O
governo editará na semana que vem uma medida provisória (MP) com novas regras
para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), afirmou hoje (11)
o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar
Agropecuária (FPA). O Funrural equivale a uma contribuição previdenciária paga
pelos empregadores rurais.
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Leitão
deu a declaração sobre a MP após participar, junto com outros parlamentares da
bancada ruralista, de reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e
com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. Segundo o deputado, houve um
acordo com o governo para a medida.
No
fim de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou constitucional a
cobrança do Funrural, feita pela União aos empregadores rurais. Desde então, os
representantes dos ruralistas negociam com o governo uma redução da alíquota do
tributo, que inclui 2,1% para o Funrural e 0,2% para o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar), totalizando 2,3%.
Leitão
disse que ainda não foi batido o martelo sobre o percentual da redução. “Está
na mesa 1,5%, 1,6%, 1,9%. Conseguiremos reduzir o que se paga hoje, mas terá
tratamento diferenciado para quem pagou e quem não pagou”, afirmou,
referindo-se a produtores rurais que não recolheram a contribuição nos últimos
anos. Estes teriam que recolher agora um valor extra, mas, segundo o presidente
da Frente Parlamentar Agropecuária, o total não ultrapassaria os atuais 2,3%.
Segundo
o deputado, com a oficialização do tributo, a questão da contribuição
previdenciária do produtor rural estará resolvida. “Acho que essa discussão
dessa MP já faz a reforma da Previdência para o setor”, declarou, mas ressaltou
que a MP não impede futuros debates no âmbito da proposta de emenda à
Constituição (PEC) que trata da reforma da Previdência no Congresso.
Reforma trabalhista rural
Leitão
é autor do Projeto de Lei 6.442/2016, que prevê alterações na legislação para o
trabalhador rural. A tramitação da proposta na Câmara foi suspensa após
polêmicas sobre o texto, como a sugestão do desconto de valor referente a
moradia e alimentação do salário do trabalhador rural.
“A
lei foi muito mal interpretada. A intenção era dar segurança jurídica. Aí
alguém da Contag [Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura] disse
que estava trocando o salário por comida, o que não é verdade. Suspendemos a
comissão. Vamos debater com os críticos e melhorar a lei”, afirmou o deputado.
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