sexta-feira, 15 de maio de 2015

Entenda como funciona a máfia midiática



Vídeo dividido em três partes, mostra jornalistas debatendo o impressionante poder da grande mídia brasileira que, manipulando, mentindo ou omitindo, age em favor dos grandes conglomerados econômicos dos quais, aliás, ela faz parte. Por isso, em vez do compromisso com a notícia que abarque a verdade factual, a mídia simplesmente elege as pautas que venham a se encaixar nos interesses dos seus proprietários, todos alinhados com o neoliberalismo que está ruindo em todo o mundo.

Mais que o poder econômico que ela representa, a máfia midiática deixou de ser um mero instrumento do poder oligárquico - para se firmar como o próprio poder. Assim, em vez de praticar a saudável concorrência em favor da notícia, os veículos de comunicação da máfia passaram a atuar de forma coordenada para dar corpo a qualquer factoide que sirva para passar como um trator por cima dos interesses dos poderosos. Por essas e outras a blogosfera passou a chamar a mídia simplesmente de "PIG" - o Partido da Imprensa Golpista.

Mediado por Beto Almeida, do programa Brasil Nação, o programa foi ao ar em 2009 - mas continua atual como nunca. Integram o debate os experientes jornalistas Leandro Fortes, Luis Carlos Azenha e Alípio Freire.

Tal a clareza didática com que os debatedores expõem o lado perverso do jornalismo, este vídeo deveria ser matéria obrigatória para estudantes de comunicação social.


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Deputados querem manter doação empresarial em campanhas

Relatório final da reforma política mantém esquema de financiamento eleitoral por empresas. Organizações da sociedade civil são contra proposta.

Por Pedro Rafael Vilela

Uma comissão formada por deputados federais para analisar propostas de reforma política apresentou relatório final que aprofunda a influência do poder econômico nas eleições. Parecer do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), divulgado na última terça-feira (12), permite que empresas continuem fazendo doações para campanhas políticas. Movimentos sociais estão chamando essa proposta de “PEC da corrupção”, porque mantém as empresas no controle do sistema político. “A doação empresarial para campanhas é a principal fonte de desvios e da corrupção”, afirma Luciano Santos, advogado especialista em direito eleitoral e diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

Doações

As eleições no Brasil estão então entre as mais caras do planeta. Somente em 2014, o custo total das candidaturas ficou em cerca de R$ 5 bilhões. Estima-se que 90% das doações são feitas pelo setor empresarial. Um dado revelador é que as contribuições vieram de um grupo pequeno, que não chega nem a 1% do total de empresas no país. “Em geral, são empresas que dependem basicamente de licitações públicas, têm uma relação forte com o poder político. Então, elas fazem investimento em doação para recuperar depois”, explica Luciano Santos, do MCCE.

 
Foto: Mídia Ninja 
Os números parecem confirmar esse raciocínio. Entre as 10 maiores doadoras eleitorais no ano passado, pelo menos cinco eram empreiteiras, como OAS, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e Andrade Gutierrez. Todas elas estão sendo investigadas na Operação Lava Jato, que apura justamente fraude em licitações com a Petrobras. Até mesmo o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, delator e um dos principais réus no processo, ironizou as doações empresariais de campanha durante seu depoimento na CPI da Petrobras, na semana passada. Para Costa, “não existe almoço de graça” em contribuições de campanha. “Não existe doação que, depois, essas empresas não queiram recuperar. Se ela doa R$ 5 milhões vai querer recuperar na frente R$ 20 milhões”, disse.

Há quase um ano, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor de uma ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que considera inconstitucional a doação empresarial nas eleições. A validade da medida, no entanto, foi travada pelo ministro Gilmar Mendes, que pediu vistas do processo. Se a proposta dos deputados for aprovada, a Constituição será alterada para legalizar de vez as doações.

Como resultado, esse modelo acaba garantindo a eleição dos candidatos que tiveram com mais dinheiro. Mais de 70% dos deputados federais eleitos em 2014 tiveram as campanhas mais caras entre seus concorrentes. A paisagem do Congresso Nacional não reproduz bem a distribuição populacional brasileira. Os empresários são grande maioria entre os parlamentares, possuindo três vezes o número de cadeiras de deputados de origem trabalhista e sindical. Setores da burguesia como latifundiários também tem grande representação no Congresso, ao contrário de agricultores, por exemplo.

