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sábado, 8 de junho de 2024

A Expansão das bases da OTAN motivaram a reação Rússia

 


Dag Vulpi - 08 de junho de 2024

Desde sua criação em 1949, a OTAN teve como principal objetivo garantir a segurança coletiva dos países membros contra ameaças externas, especialmente no contexto da Guerra Fria. Porém, mesmo após a dissolução da União Soviética, a aliança não apenas continuou a existir, mas também se expandiu, provocando preocupações significativas para a Rússia. 

Objetivo da Criação:

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada em 4 de abril de 1949, com o objetivo principal de assegurar a defesa coletiva dos países membros contra ameaças externas, especialmente no contexto da crescente tensão com a União Soviética durante a Guerra Fria. A criação da OTAN representou uma resposta direta ao expansionismo soviético e ao risco percebido de uma agressão militar no pós-Segunda Guerra Mundial.

Motivo da Criação:

Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa estava devastada e as nações ocidentais buscavam maneiras de garantir a segurança e a estabilidade na região. A União Soviética, por outro lado, começou a estender sua influência sobre a Europa Oriental, estabelecendo governos comunistas e expandindo seu controle. Esse ambiente de crescente desconfiança e rivalidade entre o Ocidente e o Oriente levou os países da Europa Ocidental e a América do Norte a buscar uma aliança militar que pudesse garantir sua segurança coletiva.

Com o fim da Guerra Fria, a OTAN passou por uma reorientação de suas missões e objetivos. A aliança expandiu seu foco para incluir novos membros da Europa Oriental e Central, anteriormente parte da esfera soviética.

Uma Pausa para Reflexão:

Considerando que o motivo da criação da OTAN foi que, no pós-Segunda Guerra Mundial, a Europa estava devastada e a União Soviética começou a estender sua influência sobre a Europa Oriental, estabelecendo governos comunistas e expandindo seu controle, essa condição criou um ambiente de crescente desconfiança e rivalidade entre o Ocidente e o Oriente, levando os países da Europa Ocidental e a América do Norte a buscar uma aliança militar que pudesse garantir sua segurança coletiva. Agora, mesmo com a dissolução da União Soviética após um acordo entre a URSS e os EUA, e não havendo mais o risco de a URSS continuar estendendo sua influência sobre a Europa Oriental, qual é a justificativa para a OTAN continuar a expandir suas bases militares, especialmente nos países que circundam a agora Rússia, de modo a deixá-la praticamente asfixiada pelas tropas da OTAN? Além disso, caso a OTAN tivesse conseguido instalar uma base também na Ucrânia, a Rússia não teria mais como acessar sua esquadra no Mar Negro.

Expansão da OTAN:

A criação da OTAN em 1949 representou uma resposta direta ao expansionismo soviético e ao possível risco de uma agressão militar durante a Guerra Fria. No entanto, mesmo após a dissolução da União Soviética em 1991, a OTAN não apenas continuou a existir, mas também se expandiu sobre a mesma Europa Oriental que fora motivo de preocupação para os países da Europa Ocidental e a América do Norte. Paradoxalmente, agora é a expansão da OTAN, especialmente em direção ao leste europeu, que passou a ser uma preocupação justificável para a Rússia. Essa expansão pode ser compreendida a partir de várias perspectivas e razões geopolíticas.

As Preocupações da Rússia:

Com a expansão da OTAN para o leste, incluindo países que faziam parte do antigo bloco soviético, as preocupações da Rússia aumentaram significativamente. A percepção russa é de que a expansão da OTAN representa uma ameaça direta à sua segurança nacional.

  1. Cercamento e Pressão Militar: A presença crescente de bases militares da OTAN perto das fronteiras russas é vista por Moscou como uma forma de cercamento e pressão militar. A Rússia teme que, com a expansão contínua da OTAN, especialmente se a Ucrânia se juntar à aliança, ela ficaria praticamente asfixiada, perdendo a capacidade de projetar poder e influenciar sua vizinhança imediata.

