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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Lançado ao espaço satélite brasileiro que será usado para comunicações e defesa


Foi lançado há pouco ao espaço o primeiro satélite geoestacionário brasileiro para defesa e comunicações estratégicas. O lançamento, feito do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, foi acompanhado no Brasil pelo presidente Michel Temer e pelos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, na sede do VI Comando Aéreo Regional, em Brasília.

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A decolagem foi considerada perfeita pelo centro de controles da Arianespace na Guiana Francesa.

Depois do lançamento do foguete que leva o equipamento ao espaço, haverá um tempo de 28 minutos até a separação do satélite, que levará cerca de 10 dias para chegar à sua posição final.

Depois disso, serão feitos testes por 30 dias. Em meados de junho, o controle operacional do satélite já poderá ser feito pelas Forças Armadas. A banda utilizada para comunicações poderá ser usada a partir de setembro.

Além do satélite brasileiro, foi lançado para o espaço hoje um satélite da Coréia do Sul, também pela empresa lançadora de satélites Arianespace.

Satélite
Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o satélite brasileiro ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. A capacidade de operação do satélite é de 18 anos.

O projeto é uma parceria entre os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e envolve investimentos de R$ 2,7 bilhões. O equipamento foi adquirido pela Telebras e será utilizado para comunicações estratégicas do governo e para ampliar a oferta de banda larga no país, especialmente em áreas remotas.

O satélite vai operar nas bandas X e Ka. A primeira é uma faixa de frequência destinada exclusivamente ao uso militar, correspondendo a 30% da capacidade total do satélite. Já a banda Ka será usada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Plano Nacional de Banda Larga, especialmente em áreas remotas.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Entenda como funciona a máfia midiática



Vídeo dividido em três partes, mostra jornalistas debatendo o impressionante poder da grande mídia brasileira que, manipulando, mentindo ou omitindo, age em favor dos grandes conglomerados econômicos dos quais, aliás, ela faz parte. Por isso, em vez do compromisso com a notícia que abarque a verdade factual, a mídia simplesmente elege as pautas que venham a se encaixar nos interesses dos seus proprietários, todos alinhados com o neoliberalismo que está ruindo em todo o mundo.

Mais que o poder econômico que ela representa, a máfia midiática deixou de ser um mero instrumento do poder oligárquico - para se firmar como o próprio poder. Assim, em vez de praticar a saudável concorrência em favor da notícia, os veículos de comunicação da máfia passaram a atuar de forma coordenada para dar corpo a qualquer factoide que sirva para passar como um trator por cima dos interesses dos poderosos. Por essas e outras a blogosfera passou a chamar a mídia simplesmente de "PIG" - o Partido da Imprensa Golpista.

Mediado por Beto Almeida, do programa Brasil Nação, o programa foi ao ar em 2009 - mas continua atual como nunca. Integram o debate os experientes jornalistas Leandro Fortes, Luis Carlos Azenha e Alípio Freire.

Tal a clareza didática com que os debatedores expõem o lado perverso do jornalismo, este vídeo deveria ser matéria obrigatória para estudantes de comunicação social.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A sala de aula vista por um adolescente – Entrevista

Por Texto publicado no blog Foco em Gerações.

Em um período em que o mundo passa por grandes transformações, a comunicação e a internet mudam radicalmente a forma como nos relacionamos e fazemos negócios, nada mais natural do que discutir o velho ambiente das salas de aula. Em época de colaboração intensa, parece que o tradicional modelo da aula expositiva, em que o mestre fala e os alunos escutam, está com os dias contados. Será mesmo?

Encucado com isso, conversei com dois adolescentes (ou nem tanto, pois ambos têm mais de vinte anos e estão na universidade) sobre como eles veem a sala de aula.

Um deles está insatisfeito com o curso, carrega as aulas como um fardo e encara a sala de aula com muito sacrifício. Já o outro adora estudar, está fazendo mestrado, é um curioso “by design”, não sofre com a sala de aula, mas mesmo assim, não se mostra um entusiasta com o ambiente da universidade.

Criei dois nomes fictícios, Sérgio e Alex. Obviamente, não podemos generalizar, pois são apenas duas pessoas dando sua percepção individual, mas é interessante analisar. Ah, importante frisar que eles não estudam na mesma turma.

Eis a primeira entrevista, a segunda será publicada no próximo post (amanhã):

Mauro – Como você avalia a sala de aula?

