Por Demian
Melo - Laboratório de Estudos dos Militares na Política
O
propósito deste trabalho é discutir o processo que culminou na realização da
consulta plebiscitária de 1963. Enfocaremos o comportamento de alguns atores
políticos, realçando a participação dos militares na crise geral do regime então
vigente. Cabe ressaltar que a presente comunicação é um resultado parcial de
nossas pesquisas sobre o tema, que serão aprofundadas numa futura
pós-graduação.
Em
janeiro de 1963 os eleitores brasileiros foram chamados a decidir sobre a
permanência de uma recente experiência parlamentarista ou a volta ao
presidencialismo, adotado como sistema de governo desde a proclamação da
República, em 1889.
Resultado
de um arranjo institucional que visava a manutenção da ordem constitucional
frente à ameaça de setores golpistas das Forças Armadas, o parlamentarismo foi
instituído de forma casuística, após a renúncia espetacular de Jânio Quadros,
em agosto de 1961.
A
eleição deste último, em 3 de outubro do ano anterior, havia representado uma
enorme novidade no cenário político nacional: pela primeira vez alguém situado
“fora” do monopólio da aliança PSD(Partido Social Democrático)/PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro) - que dominara a cena política desde a Carta de 1946 -
chegava ao cargo máximo da nação.
Vitorioso
na disputa contra os candidatos Marechal Henrique Teixeira Lott e Ademar de
Barros (PSP), Jânio Quadros não conseguiu ser alçado à presidência juntamente
com o candidato a vice de sua chapa, o então senador Milton Campos. Naquele
contexto, a legislação eleitoral permitia a disputa dissociada para os cargos
de presidente da República e vice, característica que abria brechas para
incompatibilidades na composição do Executivo federal. Derrotado Campos,
assumiu a vice-presidência o político do PTB gaúcho João Goulart. A vitória de
Jânio, no entanto, garantiu que setores até então preteridos do sistema
político ocupassem importantes cargos na área econômica e administrativa. Foi o
caso, por exemplo, dos grupos ligados aos setores mais internacionalizados do
capital, que só acessavam a burocracia do Estado através de canais “paralelos”
e que formavam o chamado “bloco do capital multinacional e associado”.
Por
outro lado, o governo Jânio foi marcado também por uma contraditória política externa independente e por lances internos calcados num moralismo
hilário, como na proibição do uso de biquínis de duas peças nas praias, do
lança-perfume e da briga de galos. Nas Forças Armadas, que aqui nos interessam
em especial, setores antigetulistas, identificados com a Cruzada Democrática, ocuparam
a cúpula dos ministérios militares, sendo este um dos signos de mudança na
correlação de forças no interior desta que é a principal instituição do Estado.
No dia 25 de agosto de 1961, data em que Jânio Quadros renunciou ao cargo de
presidente da República, João Goulart encontrava-se em visita diplomática à
República Popular da China. Herdeiro político do getulismo, Jango (como também
era conhecido) já havia ocupado o Ministério do Trabalho por um breve período
(1953-54), durante o segundo governo Vargas e a vice-presidência da República,
durante o quinquênio 1956-1961, ocasião em que governou juntamente com
Juscelino Kubitschek, cabeça da chapa PSD-PTB. Opositor do governo representado
por Jânio, Goulart fora virtualmente elevado à condição de chefe do Executivo
federal numa data muito peculiar: no Dia do Soldado. A ocorrência de
solenidades militares na capital e nas principais cidades da República criaram um
ambiente propício para que a notícia da renúncia corresse como um rastilho de
pólvora entre os setores da caserna. Diante do ocorrido, o deputado Ranieri
Mazzili, presidente da Câmara dos Deputados, assumiu temporariamente a cadeira
executiva, mas teria que passá-la, conforme rezava a Carta de 1946, ao
vice-presidente eleito. Naquela conjuntura, entretanto, os ministros militares
de Jânio (general Odílio Denis, brigadeiro Gabriel Grün Mosse almirante Sílvio
Heck) pronunciaram-se publicamente contra a posse de Goulart, posição comunicada
ao Congresso Nacional pelo próprio Mazzili.