  2. Acesso ao Mar Negro: A Ucrânia possui uma localização estratégica para a Rússia, especialmente por causa do Mar Negro, onde está situada a frota russa. A instalação de bases da OTAN na Ucrânia poderia comprometer o acesso da Rússia a essa importante via marítima e reduzir sua capacidade de defender seus interesses navais na região.

  3. Respostas Geopolíticas: A reação da Rússia, incluindo a anexação da Crimeia em 2014 e o apoio a movimentos separatistas no leste da Ucrânia, pode ser vista como medidas para assegurar seus interesses estratégicos e contrabalançar a influência da OTAN. A Rússia busca evitar a perda de influência em áreas que considera vitais para sua segurança e projeta seu poder para dissuadir o avanço ocidental.

Conclusão:

A continuidade e expansão da OTAN após a dissolução da União Soviética refletem uma combinação de interesses de segurança europeia, transformações estratégicas da aliança e interesses geopolíticos dos Estados Unidos. Do lado russo, essas ações são vistas como ameaças diretas à sua segurança e influências regionais, resultando em reações defensivas e agressivas. Entender essa dinâmica é crucial para compreender a complexidade das relações internacionais contemporâneas e as tensões persistentes entre a OTAN e a Rússia.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Coreia do Norte critica China e Rússia por apoio a sanções da ONU

A Coreia do Norte anunciou hoje (8) que China e Rússia, dois de seus aliados mais próximos, e outros países que apoiaram as últimas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o regime coreano por seus testes de mísseis, deveriam "sentir vergonha" e "pagar caro" por isso.

Em um texto publicado pela agência estatal de notícias Kcna, o regime lembrou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerado pela Coreia do Norte como o principal promotor das sanções, "estendeu seu agradecimento à China e à Rússia por sua cooperação na adoção da resolução".

Os países que apoiaram as sanções, segundo os coreanos do norte, o fizeram "após abandonar suas crenças, suas consciência e obrigações, e deveriam sentir vergonha perante a consciência do mundo, deveriam refletir profundamente sobre os seus erros diante do tribunal severo da história e da humanidade e pagar caro por isso".

Sanções aprovadas por unanimidade
O documento também acusa os 15 países que integram o Conselho de Segurança da ONU, que apoiaram por unanimidade as sanções, de "estarem assustados pelas ameaças dos Estados Unidos”.

Não é habitual que a Coreia do Norte se dirija com tanta dureza aos governos da China e Rússia, dois membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com direito a veto, mas que, assim como os outros 13 integrantes do órgão, deram autorização para as novas sanções.

O comentário parece refletir a deterioração das relações coreanas com seu entorno mais próximo diante da escalada de seus testes de armas e também sua raiva por esta nova punição da ONU.

A resolução - aprovada no sábado - reduz em até US$ 1 bilhão por ano os investimentos que o regime de Pyongyang obtém com as exportações.

O texto inclui o veto às exportações de carvão da Coreia do Norte, o que representará ao país a perda de US$ 401 milhões por ano; de ferro (US$ 250 milhões); chumbo (US$ 110 milhões) e mariscos (US$ 300 milhões), entre outras medidas contra empresas e entidades que apoiem os programas armamentistas do país.

As sanções da ONU são uma resposta ao primeiro míssil balístico intercontinental que o regime lançou no dia 4 de julho, um feito armamentista seguido pelo lançamento de um segundo projétil deste tipo em 28 de julho.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Cúpula do Brics na China em setembro pretende fortalecer cooperação Sul-Sul

A 9ª Cúpula do Brics, bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul, que ocorrerá em setembro na cidade chinesa de Xiamen, pretende aprofundar a cooperação pragmática entre os países-membros e fortalecer a governança para fazer frente aos desafios globais, segundo o governo chinês.

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A 100 dias do início da cúpula do grupo de economias emergentes, o secretário-geral do Partido Comunista de Xiamen e autoridade máxima da cidade, Pei Jinjia, disse hoje (22) que uma das prioridades do governo chinês é fortalecer a cooperação Sul-Sul. Ele destacou que o encontro pretende ser uma importante plataforma para atingir esse objetivo.

