Os
pilotos e comissários de voo de todo país decidiram hoje (24), em assembleia,
decretar estado de greve para pressionar o governo e parlamentares a fazer
mudanças no texto da reforma trabalhista que tramita em regime de urgência no
Câmara dos Deputados. Uma nova reunião da categoria está marcada para a próxima
quinta-feira (27), quando os profissionais decididirão se paralisam suas
atividades ou encerram o movimento.
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Os
aeronautas reclamam principalmente do trecho da reforma que trata do trabalho
intermitente, permitindo a convocação apenas para trabalhos esporádicos, sem
contratação permanente. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos
Aeronautas, Rodrigo Spader, como as empresas aéreas têm períodos de altos e
baixos na movimentação, o trabalho intermitente poderia ser aplicado,
prejudicando os empregados do setor.
“Nos
períodos de baixa nós seriamos dispensados do nosso trabalho e seríamos
chamados somente quando a aeronave voasse novamente. Então isso atingiria tanto
pilotos de pequenas aeronaves como de grandes empresas.”
Segundo
Spader, a prática poderia inclusive prejudicar a segurança do transporte aéreo.
“Os pilotos e comissários necessitam ter um trabalho contínuo para a manutenção
das habilidades técnicas. Se um aeronauta voa um mês e folga outro a todo
momento, até os níveis de segurança de voo podem ser afetados”, disse.
Justa causa
Outro
ponto da reforma trabalhista criticado pelos aeronautas é a dispensa por justa
causa no caso de perdas de licenças ou certificados. De acordo com Spader, no
caso dos pilotos e comissários isso seria um retrocesso. “Justamente em um
momento de fragilidade do aeronauta, em que ele perde uma licença, ou por exame
médico ou para voar em uma determinada aeronave, ele seria demitido, sem
direito ao saque do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], aviso
prévio”, criticou o presidente do sindicato.
A
categoria pretende conversar nos próximos dias com o relator do projeto,
deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), e com outros parlamentares para apresentar
emendas que modifiquem o texto da reforma. “Queremos pressionar o governo para
efetivamente negociar a reforma”, disse Spader.
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