A
reação aos propósitos golpistas dos ministros militares veio do extremo sul do
país, por meio do então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Este
conseguiu o apoio militar do general Machado Lopes, comandante do III Exército,
que se pôs ao lado da legalidade. Através de emissoras de rádio, o governador
gaúcho emitia notícias sobre a campanha pela posse de Goulart, formando a chamada
“Rede da Legalidade”. O clima de polarização se instaurou e uma guerra civil
tornou-se iminente. Contudo, seguindo uma velha tradição nacional, operou-se um
acordo político: a posse de Goulart seria garantida mediante a instauração do sistema
parlamentarista, que, na prática, retirava os poderes do presidente da
República. O grande fiador do acordo, o político mineiro Tancredo Neves, tornou-se
primeiro-ministro. O Ato Adicional que instituiu o parlamentarismo previa a
realização de um referendum nove meses antes do final do mandato de Goulart, para
que fosse endossada ou não o novo sistema de governo. Assim,
ficava em aberto a possibilidade de retorno ao presidencialismo.
Desde
o seu discurso de posse, João Goulart deixou claro a sua intenção de lutar pela
volta ao sistema presidencialista, como podemos ver no trecho abaixo:
Cumpre-nos,
agora, mandatários do povo, fiéis ao preceito básico de que todo poder dele emana,
devolver a palavra e a decisão à vontade popular que nos manda e nos julga,
para que ela própria dê seu referendum supremo às decisões políticas que em seu
nome estamos solenemente assumindo neste momento.
Formou-se
então uma ampla frente pelo retorno ao antigo sistema de governo, composta por diferentes
matizes do espectro político. Os setores de esquerda e nacionalistas que haviam
apoiado a posse de Jango movimentavam-se para a volta do presidencialismo: em
primeiro lugar porque consideraram o parlamentarismo um “golpe branco”; em
segundo porque ligaram a campanha pelo presidencialismo à implementação de
reformas profundas na estrutura social brasileira, as chamadas reformas de base.
O partido do presidente, o PTB, ao lado do PCB (ilegal desde 1947, mas com relativa
liberdade de funcionamento no período, além de considerável hegemonia no
movimento operário), junto a outras organizações como a Ação Popular (AP, setor
católico de esquerda, que hegemonizava o movimento estudantil), ao lado de um cada
vez mais ativo movimento sindical, mobilizaram-se pelo retorno do
presidencialismo. Por sua parte, políticos conservadores da UDN e do PSD,
vislumbrando as eleições presidenciais que se realizariam em 1965, queriam
desembaraçar-se do parlamentarismo. A UDN, que em sua Carta de Princípios–
aprovada em encontro de seu Diretório Nacional, em fevereiro de 1962 –
estabelecia que o parlamentarismo era o sistema de governo ideal, via suas
principais lideranças defenderem a volta ao presidencialismo. Já o PSD, maior
partido do Congresso Nacional, não conseguiu chegar a um acordo sobre tema, o
que leva estudiosos a afirmar que a questão teria levado ao primeiro grande
racha na legenda.
Entre
esses diferentes setores amadurecia a ideia de antecipar o Referendum
sobre o sistema de governo.
Em
meados de 1962 o primeiro gabinete parlamentarista renunciou, gerando a
primeira grande crise do parlamentarismo. Quem substituiria Tancredo Neves?
Goulart propôs o nome de Francisco Clementino de San Thiago Dantas, da ala
moderada do PTB. San Thiago Dantas, tendo praticado uma política externa
independente quando ocupou Ministério das Relações Exteriores, situava-se em
rota de colisão com setores conservadores do país. O PSD, maior partido do
Congresso, reivindicava o direito de indicar o nome para substituir Neves. Cada
vez mais autônomo, o movimento sindical se lançou ao centro do palco, ameaçando
com uma greve geral caso o Congresso recusasse o nome de Dantas. A direita
política, agrupada na Ação Democrática Parlamentar (ADP), verdadeira caixa de
ressonância dos interesses do capital multinacional e associado, conseguiu
impedir a aprovação do nome indicado por Goulart.
Este resolveu propor para o cargo o nome de Auro de Moura Andrade, velha raposa ‘direitista do PSD. Imediatamente realizou-se uma greve geral coordenada pelo Comando Geral de Greve, embrião do futuro CGT, paralisando o país e mostrando a força da classe trabalhadora organizada. Antes mesmo da realização da greve, Moura Andrade renunciou, e setores do governo buscaram interceder junto aos dirigentes da greve nacional com o fito de impedi-la. Mas o movimento sindical resolveu mostrar sua força e manteve a greve, buscando com isto influir sobre a composição do novo gabinete. Por fim surgiu o nome de Brochado da Rocha, político gaúcho ligado ao governador daquele estado, cujo gabinete esteve comprometido desde o início com a tarefa de aprovar a antecipação do plebiscito.