“Expandir a cooperação Sul-Sul vai contribuir para a promoção da globalização da economia e o fortalecimento das parcerias econômicas”, afirmou, em entrevista coletiva, em Xiamen.

A cúpula que reunirá os chefes de Estado e de governo dos cinco países-membros do bloco ocorrerá na cidade chinesa entre os dias 3 e 5 de setembro, sob o tema "Brics: parceria mais forte para um futuro mais brilhante".

Xiamen
Situada na província de Fujian, na Costa Sudeste da China, Xiamen foi umas das primeiras a conseguir o status de zona econômica especial, em 1980. As zonas econômicas especiais chinesas têm como características a abertura ao investimento estrangeiro, a adoção de incentivos fiscais e a produção industrial diversificada destinada especialmente às exportações.

Importante cidade portuária, Xiamen também tem entre suas principais atividades econômicas a indústria pesqueira, a construção naval, a produção de máquinas e equipamentos e os setores de telecomunicações e de serviços financeiros. Outro destaque da economia local é o parque tecnológico voltado para a indústria de software.

O secretário-geral de Xiamen disse que a localidade está preparada para receber as delegações internacionais. “Aqui é um importante centro econômico e turístico, pioneiro na política de abertura e reforma [econômicas], acrescentou.


Segundo Pei Jinjia, o trabalho de preparação da cidade para sediar a cúpula foi conduzido paralelamente à reconstrução da infraestrutura destruída pelo tufão Meranti, que atingiu a região em meados de setembro do ano passado.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Departamento dos EUA nomeia conselheiro para investigar relação Trump-Rússia

O vice procurador-geral dos Estados Unidos e chefe do Departamento de Justiça, Rod Rosenstein, nomeou hoje (17) o ex-diretor do FBI, Robert Mueller, como conselheiro especial para supervisionar a investigação das tentativas do governo russo de influenciar o resultado das eleições presidenciais americanas de 2016.

Segundo Rosenstein, é do interesse público que se “coloque essa investigação sob a autoridade de uma pessoa que tenha um grau maior de independência do que a cadeia de comando normal”. Um conselheiro especial continuará respondendo ao Departamento de Justiça, e consequentemente, ao próprio presidente Trump, mas terá mais autonomia para conduzir as investigações.

Novo Watergate
Até mesmo congressistas do partido de Trump evitaram defender o presidente hoje. O senador republicano Lindsey Graham disse que ele tem que se afastar das investigações relacionadas à Rússia, enquanto o também senador John McCain afirmou que o caso já tomou as proporções de um Watergate, quando o então presidente Richard Nixon foi acusado de tentar acobertar uma invasão à sede do Partido Democrata e perseguiu os responsáveis pela investigação.

Parlamentares de oposição exigiram investigações independentes da possível relação Trump-Rússia. O deputado democrata Al Green pediu o impeachment do presidente por obstrução da justiça. Já o líder da Câmara dos Deputados, o republicano Paul Ryan, pediu para que os colegas aguardem as investigações.

Trump disse hoje, em uma reunião na Guarda Costeira, que nenhum político na história foi tão maltratado, “especialmente pela mídia”. Como consequência da crise política, a bolsa norte-americana fechou em queda. O índice Dow Jones caiu 1,7%, a maior queda dos últimos oito meses.

Envolvimento russo
O FBI (polícia federal americana) investiga se houve interferência da Rússia nas eleições dos EUA do ano passado e qual o envolvimento de membros do governo Trump, como seu ex-assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, com oficiais do governo russo.

Há pouco mais de uma semana, Trump demitiu o diretor do FBI, James Comey, responsável pelas investigações. O jornal The New York Times publicou ontem que Trump teria pressionado Comey a abandonar as investigações sobre Flynn e o The Washington Post afirmou que o presidente teria revelado informações confidenciais ao ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, em uma reunião na semana passada.


