O
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (24) que
pretende votar o texto da reforma trabalhista no plenário da Casa até
quinta-feira (27). Entretanto, a base aliada precisa antes ao menos discutir o
texto da Medida Provisória (MP) 752/16, que está trancando a pauta. O texto
trata de novas regras para a prorrogação e relicitação de contratos de
concessão. O plano é votar a MP nesta segunda-feira, em sessão extraordinária.
Leia
também:
Os
parlamentares da oposição disseram que vão obstruir os trabalhos para votação
da medida. Um dos principais desafios, no entanto, será atingir o quórum para a
votação, já que até as 17h apenas 84 dos 513 deputados estavam presentes.
Segundo Maia a estratégia será concluir a discussão da MP, o que liberaria a
pauta. “A gente vai tentar votar hoje a
MP que está na pauta, mas a gente sabe que não é fácil”, disse.
Com
a liberação da pauta, a intenção do governo é acelerar a votação do projeto de
lei (PL) 6787/16 que trata da reforma trabalhista, diante das dificuldades na
negociação de pontos da reforma da Previdência. O governo pretende ainda
terminar a votação de emendas ao projeto de recuperação fiscal dos estados
superendividados (PLP 343/17), que não foi concluída na semana passada. Segundo
Maia, a votação deve ocorrer amanhã e não deve atrapalhar o cronograma de
apreciação da reforma trabalhista.
“Amanhã
temos a pauta da recuperação fiscal e pretendemos acabar com essa votação
amanhã. Na quarta e quinta-feira votaremos a reforma trabalhista, começando na
quarta, se não acabar a gente termina a reforma trabalhista na quinta-feira até
15h. A reforma da Previdência [será votada] semana que vem em plenário a partir
do dia 8 [de maio]”, afirmou.
O texto
da reforma trabalhista, apresentado pelo relator Rogério Marinho (PSDB-RN),
modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelecendo que os acordos
entre patrões e empregados prevaleçam sobre a lei nas negociações trabalhistas
em temas como banco de horas, parcelamento de férias e plano de cargos e
salários, entre outros.
Marinho
propôs também o fim da contribuição sindical obrigatória e incorporou normas
para reduzir o número de ações na Justiça do trabalho. O relator incluiu ainda
a possibilidade de negociação do aumento na jornada de trabalho, que poderá
chegar a 12 horas.
Estratégia
do governo
A
estratégia de tentar concluir a discussão da MP foi confirmada pelo líder do
governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). “Se tivermos quórum a gente avança hoje e vota a MP, senão a gente vence
já a discussão, porque tem a obstrução dos partidos de oposição com relação a
pauta que está estabelecida e é legítimo”, disse Ribeiro.
Questionado
se o governo terá dificuldades para aprovar a reforma da Previdência, Ribeiro
disse que o texto foi discutido com a base aliada e que espera a adesão dos
deputados na votação. A discussão do relatório do deputado Arthur
Oliveira Maia (PPS-BA) começa amanhã (25) na comissão especial. A votação em
plenário deve ficar para a segunda semana de maio.
Segundo
o líder, o texto representa o pensamento majoritário da base aliada do governo
do presidente Michel Temer. “Essa semana
os deputados tomarão conhecimento do texto efetivamente, que foi lido na
véspera do feriado à noite e a partir de hoje todos terão acesso, com tempo,
para estudar esse texto e confirmar que aquilo que foi negociado está no texto
e portanto haverá uma adesão [da base]”, disse.
Ribeiro
ressaltou ainda que, mesmo diante de eventuais críticas de integrantes da base,
o governo não abrirá mais concessões. “É o texto que é possível. Texto
construído a ser votado e eu diria que houve vários avanços que possibilitarão
a votação da reforma”, acrescentou.
Concessões
A
medida provisória que está na pauta desta segunda-feira prorroga contratos com
concessionárias de rodovias e aeroportos concedidos em parceria com o setor
público.
A
medida vale para os administradores dos aeroportos de Galeão (RJ), Brasília
(DF), Viracopos (SP), Confins (MG), São Gonçalo do Amarante (RN) e Guarulhos
(SP). No setor rodoviário, poderá ser feito novo cronograma de investimentos
com extensão por até 12 anos do prazo, contados da assinatura do contrato
original, implicando fatores de redução ou aumento tarifário dos pedágios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi