos, com direito à ampla defesa e ao contraditório. Nada disso aconteceu até agora. Por isso, por mais que a turba enfurecida exija a cabeça deles agora e já, eles deveriam desfrutar da premissa constitucional da presunção de inocência. Isso até que sejam julgados e condenados.

E não me venham, por favor, com o argumento de que as prisões preventivas e temporárias (quem vêm se transformando em perpétuas) são necessárias porque a justiça no Brasil é a mais lenta do mundo e que os poderosos apresentam centenas de recursos para se livrarem da cadeia. Ora, esse grave problema só será sanado com uma profunda reforma do Judiciário, abrindo sua caixa-preta e tornando-o célere e transparente. Em vez disso, suas excelências, procuradores e juízes, prendem sem condenação e jogam para a plateia, varrendo suas mazelas para debaixo do tapete.

Também não me sensibiliza o desprezo pela dignidade dos presos oriundos da política sob a justificativa de que pobres e ladrões de galinha já penam nos infernos das nossas prisões há mais de 500 anos. Defendo igualdade para todos na dignidade e no respeito aos direitos civis, e não a equiparação da violação e do tratamento degradante.

Fora disso, caminhamos a passos largos para o fascismo ou para a barbárie. Judiciário que se preza não pode se submeter ao clamor popular, pois é um poder essencialmente contra majoritário. E tem que ser assim. Não custa lembrar que Hitler e Mussolini contaram com forte respaldo de alemães e italianos para cometer crimes contra a humanidade.

Pude testemunhar ao longo desta sexta-feira (18) cenas de indigência civil explicitas no Rio de janeiro. Na padaria, no metrô, diante de bancas de jornal e lojas com aparelhos de TV ligados, na espera da consulta médica e no restaurante o que escutei é de causar engulhos estomacais e profundo desânimo. Uma legião de homens e mulheres, que não foram capazes de se indignar minimamente quando uma quadrilha de corruptos roubou o mandato de uma pessoa honesta como a presidenta Dilma, festejavam aos berros o calvário alheio.

Entre tantas outras, ouvi a seguinte barbaridade: “o ideal seria se todo político preso fosse fuzilado sumariamente”. O vírus letal do ódio e do mau-caratismo foi desgraçadamente inoculado pela mídia criminosa no organismo de expressiva parcela do povo brasileiro. Estamos ferrados.


Bepe Damasceno, em seu blog

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Os apartamentos de Geddel e de Lula

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Que o Brasil não é para principiantes você já sabia. Mas não precisávamos exagerar.

Geddel Vieira de Lima foi premiado por seu chefe com um salvo conduto escandaloso.

Veja bem: ele admitiu ter comprado (a conferir se comprou, mesmo, ou se foi presente) um apartamento no 23º andar do edifício La Vue Ladeira da Barra, numa área tombada de Salvador.

Confessou que falou com o colega Marcelo Calero sobre a liberação do empreendimento no Iphan. Segundo o instituto, o máximo permitido eram treze andares. O cafofo de Geddel seria, portanto, eliminado.

De acordo com corretores, o valor do imóvel varia entre R$ 2,6 milhões e R$ 4,5 milhões. A conclusão da obra está prevista para 2019.

“Em nenhum momento foi feita pressão para que ele tomasse posição. Foram feitas ponderações”, falou Geddel.

É inacreditável.

Na segunda, dia 21, a Comissão de Ética da Presidência da República abriu procedimento para verificar conflito de interesse, como se houvesse alguma dúvida. Pode resultar numa recomendação de demissão.

Humberto Costa, líder do PT no Senado, vai solicitar que o Ministério Público entre no caso.

O silêncio do MP, como era de se suspeitar, é ensurdecedor.

Ao longo de mais de dois anos, Lula vem sendo massacrado por um apartamento numa praia do Guarujá repleta de línguas pretas de esgoto.

Para todos os efeitos, o famoso “triplex” já é dele, embora não haja nenhuma prova, apenas convicção.

Onde estão os cruzados de Deltan Dallagnol quando se trata de um crime confesso como o de Geddel? Onde está aquela indignação como a expressa na campanha eleitoral histérica das tais 10 medidas contra a corrupção?

Onde estão os savonarolas da Lava Jato? Ou a dupla Geddel e Temer não rende como Lula?


Fica aqui a sugestão de um powerpoint maneiro para o pessoal de Curitiba.

Sergio Moro, os santos e os juízes

Por Mauro Santayana, em seu blog

A estúpida invasão do Parlamento, com a tomada do plenário da Câmara dos Deputados por um bando de imbecis - que davam vivas ao Juiz Sérgio Moro e pediam uma “intervenção” militar - não é um absurdo isolado no crescente cerco à Democracia e às instituições nacionais.

A cerrada pressão corporativa do Judiciário e do Ministério Público sobre deputados e senadores para consolidar o controle de um grupo de plutocratas sobre a República, o Legislativo e o Executivo, e, direta e indiretamente, sobre o eleitorado e os cidadãos comuns, representa uma outra face da ascensão de um fenômeno perverso, antidemocrático e fascista - a Antipolítica.

Não interessa se o legislativo que aí está aprovou, majoritariamente, um golpe que tirou do poder um governo que, venhamos e convenhamos, havia se tornado de certa forma insustentável, por sua própria incapacidade em recusar uma agenda neoliberal recessiva - criada também para facilitar a sua derrocada - e de resistir a uma campanha tenaz, mentirosa e fascista que se desenvolvia claramente desde 2013 e que iria - só os imbecis e os ingênuos não acreditavam nisso - chegar, inexoravelmente, à derrubada da Presidente da República.

O Congresso Nacional - e nele há também aqueles que tentaram resistir bravamente a essa farsa - não é perfeito.

Mas ninguém chega ali sem voto.

E o voto reflete em boa parte a essência, a opinião, a qualidade e o que determina a população brasileira.

Tão ou mais responsáveis pela queda de Dilma, do que os deputados e senadores que votaram pelo seu impeachment foram certos grupos do Ministério Público e do Judiciário, oriundos majoritariamente de uma classe média reacionária e conservadora, que investiram tenazmente na fabricação de uma longa série de factoides, arbitrariedades e escândalos, destinados a dizimar o PT nos tribunais e - em cumplicidade com uma mídia mendaz, parcial e seletiva - junto à opinião pública.

Ou alguém acredita que, se não existisse a Operação Lava Jato, e seu deletério exemplo, com o evidente antipetismo do Juiz e de vários procuradores envolvidos com sua "força-tarefa" - mesmo com a coleção de equívocos táticos e políticos do governo anterior e de seu partido - teria se conseguido derrubar a Presidente da República?

A “Lava Jato” não apenas destruiu o país, provocando 140 bilhões de reais de prejuízo e aprofundando os efeitos da política recessiva e da crise internacional - arrebentando com as maiores empresas brasileiras e seus milhares de trabalhadores, acionistas e fornecedores - para recolher menos de dois bilhões, na verdade, apenas algumas dezenas de milhões de reais, se formos considerar dinheiro efetivamente desviado e não de "leniência", "multas” e "bloqueios" bilionários.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Hitler era de extrema direita, sim



Leia aqui o porque do ódio de Adolf Hitler aos judeus. 

Dizer que Hitler era de extrema-direita é igual dizer que a grama é verde. Dizer que Hitler era outra coisa no espectro político é igual dizer que a grama é azul. Há alguns anos, parecia impensável que um dia haveria um forte movimento de opinião dizendo algo parecido com dizer que a grama é azul. Mas infelizmente, o mundo em que vivemos atualmente está muito parecido com um hospício. Por isso, ficou necessário explicar didaticamente porque a grama é verde, ops, porque Hitler era de extrema-direita. E, com licença para usar uma gíria, o problema foi que deram mole. Quando apareceram os primeiros malucos falando que Hitler era de esquerda, foram ignorados, porque achava-se que pouquíssimos acreditariam nesta patacoada. Aí o monstro cresceu e já foi possível ver amigos virtuais dizendo que conhecem adolescentes que pensam que Hitler era de esquerda.

Há dois revisionismos sobre a história do nazismo que pilantras praticam por motivos políticos e que plateias aparecem porque, conforme dito no parágrafo anterior, o mundo está cada vez mais parecido com um hospício. Um revisionismo é o de que o Holocausto não existiu. O outro é o de que o nazismo seria de esquerda. O primeiro é o pior por desrespeitar vítimas de uma atrocidade. Mas o segundo não deixa de ser abjeto. E possui maior probabilidade de iludir pessoas. Portanto, este texto discute um pouco este revisionismo.

Os difusores deste revisionismo consistem em uma grande corrente de “pensadores” de direita e de usuários de Internet que seguem esses pensadores, que divulgam a patacoada de que o nazismo seria de esquerda com um simples objetivo: se livrar do filho feio. Como ninguém (ou melhor, quase ninguém) acha que o nazismo foi bom, é melhor esconder o fato de que o nazismo foi de direita para que o nome da direita não fique manchado. Estranhamente, alguns desses “pensadores” elogiam o Generalíssimo Franco, aquele que teve ajuda das forças armadas de Hitler para chegar ao poder. Apologistas do revisionismo de que Hitler era de esquerda são, em geral, discípulos do "mestre" Olavo de Carvalho, que por sua vez tem simpatia pelo Generalíssimo Franco. Entenderam alguma coisa? Os argumentos dos revisionistas são: 
  • O nome: Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP)
  • A cor vermelha da bandeira do partido
  • As políticas econômicas keynesianas
  • Documentos do partido com retórica anticapitalista

Revisionistas se inspiram em textos de figuras de "grande contribuição" intelectual para a humanidade como Rodrigo Constantino e Leandro Narloch.

