A
defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu hoje (16) ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que o pedido de prisão contra ele seja julgado por todos os 11
integrantes da Corte, em plenário, e não pela Primeira Turma, composta por
cinco ministros, conforme previsto.
Saiba
mais:
Está
marcada para terça-feira (20), na Primeira Turma, o julgamento de dois
recursos: um do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que quer a prisão
preventiva de Aécio, e outro do próprio senador pedindo que seja assegurada sua
liberdade.
Para
julgar a questão, os ministros deverão analisar a aplicação ao caso do artigo
53 da Constituição, segundo o qual os parlamentares “não poderão ser presos,
salvo em flagrante de crime inafiançável”.
O
advogado Alberto Zacharias Toron, que representa Aécio, argumentou que o tema
afeta a relação entre os poderes, e, por isso, deve ser analisado pela
composição completa do Supremo, “diante do inegável alcance
político/institucional que a controvérsia assume”.
Ao
negar um primeiro pedido da PGR pela prisão de Aécio, o ministro Edson Fachin,
então relator do caso, mencionou a garantia constitucional do parlamentar, mas
disse que, em um momento posterior, o assunto deveria ser melhor discutido em
plenário. Entretanto, após a redistribuição do processo, a pedido da defesa, o
novo relator, Marco Aurélio Mello, pautou a questão para a Primeira Turma.
Nesta
semana, a Primeira Turma do STF decidiu, por 3 votos a 2, manter Andréa Neves,
irmã de Aécio, presa preventivamente, ao julgar improcedente um recurso da
defesa.
Votaram
a favor da prisão os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux,
enquanto o relator, Marco Aurélio Mello, e Alexandre de Moraes votaram pela
soltura da investigada.
Adiamento
O
advogado de Aécio Neves pediu também, em uma segunda petição nesta sexta-feira,
que o julgamento de sua eventual prisão seja adiado em ao menos dez dias. O
argumento é que a PGR, em seu recurso reforçando o pedido de prisão,
acrescentou elementos novos não conhecidos pela defesa.
No
pedido, Janot inseriu uma foto publicada na página do senador no Facebook, em
que ele aparece numa reunião com políticos. Para o procurador-geral da
República, a imagem comprova o descumprimento da determinação que afastou o
tucano do exercício do cargo de senador.
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