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que seu governo poderia fornecer ao Congresso norte-americano a transcrição da conversa, para provar que não foram reveladas informações secretas.

China diz que EUA deveriam assumir parte da culpa por ciberataque global


A mídia estatal da China criticou nesta quarta-feira (17) os Estados Unidos por prejudicarem os esforços para deter ameaças cibernéticas globais, na esteira do ciberataque global com o vírus WannaCry, que infectou mais de 300 mil computadores em diversos países do mundo nos últimos dias. As informações são da agência Reuters.

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A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) deveria arcar com parte da culpa pelo ataque, que se aproveita de vulnerabilidades em sistemas da Microsoft e que até sábado havia atingido cerca de 30 mil organizações chinesas, informou o jornal China Daily. O ciberataque, que começou na sexta-feira (12), beneficiou-se de um relatório criado pela NSA, que vazou na internet em abril, informou a Microsoft.

"Esforços combinados para lidar com crimes cibernéticos vêm sendo prejudicados pelas ações dos Estados Unidos", disse o jornal, acrescentando que Washington não possui "nenhum indício crível" para sustentar as proibições impostas a empresas de tecnologia chinesas nos EUA após o ataque.

A crítica de Pequim ocorre no momento em que a China se prepara para adotar uma lei abrangente de cibersegurança que, segundo grupos empresariais norte-americanos, irá ameaçar as operações de companhias estrangeiras na China, com leis rígidas de armazenamento local de dados e exigências de vigilância rigorosas.


As autoridades cibernéticas chinesas vêm pressionando há tempos pelo que chamam de “equilíbrio equitativo" na governança cibernética global, criticando o domínio dos EUA. O China Daily ressaltou as restrições norte-americanas ao fornecedor de telecomunicações chinês Huawei Technologies, argumentando se tratar de uma hipocrisia, dado o vazamento da NSA.

Putin pode divulgar gravação de conversa entre Trump e chanceler russo


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje (17) que está disposto a fornecer a transcrição (gravação) da conversa entre o chanceler russo, Serguei Lavrov, e o presidente norte-americano Donald Trump. Putin disse que divulgaria as informações mediante autorização da Casa Branca. O governo Trump confirmou ter divulgado informações ultra reservadas sobre o planejamento de combate ao Estado Islâmico (EI).

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"Se a administração americana autorizar, estamos dispostos a fornecer a gravação da conversa entre Lavrov e Trump ao Congresso e ao Senado americanos", declarou Putin em uma coletiva de imprensa.

A Casa Branca ainda não afirmou se irá ou não autorizar a liberação da gravação. Donald Trump disse nessa terça-feira (16) que como presidente, tem  "direito absoluto" de compartilhar informações com outros países.


Mas a polêmica continua, porque segundo os funcionários ouvidos pelo jornal The Washington Post, o conteúdo das informações divulgadas, coloca em risco  uma fonte de inteligência americana.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Após lançamento americano, Rússia lembra que tem "pai de todas as bombas"


Depois que os Estados Unidos lançaram a bomba GBU-43, a mais potente do arsenal não-nuclear americano, conhecida como "mãe de todas as bombas", os meios de comunicação russos lembraram hoje (14) que Moscou guarda em seus arsenais o "pai", um projétil quatro vezes mais potente.

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Embora tudo o que rodeie esta arma seja informação confidencial, se sabe que se trata de uma bomba termobárica, conhecida na Rússia como Bomba Aérea de Vácuo de Potência Aumentada (AVBPM, na sigla em russo), segundo informaram hoje a emissora RT e a agência Sputnik.

O "pai de todas as bombas" se encontra nos arsenais da força aérea russa e, após ser desenvolvida no início dos anos 2000, foi testada com sucesso em 2007.

Então foi lançada de um bombardeiro estratégico SU-160, e arrasou por completo um bloco de apartamentos, com um poder destrutivo nunca visto antes em uma bomba que não fosse nuclear.