Bom, o que dizer disso? Nome de partido não quer necessariamente dizer conteúdo, vide os inúmeros exemplos de partidos brasileiros atuais. E mesmo se o socialismo for verdadeiro, pode significar anti-liberalismo, e não necessariamente igualitarismo.

Sobre as políticas keynesianas, elas não são necessariamente de esquerda. As políticas econômicas keynesianas têm dois objetivos. O primeiro é combater recessões causadas por insuficiência de demanda. O segundo é combater a elevada concentração de renda gerada pelo capitalismo. Somente as políticas para atingir esse segundo objetivo são necessariamente de esquerda. Esse tipo de política não foi praticado pelos nazistas. Eles fizeram apenas políticas de fomento à demanda, que podem ser praticadas tanto por governos de esquerda, quanto pelos de direita. Em geral, governos de direita fazem política de demanda através dos gastos militares. Foi o que fizeram os nazistas. Políticas econômicas keynesianas de governos de esquerda ajudam a reduzir a concentração de renda. As políticas econômicas dos nazistas contribuíram para aumentar a concentração de renda da Alemanha entre 1933 e 1939. Houve congelamento de salários e aumento de lucros. O intervencionismo nacional socialista não pareceu o que seria depois a social democracia europeia do imediato pós guerra. Pareceu o que seria o Brasil do Médici. Foi um intervencionismo favorável ao capital, e não ao trabalho. Este artigo (procurar por “Uma interpretação do primeiro milagre econômico alemão 1933-1944”, de Ricardo Feijó), escrito em 2009, descreve bem as políticas econômicas praticadas no Terceiro Reich.

Ainda que as políticas nazistas fossem completamente estatizantes, elas não seriam de esquerda só por causa disso. E, além disso, essas políticas não foram completamente estatizantes. Sim, isso mesmo, houve um programa de privatizações na Alemanha de Hitler. E mais: o aproveitamento do trabalho escravo de prisioneiros em campos de concentração pelos grandes conglomerados alemães é um precursor da privatização dos presídios.

Sobre a retórica anticapitalista, isto não é contraditório com direita, pois direita tem mais a ver com hierarquia e tradição do que com capitalismo. Críticas ao capitalismo não são apenas marxistas. Críticas tradicionalistas ao capitalismo existem desde quando existe capitalismo. Ainda assim, capitalismo acabou combinando bem com hierarquia e tradição. Gostar mais de aristocrata do que de capitalista não é contraditório com defender a manutenção da ordem capitalista. E mesmo com a retórica inicial do partido, houve um relacionamento muito amigável entre capitalistas alemães e nazistas no Terceiro Reich.

O que ajuda muito na compreensão sobre o posicionamento do Nacional Socialismo no espectro político é observar documentos históricos. A matéria da Folha da Manhã do dia 1 de fevereiro de 1933, dia seguinte à chegada do Hitler ao poder, mostra muito bem quem estava a favor e quem estava contra. (Clique para ampliar)


É possível ver perfeitamente que os comunistas e os socialistas (SPD) estavam contra a formação do governo nazista e que o capital financeiro e o ex-kaiser estavam a favor. O SPD e o KPD (Partido Comunista) não endossaram a ascensão de Hitler ao poder, e os partidos conservadores endossaram. O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) nunca obteve maioria absoluta no Parlamento, o apoio de outros conservadores foi fundamental. O político conservador Franz von Papen, chanceler em 1932, participou do início do governo Hitler. Logo em 1933, começaram as prisões de comunistas.

Alguns acreditam que o NSDAP conseguiu atrair ex-comunistas. Não parece que tenham sido muitos. O gráfico a seguir mostra a evolução da votação dos partidos nas eleições parlamentares da República de Weimar.

Verifica-se claramente que a soma da votação na esquerda, composta pelo KPD e pelo SPD, sempre foi estável, oscilando na restrita faixa entre 33% e 40% (o que mudou foi só a composição: em anos de crise, como 1924 e 1932, o KPD foi bem, em ano de prosperidade, que foi 1928, o SPD teve seu melhor desempenho, mas esta informação não é necessária para colocar no gráfico, porque já vai além do assunto do texto, por isso os números dos partidos de esquerda aparecem somados). Um forte declínio da votação dos partidos conservadores convencionais (Centro, Partido Nacional Popular Alemão, Partido Popular da Baviera) foi acompanhado de uma forte elevação da votação dos Partido Nacional Socialista de 1928 a 1932. Ou seja, há forte indício de que o NSDAP herdou eleitores dos outros partidos conservadores.

