Ativistas
da Anistia Internacional fizeram na tarde de hoje (16) um ato público contra as
violações de direitos humanos cometidas pelo governo da Chechênia, na Rússia, a
homens homossexuais, que incluem a detenção, tortura e assassinato. O ato é
parte de uma ação global. Para mostrar solidariedade às vítimas, os ativistas
colocaram 600 vasos de flores coloridas em frente ao portão do Consulado-Geral
da Rússia em São Paulo.
De
acordo com informações da Anistia Internacional, o jornal independente Novaya
Gazeta relata que mais de 100 homens foram sequestrados por agentes
públicos desde abril. Para a entidade, os eventos recentes são considerados uma
escalada da homofobia na sociedade chechena.
Segundo
a assessora de ativismo e mobilização na Anistia Internacional, Jandira
Queiroz, há relatos da existência de um local semelhante a um campo de
concentração para onde essas pessoas são levadas. Algumas conseguem fugir ou
são devolvidas às famílias, que devem prometer que “tomarão providências para
resolver o problema”. Os relatos dão conta ainda de que o governo tem
sistematicamente empreendido perseguições para humilhar e torturar homens
suspeitos de serem homossexuais ou bissexuais, além de obrigar essas pessoas a
delatarem outros homens gays.
“É
uma campanha de ódio, perseguição e violência que está sendo perpetrada contra
os homens gays em função de uma cultura que eles querem estabelecer e
fortalecer na região de que a homossexualidade não existe. A Anistia
Internacional reitera que toda forma de expressão é um direito humano e que a
homossexualidade e a transgeneridade também são formas de expressão que devem
ser respeitadas e protegidas pelo Estado”, disse Jandira.
A
Anistia Internacional já reuniu mais de 500 mil de assinaturas em todo o mundo
para a petição que pede o fim da perseguição contra homens gays na Chechênia. A
organização formalmente solicitou às autoridades locais uma investigação
criminal completa e que sejam tomadas todas as medidas necessárias para
garantir a segurança das pessoas que possam estar em risco. Além disso,
pressiona países a acolher estes homens que estão fugindo da Rússia.
Jandira
explicou que no Brasil o ato aconteceu hoje para aproveitar a visibilidade da
21ª Parada do Orgulho LGBT, considerada a maior do mundo, que será realizada no
domingo na capital paulista. “Queremos aproveitar esse momento em que temos
olhos do mundo inteiro voltados para cá e, além disso, muitas pessoas que vêm a
São Paulo para manifestar seu orgulho e sua solidariedade à população LGBT
brasileira. Então convidamos todos para trazerem sua própria flor e manifestar
sua solidariedade e seu repúdio a essa campanha de violência”.
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