Mostrando postagens com marcador Cuba. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cuba. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de setembro de 2015

Em cúpula da ONU, Raúl Castro defende fim do embargo dos Estados Unidos


O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou hoje (26) que o embargo dos Estados Unidos é o principal obstáculo para o desenvolvimento da ilha caribenha. "O bloqueio econômico e financeiro contra Cuba persiste por mais de meio século e causa danos e privações ao povo cubano", disse, durante discurso na Cúpula das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

Ele elogiou o empenho do presidente norte-americano, Barack Obama, para restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países e a reabertura das respectivas embaixadas em Washington e Havana, mas destacou que o embargo precisa ser retirado.

"O embargo afeta não só o povo cubano, mas também outras nações por causa de seu alcance extraterritorial, bem como cidadãos e empresas norte-americanas", disse. "Essa política [o embargo] é reprovada por 188 países-membros das Nações Unidas que querem o seu fim", acrescentou.

Raúl Castro afirmou que, apesar das dificuldades, o país cumpriu os objetivos de Desenvolvimento do Milênio – que agora serão substituídos pela Agenda 2030. Além disso, segundo ele, o país cooperou com outros países em vários setores.

O embargo econômico é um dos últimos entraves no restabelecimento pleno das relações entre Cuba e Estados Unidos. A suspensão da medida depende da aprovação de uma lei pelo Congresso norte-americano, que vem se mostrado resistente à ideia.

Na última semana, o papa Francisco visitou Cuba e agora, durante a visita aos Estados Unidos, defendeu a revisão do embargo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Papa Francisco defende o fim do embargo a Cuba no voo para os Estados Unidos


O papa Francisco afirmou esperar que os Estados Unidos retirem o embargo comercial imposto a Cuba há mais de cinco décadas. A bordo do avião do Vaticano, rumo à capital Washington, o pontífice disse ter esperança de que os dois países fechem um acordo para acabar com o bloqueio. O papa desembarcou à tarde nos Estados Unidos.

"Meu desejo é que eles [Estados Unidos e Cuba] terminem com um bom resultado, que eles alcancem um acordo que satisfaça ambas as partes", disse o papa Francisco durante entrevista.

O papa afirmou ainda que não pretende falar sobre o assunto no Congresso dos Estados Unidos, que ele visita nesta quinta-feira (24). Será a primeira vez que um papa discursará para os parlamentares norte-americanos. Para o líder da Igreja Católica, a questão "é algo público, que está trilhando o caminho das boas relações".

Na sexta-feira passada (18), os Estados Unidos anunciaram uma série de medidas que amenizam o embargo imposto a Cuba. As novas regras permitiram que empresas norte-americanas abram escritórios e lojas em Cuba. As companhias passam também a ter autorização para oferecer serviços de internet e de telecomunicações. Viagens de transferências bancárias também foram facilitadas. A remoção total do embargo financeiro, econômico e comercial depende, no entanto, da aprovação do Congresso norte-americano.

Ainda no avião, o papa foi questionado sobre a prisão de dissidentes do regime cubano durante a viagem à ilha. Ele disse não ter conhecimento direto sobre as detenções. O papa falou do trabalho que a Igreja Católica faz na ilha. Segundo ele, a igreja lista os prisioneiros à espera de indulto e mais de duas mil pessoas receberam o perdão do governo de Cuba até agora.

Segundo a imprensa internacional, entre 100 e 150 dissidentes foram presos durante a visita do papa a Cuba.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Cinco cubanos




Os Cinco cubanos (Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Ramón Labañino, Fernando González, e René González) são cinco agentes de inteligência cubanos condenados em Miami de conspiração para espionar, conspiração para assassinar e outras acusações. Os cinco estavam nos Estados Unidos da América para observar e infiltrar grupos cubano-americanos de oposição ao regime de Fidel Castro (Alpha 66, os Commandos F4, a Fundação Nacional Cubanoamericana, e Brothers to the Rescue).

Em 24 de fevereiro de 1996 dois aviões do grupo Brothers to the Rescue foram derrubados pelas forças armadas de Cuba, matando os quatro tripulantes.