Este resolveu propor para o cargo o nome de Auro de Moura Andrade, velha raposa ‘direitista do PSD. Imediatamente realizou-se uma greve geral coordenada pelo Comando Geral de Greve, embrião do futuro CGT, paralisando o país e mostrando a força da classe trabalhadora organizada. Antes mesmo da realização da greve, Moura Andrade renunciou, e setores do governo buscaram interceder junto aos dirigentes da greve nacional com o fito de impedi-la. Mas o movimento sindical resolveu mostrar sua força e manteve a greve, buscando com isto influir sobre a composição do novo gabinete. Por fim surgiu o nome de Brochado da Rocha, político gaúcho ligado ao governador daquele estado, cujo gabinete esteve comprometido desde o início com a tarefa de aprovar a antecipação do plebiscito.
Os
governadores estaduais, em razão das dubiedades existentes no Ato Adicional que
instituiu o parlamentarismo, temiam que o sistema fosse aplicado nos estados,
debilitando seus poderes.
Em meados
de 1962 reuniram-se em Araxá (MG) e redigiram manifesto contrário ao
parlamentarismo, propondo a antecipação da consulta popular para que fosse
decidido o sistema de governo. O evento, que ficou conhecido como Conferência
de Araxá, teve como principal animador o governador de Minas Gerais, Magalhães
Pinto, elaborador das propostas aprovadas no encontro. Apenas o governador da
Guanabara, Carlos Lacerda, votou contra o documento, embora fosse grande
interessado na volta ao antigo sistema de governo, já que se colocava como presidenciável
para as eleições de 1965.
Importantes
setores da imprensa também passaram a posicionar-se pela realização de um
plebiscito, como, por exemplo, o Correio da Manhã, que em editoriais dos meses
de julho e agosto, em meio à crise sucessória, defendeu a ideia de um referendum
simultâneo às eleições de outubro. Cabe lembrar que o mesmo Correio da Manhã era
um ferrenho opositor do governo Jango, o que denota a heterogeneidade da frente
antiparlamentarista.
Em
agosto de 1962, os ministros militares lançaram um manifesto reivindicando a
antecipação do plebiscito, passando a intervir de forma mais contundente na
questão. Os ministros das três armas – Nelson de Melo (Exército), Pedro Paulo
Suzano (Marinha) e Reinaldo de Carvalho (Aeronáutica) – propuseram a realização
do plebiscito imediatamente, coincidindo com as eleições que se realizariam em
outubro, no que faziam coro com a proposta de Brochado da Rocha. A proposta do
governo era rejeitada pelos partidos de oposição – UDN e PSD –, que temiam uma
forte identidade entre os políticos oposicionistas e o impopular parlamentarismo,
prejudicando seu desempenho eleitoral nas eleições vindouras. Para estes,
fazia-se necessário separar os dois pleitos, pois também, como já apontamos
anteriormente, não havia consenso no interior dessas legendas quanto à matéria.
Em 18 de agosto ocorreu uma tentativa de acordo entre o governo e os diversos
partidos de oposição, que se materializou numa emenda apresentada por Oliveira
Brito. Esta consistia na transferência da decisão sobre o
plebiscito para o futuro Congresso, a ser eleito em outubro seguinte. Esta
proposta malogrou, porque em setembro o gabinete de Brochado da Rocha resolveu
submeter a um voto de confiança uma proposta de realização do plebiscito no dia
7 de outubro. O impasse continuou, pois essa emenda foi recusada pela maioria
conservadora no Congresso, o que levou à renúncia do gabinete.
Na
iminência da demissão do segundo gabinete, o CGT ameaçou convocar uma nova
greve geral caso o plebiscito não fosse marcado para coincidir com as eleições
de outubro. Entre os militares, a tensão aumentava. O comandante de III
Exército (Rio Grande do Sul), general Jair Dantas Ribeiro, enviou um telegrama
ao ministro da Guerra, Nelson de Mello, afirmando que não teria condições de manter
a ordem pública no estado caso o parlamento se recusasse a aprovar a realização
do plebiscito.