Sociedade Civil

Organizações como OAB, CNBB, MCCE, UNE, entre outras estão articulados em torno da Coalizão por uma Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. A principal iniciativa é um projeto de lei de iniciativa popular, que já recolheu 200 mil assinaturas em todo o país em tem a meta de chegar a 1,4 milhão; além de pôr fim ao financiamento empresarial, a proposta estabelece modelos eleitorais que garantem maior diversidade e pluralidade na representação política. O advogado Luciano Santos informa que uma caminhada até o Congresso Nacional, marcada para o dia 20, será mais um momento de pressão para barrar o que chama de “contrarreforma” política.

No dia 26, outra ação, puxada pela campanha do Plebiscito Constituinte, que envolve MST, CUT, entre outras, também promete mobilização em Brasília para pressionar pela convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para mudar o sistema político, por meio de um plebiscito. A avaliação é de que o atual Congresso não vai aprovar uma reforma política que contrarie seus próprios interesses eleitorais e políticos.
Além de legalizar a doação empresarial, o relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) muda o sistema eleitoral para o chamado “distritão”, em que estados e municípios são divididos em regiões ou distritos onde serão eleitos os mais votados, tanto para vereadores, deputados estaduais e federais. Com essa fórmula, se um determinado estado tem 10 vagas de deputado federal e, nas eleições, o partido A fica com 49% dos votos e o partido B fica com 51%, mesmo com uma diferença pequena, todas as vagas vão para o partido B, causando uma grave distorção na representação. “O voto distrital é excludente da representação de grande parte do eleitorado ao não assegurar a representação política da parcela minoritária da sociedade mesmo com uma votação próxima da metade do eleitorado. Promove a ditadura da maioria sobre a minoria”, analisa Luciano Santos, advogado especialista em direito eleitoral e diretor do MCCE.

Resistência

Com essas características, o projeto de reforma política apresentado na Câmara deve sofrer forte resistência interna e muitos parlamentares vão propor destaques e emendas para alterar de forma significativa o texto. Um deles é o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que já adiantou querer modificações. “O primeiro destaque é para retirar empresas do financiamento eleitoral. A nossa visão é que empresas não devem financiar partidos políticos nem candidatos em momento algum. E o segundo será um destaque contra o distritão, que é péssimo e agrava os problemas que a democracia já tem”.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) anunciou que, na votação do substitutivo, apresentará emenda para resgatar a proposta de cotas para a representação feminina na política. Margarida criticou o relatório de Castro. “Não há expectativa de que nós avancemos na representação das mulheres nem das outras minorias sociais”, disse a deputada. (Com informações da Agência Câmara).

MPF obtém bloqueio de mais de R$ 544 milhões dos grupos Galvão Engenharia, Camargo Correa e Sanko


Valores referem-se a propinas pagas em contratos firmados entre os grupos e a Petrobras, além de multa. Até agora já foram determinados os bloqueios de quase R$ 700 milhões em ações cíveis

Com informações do site do Ministério Público Federal - 14/05/2015

O Ministério Público Federal (MPF) obteve o bloqueio de R$ 544.102.848,60 em bens dos grupos Galvão Engenharia, Camargo Correa e Sanko e de seus diretores. As decisões da Justiça Federal no Paraná são relativas a medidas cautelares paralelas a ações civis públicas por improbidade administrativa ajuizadas pela Força-Tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF). Somando os R$ 153 milhões relativos à Engevix, o MPF já obteve o bloqueio de quase R$ 700 milhões em bens de grupos envolvidos no pagamento a propinas a dirigentes da Petrobras, apenas em ações cíveis.

Com relação ao grupo Galvão Engenharia, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 302.560.926,48 da Galvão Participações S/A, Galvão Engenharia S/A e seus diretores (fatos conexos à ação de improbidade nº 5006694-72.2015.404.7000). Já em relação aos grupos Camargo Corrêa e Sanko Sider, foram bloqueados R$ 241.541.922,12 da Sanko Sider Com. Imp. Exp. Prod.Sid. Ltda., Sanko Serviços de Pesquisa e Mapeamento Ltda., Camargo Correa S/A  e diretores (ação de improbidade nº 5006717-18.2015.404.7000).