Gerardo Hernández foi condenado por conspiração para cometer homicídio por fornecer informações sobre os aviões que podem ter ajudado às forças armadas cubanas. A corte de apelações, entretanto, derrubou essa condenação afirmando que não há provas de que Hernández sabia que o avião seria derrubado em espaço aéreo internacional.

Cuba reconheceu que os cinco eram agentes de inteligência mas afirmou que eles estavam espionando somente os grupos terroristas de exilados cubanos, não o governo dos Estados Unidos. Cuba explicou que os homens foram enviados ao sul da Flórida após vários ataques terroristas a Havana supostamente planejados por Luis Posada Carriles, um terrorista e ex-agente da CIA, a partir dos Estados Unidos. Os cinco apelaram de suas condenações e a suposta ausência de imparcialidade em seus julgamentos recebeu muitas críticas internacionais. Um painel de três juízes na Corte de Apelações do 11º Circuito em Atlanta derrubou as condenações em 2005, citando preconceitos dos cubanos anti-castristas em Miami, mas o plenário da corte reverteu essa decisão. Em junho de 2009 a Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou a revisar o caso. Em Cuba os cinco são vistos como heróis nacionais e são apontados como tendo sacrificado suas liberdades em defesa de seu país.

Rene Gonzalez foi liberto em outubro de 2011 sob condicional, tendo que permanecer nos Estados Unidos por três anos.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O golpe de Agosto de 1991 e a destruição da URSS




O dia 20 de agosto ficou manchado de sangue na História da União soviética. Em 20 de agosto de 1940 era assassinado no México, a mando de Stálin, o revolucionário Leon Trotsky. Também a 20 de agosto de 1956, tanques soviéticos esmagavam a Revolução Húngara. No mesmo dia, em 1991, o ex ministro das relações exteriores, Edward Shevarnadze, anunciava: “Começou a guerra civil na União Soviética”. Tratava-se do confronto aberto entre duas alas da burocracia: uma restauracionista e outra antirestauracionista que queria o fim da Perestroyka. Hoje, 16 anos depois, ainda vivemos os efeitos desses acontecimentos que surpreenderam e também mudaram o mundo. A classe trabalhadora passou para a defensiva, muitas organizações de esquerda se dispersaram e ainda amargamos o refluxo aberto com o fim dos Estados Operários.

A Perestroika e a Glasnost

Mikhail Gorbachev havia sido eleito a 12 de março de 1985 para o cargo de Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Desde então, lançou as idéias que seriam conhecidas como Perestroika (reorganização) e Glasnost (transparência).

A Perestroika tinha o objetivo de mudar as bases econômicas da União Soviética... Já a Glasnost tratava-se de mudanças também profundas, mas no campo da política. Separar o Partido comunista da estrutura de poder e acabar com o regime de partido único. É óbvio que o imperialismo não hesitou em apoiar tais reformas. No momento em que os EUA estavam colocando em prática sua política de reação democrática liberal, que combinava abertura política dos regimes ditatoriais com abertura das economias para implementação do receituário neoliberal, a Perestroika e a Glasnost, fizeram Gorbachev tornar-se imediatamente a figura mais querida pelo ocidente.

O que dizia Trotsky?

Trotsky definia a União Soviética como um “estado operário burocratizado”. Segundo ele, o isolamento e as condições de país atrasado, deram as bases para que surgisse uma burocracia que usurpasse o poder político (não sem violência) e o exercesse em nome da manutenção dos próprios interesses. Ainda segundo Trotsky, em um primeiro momento a burocracia, para manter os seus privilégios necessitaria da existência do Estado Operário. Entretanto, em um segundo momento, ela tornar-se-ia restauracionista. Seus interesses a levariam a querer passar de gestora a proprietária dos meios de produção. Isso significava que a burocracia passaria a ser, ela própria, um agente de restauração capitalista. Os fatos deram razão a Trotsky. O revolucionário russo dizia também que a burocracia não é homogênea. Há interesses conflitantes no seu interior. Por isso, o projeto restauracionista de Gorbachev o fez chocar-se diretamente com um setor que ainda não queria a restauração capitalista . Ao tentar equilibrar-se na corda bamba, Gorbachev não conseguiu agradar a gregos e troianos. A ala restauracionista teve o apoio dos Estados Unidos, governado por Geroge Bush (pai). Internamente, conseguiu mobilizar as massas a seu favor e acabou desmantelando o Estado Soviético em um estalar de dedos.

