quarta-feira, 16 de maio de 2018

Calendário da candidatura de Lula será lançado hoje pelo PT



Partido pretende alternar entre grandes eventos e pequenas reuniões.

Preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula terá o calendário de sua candidatura lançado nesta quarta-feira (16) pelo PT.

Uma das principais ideias do partido, segundo a Folha de S. Paulo, é promover eventos de diferentes portes, incluindo encontros em pequenas cidades nos quais representantes da sigla conversam com a população sentados em um banquinho, usando megafone.

De acordo com pesquisa divulgada pelo instituto MDA na segunda-feira (16), Lula lidera a corrida presidencial com 32% dos votos, seguido por Jair Bolsonaro, com 17%. O deputado federal assume a liderança no cenário sem Lula, com 18%, que tem Marina Silva (11%) e Ciro Gomes (9%) na segunda e terceira colocações, respectivamente.

Fachin manda abrir inquérito para investigar repasses da J&F ao MDB



Segundo a PGR, cerca de R$ 40 milhões foram doados a integrantes do partido, entre eles Renan Calheiros, Romero Jucá e Eunício Oliveira.

Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir investigação de repasses no valor de R$ 40 milhões a integrantes do MDB, feitos pelo grupo J&F, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inquérito, nesta terça-feira (15).

De acordo com a denúncia, o dinheiro foi repassado para a campanhas eleitorais da legenda em 2014, a pedido do PT, para garantir a aliança entre os partidos.

Segundo a procuradora-geral, Raquel Dodge, as suspeitas constam nas delações premiadas do ex-senador Sérgio Machado, que presidiu a Transpetro, e do ex-executivo da J&F Ricardo Saud.

"Chegou ao conhecimento dele que o Grupo JBS faria doações à bancada do Senado do PMDB de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais), a pedido do Partido dos Trabalhadores - PT, para as eleições do ano de 2014", disse Machado. "Seriam contemplados por esta referida doação os seguintes parlamentares: RENAN CALHEIROS, JADER BARBALHO, ROMERO JUCÁ, EUNÍCIO DE OLIVEIRA, VITAL DO REGO, EDUARDO BRAGA, EDISON LOBÃO, VALDIR RAUPP, ROBERTO REQUIÃO, dentre outros", afirma, em outro trecho do depoimento, ainda conforme a PGR.

Já Ricardo Saud, segundo denúncia da procuradoria, "afirmou que houve pagamento na ordem de R$ 46 milhões de reais a senadores do PMDB a pedido do PT". "Segundo ele, apesar de diversas doações terem sido realizadas de forma oficial, tratava-se de vantagem indevida, uma vez que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 como forma de assegurar a aliança entre os partidos. Segundo o colaborador, este direcionamento tinha por objetivo manter a unidade do PMDB, já que havia, á época, risco de ruptura, com a perspectiva de integrantes do partido passarem a apoiar formalmente a campanha de Aécio Neves à Presidência da República", diz Raquel Dodge no pedido de inquérito.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Popular e de difícil controle, WhatsApp mira notícias falsas



Mensageiro tem sido considerado a maior ameaça na geração de desinformação política

O WhatsApp armou uma estratégia em três frentes para se contrapor às notícias falsas no ano eleitoral, no Brasil. O aplicativo de mensagens, que pertence ao Facebook e se assemelha a uma rede social pela propagação de informações por meio de grupos, passou dos 120 milhões de usuários no Brasil e agora é visto como a maior ameaça na geração de desinformação política.

Pelo que a reportagem apurou, a plataforma vai buscar um primeiro grupo de ações voltadas aos usuários, estimulando-os a reportar casos de conteúdo indesejado e a bloqueá-los. Prevê também modificar sua própria ferramenta para evidenciar quando a mensagem é uma retransmissão, como acontece com e-mails.

Na segunda frente, o WhatsApp recorrerá a mecanismos que já tem para detectar spam via metadados, sinais como a transmissão de número inusitadamente alto de mensagens, que servirão de base para identificar eventuais fontes de conteúdo malicioso.