Sérgio – A sala de aula é um lugar muito chato. E não é só a minha opinião, todos os meus colegas têm o mesmo sentimento. Eu acho incrível que alguns professores ainda usem quadro negro (lousa em Sampa!!) e giz. Tem um professor de 70 anos de idade, o cara é muito metódico, tradicional, já vem com a aula montada e não se importa com os alunos. Usa o powerpoint e parece que faz a aula para as paredes. Ninguém presta atenção.

Mauro – Mas, se ninguém presta atenção, o que rola nas aulas?

Sérgio – A maioria do pessoal traz um monte de gadgets para dentro da sala de aula, como celulares e notebooks. E não é para usar na aula, é para se distrair mesmo. O pessoal fica navegando na internet e faz outras coisas enquanto o professor fala. Também é comum ver os alunos tirando foto do quadro negro com máquina fotográfica e celular, o que mostra a preguiça e a chatice dentro da sala. Poucos usam realmente o notebook e os celulares para fazer anotações ou pesquisar, a maioria usa para ficar na internet durante a aula.

Mauro – Então isso é liberado dentro da sala?

Sérgio – Sim. A PUC inteira tem wi-fi grátis para os alunos. Qualquer um pode abrir o notebook e usar livremente.

Mauro – Os professores ficam chateados?

Sérgio – Não sei. Acho que não. Todo mundo faz isso. Eu nunca vi um professor pedindo para fechar um note ou parar de usar um gadget. Eles já se acostumaram.

Mauro – E os celulares tocam durante as aulas? O pessoal desliga os aparelhos?

Sérgio - Nunca vi ninguém desligar o celular. Mas quem desliga hoje em dia? O pessoal coloca no silencioso, mas às vezes alguém esquece. Quando o celular toca, as pessoas saem da sala para atender. 

Mauro – Então ninguém presta atenção?

Sérgio – Não é bem assim. Tem aulas que são boas, mas são poucas. Eu me identifico mais com um professor mais novo que se veste de forma mais despojada, dá uma aula menos estruturada e principalmente conversa com os alunos. Isso faz a aula ficar mais legal e o pessoal presta mais atenção.

Mauro – Vamos ver se eu entendi. As aulas expositivas são chatas e desinteressantes. A desatenção é geral. As melhores são as aulas interativas, onde o papo rola mais desestruturado e solto. É isso?

Sérgio – É isso mesmo.

Mauro – Você falou que este professor que você gosta se veste de maneira despojada. Pegando o gancho, o pessoal fica a vontade dentro da sala?

Sérgio – Sim. O pessoal fica largado nas cadeiras. O absurdo é que tem professor que proíbe botar o pé em cima da mesa.

Mauro – Se rola este clima à vontade, como fica o horário?

Sérgio - A maioria das aulas começa atrasada, porque o professor chega tarde ou porque não há alunos dentro da sala. É muito comum. Algumas vezes eu mesmo cheguei na sala e ao ver que estava vazia e que eu seria o primeiro a entrar, desisti e fui embora.

Mauro – E os trabalhos? Tem muita carga de trabalho?

Sérgio – Acho que tem muita. Mas a gente encontrou uma forma de facilitar. Alguns alunos criaram uma pasta compartilhada no site dropbox. E, escondido dos professores, todos compartilham trabalhos antigos e atuais, matérias relacionadas e colas em geral.

Mauro- Quer dizer que o pessoal vai no site dropbox e baixa trabalhos já feitos e entrega para os professores como se fossem novos?

Sérgio - Isso mesmo.

Mauro- E a cola rola durante as provas?

Sérgio – Nas provas que podem fazer consulta, os notebooks são permitidos. Isso faz com que todo mundo se fale à vontade pelo MSN, por alguma rede social ou qualquer outro meio que todos possam se conectar. E nem precisa ter internet, porque os notebooks e gadgets permitem se falar por bluetooth. Mas acho este negócio de prova muito velho, acho que os trabalhos deveriam ser todos em grupo.

Mauro- Os professores usam e-mails ou redes sociais para conversar com a turma fora do horário de aula?

Sérgio - Quase todos os professores interagem com os alunos através de e-mails. Eles mandam para a turma inteira de uma vez só, através do sistema da PUC. Todos os trabalhos são entregues por e-mail, poucos são entregues impressos.