Os nazistas tinham seu braço anticapitalista, a SA. Mas esta foi deixada de lado por Hitler logo em 1934. E mesmo anticapitalista, a SA também era anticomunista. Durante a República de Weimar, a SA saía na porrada nas ruas contra a Roter Frontkämpferbund, o braço paramilitar do KPD.

Quem fala que os nazistas eram de esquerda gosta também de lembrar o pacto germano soviético de 1939. Mas a verdade é que este pacto não foi ideológico, só foi de conveniência para ambos os lados. Hitler não queria guerra em duas frentes, e além de tudo, precisava de suprimentos de matéria primas, que a União Soviética poderia fornecer. Stálin previa que o pacto seria quebrado, mas considerou-o vantajoso porque haveria um tempo adicional para preparar seus exércitos. Não apenas entre 1941 e 1945, mas também entre 1933 e 1939, a Alemanha Nazista e a União Soviética eram grandes inimigos. A maior evidência disso se viu durante a Guerra Civil Espanhola, em que cada um apoiou um lado. Durante a República de Weimar, que precedeu a era de Hitler, a Alemanha e a União Soviética tinham relações diplomáticas e econômicas razoavelmente boas. 

O comércio entre Alemanha e União Soviética caiu bruscamente a partir de 1933, e só teve um pequeno momento de elevação entre 1939 e 1941. Atualmente, os neonazistas são chamados na Alemanha de rechtsradikale (a tradução é radicais de direita). Eles certamente não gostariam de ser chamados de esquerdistas. Aqui no Brasil, o adolescente que quer mostrar “mamãe, sou radical de direita” ainda não sabe se vai virar neonazista ou se vai rejeitar de boca pra fora o nazismo e dizer que “o nazismo é de esquerda”.

Não apenas os revisionistas são perigosos, como também os moderate heroes. Estes diriam que “Hitler não era de esquerda, mas também não era de direita, o nazismo é complexo demais para ser enquadrado no espectro esquerda/direita”. Opiniões do meio também podem ser mentirosas. O nazismo pode ter sido complexo em algumas coisas, mas não no espectro esquerda/direita. Não há qualquer dificuldade em considerá-lo integrante da direita.

História não é uma ciência exata. Admite interpretações diferentes de fatos. Mas não admite negação de fatos. Quem diz que o Holocausto não existiu ou que Hitler não era de extrema-direita não está tendo uma “opinião”, está simplesmente errado. Acadêmicos sérios não deveriam debater, e sim boicotar quem nega o Holocausto ou quem nega que Hitler era de extrema-direita. Eventos acadêmicos que contam com a presença de pessoas conhecidas por defender estes negacionismos devem ser esvaziados.

Escrevi este texto com o objetivo de ser leitura fácil, para que quem tiver algum parente ou amigo, principalmente jovem, que está começando a se interessar por História, por Política, por Sociologia, por Economia, e soltar o absurdo de que Hitler era de esquerda, envie este texto para esclarecimentos.

Via: Trincheiras 

A preocupação de Hitler com o comunismo e o seu ódio pelo povo judeu

A liderança judaica na Revolução Bolchevique e o início do Regime soviético - por Mark Weber

Institute for Historical Review


Avaliando o sinistro legado do comunismo soviético.

Por Mark Weber

Na noite de 16-17 de julho de 1918, uma esquadra da polícia secreta Bolchevique assassinou o último imperador da Rússia, o Czar Nicolau II, junto com sua esposa, a Czarina Alexandra, seu filho mais velho de 14 anos, o Tsaverich1 Alexis, e suas quatro filhas. Eles foram abatidos numa salva de balas num pequeno espaço de um cômodo da casa em Ecaterimburgo, uma cidade na região dos Montes Urais, onde eles estavam mantidos como prisioneiros. A complementação da execução das filhas foi feita com baionetas. Para prevenir o culto ao Czar morto, os corpos foram descartados para o campo aberto e apressadamente enterrados em um túmulo secreto.

As autoridades Bolcheviques inicialmente relataram que o imperador Romanov tinha sido baleado após a descoberta de um plano para liberar ele. Por algum tempo as mortes da Imperatriz e das crianças foram mantidas em segredo. Historiadores soviéticos alegaram por muitos anos que bolcheviques locais tinham atuado pela própria responsabilidade na matança, e que Lenin, fundador do Estado Soviético, não tinha nada a ver com o crime.