As ações de improbidade correspondem ao desdobramento cível dos crimes investigados na Lava Jato e detalham a participação dos envolvidos no pagamento de propina para dirigentes da Petrobras em valores que variavam de 1% a 3% do montante total de contratos bilionários, em licitações fraudulentas. Os recursos eram distribuídos por meio de operadores financeiros do esquema, de 2004 a 2012, com pagamentos estendendo-se até 2014. 

Os réus das ações civis públicas de improbidade administrativa têm até 15 dias para apresentarem em juízo bens livres e desimpedidos passíveis de constrição judicial.

Galvão Engenharia – Medida Cautelar 502007635.2015.4.04.7000.
Camargo Correa – Medida Cautelar 501997413.2015.4.04.7000.

Acompanhe todas as informações oficiais do MPF sobre a Operação Lava Jato


Lava Jato: Força-tarefa denuncia 13 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato


A operação entra em um novo ciclo, que envolve agentes políticos que não contam com foro privilegiado. Os ex-deputados federais André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa estão entre os denunciados

Com informações do site do Ministério Público Federal - 14/05/2015

A Força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal apresentou três novas denúncias nesta quinta-feira, 14 de maio, em Curitiba. No total, 13 pessoas foram denunciadas, das quais dez pela primeira vez. Entre elas, estão os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo, Pedro Corrêa e sua filha, Aline Corrêa.
Esta é a primeira denúncia da Força-tarefa que envolve agentes políticos. Anteriormente, foram denunciados empresários, agentes públicos (funcionários de órgãos e empresas públicas) e operadores (do mercado financeiro). “Hoje é um dia simbólico, porque nós começamos a fechar um ciclo. Haverá novas denúncias, novas acusações criminais em relação aos diferentes núcleos criminosos, mas hoje é o primeiro dia em que a Procuradoria da República oferece acusações criminais contra pessoas que estão dentro do núcleo político”, afirmou o procurador da República Deltan Martinazo Dallagnol. “O esquema, como nós sabemos, era pluripartidário. Os principais partidos envolvidos, com as provas disponíveis até este momento, são PP, PMDB e PT”, complementou.

Caixa Econômica e Ministério da Saúde – Na denúncia oferecida contra o ex-deputado federal André Vargas (PT), foram denunciados também seus irmãos Leon e Milton Vargas e o publicitário Ricardo Hoffmann, diretor da filial de Brasília da agência de publicidade Borghi Lowe, todos pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
O esquema criminoso envolvia contratos de publicidade entre a Borghi Lowe e dois órgãos públicos: a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde. Segundo esses contratos, a agência deveria realizar “o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição” das campanhas de publicidade do ministério e da Caixa. Esses contratos eram obtidos com a influência do ex-parlamentar.

A Borghi Lowe selecionava produtoras que eram então subcontratadas pelos órgãos e, como intermediária, recebia cerca de 10% dos valores pagos às  subcontratadas, prática conhecida no mercado como “bônus de volume”. De acordo com a orientação do publicitário Ricardo Hoffmann, os bônus eram depositados nas contas das empresas Limiar Consultoria e Assessoria e LSI Soluções em Serviços Empresariais, controladas por André Vargas e seus irmãos, Leon e Milton Vargas.

As investigações comprovaram que tanto a Limiar como a LSI eram empresas “de fachada”, que só funcionavam para receber as vantagens indevidas prometidas ao ex-deputado pela influência na obtenção dos contratos de publicidade.

Funcionária fantasma – Ex-presidente do PP e cassado em 2006 por seu envolvimento no escândalo do Mensalão, Pedro Corrêa encabeça outra denúncia da Força-tarefa Lava Jato no núcleo dos agentes políticos. Ele, seu filho Fábio Corrêa, sua nora Márcia Danzi, Alberto Youssef, Ivan Vernon e Rafael Ângulo Lopes foram denunciados por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa.

