quinta-feira, 14 de maio de 2015

Hartung e Casagrande: gestão única com os mesmos secretários


 
Desde a disputa eleitoral, o governador Paulo Hartung faz incisivas críticas ao ex-governador Renato Casagrande, responsabilizando-o por deixar o Espírito Santo em um verdadeiro “caos” econômico. No entanto, o atual quadro de secretários estaduais deixa evidente que o governo de PH é apenas uma continuidade da gestão Casagrande, e vice-versa.

Embora em cargos diferentes, os secretários empossados por Paulo Hartung não são novos no Estado e na administração pública dos últimos anos.  A certeza de um governo apenas “mais do mesmo” está, por exemplo, no caso de Eugênio Ricas, que sequer saiu do cargo de secretário de Justiça com a eleição de Paulo Hartung.

Há ainda outros exemplos, como Rodrigo Judice, ex-procurador-geral do Estado e que assumiu a secretaria de Meio Ambiente na gestão atual. Além de Sandra Bellon, subsecretária de Gestão e Recursos Humanos no governo Casagrande, e que virou titular da pasta com Hartung.

Mais do mesmo

Em 2011, quando assumiu o governo, Casagrande tinha Paulo Hartung como seu grande aliado e montou sua equipe com nomes indicados por ele. Agora, Hartung acusa Casagrande de ter feito um governo com amigos e sem conhecimento técnico.

Mas sem poder fugir de suas antigas alianças políticas, Hartung mantém os mesmos secretários do seu antecessor. Dos 25 secretários “hartunguenses”, 36% são da era “Casagrande e Hartung”, sem falar dos cargos comissionados e as autarquias. O que os capixabas têm hoje é um mesmo governo que se perpetua por 12 anos e cinco meses.

Entre os secretários que continuam está Ângela Silvares, cunhada de Paulo Hartung, que na gestão Casagrande esteve à frente da pasta de controle e transparência e agora assume a Secretaria de Governo. Logo, o discurso de falta de controle do governo anterior, passaria então pela desaprovação da cunhada. Se realmente não existia controle nas contas do governo passado, o que faz Hartung mantê-la no secretariado?
Como se não bastasse a ausência de pré-requisitos técnicos, ser investigado por improbidade administrativa também não é empecilho para ser secretário estadual no governo Hartung. O Ministério Público Estadual ajuizou denúncias contra três atuais secretários estaduais por malversação do dinheiro público. São eles: João Coser, Neivaldo Bragato e Haroldo Corrêa Rocha. E se a análise descer para o segundo escalão de PH, o número de investigados é ainda maior.

São fatos assim que só corroboram para desmontar a fictícia crise que Hartung tem criado. Não podemos aceitar este discurso do governo atual de responsabilizar seu antecessor. É preciso que Hartung seja responsável pelos seus atos, inclusive o apoio político e institucional que fez com que seus aliados políticos sempre estivessem no nos últimos 12 anos e cinco meses. É preciso que Hartung, Casagrande e cia sejam responsabilizados, civil e criminalmente, por todos os desmandos que entre si se acusam.

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