Em 1990, o dramaturgo e historiador Edvard Radzinsky anunciou o resultado de sua detalhada investigação sobre os assassinos. Ele descobriu reminiscências do guarda costa de Lenin, Alexei Akimov, quem recontou como ele pessoalmente transmitiu do escritório de telégrafo a ordem de Lenin para execução. O telegrama foi também assinado pelo chefe do governo soviético Yakov Sverdlov. Akimov tinha salvado a fita do telegrama original como o relato da ordem secreta.

A pesquisa de Radzinsky confirmou o que as evidencias prévias tinham já indicado. Leon Trotsky – um dos mais próximos colegas de Lenin – tinha revelado anos atrás que Lenin e Sverdlov tinham juntos feito a decisão de sentenciar à morte o Czar e a família dele. Relembrando esta conversação em 1918, Trotsky escreveu:

Minha próxima visita para Moscou pegou lugar após [temporária] queda de Ecaterimburgo [para as forças anti-comunistas]. Falando com Sverdlov, eu perguntei em passagem: “Oh sim, e onde está o Czar?”
“Finalizado” ele respondeu. “Ele foi baleado.”
“E onde está a família?”
“A família foi junto com ele.”
“Todos eles?” eu perguntei, aparentemente com um traço de surpresa.
“Todos eles” respondeu Sverdlov. “E então?” Ele estava esperando ver minha reação. Eu não dei nenhuma resposta.
“E quem fez a decisão?” Eu perguntei.
“Nós decidimos isso aqui. Ilyich [Lenin] acreditou que nos não deveríamos deixar os Brancos com algum símbolo para reuni-los, especialmente sobre as difíceis circunstâncias presentes.”

Eu não questionei nada além e considerei a questão encerrada.
Leon Trotsky - o judeu líder do exército soviético (o Exército Vermelho) escreveu: "A decisão [matar a família imperial] não foi somente um expediente rotineiro mas foi necessário."

Recente pesquisa e investigação por Radzinsky e outros, também corroboraram os relatos fornecidos em anos prévios por Robert Wilton, correspondente do London Times na Rússia por 17 anos. Seus relato, The Last Days of the Romanovs – originalmente publicados em 1920, e relançado em 1993 pelo Institute for Historical Review – é baseado em maior parte nos achados de uma detalhada investigação iniciada em 1919 por Nikolai Sokolov sobre a autoridade do Líder “Branco” (anti-Comunista) Alexander Kolchak. O livro de Wilton permanece um dos mais precisos e completos relatos do assassinato da família imperial da Rússia.

Donald Trump diz que Estados Unidos devem sair da Parceria Transpacífico

A Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio assinado em 5 de outubro de 2015, envolvendo 12 países banhados pelo Oceano Pacífico Donald Trump  Ap Photo/Sputnik/Greg Allen
O presidente eleito norte-americano Donald Trump, disse - em um vídeo divulgado na noite dessa segunda-feira (21) - que anunciará a retirada dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico logo depois que tomar posse, em 20 de janeiro de 2017. A Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio assinado em 5 de outubro de 2015, envolvendo 12 países banhados pelo Oceano Pacífico, e constitui a principal aposta do presidente Barack Obama para o desenvolvimento do comércio internacional.

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Trump disse ainda que a saída dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico vai se dar por meio de uma notificação aos países participantes do acordo. Além disso, informou que vai eliminar as atuais restrições à produção de energia, incluindo a produção de gás de xisto. Essas restrições se referem a controle ambiental. Durante a campanha deste ano, ele afirmou que as restrições aumentam a regulação existente no país, trazendo sérios prejuízos à economia norte-americana.

Outra medida anunciada por Donald Trump é proteger a infraestrutura dos Estados Unidos de ciberataques e outras formas de ataque. No que se refere aos imigrantes, ele disse que vai orientar o Departamento do Trabalho para investigar "os abusos dos programas de vistos que prejudicam o trabalhador americano". No que se refere à ética de funcionários no governo, afirmou que vai impor  uma proibição de cinco anos para que os funcionários executivos se tornem lobistas.

Popularidade de Donald Trump nos EUA sobe e chega a 46%


A popularidade do magnata republicano Donald Trump subiu a 46% desde a sua vitória nas eleições de 8 de novembro, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem (21) pela consultoria americana Politico/Morning Consult. Pelos dados, Trump conseguiu aumentar sua popularidade em nove pontos percentuais em menos de 15 dias. Antes das eleições, a maioria das pesquisas de intenção de voto apontava para uma derrota de Trump e uma vitória da democrata Hillary Clinton. As informações são da Agência ANSA.