Mauro- Depois disso tudo que você me contou, você acha que a sala de aula deveria terminar? Você acredita em aula remota?

Sérgio - Não existe impedimento tecnológico para que as aulas sejam remotas, porém, se isto acontecesse, acho que o interesse e rendimento dos alunos iriam cair muito. Por isso, a sala de aula ainda é o melhor ambiente, mas me sinto obrigado a comparecer.

Mauro- Qual a sua visão sobre a vida acadêmica?

Sérgio - Eu vejo que a vida acadêmica não tem nada a ver com o mundo real.

Agora imagine este adolescente numa empresa. Imagine então muitos adolescentes iguais a este no mundo corporativo. Acho que teremos grandes transformações pela frente…..

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Comunicação: sociedade cobra ampliação do acesso à internet




O acesso à internet em alta velocidade deve ser considerado pelo Estado um serviço essencial, na avaliação de entidades da sociedade civil. A campanha “Banda larga é um direito seu” defende que o serviço  seja prestado em regime público e, portanto, com metas de universalização. Assim, todos poderiam ter acesso ao serviço básico, independentemente da condição econômica ou do local em que esteja.

De acordo a pesquisa TIC Domicílios 2013, enquanto 48% das residências urbanas têm acesso à internet, na zona rural, esse percentual fica em apenas 15%. A desigualdade é também regional. Percentualmente, 51% dos lares da Região Sul estão conectados, enquanto na Região Norte são apenas 26%. Os dados consideram 62,8 milhões de domicílios pesquisados, entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014.

quarta-feira, 19 de março de 2014

“SBT não pode acobertar” Sheherazade, diz deputada


Em entrevista ao 247, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comenta a representação enviada à Procuradoria Geral da República que pede que emissora responda por "apologia ao crime" de Rachel Sheherazade; documento sugere "suspensão de verbas oficiais" ou "análise da própria concessão" durante o inquérito; "O SBT tem que responder por isso, não pode acobertar uma pessoa que, com toda a liberdade, manda matar", disse, em referência ao caso dos "justiceiros", defendido pela apresentadora

sexta-feira, 7 de março de 2014

Ibope: internet dispara, jornais impressos afundam


Levantamento nacional divulgado nesta sexta-feira 7 pelo ministro-chefe da Secretaria da Comunicação Social, Thomas Traumann, aponta internet como o meio de comunicação que mais cresce entre os brasileiros; um quarto da população já acessa a rede diariamente, com uma intensidade média de 3h39 minutos por dia; é mais tempo do que os telespectadores passam em frente à TV; crise da mídia impressa é total: 75% dos entrevistados afirmaram que não leem mais jornais; mídia mudou de forma veloz, radical e irreversível

A internet é o meio de comunicação que mais cresce no Brasil. Além disso, é também aquele que capta a maior parte da atenção dos leitores e consumidores. Segundo pesquisa feita divulgada nesta sexta-feira 7 pelo ministro Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação Social, o internauta brasileiro já passa mais tempo conectado na rede de computadores do que na frente da televisão, numa contagem média de 3h39 para o uso da internet. A mesma pesquisa também confirma a tendência de morte acelerada dos jornais impressos. A leitura de jornais foi considerada um hábito por apenas 6% do público. A televisão ainda é o meio mais consumido, mas vem perdendo espaço na audiência dos brasileiros.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Debate: para não esquecer a democratização da comunicação

MARCELO DÉDA (1960-2013)

Por Fernando Fagundes em 10/12/2013 na edição 776

A tristeza em relação ao falecimento de Marcelo Déda é intensa. O povo sergipano o reelegeu pelo mérito da competência administrativa, não há dúvida. Mas há um outro legado importante que Marcelo Déda deixa, mas desta vez para todo o Brasil e o governo do PT: Déda encarou de frente a questão da democratização da comunicação. Desde a sua primeira administração como governante, ele buscou desenvolver um modelo de comunicação capaz de fortalecer a imagem do governo, evitando o quanto pôde se render aos assédios e também às extorsões tácitas que especialistas do setor chamam de “jogo da imprensa”.