É uma bomba de um peso mais leve que a GBU-43/B, mas com uma potência de explosão quatro vezes maior que o projétil americano, equivalente a 44 toneladas de TNT, devido ao amplo emprego que faz das últimas novidades em nanotecnologia.

Devido ao caráter confidencial deste armamento, não se conhece nem o fabricante, nem a quantidade de bombas produzidas.

"Os resultados dos testes do projétil demonstram que sua eficiência e capacidade se assemelham à de uma ogiva nuclear. Ao mesmo tempo - quero insistir nisto -, não tem nenhum efeito contaminante para o meio ambiente, diferente do que acontece com as armas atômicas", disse em 2007 o chefe de pessoal adjunto das forças armadas russas, general Alexander Rukshin.

A bomba está principalmente destinada a liquidar complexos de cavernas e túneis subterrâneos utilizados como esconderijo por grupos terroristas.

Para descrever o poder destrutivo da bomba, Rushkin detalhou que "todo ser vivo é literalmente vaporizado".

Os Estados Unidos lançaram um bombardeio na província oriental afegã de Nangarhar com um projétil GBU-43, que acabou com uma estratégica base do Estado Islâmico (EI) e a vida de pelo menos 36 de seus membros, segundo o governo afegão.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

ONU pede à Rússia que evite alvos civis em bombardeios na Síria



O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nessa quinta-feira (1º) ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, para evitar vítimas civis na Síria, nos ataques que as forças militares começaram a fazer. Ban Ki-moon fez o pedido durante reunião na sede da ONU.

Em comunicado, o gabinete de imprensa da ONU informou que o secretário-geral e o ministro russo falaram sobre os últimos acontecimentos na Síria, incluindo a campanha contra o Estado Islâmico e outros grupos terroristas. O texto diz ainda que os dois concordaram que qualquer ataque aéreo deve ser feito sob estrita observância das leis humanitárias internacionais e dos direitos humanos.

A aviação russa começou a operar na Síria na quarta-feira (30), a pedido do presidente sírio, Bashar Al Assad.

Dirigentes oposicionistas moderados sírios disseram, porém, que os ataques aéreos russos já deixaram dezenas de mortos e pediram à comunidade internacional que pressione o governo de Moscou para que os interrompa.

Ban Ki-moon disse ainda a Lavrov que os alvos da campanha militar russa “deveriam ser exclusivamente os incluídos nas resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, que têm condenado as ações de grupos como o Estado Islâmico e a Frente Al Nusra.

A ONU quer o fim do uso de munições indiscriminadas, como os barris de explosivos, acrescenta o comunicado.

Nessa quinta-feira (1º), pelo menos sete civis, incluindo duas crianças, morreram em ataques russos à província de Idleb, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

No distrito de Jabal Al Zawiya, daquela província, “quatro civis, incluindo uma criança e uma mulher, morreram nos bombardeios feitos pelos aviões militares russos”, segundo o OSDH.

A organização não governamental acrescentou que mais civis, incluindo uma menina e uma mulher, perderam a vida em um ataque dos aviões russos na localidade de Habite".

Os primeiros ataques russos na Síria, na quarta-feira (30), deixaram 28 mortos, de acordo com o observatório, que registra o número de mortos desde o início do conflito sírio, há quatro anos e meio.


terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O golpe de Agosto de 1991 e a destruição da URSS




O dia 20 de agosto ficou manchado de sangue na História da União soviética. Em 20 de agosto de 1940 era assassinado no México, a mando de Stálin, o revolucionário Leon Trotsky. Também a 20 de agosto de 1956, tanques soviéticos esmagavam a Revolução Húngara. No mesmo dia, em 1991, o ex ministro das relações exteriores, Edward Shevarnadze, anunciava: “Começou a guerra civil na União Soviética”. Tratava-se do confronto aberto entre duas alas da burocracia: uma restauracionista e outra antirestauracionista que queria o fim da Perestroyka. Hoje, 16 anos depois, ainda vivemos os efeitos desses acontecimentos que surpreenderam e também mudaram o mundo. A classe trabalhadora passou para a defensiva, muitas organizações de esquerda se dispersaram e ainda amargamos o refluxo aberto com o fim dos Estados Operários.