A 13
de setembro foi publicada a seguinte declaração na imprensa:
Face à
intransigência do Parlamento... e tendo ainda em vista as primeiras
manifestações de desagrado que se pronunciam nos territórios dos Estados (sic)
ocupados pelo III Exército, cumpre-me informar a V. exa., como responsável pela
garantia da lei, da ordem... e da propriedade privada deste território, que me
encontro sem condições para assumir a segurança e êxito a responsabilidade do
cumprimento de tais missões, se o povo se insurgir pela circunstância de o
Congresso recusar o plebiscito para antes ou no máximo simultaneamente com as
eleições de outubro próximo vindouro.
Por
sua vez, os generais Osvino Alves e Peri Constant Bevilaqua, comandantes do I e
II Exércitos, respectivamente, solidarizaram-se com Dantas Ribeiro. Apenas o
general Castelo Branco, comandante do IV Exército, recusou-se a apoiar a declaração.
O ministro da Guerra, contrariado, considerou a declaração do comandante do III
Exército uma manifestação de insubordinação.
Por
outro lado, o movimento sindical resolveu solidarizar-se com Dantas Ribeiro e
convocou uma greve nacional para exigir a antecipação do plebiscito. Em 14 de setembro,
Brochado da Rocha renunciou. A greve geral estourou no dia seguinte, tendo uma
adesão inferior àquela realizada em julho, mas não menos radicalizada e
importante. No dia 16 do mesmo mês, fruto de um acordo em meio à polarização política,
foi aprovado o projeto que antecipava o referendum para o dia 6 de janeiro de
1963.
Ao
gabinete de Brochado da Rocha sucedeu o de Hermes Lima. Com a data do
plebiscito marcada, este consistiu basicamente num período de transição ao
presidencialismo. A certeza da vitória do sistema presidencialista era
percebida pelos atores políticos e mensurada nas pesquisas de opinião pública
realizadas no período, que apontavam mais de 70% da população favorável ao
retorno do presidencialismo.
Mas
não faltaram defensores do novo experimento, como os parlamentaristas históricos
Raul Pila e Afonso Arinos de Melo Franco. Entre o militares, Juarez Távora, da Cruzada
Democrática e pertencente aos quadros do Partido Democrata Cristão (PDC), encontra-se
entre os principais defensores do sistema. Este pronunciou uma série de
conferências radiofônicas – num momento em que este ainda era o mais importante
veículo de comunicação de massas –, e emitiu pronunciamentos na
televisão defendendo a superioridade do sistema parlamentarista. Seus
argumentos consistiam em:
1)
declarar que o sistema vigente no Brasil era uma caricatura de parlamentarismo;
2) defender
a eficiência histórica do sistema, usando, constantemente, o exemplo do Segundo
Reinado.
Chegava
a listar uma série de importantes personalidades políticas formados sob este
sistema no oitocentos, afirmando que “a escola parlamentar foi bem mais fecunda
em verdadeiros estadistas, que a presidencial”.
Mas
era do lado pró-presidencialista que se encontravam a maior parte dos
militares. Peri Constant Bevilaqua, general que comandava a II região militar,
era um forte opositor do sistema parlamentar. Militar legalista, Bevilaqua
defendeu a posse de Goulart, mas considerou o Ato Adicional que instituiu o
parlamentarismo uma violação da Constituição de 1946. Em seu arquivo particular
há um manuscrito de sua autoria, redigido no dia 6 de janeiro de 1963 (dia do
plebiscito), em que afirma ser o parlamentarismo vigente fruto de “condições anormais”.
Esperava, assim, que o povo repudia-se aquele regime nas urnas, o que acabou
por acontecer. No mesmo arquivo de Bevilaqua há um telegrama de Goulart,
enviado poucos dias depois, agradecendo o apoio do general ao retorno do presidencialismo.
Deve-se
lembrar, contudo, que o general Bevilaqua encontrava-se em profunda contradição
com uma das bases fundamentais de sustentação do governo Goulart, o movimento sindical,
sendo um ferrenho crítico das organizações sindicais “paralelas”, que levavam
este nome por estarem em desacordo com a legislação trabalhista vigente.