Na terceira, a plataforma -sediada nos EUA e sem representação formal no Brasil- busca maior proximidade com a Justiça Eleitoral e outros órgãos públicos, visando responder mais prontamente a ordens "válidas" que apontem tentativas de manipulação eleitoral e disseminação de notícias falsas.

A integração das frentes permitirá ao WhatsApp, sobretudo nos momentos críticos do processo eleitoral, bloquear usuários mal-intencionados.

Diferentemente de Facebook e outras redes, as mensagens no aplicativo são criptografadas, codificadas, impedindo o acesso ao conteúdo por terceiros, inclusive a própria plataforma. Ações indiretas foram a saída do WhatsApp para responder aos questionamentos crescentes de que estimula "fake news".

Ouvido sobre o projeto da plataforma para as eleições brasileiras, o jornalista Edgard Matsuki, cujo site de checagem Boatos.org se dedica desde 2016 às notícias propagadas no WhatsApp, avalia que ele "tende a minimizar um problema que está tendo atenção muito grande", mas o foco deve ser no usuário." É importante pensar para além das plataformas", diz. "Se as próprias pessoas não tiverem consciência de que compartilhar notícia falsa é nocivo, que boatos têm uma gravidade na internet, não adianta WhatsApp, Facebook, YouTube tomarem essas medidas."

Ele vê na primeira frente de ação, com o estímulo às denúncias pelos usuários, o caminho mais promissor.

Pablo Ortellado, professor da USP e colunista da Folha de S.Paulo, é ainda menos otimista, avaliando que muito do que o WhatsApp pretende "é para dizer que está fazendo alguma coisa, é enxugar gelo".

Ele acredita que as ações da plataforma vão se concentrar em combater "aquela coisa de comprar uma base [de usuários] na Santa Ifigênia [centro comercial de eletrônicos em SP] e jogar spam para todo mundo. Vão tentar ver quando um cara está mandando para centenas e interrompê-lo".

Mas isso é só parte do problema. "Os boatos políticos têm a maneira mais insidiosa, do ator malicioso que está semeando em diversos grupos, numa dinâmica muito lenta, de deixar a coisa correr sozinha", diz. Contra isso, a estratégia do WhatsApp teria pouco ou nenhum efeito. Com informações da Folhapress. 

sábado, 12 de maio de 2018

Facebook anuncia programa contra 'fake news' no ano eleitoral



Plataforma vai usar agências de checagem de notícias que forem denunciadas,

A seis meses das eleições, o Facebook anunciou que iniciará na próxima semana, no Brasil, um programa de verificação de notícias em parceria com as agências de checagem Lupa e Aos Fatos.

Segundo a plataforma, os dois serviços, ligados à International Fact-Checking Network (IFCN), rede de checadores organizada pelo instituto Poynter (EUA), terão acesso às notícias denunciadas como falsas pelos usuários.

Aquelas que as agências confirmarem como falsas "terão sua distribuição orgânica reduzida de forma significativa", não podendo mais ser impulsionadas, diz o Facebook.

E "páginas que repetidamente compartilharem notícias falsas terão todo o seu alcance diminuído", não podendo mais comprar anúncio para aumentar suas audiências.

Nos EUA, segundo a plataforma, um programa semelhante teria reduzido "em até 80%" a distribuição daquelas notícias confirmadas como falsas pelos checadores.

Responsável no Facebook por parcerias com veículos de mídia latino-americanos, Cláudia Gurfinkel afirma que o programa "é mais um passo" nos esforços da plataforma para combater "fake news".

Cristina Tardáguila, diretora da Agência Lupa, que publica uma coluna na, afirma ter entrado no programa "acreditando fortemente no impacto que ele terá, ainda mais num ano eleitoral".

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Bolsonaro é condenado por discurso preconceituoso contra quilombolas



O deputado federal disse que pessoas do quilombo atrapalhavam a economia e "não serviam para procriar"

São Paulo – O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi condenado pela Justiça a pagar R$ 50 mil por declarações ofensivas à população quilombola. A sentença é da juíza Frana Elizabeth Mendes, da 26ª Vara Federal do Rio, em ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF). A informação é de Ancelmo Gois, colunista de O Globo.