A Perestroika e a Glasnost

Mikhail Gorbachev havia sido eleito a 12 de março de 1985 para o cargo de Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Desde então, lançou as idéias que seriam conhecidas como Perestroika (reorganização) e Glasnost (transparência).

A Perestroika tinha o objetivo de mudar as bases econômicas da União Soviética... Já a Glasnost tratava-se de mudanças também profundas, mas no campo da política. Separar o Partido comunista da estrutura de poder e acabar com o regime de partido único. É óbvio que o imperialismo não hesitou em apoiar tais reformas. No momento em que os EUA estavam colocando em prática sua política de reação democrática liberal, que combinava abertura política dos regimes ditatoriais com abertura das economias para implementação do receituário neoliberal, a Perestroika e a Glasnost, fizeram Gorbachev tornar-se imediatamente a figura mais querida pelo ocidente.

O que dizia Trotsky?

Trotsky definia a União Soviética como um “estado operário burocratizado”. Segundo ele, o isolamento e as condições de país atrasado, deram as bases para que surgisse uma burocracia que usurpasse o poder político (não sem violência) e o exercesse em nome da manutenção dos próprios interesses. Ainda segundo Trotsky, em um primeiro momento a burocracia, para manter os seus privilégios necessitaria da existência do Estado Operário. Entretanto, em um segundo momento, ela tornar-se-ia restauracionista. Seus interesses a levariam a querer passar de gestora a proprietária dos meios de produção. Isso significava que a burocracia passaria a ser, ela própria, um agente de restauração capitalista. Os fatos deram razão a Trotsky. O revolucionário russo dizia também que a burocracia não é homogênea. Há interesses conflitantes no seu interior. Por isso, o projeto restauracionista de Gorbachev o fez chocar-se diretamente com um setor que ainda não queria a restauração capitalista . Ao tentar equilibrar-se na corda bamba, Gorbachev não conseguiu agradar a gregos e troianos. A ala restauracionista teve o apoio dos Estados Unidos, governado por Geroge Bush (pai). Internamente, conseguiu mobilizar as massas a seu favor e acabou desmantelando o Estado Soviético em um estalar de dedos.

20 de agosto: a esquina da U.R.S.S

A 20 de agosto de 1991, Gorbachev assinaria um decreto que significaria, na prática o fim da União Soviética: concederia ampla autonomia às Repúblicas e mudaria o nome do país para União das Repúblicas Soberanas Soviéticas (suprimindo o termo “Socialistas”). Antes de assinar o decreto, Gorbachev foi afastado do poder pela ala antirestauracionisa do PCUS que estava representada pelo “Bando dos Oito”, liderado por Yanaiev.

“Gorbachev Napadal”!

Essa expressão correu o mundo. Significa, em russo, “Gorbachev caiu de vez”! Ninguém sabia seu paradeiro. Tanques rolaram sobre Moscow, Leningrado e muitas outras cidades estratégicas. Na sede do parlamento da Rússia estava Boris Yeltsin, um restauracionista radical que desfrutava de grande popularidade. Yeltsin conclamou uma greve geral e chamou o povo para se reunir em frente ao parlamento. Enquanto os tanques de guerra rolavam para lá, cerca de 20.000 pessoas atenderam ao chamado. Quando começaram os combates, esse número chegou a aproximadamente 50.000 pessoas. Trabalhadores de 26 minas de carvão entraram em greve a pedido de Yeltsin. Já o líder sindical dos poços de petróleo, Kolai Tripnov, declarou que os petroleiros não entrariam em greve por entender que os trabalhadores não deveriam apoiar a Perestroyka. Também no exterior houve reações a favor de Gorbachev e Yeltisin. A Comunidade Econômica Europeia e o presidente norte americano George Bush (pai) declararam que era necessário o retorno de Gorbachev ao poder, pois temiam “a volta da guerra fria”.