Até no exterior, Trump tem conquistado alguns resultados que antes eram inesperados. O Reino Unido poderá ser o primeiro país a receber uma visita oficial do novo presidente dos Estados Unidos. Segundo fontes de Downing Street [sede do governo britânico], o magnata poderia receber o convite da rainha Elizabeth II, que avalia uma recomendação do governo conservador da premier Theresa May.

A visita poderia ocorrer nos primeiros meses de 2017, já que Trump toma posse em 20 de janeiro, com todas as formalidades de chefe de Estado, para confirmar a relação estratégica entre EUA e Reino Unido. No início desse ano, o Parlamento britânico analisou uma petição popular que pedia a proibição da entrada de Trump no país devido às suas declarações polêmicas sobre imigrantes e muçulmanos. A petição foi assinada por mais de 600 mil ingleses.

Juíz Sérgio Moro e advogados de Lula discutem durante depoimento de Delcídio


Agência Brasil
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e promotores do Ministério Público Federal foram personagens de uma audiência acalorada na tarde de ontem (21). A sessão do dia tratava do interrogatório de testemunhas de acusação na ação penal em que Lula é réu no âmbito da Operação Lava Jato.

As discussões aconteceram durante o depoimento do ex-senador Delcídio do Amaral, a primeira testemunha a ser ouvida. Os advogados do petista contestaram por diversas vezes a relevância de perguntas que eram formuladas pelos promotores que, segundo eles, fugiam do escopo do processo. A defesa também alegou que o depoente estava respondendo com base em suposições e não em fatos objetivos.

“A defesa, pelo jeito, vai ficar levantando questão de ordem a cada dois minutos? É inapropriado”, disse Moro à defesa de Lula. Um dos advogados respondeu: “Pode ser inapropriado, mas é perfeitamente jurídico e legal. O juiz não é o dono do processo”.

Mesmo com os protestos, o magistrado indeferiu novamente o pedido da defesa, afirmando que as perguntas dos promotores buscavam contextualizar os fatos. Os advogados insistiram na discussão e Moro interrompeu a gravação da audiência para que a divergência fosse controlada.

Depoimento
Questionado pelo MPF, Delcídio do Amaral disse que Lula sabia do esquema de corrupção na Petrobras. “A classe política e a torcida do Flamengo inteira sabia disso daí. Portanto, é uma coisa até surreal esse tipo de afirmação [de que o ex-presidente não sabia]”, disse. O ex-senador alegou, no entanto, que jamais conversou sobre o assunto com o petista. “Eu não tinha essa relação próxima com o presidente pra ter esse tipo de diálogo com ele.”

A defesa de Lula, então, questionou a falta de provas de Delcídio para fazer tais afirmações. O depoente respondeu: “Eu não tenho planilha. Tenho os fatos de alguém que foi líder do governo, que participava ativamente do dia a dia do Congresso e que conversava não só com a maioria dos partidos, mas com os diretores. Se não me contassem as conversas do Palácio do Planalto, eu sabia por outras vias sempre.”

Os advogados insistiram na falta de provas, mas Moro interveio para que o interrogatório tivesse sequência.

Também foram ouvidos hoje os empreiteiros Augusto Mendonça, Dalton Avancini e Eduardo Hermelino. Novas audiências com testemunhas de acusação estão marcadas para a quarta-feira (23) e a sexta-feira (25).

Além do ex-presidente, são réus desta ação penal a esposa dele Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto, e mais 5 pessoas. Lula e Marisa foram dispensados por Moro de comparecer às audiências, bastando apenas a presença dos advogados.

Janot diz que vontade dos brasileiros é ver corruptos e criminosos punidos


Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ontem (21) durante uma palestra em Brasília que a "vontade do povo brasileiro é ver corruptos e criminosos punidos, sejam eles ricos ou poderosos".  No evento, o procurador também defendeu a aprovação do projeto de lei sobre as Dez Medidas contra a Corrupção, cujo relatório deve ser votado amanhã pela comissão especial que trata do assunto na Câmara dos Deputados.

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Ao participar da abertura de um seminário sobre o sistema penal, Janot disse que foi alertado na semana passada sobre articulações para "desvirtuar a vontade dos cidadãos". No entanto, o procurador disse que está "confiante" de que o Congresso vai manter a vontade da população, que participou da campanha lançada pelo Ministério Público Federal (MPF) e terminou com 2,5 milhões de assinaturas de apoiadores ao projeto.

"Estamos confiantes de que os parlamentares que integram essa comissão saberão dar uma resposta digna à sociedade. Estamos todos cansados dos efeitos da corrupção e da impunidade e desejamos que o Estado brasileiro, por meio de seu parlamento, endosse em sua decisão amanhã o justo anseio social", disse Janot.