Como jornalista e consultor de comunicação de órgãos de cooperação internacional, como o Banco Mundial e o PNUD, no final de 2007 participei de uma seleção pública da Unesco para a realização do documento de projeto (“Prodoc – Project document”) que visava a dar à comunicação pública de Sergipe um planejamento estratégico coerente à proposta do governo de Sergipe em “dialogar com o povo”. O objetivo era construir um modelo pioneiro de comunicação democrática. Eliana Aquino, esposa de Déda, havia narrado ao então representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, um diagnóstico sombrio em relação às dificuldades de comunicação do governo sergipano com o povo devido aos meios de comunicação estarem em mãos de famílias de políticos locais e regionais ávidos para retomarem o poder. Um diagnóstico que se repete até hoje em todo o Brasil.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ministro das Comunicações defende regulação da mídia sem censura

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, voltou a defender que a mídia brasileira tenha algum tipo de regulação, mas sem censura ou controle de conteúdo. O que é fundamental, argumentou o ministro, é garantir punição para quem cometer excessos e direito de resposta àqueles que se considerarem injustamente prejudicados por matérias veiculadas.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Liberdade de expressão passa por "processo de asfixia", diz deputado do PT


Paulo Pimenta propôs debate na Câmara sobre liberdade de expressão para blogueiros e veículos alternativos. Censura vem em forma de ameaças judiciais'

Em pronunciamento no Plenário da Câmara, o deputado Paulo Pimenta (PT/RS) disse que a liberdade de expressão no Brasil passa por "processo de asfixia". 

Ele quer debater o assunto na Casa e chama a atenção para as recentes perseguições contra blogueiros e sites progressistas e veículos de informação alternativa (sites, rádios e tvs comunitárias). 

Pimenta, que é jornalista, cita o caso de um dos mais importantes blogueiros progressistas do país, Luiz Carlos Azenha, que disse estar fechando o seu blog Viomundo, por ter sido condenado a pagar uma indenização de 30 mil reais, devido a suposta campanha difamatória contra o diretor de uma grande emissora de TV brasileira. 

Dia 7 comemorou-se o dia Jornalista, data criada pela Associação Brasileira de Imprensa em home nagem a Giovanni Battista Libero Badaró, jornalista assassinado em 1830 por inimigos políticos. Quase 200 anos depois, a perseguição contra os profissionais - principalmente blogueiros - ainda continua. 

sábado, 6 de abril de 2013

Ligações de fixo para celular ficam mais baratas a partir de hoje


Brasília - Começa a valer hoje (6) a redução de 8,77% nas tarifas das ligações feitas de telefones fixos para celulares. Os novos valores, determinados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), serão aplicados pelas concessionárias de telefonia fixa Oi (na área da antiga Brasil Telecom), Telefônica (São Paulo), CTBC Telecom, Sercomtel e Embratel.
Para a concessionária Telemar Norte Leste, haverá redução de 18,6%, porque, no ano passado, a diminuição tarifária não foi aplicada pela Anatel para essa operadora por causa de determinações judiciais. As demais empresas aplicaram uma redução de 10,7% no ano passado.
A CTBC Telecom é a concessionária local que atende os estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. A Sercomtel atende os municípios de Londrina e Tamarana, no Paraná, e a Embratel é a concessionária de longa distância nacional.
Agência Brasil

segunda-feira, 28 de março de 2011

Luta pela democratização da comunicação ganha força no Rio


Rio de Janeiro – A luta pela democratização da comunicação ganha força no Rio de Janeiro. Em 2011, três grandes plenárias já aconteceram no estado para discutir temas como o novo marco regulatório das comunicações no país e o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), entre outros. A mais recente, realizada na semana passada no Sindicato dos Jornalistas, contou com a participação de representantes de organizações da sociedade civil e aprovou um documento-base com base em diversas propostas. Além disso, está prevista para os próximos dias o lançamento da Frente Parlamentar pela Democratização da Comunicação e da Cultura, que deve reunir vereadores e deputados de diversos partidos.

No texto-guia que orientou as discussões da plenária, os movimentos sociais fazem um alerta quanto à “qualificação da intervenção e organização dos grandes grupos empresariais da mídia no último período”. São citadas entidades representativas desse setor, como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) e a Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner).

Estas entidades, segundo o texto, estariam associadas a organizações de direita como o Opus Dei e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e, com a criação de organizações intermediárias como o Instituto Millenium e o Palavra Aberta, patrocinariam, “além do boicote e da tentativa de desqualificação da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), uma campanha aberta e truculenta contra o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) e contra qualquer proposta de regulação da publicidade e de controle social da mídia”.