Como um dos líderes do PP, Pedro Corrêa foi um dos políticos que negociou a nomeação de Paulo Roberto Costa como diretor de abastecimento da Petrobras. Nessa denúncia, é imputada ao ex-deputado a coautoria de todos os atos de corrupção passiva praticados por Costa na Petrobras e também a corrução passiva por cada um dos recebimentos de vantagens indevidas. Todos os demais , exceto Aline Corrêa, também foram denunciados por lavagem de dinheiro com o objetivo de dissimular e ocultar a origem ilícita dos valores desviados da estatal.

Pedro Corrêa, sua filha, a também ex-deputada Aline Corrêa e Ivan Vernon (ex-chefe de gabinete) foram denunciados por crime de peculato por vários fatores, entre eles a contratação de uma empregada doméstica, sem formação técnica, como secretária parlamentar para desviar seu salário. Ela sequer sabia que era contratada do gabinete. Além disso, a Força-tarefa denunciou Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa por organização criminosa, Pedro Corrêa como líder do PP no esquema, Rafael Angulo como empregado de Youssef e Ivan Vernon, Fábio Corrêa (filho de Pedro) e sua esposa Márcia Danzi por participação na lavagem de dinheiro.

Pagamentos de propina – A denúncia contra Luiz Argôlo, também ex-deputado pelo PP, Alberto Youssef, Rafael Angulo Lopez e Carlos Alberto Pereira da Costa detalha a participação em crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Utilizando contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, Luiz Argôlo recebeu vantagens indevidas do doleiro Alberto Youssef, decorrentes do esquema de pagamento de propinas em prejuízo da Petrobras e de outros crimes financeiros praticados por Alberto Youssef. Para esses pagamentos, Youssef utilizava seu mensageiro Rafael Angulo Lopez.

Luiz Argôlo também desviou recursos públicos da sua cota como parlamentar para custear viagens de interesse exclusivamente particular e ilícito a São Paulo, nas quais visitou o escritório de Youssef. Além disso, o doleiro entregou R$ 520 mil para que o ex-deputado adquirisse um helicóptero. Na tentativa de encobrir a ilicitude, a compra foi realizada por Carlos Alberto Pereira da Ccosta em nome da GFD Investimentos, empresa de Youssef.

Medidas institucionais – O procurador da República Deltan Dallagnol ressalta ainda a necessidade de reformas que auxiliem a combater a corrupção. “Já passou mais de um ano da descoberta desse esquema criminoso e nenhuma medida institucional à altura foi adotada para combater a corrupção em termos de país. Nós precisamos de reforma política, de reforma do sistema jurídico e isso é algo com que a sociedade e os órgãos devem contribuir. Com esse objetivo, o Ministério Público Federal propôs dez medidas para o Congresso e a sociedade para combater a impunidade e a corrupção”. 

Denunciados

André Luiz Vargas Ilário (André Vargas)
Leon Dênis Vargas Ilário
Milton Vargas Ilário
Ricardo Hoffmann
Pedro Corrêa
Aline Corrêa
Fábio Corrêa
Márcia Danzi
van Vernon
lberto Youssef
Rafael Angulo Lopez
Luiz Argôlo
Carlos Alberto Costa

Veja a íntegra das denúncias no Especial Lava Jato.

Hartung e Casagrande: gestão única com os mesmos secretários


 
Desde a disputa eleitoral, o governador Paulo Hartung faz incisivas críticas ao ex-governador Renato Casagrande, responsabilizando-o por deixar o Espírito Santo em um verdadeiro “caos” econômico. No entanto, o atual quadro de secretários estaduais deixa evidente que o governo de PH é apenas uma continuidade da gestão Casagrande, e vice-versa.

Embora em cargos diferentes, os secretários empossados por Paulo Hartung não são novos no Estado e na administração pública dos últimos anos.  A certeza de um governo apenas “mais do mesmo” está, por exemplo, no caso de Eugênio Ricas, que sequer saiu do cargo de secretário de Justiça com a eleição de Paulo Hartung.