O projeto de lei é relatado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Na semana passada, o parlamentar fez alterações em seu primeiro parecer,  como a retirada do texto da medida que prevê crime de responsabilidade para juízes e integrantes do Ministério Público e alterações no trecho que trata dos acordos de leniência. O texto poderá ser votado amanhã na comissão especial que trata do assunto.

Líder do governo diz que oposição faz "cavalo de batalha" em episódio de Geddel

André Moura (PSC-SE)
Da Agência Brasil
O líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), saiu em defesa do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Após parlamentares da oposição protocolarem uma representação contra Geddel junto à Procuradoria Geral da República (PGR), Moura disse que a oposição está querendo fazer do episódio um cavalo de batalha.

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“A oposição está se aproveitando de um assunto que é muito pequeno perto de outros assuntos de interesse do país para poder fazer disso um cavalo de batalha", disse Moura. “O fato dele [Geddel] ter discutido com um colega dele, um colega ministro, eles tinham um relacionamento como disse Geddel, próximo. Não vejo nenhum motivo para se fazer esta tempestade toda”, emendou.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na última sexta-feira (18), alegando razões pessoais. No fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde ele adquiriu um imóvel. O empreendimento não foi autorizado pelo instituto e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado.

Diante da repercussão do assunto, parlamentares da oposição protocolaram um parecer na PGR em que acusam Geddel de cometer os crimes de concussão e de advocacia administrativa e pedem o afastamento cautelar do ministro.

Segundo o documento, a medida visa acautelar a lisura e imparcialidade das investigações, evitando embaraços à atividade dos “órgãos do sistema de justiça criminal”. “Foi pela prática de pressão, coação e por advogar em causa própria usando a administração pública para interesses privados”, disse o líder do PT, Afonso Florence (BA). “Há um fato grave de que o ministro Calero disse ao presidente Michel Temer que isto estava ocorrendo e ele deixou ocorrer essa situação”, acrescentou.

O governo disse que Geddel permanece no cargo. No final da tarde desta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar a conduta ética do ministro da Secretaria de Governo. Questionado por jornalistas se não é embaraçoso para o governo manter Geddel no cargo, Moura minimizou o fato e disse que, no seu entendimento, não vê nenhum problema. “O ministro Geddel sentou com um colega ministro do qual ele tinha um relacionamento cordial e levou as argumentações do entendimento dele, mas a partir do momento que o ministro Calero manteve a posição que é divergente do ministro Geddel, a posição dele foi respeitada”, disse.


A oposição disse que vai protocolar um pedido de convocação de Geddel. Questionado sobre o fato, Moura também negou que o governo vá patrocinar uma “blindagem” ao ministro. “Esse assunto não vai interferir em nada no andamento das matérias do governo aqui na Casa. Vamos continuar agindo da mesma maneira, seja nas comissões ou no plenário”, disse Moura.

Oposição quer investigar Geddel; Jucá diz que tentativa é fato político


Da Agência Brasil
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), informou ontem (21) que seu partido, em associação com o PCdoB e a Rede, pretende entrar com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

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Os oposicionistas querem que a PGR investigue se Geddel teria cometido crime de advocacia administrativa por, supostamente, pressionar o então Ministro da Cultura, Marcelo Calero, para que interviesse junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um prédio em Salvador.

Calero pediu demissão na última sexta-feira (18), alegando motivos pessoais. Depois, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que tinha sido pressionado por Geddel para intervir pela liberação da obra. Geddel disse que comprou um apartamento no edifício, mas negou ter pressionado Calero.
Para o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a oposição está tentando criar um fato político que “não vai embaraçar a atuação do governo”.

Em reunião nesta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República analisou as declarações de Marcelo Calero, mas adiou a decisão porque o conselheiro José Saraiva pediu vista do processo. Segundo Jucá, o próprio Gedel solicitou a retirada do pedido de vista.

“Interessa ao ministro Geddel e interessa ao governo que esse assunto seja esclarecido”, afirmou Jucá. “Nós estamos aguardando os esclarecimentos necessários, e acho que este é um fato pontual, que não deve atrapalhar de maneira nenhuma o funcionamento do governo. É uma questão que deve ser esclarecida, e vamos aguardar a posição do ministro, e a posição da Comissão de Ética.”

Jucá ressaltou que a base governista continua unida em torno das ações “graves e sérias” que tem para tratar e não deve se abalar por causa do episódio. “O governo está firme no seu objetivo, no seu rumo traçado, e nós não vamos sair do foco. Eventualmente, se qualquer questão pontual surgir sobre qualquer ministro, deverá ser tratada também de forma pontual. Sem tirar o governo do seu rumo”, enfatizou.
Câmara

Na Câmara dos Deputados, o vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS), afirmou que não há motivo para afastamento de Geddel. Perondi disse que conversou com o Geddel no fim de semana e que este estava tranquilo. "Não deve se afastar, ele deve continuar à frente do ministério."
De acordo com o deputado, Geddel não exerceu a pressão que está sendo relatada. "Foi mais uma ação no sentido de buscar sensibilizar para a questão", acrescentou.

O líder do PTB, Jovair Arantes (GO) também defendeu Geddel e classificou as declarações de Calero de "perseguição" contra ministro.

Arantes disse que não conhece a questão a fundo, mas ressaltou que a ação de Geddel foi mais no sentido de defender o desenvolvimento econômico da região onde se localiza a obra. "Não vejo nenhuma razão para afastamento dele e não vi nenhuma irregularidade no ato de Geddel. Para mim, ele saiu foi em defesa do desenvolvimento econômico da cidade."

Comissão de Ética decide investigar conduta do ministro Geddel Vieira Lima


A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar a conduta ética do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ao procurar o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para tratar de interesses pessoais. Pela manhã, o relator do caso, conselheiro José Saraiva, havia pedido vista por não ter tido tempo para analisar o assunto, mas durante a tarde ele voltou atrás e votou pela abertura do processo.

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De acordo com Mauro Menezes, presidente da comissão, o órgão declarou por unanimidade o início das investigações sobre Geddel. “Ele trouxe reflexão no sentido de que não gostaria de atrasar o andamento do processo”, disse Menezes, referindo-se ao relator. A partir de amanhã (22), o ministro terá dez dias para se manifestar sobre o assunto. A depender de outras informações que serão solicitadas, o colegiado já poderá deliberar sobre o caso na próxima reunião, marcada para 14 de dezembro.

O presidente do órgão informou que, enquanto os conselheiros discutiam o assunto, o ministro Geddel telefonou à comissão. “Ele se mostrou disposto a prestar esclarecimentos que julga pertinentes, mostrou boa vontade em responder com máxima rapidez a comissão. Expressei ao ministro que ele terá todas as condições de oferecer sua manifestação. A comissão levará em conta seu pronunciamento, produzirá provas que ele eventualmente desejar. Foi uma conversa amistosa, cordial”, disse Menezes.
Pedido de demissão

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na última sexta-feira (18), alegando razões pessoais. No fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde ele adquiriu um imóvel.

O empreendimento não foi autorizado pelo instituto e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado. Durante a tarde de hoje (21), o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, veio a público dizer que o presidente Michel Temer decidiu manter o ministro no cargo.

Segundo Mauro Menezes, a comissão não cogita levantar dúvidas sobre a atitude do conselheiro José Saraiva devido à sua mudança de opinião. “O tempo foi muito exíguo para cada um formar sua convicção. Temos o maior respeito pelo conselheiro Saraiva, os posicionamentos dele foram fundamentados”, disse, explicando que as denúncias surgiram nas últimas 48 horas. Nesta terça-feira (22), um dos sete membros da Comissão de Ética será sorteado relator do caso.

Temer diz que Geddel continua no governo


Agência Brasil
O presidente Michel Temer decidiu manter no cargo o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, informou ontem (21) o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola. 

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Nesta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência adiou a decisão sobre a abertura de processo para apurar se Geddel violou o código de conduta federal ou a Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12813) ao procurar o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, para tratar de um assunto de seu interesse pessoal. A maioria dos membros da comissão já havia votado a favor da abertura do processo.

Marcelo Calero pediu demissão na última sexta-feira (18), alegando motivos pessoais. Depois, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que tinha sido pressionado pelo ministro Geddel Vieira Lima para intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a fim de liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador.

O empreendimento não foi autorizado pelo Iphan e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado e disse estar preocupado com a criação e a manutenção de empregos.

De acordo com Alexandre Parola, Temer afirmou também que as decisões do Ministério da Cultura serão tomadas por meio de critérios "técnicos" e com base em marcos legais.

"O presidente Michel Temer ressalta que todas as decisões sob responsabilidade do Ministério da Cultura são e serão encaminhadas e tradadas estritamente por critérios técnicos, respeitados os marcos legais e preservada a autonomia decisória dos órgãos que o integram, tal como ocorreu no episódio de Salvador", acrescentou o porta-voz.

Durante a reunião desta manhã, cinco conselheiros da Comissão de Ética Pública votaram pela instauração do processo, mas a decisão foi adiada porque um integrante pediu vista.

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