O
período parlamentarista foi marcado por grandes instabilidades políticas,
situação que perdurou mesmo após a volta do presidencialismo. Esta permanência
revela que a instabilidade do sistema político possuía raízes profundas,
remetendo a questões que estão além das alternativas entre presidencialismo e
parlamentarismo. Trabalhamos com a ideia de que o sistema político de então se encontrava
em “crise orgânica”, situação que é caracterizada quando os partidos políticos
tradicionais não são mais reconhecidos como representantes dos interesses das
classes sociais, a exemplo do que afirma René Armand Dreifuss em seu trabalho
clássico sobre o golpe de Estado.
Trata-se,
portanto, da crise do populismo, forma de domínio político baseado no chamado
“estado de compromisso”, que perdurou no Brasil de 1930 a 1964.
Todavia,
a opção generalizada pelo presidencialismo pode indicar pistas sobre as
profundas transformações ocorridas na sociedade brasileira no bojo da crise dos
anos de 1960. Os setores das classes dominantes que viriam a assumir os
principais postos da política econômica e administrativa no governo militar que
sucedeu a queda de Goulart, chamados por Dreifuss de “elite orgânica”, empenharam-se
pela volta ao presidencialismo. Segundo este autor:
Anpuh
Rio de Janeiro
Arquivo
Público do Estado do Rio de Janeiro – APERJ
Praia
de Botafogo, 480 – 2º andar - Rio de Janeiro – RJ
CEP
22250-040 Tel.: (21) 9317-5380
No dia 6 de janeiro de 1963, o povo brasileiro
atendeu ao apelo do Presidente João Goulart, comparecendo maciçamente às
urnas do plebiscito, para dizer não à manutenção do parlamentarismo em
vigor no país desde 1961. Na época de Jango, o rádio era uma arma
poderosa para as campanhas políticas, e os jingles eram capazes de
vencer uma eleição. Bibi Ferreira e os convidados especiais Elizeth
Cardoso, Ivon Cury, Isaurinha Garcia e Jorge Goulart, marido de Nora
Ney, foram chamados para apresentar uma das principais peças
publicitárias do presidencialismo.
Leia
também:
Bibi Ferreira e o plebiscito de 1963
Enviado por Tamára Baranov 08/11/2013
prefiro o parlamentarismo,
ResponderExcluirSem duvidas meu caro Ivan, eu também prefiro!
ExcluirTeve outra vez q o Parlamentarismo tb perdeu em plebiscito, em 93, mas tb foi uma confusão entre parlamentarismo monárquico e presidencialista....... infelizmente perdeu tb. Na minha opinião o parlamentarismo presidencialista seria melhor para nosso país.....
ResponderExcluirO período parlamentarista foi marcado por grandes instabilidades políticas, situação que perdurou mesmo após a volta do presidencialismo. Esta permanência revela que a instabilidade do sistema político possuía raízes profundas, remetendo a questões que estão além das alternativas entre presidencialismo e parlamentarismo. Trabalhamos com a ideia de que o sistema político de então se encontrava em “crise orgânica”, situação que é caracterizada quando os partidos políticos tradicionais não são mais reconhecidos como representantes dos interesses das classes sociais, a exemplo do que afirma René Armand Dreifuss em seu trabalho clássico sobre o golpe de Estado.
ExcluirEm tese o parlamentarismo acabaria com o presidencialismo de coalizão e valorizaria os partidos, duas grandes deficiências do sistema atual. Na prática, ninguém quer esse sistema. Nosso povo personaliza tudo e tem fixação numa figura paterna ou materna forte. Isso está arraigado em nossa cultura. Nossos parlamentares preferem ter um presidente distribuindo favores e não querem arriscar. Nossa constituição atual começou como quem vai para o parlamentarismo, mas desandou para o presidencialismo, quando o centrão se articulou. Minha opinião geral sobre reformas políticas é: não esperam mudanças radicais nelas. A solução não é por aí.
ResponderExcluirPerfeito Marco Lisboa, mas considerando uma hipotética situação onde a implantação do sistema parlamentarista fosse o desejo maioria do povo brasileiro. E ainda, considerando que os políticos continuariam sendo os mesmos. Como você imaginaria um Brasil Parlamentarista? Seria muito diferente do que temos hoje, ou mudaria apenas de nome?
