Um
homem, que estava alcoolizado, tem sorte em estar vivo após ter sido atropelado
por um carro, do lado de fora de um bar, em Myslowice, na Polônia. Jarek
Sawickio, de 25 anos, estava deitado na rua, quando um motorista, sem notá-lo,
passou por cima de sua cabeça. Felizmente, o jovem polonês saiu do acidente
apenas com algumas escoriações. Um vídeo do momento foi registrado por uma
câmera de circuito de segurança e divulgado no YouTube. As informações são do
The Mirror.
Segundo
a publicação, Jarek Sawickio tinha sido expulso de um boteco local, pelo dono
do estabelecimento, após uma sessão de bebedeira com os amigos. Ao invés de ir
para casa, o polonês decidiu tirar um cochilo na rua, perto de um
estacionamento. Ele foi acordado somente quando, no momento do atropelamento, o
carro passou por cima de sua cabeça.
O
porta-voz da polícia local, David Szlachetka, falou sobre o caso que aconteceu
no último dia 9, mas só agora veio a público: “O motorista não o viu deitado.
Ele (Jarek) tem muita sorte de não ter sido morto. Felizmente, ele escapou
apenas com escoriações leves”.
O ferido
foi levado ao hospital, onde foi mantido durante uma noite para observação.
Mais tarde, ele disse: “Talvez o acidente seja o meu anjo da guarda me dizendo
para pegar mais leve”.
A
bancada do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) na Câmara e a maioria dos
senadores do partido decidiram nesta quarta-feira (2) apoiar a candidatura da
presidente Dilma Rousseff à reeleição. A posição contraria a Executiva Nacional
do partido, que na última sexta (27) anunciou aliança com o candidato do PSDB à
Presidência, senador Aécio Neves.
“Vamos
manter nossa coerência. Desde eleição passada que a bancada do PTB está com
Dilma. Apoiamos Dilma neste mandato de forma muito especial, defendendo posições
do governo. Essa decisão da Executiva de apoiar Aécio a gente respeita, mas não
concordamos”, anunciou o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes, após reunião
com deputados e senadores do partido.
Presos
do mensalão estavam na Penitenciária da Papuda, em Brasília.
Eles foram para o CPP, onde ficam detentos com aval para trabalho externo.
Por Mariana
Oliveira no G1
A
Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou na tarde desta
quarta-feira (2) que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro
do PT Delúbio Soares e o ex-deputado Valdemar Costa Neto foram transferidos do
Complexo Penitenciário da Papuda para o Centro de Progressão Penitenciária
(CPP), onde ficam detentos do Distrito Federal com autorização para trabalho externo.
Em
meio a um misto de expectativa e de desconfiança, a economia brasileira
experimentava uma revolução há exatamente 20 anos. Em 1º de julho de
1994, entrava em vigor o real, moeda que pôs fim à hiperinflação que
assolou a população brasileira nos 15 anos anteriores.
Apenas no
primeiro semestre daquele ano, a inflação totalizou 757%, média de 43%
ao mês de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA). Nos seis meses seguintes, o índice desabou para 18,6%, média de
2,9% ao mês.
Em vez de cortes de zeros na troca de moedas, o
caminho para domar a inflação passou pela Unidade Real de Valor (URV).
Cada real equivalia a uma URV, que, por sua vez, valia 2.750 cruzeiros
reais, moeda em vigor até o dia anterior. Definida como uma quase-moeda,
a URV funcionava como uma unidade de troca, que alinhava os preços
seguidos de vários zeros em cruzeiros reais a uma média de índices de
inflação da época.
Em vigor por quatro meses, de março a junho de
1994, a URV, na prática, promoveu a dolarização da economia sem, de
fato, abrir mão da moeda nacional. Como cada URV valia US$ 1, o real
iniciou sua trajetória também cotado a um dólar. O mecanismo uniformizou
todos os reajustes de preços, de câmbio e dos salários de maneira
desvinculada da moeda vigente, o cruzeiro real, sem a necessidade de
congelamentos e de tabelamentos, como nos planos econômicos anteriores.
Um
dos economistas que desenvolveu o Plano Real, o ex-presidente do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) Edmar Bacha
acredita que a transparência foi o grande diferencial que levou o plano a
ter sucesso depois de tentativas fracassadas de conter a inflação.
“Todos os outros planos foram feitos em segredo e surpreendendo a
população. Esse foi feito às vistas da população, em etapas, e com total
aprovação prévia do Congresso Nacional”, diz Bacha, atualmente diretor
da Casa das Garças, instituto dedicado a estudos e debates de economia.