Há ainda outros exemplos, como Rodrigo Judice, ex-procurador-geral do Estado e que assumiu a secretaria de Meio Ambiente na gestão atual. Além de Sandra Bellon, subsecretária de Gestão e Recursos Humanos no governo Casagrande, e que virou titular da pasta com Hartung.

Mais do mesmo

Em 2011, quando assumiu o governo, Casagrande tinha Paulo Hartung como seu grande aliado e montou sua equipe com nomes indicados por ele. Agora, Hartung acusa Casagrande de ter feito um governo com amigos e sem conhecimento técnico.

Mas sem poder fugir de suas antigas alianças políticas, Hartung mantém os mesmos secretários do seu antecessor. Dos 25 secretários “hartunguenses”, 36% são da era “Casagrande e Hartung”, sem falar dos cargos comissionados e as autarquias. O que os capixabas têm hoje é um mesmo governo que se perpetua por 12 anos e cinco meses.

Entre os secretários que continuam está Ângela Silvares, cunhada de Paulo Hartung, que na gestão Casagrande esteve à frente da pasta de controle e transparência e agora assume a Secretaria de Governo. Logo, o discurso de falta de controle do governo anterior, passaria então pela desaprovação da cunhada. Se realmente não existia controle nas contas do governo passado, o que faz Hartung mantê-la no secretariado?
Como se não bastasse a ausência de pré-requisitos técnicos, ser investigado por improbidade administrativa também não é empecilho para ser secretário estadual no governo Hartung. O Ministério Público Estadual ajuizou denúncias contra três atuais secretários estaduais por malversação do dinheiro público. São eles: João Coser, Neivaldo Bragato e Haroldo Corrêa Rocha. E se a análise descer para o segundo escalão de PH, o número de investigados é ainda maior.

São fatos assim que só corroboram para desmontar a fictícia crise que Hartung tem criado. Não podemos aceitar este discurso do governo atual de responsabilizar seu antecessor. É preciso que Hartung seja responsável pelos seus atos, inclusive o apoio político e institucional que fez com que seus aliados políticos sempre estivessem no nos últimos 12 anos e cinco meses. É preciso que Hartung, Casagrande e cia sejam responsabilizados, civil e criminalmente, por todos os desmandos que entre si se acusam.

secretarios

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terça-feira, 12 de maio de 2015

Pelo que (e por quem) as panelas das elites não dobram


Corrupção: por quem e por quantos dobram panelas e caçarolas?


 

Vídeo (literalmente transcrito abaixo) onde o jornalista e analista político Bob Fernandes, da TV Gazeta, faz uma panorâmica da hipocrisia da direita, suas panelas, seus políticos e sua mídia, desde as maldades dos oportunistas Renan Calheiros e Eduardo Cunha ao show "Tea Party" das elites e suas panelas que dobram apenas por uma única linha, esquecendo-se da própria podridão:

O delator Paulo Roberto Costa disse na Câmara:

-É hipocrisia (...). Não existe almoço de graça, empresa que doa R$ 5 milhões (para campanhas eleitorais) depois vai querer recuperar R$ 20 milhões...

O delator acusou 29 políticos do escândalo Petrobras. Políticos do PT, PSB, PP e PMDB, incluído o presidente do Congresso, Renan Calheiros.

Acusou também o falecido Sergio Guerra, presidente do PSDB em 2009: ele teria recebido R$ 10 milhões para ajudar a enterrar CPI sobre a mesma Petrobras.

Seis partidos citados e, na Lista do Procurador Janot, 48 políticos, inclusive Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

Sob a batuta de Cunha a Câmara aprovou na terça,5, a PEC da Bengala. Juízes do Supremo ganharam mais 5 anos no cargo, agora se aposentarão aos 75 anos.

Isso no mesmo dia em que a Policia Federal, a pedido do Procurador Geral e autorizada pelo Supremo, fez operação e buscou na Câmara provas contra Eduardo Cunha.

E na mesma semana em que Jayme "Careca", policial federal dado por desaparecido, reapareceu e mudou seu depoimento.

Em novembro "Careca" havia citado Cunha e o tucano Anastasia como destinatários de "pacotes de dinheiro" do doleiro Yussef.