20 de agosto: a esquina da U.R.S.S

A 20 de agosto de 1991, Gorbachev assinaria um decreto que significaria, na prática o fim da União Soviética: concederia ampla autonomia às Repúblicas e mudaria o nome do país para União das Repúblicas Soberanas Soviéticas (suprimindo o termo “Socialistas”). Antes de assinar o decreto, Gorbachev foi afastado do poder pela ala antirestauracionisa do PCUS que estava representada pelo “Bando dos Oito”, liderado por Yanaiev.

“Gorbachev Napadal”!

Essa expressão correu o mundo. Significa, em russo, “Gorbachev caiu de vez”! Ninguém sabia seu paradeiro. Tanques rolaram sobre Moscow, Leningrado e muitas outras cidades estratégicas. Na sede do parlamento da Rússia estava Boris Yeltsin, um restauracionista radical que desfrutava de grande popularidade. Yeltsin conclamou uma greve geral e chamou o povo para se reunir em frente ao parlamento. Enquanto os tanques de guerra rolavam para lá, cerca de 20.000 pessoas atenderam ao chamado. Quando começaram os combates, esse número chegou a aproximadamente 50.000 pessoas. Trabalhadores de 26 minas de carvão entraram em greve a pedido de Yeltsin. Já o líder sindical dos poços de petróleo, Kolai Tripnov, declarou que os petroleiros não entrariam em greve por entender que os trabalhadores não deveriam apoiar a Perestroyka. Também no exterior houve reações a favor de Gorbachev e Yeltisin. A Comunidade Econômica Europeia e o presidente norte americano George Bush (pai) declararam que era necessário o retorno de Gorbachev ao poder, pois temiam “a volta da guerra fria”.

Após o confronto, desmembramento do Estado.

Isolado, o “Bando dos Oito” foi obrigado a recuar. No dia 21 três de seus integrantes foram presos no aeroporto tentando fugir. Naquele mesmo dia, a Letônia declarou sua independência. Em 22 de agosto, Gorbachev foi libertado e reapareceu em Moscow prometendo “caça às bruxas” – punição severa para os envolvidos. Todos foram presos, exceto o ministro do Interior, Boris Pugo que se matou com um tiro na boca. Naquela altura, a massa enfurecida, que continuava nas ruas, passou a atacar as sedes do PC, da KGB e as estátuas de Lênin.

Em 24 de agosto Gorbachev se demite do cargo de secretário geral do PC da união soviética, confisca os bens do partido, dissolve o comitê central e proíbe a atividade do partido no Exército, no KGB e no ministério do Interior. A Ucrânia se declara independente. A partir daí, um efeito cascata faria desmoronar o Estado Soviético.

25 de agosto – a Bielorrússia se declara independente.
27 de agosto – A Moldávia se declara independente.
30 de agosto – Azerbaijão, única república que apoiou o golpe de Estado, se
declara independente.
31 de agosto – Uzbequistão e Quirguízia se declaram independentes.
Em 6 de setembro o Congresso de Deputados do Povo da URSS reconhece oficialmente a independência dos países bálticos, anula o Tratado da União de 1922.
Em 1º de dezemro ucranianos votam maciçamente pela independência num plebiscito.
8 de dezembro – Rússia, Bielorrússia e Ucrânia criam a Comunidade de Estados Independentes e declaram o fim da URSS como entidade política.
18 de dezembro – Yeltsin e Gorbachev decidem que as estruturas da URSS deixarão de existir “antes do fim do ano”.
19 de dezembro – O Kremilim, maior símbolo do poder soviético, passa a pertencer à Rússia, por decreto de Yeltsin. Em Roma, Yeltsin declara que Gorbachev “deverá renunciar antes do fim do mês”.

Naquele momento, a União Soviética já não mais existia.

No próximo dia 20, estarão completando 16 anos desses acontecimentos que surpreenderam e também mudaram o mundo.

A derrubada dos Estados Operários na U.R.S.S e no Leste Europeu contou com o apoio das massas que foram dirigidas, não por um partido revolucionário, mas por setores restauracionistas da burocracia ou por organizações de direita financiadas pela Igreja ou pela C.I.A. Foi uma contrarevolução de massas!