Em abril, Bolsonaro esteve no clube Hebraica, na zona sul do Rio. No evento, afirmou que indígenas e quilombolas atrapalham a economia e, segundo ele, "não serviam nem para procriar". "O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles", disse o deputado.

Ele também defendeu o fim da demarcação de terras indígenas e quilombolas. "Pode ter certeza que se eu chegar lá (na presidência) não vai ter dinheiro pra ONG. Se depender de mim, todo cidadão vai ter uma arma de fogo dentro de casa. Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola."

Essa não é a primeira condenação do candidato à presidência da República em 2018. No mês de agosto, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, por unanimidade, o recurso de Bolsonaro, que contestava decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) por danos morais contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Em 2014, da tribuna da Câmara, o parlamentar atacou a petista dizendo que não a estupraria porque "ela não merece".

PGR denuncia Jair Bolsonaro por racismo e seu filho por ameaçar jornalista



Em caso de condenação, pré-candidato à presidência poderá cumprir pena de reclusão de um a três anos. PGR também pede pagamento de R$ 400 mil por danos morais coletivos.

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São Paulo – Nessa sexta-feira (13), a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal e pré-candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), por racismo.  O filho do parlamentar, também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), foi denunciado por ameaçar uma jornalista.

O ato que motivou a ação do Ministério Público (MP) contra Jair Bolsonaro ocorreu em uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em abril do ano passado. O deputado usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo vários grupos sociais, de acordo com a denúncia da PGR. Na ocasião, ele disse: "Isso aqui é só reserva indígena, tá faltando quilombolas, que é outra brincadeira. Eu fui em um quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com eles". E afirmou ainda ter cinco filhos, completando que "foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”. 

Na denúncia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, avalia que o deputado "tinha consciência da ilicitude e dele se exigia conduta diversa, sobretudo por se tratar de um Parlamentar. Estão devidamente caracterizadas nos autos, portanto, a autoria e a materialidade do crime". Para a PGR, o discurso transcende o desrespeito aos direitos constitucionais dos grupos diretamente atingidos e viola os direitos de toda a sociedade. O texto da denúncia ressalta que a Constituição garante a dignidade da pessoa, a igualdade de todos e veda expressamente qualquer forma de discriminação.

Em caso de condenação, Jair Bolsonaro poderá cumprir pena de reclusão de um a três anos. A PGR pede ainda o pagamento mínimo de R$ 400 mil por danos morais coletivos.

O caso de Eduardo Bolsonaro

A denúncia da Procuradoria-Geral da República referente ao deputado federal Eduardo Bolsonaro diz respeito a mensagens enviadas por meio do aplicativo Telegram à jornalista Patrícia de Oliveira Souza Lélis. Nos textos, ele dizia que "iria acabar com a vida dela e que ela iria se arrepender de ter nascido", segundo com a peça do Ministério Público.

Ainda de acordo com a denúncia, questionado se o diálogo se trataria de uma ameaça, o parlamentar respondeu: “Entenda como quiser”, escrevendo ainda "palavras de baixo calão com o intuito de macular a imagem da companheira de partido: 'otária', 'abusada', 'vai para o inferno', 'puta' e 'vagabunda'". 

A procuradora-geral Raquel Dodge concluiu haver intenção do acusado de impedir a livre manifestação da vítima, e para isso a ameaçou. A pena mínima estabelecida a Eduardo Bolsonaro é de um ano de detenção e ele pode ser beneficiado pela Lei de Transação Penal, desde que não tenha condenações anteriores, nem processos criminais em andamento.

Caso cumpra as exigências legais, a proposta de transação penal é para que o deputado indenize a vítima, pague 25% do subsídio parlamentar mensal a uma instituição de atendimento a famílias e autores de violência doméstica por um ano, além de prestar 120 horas de serviço à comunidade. 

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