A plenária deliberou que a mobilização gerada pela 1ª Confecom, que teria arrefecido por conta do ano eleitoral, deve ser retomada com afinco em todo o Rio de Janeiro. O documento-base saúda a Conferência como fruto de “um amplo processo de mobilização do setor não empresarial da sociedade civil” e não esconde a expectativa de que o governo de Dilma Rousseff aprofunde esse processo: “a realização da 1ª Confecom e seu resultado marcam uma nova etapa de construção da luta pela democratização da comunicação no Brasil, deixando condições extremamente positivas para a sua retomada nos próximos anos”, diz o texto.

O apoio à presidenta Dilma também foi manifestado em outros momentos, como nos elogios à escolha de Paulo Bernardo para o Ministério das Comunicações e à condução até aqui do PNBL: “Ao indicar um quadro como Paulo Bernardo, o novo governo dá indícios de que o Ministério das Comunicações será fortalecido como instância de formulação e implementação de políticas públicas para o setor, ao invés de servir como moeda de barganha na composição política das forças que compõem o governo”.

Em relação ao PNBL, foram consideradas bem vindas pelos movimentos sociais algumas iniciativas já anunciadas pelo governo, como a criação de mecanismos que permitam o acesso ao financiamento do BNDES para os pequenos provedores e a decisão de dar à Telebrás um papel de destaque na condução do plano. No documento-base, está a proposta  de que o PNBL garanta “redução de custos e massificação da oferta” do acesso à internet no país e que seja aplicado a partir  de um “amplo processo de consulta e negociação envolvendo todos os segmentos sociais”.

Marco regulatório
O movimento pela democratização da comunicação no Rio de Janeiro também manifesta claro apoio à proposta de Marco Regulatório das Comunicações apresentada pelo governo Lula e pede que o ministro Paulo Bernardo torne público o conteúdo do projeto apresentado pelo então chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, Franklin Martins: “Nos parece  urgente que o projeto em questão seja o mais brevemente possível divulgado, para que se possa garantir um amplo processo de debate na sociedade, com audiências públicas, seminários e consultas”.

A plenária também fechou posição em defesa da implementação do Conselho de Comunicação Estadual do Rio de Janeiro, a partir do aperfeiçoamento de um projeto apresentado ano passado na Assembléia Legislativa (Alerj) pelo deputado estadual Paulo Ramos (PDT). O movimento também defende a criação de conselhos municipais de comunicação: “Além da importância local para a democratização da comunicação, os conselhos municipais poderão cumprir importante papel de referência política para a nossa luta em nível estadual”, diz o texto-base.

Frente parlamentar
Alguns parlamentares do Rio de Janeiro também rearticulam sua movimentação pela democratização da comunicação. Durante um ato realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, também na semana passada, foi anunciada a criação da Frente Parlamentar pela Democratização da Comunicação. Além de diversos vereadores e alguns deputados, participaram do anúncio o jornalista e professor de comunicação, Muniz Sodré, e a integrante do Conselho Federal de Psicologia, Roseli Goffman, entre outros.

Principal articulador e futuro presidente da frente parlamentar, que deve ser oficialmente lançada na Câmara Municipal no início de abril, o vereador Reimont (PT) afirma que o objetivo é intervir nas discussões local e nacional sobre comunicação: “Queremos entender como é que, no Rio de Janeiro, a gente pode engrossar esse caldo que já existe no Brasil inteiro para discutir a democratização não só da comunicação como também da cultura”, diz.

Apesar de a legislação não permitir o trabalho conjunto de vereadores e deputados em uma mesma frente parlamentar, Reimont avalia que a frente lançada na Câmara Municipal, com o apoio inicial de 26 vereadores, servirá como ponto de partida para aglutinar diversos parlamentares fluminenses envolvidos com a luta pela democratização da comunicação: “A frente é pluripartidária, mas tem uma posição coesa, pois os parlamentares que enfrentam de fato essa questão são pessoas mais ideológicas, mas envolvidas com a esquerda da política”, avalia Reimont, citando como principais parceiros os deputados federais Alessandro Molon (PT) e Chico Alencar (PSOL), os deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL), Róbson Leite (PT) e Gilberto Palmares (PT) e os vereadores Eliomar Coelho (PSOL) e Paulo Pinheiro (PPS).

Por: Maurício Thuswohl, especial da Rede Brasil Atual
Publicado em 28/03/2011, 15:55

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Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

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