Após o confronto, desmembramento do Estado.

Isolado, o “Bando dos Oito” foi obrigado a recuar. No dia 21 três de seus integrantes foram presos no aeroporto tentando fugir. Naquele mesmo dia, a Letônia declarou sua independência. Em 22 de agosto, Gorbachev foi libertado e reapareceu em Moscow prometendo “caça às bruxas” – punição severa para os envolvidos. Todos foram presos, exceto o ministro do Interior, Boris Pugo que se matou com um tiro na boca. Naquela altura, a massa enfurecida, que continuava nas ruas, passou a atacar as sedes do PC, da KGB e as estátuas de Lênin.

Em 24 de agosto Gorbachev se demite do cargo de secretário geral do PC da união soviética, confisca os bens do partido, dissolve o comitê central e proíbe a atividade do partido no Exército, no KGB e no ministério do Interior. A Ucrânia se declara independente. A partir daí, um efeito cascata faria desmoronar o Estado Soviético.

25 de agosto – a Bielorrússia se declara independente.
27 de agosto – A Moldávia se declara independente.
30 de agosto – Azerbaijão, única república que apoiou o golpe de Estado, se
declara independente.
31 de agosto – Uzbequistão e Quirguízia se declaram independentes.
Em 6 de setembro o Congresso de Deputados do Povo da URSS reconhece oficialmente a independência dos países bálticos, anula o Tratado da União de 1922.
Em 1º de dezemro ucranianos votam maciçamente pela independência num plebiscito.
8 de dezembro – Rússia, Bielorrússia e Ucrânia criam a Comunidade de Estados Independentes e declaram o fim da URSS como entidade política.
18 de dezembro – Yeltsin e Gorbachev decidem que as estruturas da URSS deixarão de existir “antes do fim do ano”.
19 de dezembro – O Kremilim, maior símbolo do poder soviético, passa a pertencer à Rússia, por decreto de Yeltsin. Em Roma, Yeltsin declara que Gorbachev “deverá renunciar antes do fim do mês”.

Naquele momento, a União Soviética já não mais existia.

No próximo dia 20, estarão completando 16 anos desses acontecimentos que surpreenderam e também mudaram o mundo.

A derrubada dos Estados Operários na U.R.S.S e no Leste Europeu contou com o apoio das massas que foram dirigidas, não por um partido revolucionário, mas por setores restauracionistas da burocracia ou por organizações de direita financiadas pela Igreja ou pela C.I.A. Foi uma contrarevolução de massas!

Após essa derrota histórica da classe trabalhadora, o que vimos foi uma ofensiva ideológica de direita, o “passeio militar” dos Estados Unidos no Golfo Pérsico, em 1991; a invasão do Panamá, o neoliberalismo sendo implementado em quase todo o mundo e a passagem da classe trabalhadora para a defensiva.

A partir dos anos 90, duas grandes tentações passaram a rondar a esquerda: Uma delas é a de cair no ultraesquerdismo de dizer que tudo se tornou muito mais fácil, já que não existe mais o stalinismo (e nem os Estados Operários). A outra, é a tentação de cair no oportunismo de, ao perceber que a classe trabalhadora está na defensiva, procurar substitutos para ela capitulando a fenômenos como Chávez, Morales e o fundamentalismo iraquiano.

Muitas organizações, decorrência de suas políticas equivocadas, sofreram graves impactos. Dois exemplos importantes são o S.U, que abandonou o trotskysmo e a L.I.T que, após as ultra otimistas “teses de 90”, chegou a se dispersar.

Essa crise instaurada entre as organizações de esquerda tem boa parte de sua origem na incompreensão sobre o que Trotsky dizia ao orientar a relação dos revolucionários com o stalinismo:

“Stalin derrubado pelos trabalhadores: um grande passo para o Socialismo. Stalin derrubado pelos imperialistas: é a contra-revolução que triunfa”.

Entre 1989-1991, aconteceu a segunda alternativa.

* Crédito da Imagem: contandohistoria

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