O
Plano Real, na verdade, começou a ser pavimentado um ano antes. Em
agosto de 1993, o então ministro da Fazenda do governo do presidente
Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, comunicou o corte de três
zeros no cruzeiro e o lançamento do cruzeiro real.
Naquela ocasião, já estava acertada a criação do real, embora os
detalhes do plano só tenham sido anunciados em março do ano seguinte,
quando passou a vigorar a URV.
O
plano foi implementado em duas fases para permitir, sem congelamento de
preços, a transição entre o cruzeiro real e o real. A URV uniformizou
todos os reajustes de preços, de câmbio e dos salários de maneira
desvinculada da moeda vigente, o Cruzeiro Real (CR$). A cada dia, o
Banco Central fixava uma taxa de conversão da URV em CR$, com base na
média de três índices diários de inflação – os bens e serviços
continuavam a ser pagos em CR$, mas passaram a ter referência numa
unidade de valor estável.
O lançamento do real, em 1º de julho de
1994, deu início à segunda fase do plano. À frente do Ministério da
Fazenda à época estava Rubens Ricupero. A conversão e os cálculos
baseados na URV saíram de cena para a entrada do real. A partir de
então, os juros altos e o dólar barato, com câmbio praticamente fixo,
passaram a ser os principais instrumentos do governo para controlar a
inflação. Em 1999, após a crise da Rússia, o governo adotou modelo em
três pilares em vigor até hoje: superávit primário (esforço fiscal),
câmbio livre e metas de inflação.
A Agência Brasil
procurou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro da
Fazenda Pedro Malan e os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Franco e
Pérsio Arida – membros da equipe que desenvolveu o Plano Real – mas não
conseguiu retorno.
Influenciada principalmente pelos preços dos alimentos e de serviços,
a inflação tem ficado ao redor do teto da meta (6,5% ao ano) e tem dado
sustos nos últimos anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) somava 6,37% no acumulado entre junho de 2013 e maio deste
ano.
Apesar de ter ultrapassado várias vezes 6,5% no acumulado em
12 meses ao longo dos últimos três anos, o IPCA, indicador oficial
calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
tem conseguido encerrar o ano sem estourar o teto da meta. Em 2011, o
índice encostou em 6,5%, recuando para 5,84% em 2012 e 5,91% em 2013.
Apesar de a inflação não ter fugido do controle, a resistência em
convergir para o centro da meta, de 4,5%, preocupa economistas e
consumidores, que alegam perda do poder de compra no aniversário de 20
anos do Real.
Fundadora
e presidenta do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, Lúcia
Pacífico diz que a inflação voltou a rondar o bolso dos brasileiros.
“Nossa entidade constantemente monitora os preços. São aumentos
pequenos, R$ 0,50 aqui, R$ 1 ali, mas que corroem o poder aquisitivo de
quem vai aos supermercados. Hoje, vejo pessoas voltando mercadorias no
caixa porque o dinheiro não deu”, reclama.
A sucessão de aumentos
pequenos nos preços também preocupa o vendedor de banca de revistas
José Edinaldo da Silva, 55 anos. Apesar de estar em nível menor que nos
últimos anos, ele constata a volta da inflação. “Claro que não está como
naquele tempo [antes do Plano Real], mas, meio por baixo do pano, a
inflação está se manifestando. As revistas [da banca] estão no mesmo
preço há muito tempo porque as editoras estão segurando, mas é só sair
por aí para ver os aumentos”, diz.
Dono
de uma banca de fotos e de fotocópias, Osvaldino Brandão, 58 anos, teve
de reajustar preços por causa dos custos maiores. “Neste ano, subi o
preço da cartela de oito fotos de R$ 12 para R$ 13”, conta. O aumento
incomoda até quem nasceu depois do Plano Real e não conviveu com a
hiperinflação. “Até poucos anos atrás, com R$ 300 você comprava muita
coisa. Hoje não dá mais nada”, comenta o estudante Leandro Lázaro, 18
anos.
No início do Plano Real, o governo usava a âncora cambial
para conter a inflação. Com o dólar próximo de R$ 1 até 1999, o câmbio
sobrevalorizado estimulava a importação de produtos baratos para
competir com as mercadorias nacionais. Depois da crise de 1999, o
governo liberou o câmbio e criou o regime de metas de inflação, pelo
qual o Comitê de Política Monetária do Banco Central mantém o IPCA
dentro de um intervalo por meio do controle da taxa Selic – juros
básicos da economia.
Um
dos responsáveis pela elaboração do Plano Real, o economista Edmar
Bacha, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), diz que o governo brasileiro ainda não encontrou uma
forma adequada de lidar com os juros altos.