Agora "Careca" diz ao juiz Moro que os nomes de Eduardo Cunha e Anastasia foram "ditados" pelo vizinho de cela: o doleiro Youssef... Tramas do submundo.

Na mesma semana em que se tecia essa trama, de novo ressoaram caçarolas e panelas em São Paulo e uma dezena de estados.

Por que, em meio a tantos citados, a sinfonia de caçarolas busca um único alvo? Também porque quando oposição o PT cobrou como vestal o que viria a repetir no Poder.

Mas por que silêncio seletivo das baixelas quando todos sabem a amplitude do jogo escancarado por delatores e, antes disso, pela própria história?

Reproduzindo poeta do século 16, o escritor Hemingway lembrou que os sinos dobravam por todos. No Brasil, por quem e quantos dobram as caçarolas e panelas?


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Bater panelas ou lata de caviar russo faz a mesma diferença


Chiquinho Scarpa faz "panelaço" em tampa de caviar russo
Dag Vulpi 11/05/2015

Não permita que terceiros abram a porta de acesso do seu inconsciente e implantem ou enxertem ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induza-os a comportamentos descabidos, como está sendo o caso do infértil gesto de ir para as janelas bater panelas, que aliás, não faz nada além de barulho.

Bater panelas como forma de protesto somente teria alguma lógica e inteligência política caso elas, as panelas, estivessem obsoletas por não terem o que cozinhar, o que felizmente, aqui no Brasil esse não é o caso já há algum tempo.

O que está havendo é o "...uso do aspecto emocional, sem a devida reflexão – e nisso os livros são indispensáveis para servir de antídoto – é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido crítico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos".
 

Apenas seres conscientes, poderão ser causadores de verdadeiras transformações sociais!

Recentemente, esse mesmo grupo que arquitetou o “panelaço” e se autodenomina como sendo os novos representantes da direita brasileira, encabeçou outros movimentos igualmente desprovidos de um senso crítico minimamente razoável. Faço referencias ao fracassado "Não vai ter copa", onde, uma parcela de insatisfeitos movidos exclusivamente pelo aspecto emocional e desprovidos de senso crítico, se julgou capaz de mobilizar uma multidão de proporção tamanha, que conseguisse impedir a realização do tal evento. Depois, vendo que seus argumentos não foram suficientes para mobilizar uma quantidade de pessoas que de fato pudessem impedir a realização da copa, mudaram a estratégia para o "A copa tá comprada", de forma a insinuar que a então presidente e candidata à reeleição havia comprado os resultados dos jogos de modo que o Brasil sagrar-se-ia o campeão do mundo e, disso ela tirasse dividendos políticos. Essa foi a segunda mancada daquele grupo num espaço de tempo muito curto, afinal, os 7x1 foram mais do que suficientes para desbancar aquela tese infundada.

Eu poderia citar vários casos de equívocos cometidos por esse mesmo grupo, como foi o caso do pedido de intervenção dos EUA e/ou dos militares, assim que os resultados das eleições foram divulgados, mas penso ser desnecessário ficar desenterrando ossos deste tipo de defuntos.  

Não pretendo com esse meu comentário insinuar que os movimentos contrários ao governo deixem de existirem, muito ao contrario, sou completamente favorável aos manifestos autênticos e de iniciativa comprovadamente popular, como foram aqueles de junho de 2013, afinal, protestar contra o que está errado é um direito legitimo e democrático, porém, é preciso que antes de levantar essas bandeiras, tenhamos consciência de que aquilo que reivindicamos é justo e real, e que, não estamos nos deixando levar pelas vontades e interesses de determinados grupos que, no fundo, o que procuram é usar o povo como massa de manobra e beneficiar-se dela..

Reflita bastante e não se deixe levar exclusivamente pelo aspecto EMOCIONAL, não permita que terceiros, com interesses alheios aos seus, consigam causar um curto circuito na sua análise RACIONAL, pondo fim ao seu senso crítico. Não seja mais um dos tantos que, sem perceberem, permitiram tornarem-se massa de manobra, seja um Consciente Político e faça a diferença à seu favor.  Afinal,
somente seres conscientes, poderão ser causadores de verdadeiras transformações sociais!

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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