ExcluirO Parlamentarismo, sem dúvida valoriza os partidos e despersonaliza a política. E de quebra reduziria o número de siglas, naturalmente.Programas seriam mais valorizados. Em tese, eu sou a favor também do unicameralismo, outra coisa que nossa tradição não contempla. Essa até que seria uma tese popular. Seria um avanço, o parlamentarismo, nessa situação hipotética.
ExcluirOutro dia alguem falou que há um estudo provando que 9 partidos dariam conta de todo o espectro político. Só de partidos comunistas no Brasil nós temos isso. Mas eu gostaria de ver a esquerda numa federação, uma frente parlamentar. Longe do poder, mas debatendo um projeto de país sem a demagogia explicita que marca a esquerda governista. Fazendo uma pregação doutrinária de longo prazo, com um jornal, sedes e uma vida partidária permanente.
ResponderExcluirTalvez depois do desastre do populismo latino americano, longe do poder, a esquerda pense em se unir em torno de uma plataforma comum, sem que cada um abra mão de sua identidade. Uma federação de esquerda.
ResponderExcluir"Longe do poder, mas debatendo um projeto de país sem a demagogia explicita que marca a esquerda governista". esse é o ponto, aliás, quando oposição, tanto a esquerda quanto a direita, se que essa segunda de fato exista, são muito boas quando fazendo oposição, porém, quando estão no poder, ambas tiveram suas oportunidades e provaram ser muito mais eficazes falando e cobrando do que fazendo.
ResponderExcluir"Eu entendo que a adoção do parlamentarismo permitirá uma completa separação entre governo e Estado, o que diminuirá significativamente a promiscuidade entre a atividade político-partidária e a administração pública. Sem contar que governos caem quase que automaticamente quando ocorrem impasses ou escândalos no governo. E ainda permite uma real profissionalização do funcionalismo público, porque acaba a existência de cargos de confiança." Celio De Jesus Ribeiro /// Essa me parece ser uma das virtudes do parlamentarismo.
ResponderExcluirO Presidencialismo geralmente é mais rápido na tomada de decisões mais eficiente quando um Presidente sabe o que faz e indica os Ministros certos, em especial o da Economia. O mal é que a popularidade se concentra numa pessoa só, tornando o populismo bem mais fácil. Todos sabem quem é Dilma, as quantos sabem o nome do Ministro do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, um Ministério de suma importância ao desenvolvimento do país?
ResponderExcluirSou Presidencialista, Republicano e Federalista. República Presidencialista e Federalista é a melhor forma que já se encontrou para governar um país. Mas tem que ser as três coisas em mesma medida. Mais ou menos como é nos EUA.
A federação é outra ilusão. Somos um país altamente centralizado, onde a federação é apenas nominal. Acho que isso não é um problema. O problema real é que a repartição entre as atribuições dos entes e o dinheiros que eles recebem não correspondem. Nós somos um pais com uma forte identidade nacional, então a federação, como no caso americano, não cabe aqui.
ResponderExcluirsou a favor mas ja pensou Renan de 1 ministro
ResponderExcluirA quem diga q estamos vivendo o "parlamentarismo branco" http://www1.folha.uol.com.br/.../1604904-igor-gielow-pais... e pelo andar da carruagem, 3 meses depois desse artigo, foi o período q mais se colocou propostas em votação no congresso, algumas passaram outras NÃO, e muito não se aprovou por que o governo NÃO queria, assim, como, até agora não conseguiu aprovar o ajuste fiscal.
ResponderExcluirCom o Congresso que temos hoje, como apoiar o parlamentarismo?
ResponderExcluirHouve parlamentarismo no Brasil em duas épocas. Uma foi no Império e funcionou bem, tanto que garantiu a integridade nacional, ao contrário da América Espanhola, que fragmentou-se. Na segunda vez, o parlamentarismo foi imposto casuisticamente para possibilitar a posse de Jango Goulart, e na realidade foi um semi-parlamentarismo. Foi imposto num período extremamente instável e sem planejamento prévio. Não tinha como dar certo.
ResponderExcluirQuanto a desvantagem do parlamentarismo, pode-se repetir o que ocorreu por um longo período na Itália, onde houve uma série de governos de curta duração. Corremos este risco mas isso tende a normalizar-se, como também aconteceu na Itália. De qualquer forma, avalio que isso é menos desgastante do que estas sequências de governos presidencialistas que passam a maior parte do mandato arrastando-se, sem condições de implementar uma agenda no parlamento.
ResponderExcluir