Após essa derrota histórica da classe trabalhadora, o que vimos foi uma ofensiva ideológica de direita, o “passeio militar” dos Estados Unidos no Golfo Pérsico, em 1991; a invasão do Panamá, o neoliberalismo sendo implementado em quase todo o mundo e a passagem da classe trabalhadora para a defensiva.

A partir dos anos 90, duas grandes tentações passaram a rondar a esquerda: Uma delas é a de cair no ultraesquerdismo de dizer que tudo se tornou muito mais fácil, já que não existe mais o stalinismo (e nem os Estados Operários). A outra, é a tentação de cair no oportunismo de, ao perceber que a classe trabalhadora está na defensiva, procurar substitutos para ela capitulando a fenômenos como Chávez, Morales e o fundamentalismo iraquiano.

Muitas organizações, decorrência de suas políticas equivocadas, sofreram graves impactos. Dois exemplos importantes são o S.U, que abandonou o trotskysmo e a L.I.T que, após as ultra otimistas “teses de 90”, chegou a se dispersar.

Essa crise instaurada entre as organizações de esquerda tem boa parte de sua origem na incompreensão sobre o que Trotsky dizia ao orientar a relação dos revolucionários com o stalinismo:

“Stalin derrubado pelos trabalhadores: um grande passo para o Socialismo. Stalin derrubado pelos imperialistas: é a contra-revolução que triunfa”.

Entre 1989-1991, aconteceu a segunda alternativa.

* Crédito da Imagem: contandohistoria

Crise dos Mísseis de 1962



Por Antonio Gasparetto Junior

A Crise dos Mísseis de 1962  gerou no mundo um enorme estado de tensão por causa das ameaças feitas entre os Estados Unidos e a União Soviética, as duas grandes potências à época. O episódio envolveu armamento nuclear e deixou a humanidade perto de uma nova guerra mundial.

A Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Estados Unidos e pela União Soviética, entretanto passaram a ocupar lados opostos ideologicamente no mundo. Com o fim da Segunda Guerra Mundial teve então início a Guerra Fria, a qual colocava de um lado os seguidores da ideologia capitalista dos Estados Unidos e de outro lado os seguidores da ideologia socialista da União Soviética. O armamento das duas potências mundiais era enorme e altamente destruidor, o que impedia um confronto direto entre elas.

Em 1962, um evento chamou atenção do mundo bipolarizado e atentou a humanidade para a possibilidade de uma nova guerra de proporções arrasadoras. No ano anterior os Estados Unidos instalaram mísseis nucleares na Turquia, a atitude gerou desagrado nos soviéticos. A existência de uma base nuclear em tal região causava preocupação aos soviéticos pela possibilidade de um ataque através de uma posição muito privilegiada. Os Estados Unidos tentaram ainda invadir Cuba, ilha da América Central com afinidades com o regime socialista.

No dia 14 de outubro de 1962, os Estados Unidos divulgaram fotos, coletadas através de um voo secreto sobre Cuba, que apresentavam instalações preparadas para abrigar mísseis nucleares soviéticos. O presidente norte-americano John Kennedy logo comunicou sua população do risco existente com a possibilidade de um ataque altamente destrutivo, encarando o fato como um ato de guerra. Do outro lado do Atlântico, o Primeiro Ministro soviético Nikita Kruschev alegou que a base com os mísseis resultavam apenas de uma ação defensiva e serviriam também para impedir um nova invasão dos Estados Unidos à Cuba.

A Crise dos Mísseis de Cuba soou o alarme no mundo para uma nova guerra durante treze dias, sendo um dos momentos de maior tensão durante a Guerra Fria. A Crise dos Mísseis de Cuba é conhecida pelos russos como Crise Caribenha e pelos cubanos como Crise de Outubro.

Os dias de tensão fizeram a população americana correr na construção de abrigos pela possibilidade de uma guerra nuclear. A situação era aguda, ambas as potências possuíam armamento nuclear em grande quantidade e a ocorrência de ataques seria capaz de destruir completamente o inimigo e até mesmo a população do planeta.