A taxa Selic ficou em
7,25% ao ano entre outubro de 2012 e abril de 2013, no menor nível da
história. Para conter a inflação, o Banco Central elevou os juros para
11% ao ano nos últimos 14 meses. Para Bacha, somente reformas que elevem
a produtividade e reduzam o risco de crédito reduzirão os juros de
forma consistente.
Ex-diretor
do Banco Central, Carlos Eduardo Freitas diz que a inflação só não
estourou o teto da meta por causa do controle de preços administrados,
como transportes e energia. Segundo ele, o tabelamento artificial está
fazendo o Tesouro Nacional gastar mais para segurar os aumentos de
preços, com efeitos negativos nas contas públicas. “O novo modelo do
setor elétrico criou obrigações ocultas para o Tesouro. Quanto mais a
inflação aumenta e se dissemina, maior o sacrifício para trazê-la para o
centro da meta”, declara.
O
professor de economia da Universidade de Campinas (Unicamp) Francisco
Lopreato, especialista em política fiscal, tem opinião distinta. Para
ele, o governo acertou ao reduzir os juros porque diminuiu o poder do
setor financeiro, que ganha com a especulação e não investe o dinheiro
na produção.
“Em nenhuma circunstância, vejo risco de
descontrole. A inflação subiu por dois motivos. Primeiro, houve um
choque de preços de alimentos, que subiram no Brasil e no exterior por
motivos climáticos. Além disso, os empresários tentaram elevar a margem
de lucro para compensar as perdas no mercado financeiro”, argumenta.
O
diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz, diz que, apesar de a inflação
estar próxima do teto da meta, não há descontrole. "Uma inflação mais
alta acarreta nível de perda maior, mas inflação em torno de 6,5% ao ano
traz uma perda imperceptível se comparada ao período
hiperinflacionário", avalia. Segundo ele, a maior parte dos
trabalhadores está conseguindo recuperar as perdas por causa das
negociações sindicais e por causa da política de aumento real do salário
mínimo.
Em 20 anos de existência,
a moeda que derrubou a inflação foi lentamente corroída por ela. De
acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a
inflação oficial acumulada de julho de 1994 até maio deste ano (último
dado disponível) chega a 359,89%. Uma nota de R$ 100 hoje compra apenas o
equivalente ao que R$ 21,75 comprariam há duas décadas.
Os
levantamentos de preços da cesta básica do Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram o poder da
inflação. O quilo da carne em São Paulo, que custava R$ 3,21 em 1994,
hoje vale R$ 19,53 em média. O quilo do tomate no Rio de Janeiro, que
saía por R$ 0,44 há 20 anos, atualmente é vendido por R$ 5,04 em média.
No Recife, o quilo do pão saltou de R$ 1,46 no início do Plano Real para
R$ 7,63 hoje.
O
comportamento da inflação, no entanto, não significa que o brasileiro
tenha ficado mais pobre nesse período. Ao mesmo tempo em que os preços
aumentaram 359%, a renda média do trabalhador brasileiro aumentou 426%,
mais do que a inflação acumulada no período. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio nominal
da população empregada subiu de R$ 382,73 em 1994 para R$ 2.013,50 em
2014.
Funcionária
de uma empresa estatal, Maria de Lourdes Xavier, 66 anos, é testemunha
do crescimento da renda média nos últimos 20 anos. Ela, no entanto,
recorda que os primeiros anos após o Plano Real foram difíceis. “Fiquei
sem duas cadernetas de poupança para comprar comida, pois não havia
aumento bom de salário. Só voltei a conseguir economizar alguma coisa em
anos mais recentes”, diz.
Segundo o economista Carlos Eduardo
Freitas, diretor do Banco Central por duas vezes, de 1985 a 1988 e de
1999 a 2003, o aumento da renda do brasileiro está relacionado a dois
fatores: o crescimento do emprego formal e à própria teoria econômica,
que prevê a neutralidade da moeda no longo prazo. “Na economia, o que
conta não são os preços monetários, mas os preços relativos, que estão
sempre se ajustando. Os salários nada mais são do que o preço do
trabalho e tendem a acompanhar a inflação, embora isso demore algum
tempo”, explica.
Os
preços relativos representam o número de unidades de um produto que
compra outro bem. Para Freitas, o Plano Real só foi bem-sucedido porque a
Unidade Real de Valor (URV), na prática, dolarizou a economia sem
precisar trocar a moeda nacional por dólares. “O congelamento de preços
de outros planos econômicos provocava o desalinhamento dos preços
relativos porque vinha de surpresa. Alguns preços tinham passado pela
correção monetária. Outros, não. A URV deu alguns meses para que todos
os preços se alinhassem ao dólar, ajustando os preços relativos”,
relembra.
Diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz tem opinião
diferente. Segundo ele, o sucesso do Plano Real está não apenas no
alinhamento dos preços relativos, mas na redistribuição de renda a favor
dos trabalhadores. “A estabilização do poder de compra da moeda é
importante. Agora, o que determina a transferência da renda para o
trabalhador é a ação política nas negociações entre patrões e
empregados”, diz.
No ano passado, segundo o Dieese, 87% das
categorias conquistaram reajustes reais (acima da inflação), mesmo num
cenário de baixo crescimento da economia e de inflação alta. “Com o bom
desempenho do mercado de trabalho nos últimos anos, os empregados ganham
poder para conseguir aumentos acima da inflação e impedir a renda de
ser corroída”, ressalta o diretor do Dieese.
Você
sabia que para os imóveis adquiridos diretamente no plantão de vendas da
Construtora e/ou através do Programa Minha Casa Minha Vida a cobrança de
comissão de corretagem do comprador pode ser indevida e você pode obter a
devolução do valor pago?
Um
procedimento que tem sido comum no ramo imobiliário é a cobrança de comissão de
corretagem do comprador em vendas de imóveis em que não houve atuação
independente do corretor de imóveis, a exemplo dos casos em que o comprador
adquire o imóvel diretamente no plantão de vendas da Construtora ou
Incorporadora, e também nos casos em que o comprador adquire o imóvel pelo
Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida.
Durante
décadas, ele foi o principal vilão da economia brasileira. Bastava o barulho
dos cliques começar para os consumidores ficarem em polvorosa. Temido na época
da hiperinflação, o remarcador de preços era presença constante nas lojas e nos
supermercados, às vezes usado mais de uma vez por dia durante a pior crise
econômica da história do país.
Consumidores
que vivenciaram a inflação galopante das décadas de 80 e 90, antes do
Plano Real, recordam como a perda do poder de compra prejudicava a
qualidade de vida Marcello Casal/Agência Brasil
Consumidores
que vivenciaram a inflação galopante das décadas de 80 e 90, antes do Plano Real, recordam como a perda do poder de compra
prejudicava a qualidade de vida. Com o orçamento familiar comprometido pelo
dinheiro cada vez mais curto, a população não tinha condições de se planejar e
precisava estocar comida logo que recebia o salário para não passar fome no fim
do mês. Há exatos 20 anos, em 1º de julho de 1994, entrava em vigor o real, moeda
que pôs fim à hiperinflação que assolou o país nos 15 anos anteriores.
“A
hiperinflação provocava até desarmonia no âmbito familiar. O marido às vezes
desconfiava e perguntava por que o dinheiro tinha sumido”, relembra a
presidenta do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais (MDC-MG), Lúcia
Pacífico. “O remarcador era o verdadeiro terror das donas de casa. Com os
preços subindo até duas vezes por dia, todo mundo corria quando ouvia a
maquininha para pegar o máximo de mercadorias possível.”
Funcionária de
uma empresa estatal, Maria de Lourdes Xavier, 66 anos, recorda que o consumidor
tinha de ser ágil para fugir das remarcações: “A gente estava conversando com
uma conhecida no supermercado e, do lado, já tinha um funcionário usando a
maquininha”. Segundo ela, era comum os consumidores encherem de três a quatro
carrinhos para estocarem alimentos.
Criado há 29
anos, o MDC-MG até hoje divulga pesquisas de preços para beneficiar os
consumidores e estimular a concorrência entre os estabelecimentos comerciais.
Grupos de donas de casa vão aos supermercados e fiscalizam os reajustes e as
“maquiagens” de embalagens, quando o peso líquido do produto diminui sem
mudança no preço.
Segundo Lúcia,
o movimento foi útil não apenas na época da hiperinflação como nos primeiros
meses após o Plano Real, para impedir a volta da inflação. “Muitos comerciantes
aproveitaram a URV [Unidade Real de Valor] para pôr os preços lá em cima e
ampliar a margem de lucro quando o real entrasse em vigor. Apertamos os
supermercados, e eles foram para cima dos fabricantes e dos fornecedores para
conseguirem acordos de preços mais baixos”, relembra.
“Já escutei na escola que a inflação um dia foi bem maior”, diz o estudante Leandro Lázaro, 18 anos Marcelo Camargo/Agência Brasil
O período
inflacionário traz memórias nada agradáveis a quem tinha o poder de compra
comprometido. Dono de uma banca de fotografias e de fotocópias, Osvaldino Alves
Brandão, 58 anos, lembra-se da dificuldade para abastecer o carro. “Naquela
época, as coisas subiam muito rápido. O combustível, em uma semana, estava mais
caro. Não dava para planejar nada, porque a gente não sabia o que ia acontecer”,
diz.
Para quem não
tinha condições de aplicar dinheiro, a inflação era ainda mais cruel. Quem
tinha acesso ao sistema bancário corria para depositar o dinheiro na caderneta
de poupança ou qualquer outra aplicação que garantisse pelo menos a correção
monetária. Mesmo assim, corria o risco de perder dinheiro.
“A poupança
rendia mais que hoje [já que a inflação era maior], mas não sei se era o
suficiente para compensar o aumento de preços”, declara o vendedor de banca de
revista José Edinaldo da Silva, 55 anos. “Na época do cruzeiro, queria comprar
o sapato da moda e até hoje me lembro do vendedor, que era meu amigo, dizendo
que seguraria o preço até a tarde.”
Suelane
Cristina de Castro da Silva, 21 anos, não tem lembranças da época de
hiperinflação: “Vi, em novelas antigas, as pessoas falando de preços e
eram valores muito altos, como mil ou 6 mil cruzeiros”Marcelo Camargo/Agência Brasil
Quem era
criança ou nem tinha nascido antes do Plano Real olha a hiperinflação com
curiosidade e distanciamento, como se as histórias viessem de outros países.
“Já escutei na escola que a inflação um dia foi bem maior”, diz o estudante
Leandro Lázaro, 18 anos. “Vi, em novelas antigas, as pessoas falando de preços
e eram valores muito altos, como mil ou 6 mil cruzeiros”, recorda a vendedora
Suelane Castro, 21 anos.
Apontado pela
PF como responsável por gerenciar as contas do doleiro no exterior, João
Procópio teve US$ 5 mi bloqueados na Suíça
Por Fausto
Macedo e Mateus Coutinho
A Polícia
Federal prendeu nesta terça-feira, 1, em São Paulo, o executivo João Procópio
Junqueira Pacheco de Almeida Prado, suspeito de gerenciar na Suíça as contas do
doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Deflagrada em
março, a Operação Lava Jato investiga esquema de lavagem que teria movimentado
R$ 10 bilhões. No fim de maio, a Suíça bloqueou US$ 5 milhões de uma conta
ligada a João Procópio, que está entre os 46 indiciados pela PF no âmbito da
Lava Jato.
Youssef e o
ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa estão presos no Paraná sob suspeita
de infiltrarem organização criminosa em negócios da Petrobrás e de outros
órgãos públicos.
A PF atribui a
João Procópio o papel de “laranja” das contas de Youssef no país europeu. A
prisão dele foi decretada no dia 12.
Os alvos da
Lava Jato foram enquadrados por crimes contra o sistema financeiro – operar
instituições de câmbio sem autorização –, evasão de divisas, falsidade
ideológica e lavagem de dinheiro. Costa, que teve US$ 23 milhões bloqueados em
contas ligadas a ele na Suíça, também é alvo de ação penal no país europeu, por
lavagem.
João Procópio
foi preso em regime temporário. A Justiça determinou que ele permaneça sob
custódia por cinco dias, prazo que pode ser prorrogado por mais cinco dias. A
Procuradoria da República quer identificar a origem do dinheiro que o suspeito
mantém depositado na Suíça. A Procuradoria acredita que poderá encontrar pistas
entre os documentos confiscados.
Segundo o
Ministério Público Federal, as buscas se estenderam, ainda, aos escritórios de
uma empresa de participações e negócios e de instituição financeira cuja sede
fica em Portugal. A PF também fez inspeção na residência do diretor da empresa
de participações.
Defesa.
Os advogados
criminalistas Ricardo Berenguer e Damián Vilutis, que defendem João Procópio,
disseram que foram surpreendidos com a ação policial. “É um exagero, uma prisão
desnecessária”, afirmou Berenguer.
Ele pondera
que bastaria intimar seu cliente. “Ele compareceria naturalmente à PF para
prestar todos os esclarecimentos necessários. Nunca se furtou. Hoje (ontem)
franqueou sua casa para os policiais que fizeram apreensão de alguns
documentos.” Sobre a conta de João Procópio na Suíça, Berenguer disse que só
vai poder se manifestar quando tiver acesso aos autos. O advogado afirmou que
“não tem conhecimento” de que o executivo é laranja ou operador de Youssef.
Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.
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