Após o delicado período de negociações, no dia 28 de outubro, Nikita Kruschev conseguiu secretamente fazer com que os Estados Unidos retirassem seus mísseis da Turquia, tendo em contrapartida a retirada dos mísseis soviéticos de Cuba. O evento, embora alarmante, foi importante para lembrar ao mundo a capacidade de destruição que as armas nucleares possuem, o que levou no ano seguinte, em 1963, à assinatura de um acordo firmado entre Estados Unidos, União Soviética e Grã-Bretanha proibindo os testes nucleares na atmosfera, no alto-mar e no espaço. Alguns anos mais tarde, em 1968, a medida foi ampliada e 60 países assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.

Fontes:
http://chandrakantha.com/articles/indian_music/filmi_sangeet/film_song_1962.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_dos_mísseis_de_Cuba
http://www.brasilescola.com/historiag/crise-dos-misseis.htm

Invasão da Baía dos Porcos




Ofensiva dos EUA na invasão da Baía dos Porcos

Por Tales Pinto

O episódio da invasão da Baía dos Porcos por tropas treinadas pela CIA deteriorou as relações com Cuba, além de ter sido um fracasso militar dos EUA.

A invasão da Baía dos Porcos foi um dos eventos da Revolução Cubana que intensificaram a hostilidade entre EUA e o novo governo da ilha caribenha. A invasão da ilha cubana por tropas comandadas pelo governo dos EUA foi uma tentativa de desestabilizar o regime recém-instaurado por Fidel Castro, tentando garantir os interesses financeiros dos estadunidenses na ilha.

Em janeiro de 1959, os revolucionários cubanos puseram fim à ditadura de Fulgêncio Batista, governo que era apoiado pelos EUA, dando início a um regime de caráter nacionalista e anti-imperialista. Essa orientação política e econômica resultou na tomada de terras de proprietários estadunidenses na ilha e na animosidade diplomática entre os dois países. O governo de Fidel Castro havia expropriado terras e empresas de investidores dos EUA, com o objetivo de orientar a utilização desses meios de produção em um sentido que beneficiasse o interesse do novo Estado e da população cubana. No âmbito político, os revoltosos cubanos ensaiavam uma aproximação com a URSS.

Frente a essas situações, o presidente dos EUA, John F. Kennedy, adotou um plano de desestabilização do regime criado pela Central Intelligence Agency (CIA) no governo de seu antecessor Dwight David Eisenhower. O plano consistia na invasão da ilha por tropas de mercenários e também de dissidentes cubanos que haviam emigrado para Miami após a queda de Batista.

Porém, a tentativa foi frustrada. Uma tentativa inicial de ataque aconteceu em 15 de abril de 1961, com dois aviões camuflados com as cores da bandeira cubana, bombardeando a força aérea de Fidel. Esse ataque não conseguiu êxito, sendo que um avião foi derrubado e um segundo voltou a Miami com vários tiros feitos pelas forças de defesa cubana.

A segunda ação ocorreu no dia 17 de abril de 1961 com a invasão de duas praias da Baía dos Porcos, Playa Larga e Girón. As tropas especiais formadas pelo governo dos EUA, treinadas desde os últimos meses do governo de Eisenhower e compostas por mais de mil combatentes, foram contidas pelas tropas cubanas em menos de 72 horas de combate. Cerca de 20 mil cubanos cercaram os invasores, após algumas perdas, infligindo um grande revés ao presidente Kennedy, que havia autorizado o ataque.

O evento criou as condições para a definitiva aproximação entre Cuba e a URSS, que iria perdurar por trinta anos. Os cubanos passaram a adotar o modelo soviético de organização socioeconômica, baseado na propriedade estatal dos meios de produção e na dominação política pelo Partido Comunista Cubano. A relação entre EUA e Cuba iria se deteriorar mais ainda no ano seguinte, quando os soviéticos encaminharam à ilha alguns mísseis capazes de transportar ogivas nucleares, no evento conhecido como Crise dos Mísseis. Em meio a essa situação, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), sendo que o governo dos EUA iniciou um embargo econômico à ilha, vigente até o início da segunda década do século XXI.

* Crédito da Imagem: acervo.oglobo.globo.com

*Tales Pinto - Graduado em História

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook