sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Um exemplo perfeito de storytelling: Homem vende carro velho de forma genial

Tomei conhecimento do caso no Hypeness, excelente site sobre inovação e criatividade. Muito se fala sobre storytelling no marketing, existe muita teoria e nem sempre se mostram claros exemplos. O caso citado abaixo é um exemplo muito legal de storytelling bem feito.

Em setembro de 2013, Luke Aker, dono de um velho Nissa Maxima de 1996, decidiu vender o seu querido e amado carro. Ele fez um filme mágico. O carro estava repleto de problemas, mas no vídeo o locutor fala toda a verdade, mostra os bancos de couro rasgados e afirma tratar-se de "um veículo que vai te levar do ponto A para o ponto B... na maioria das vezes".

O vídeo se tornou viral. Em dezembro do mesmo ano já estava perto de alcançar 2 milhões de views. O caso foi tão impactante, ganhou tanta visibilidade na web, que a própria Nissan fez uma oferta pelo veículo e... comprou o carro.

A Nissan, com uma oportuna visão de marketing, lançou uma discussão digital e os fãs da marca decidiram que o carro deveria ser restaurado.

Em fevereiro de 2014, a Nissan dos EUA anunciou a restauração do velho carro. Seis meses depois, o carro já recuperado, "novinho" outra vez, foi apresentado num vídeo espetacular da Nissan, publicado no YouTube.

O filme criado por Luke Aker é um exemplo evidente de como fazer storytelling. O caso todo, enfim, é uma história genial.

Veja abaixo 3 vídeos:
- o épico vídeo criado pelo dono do veículo;
- o vídeo da Nissan anunciando e mostrando o carro recuperado;
- o vídeo feito pelo Autoblog com o pessoal de marketing da Nissan contando a história toda.

Ahhhh, e tem uma coisa que fez toda a diferença, o jovem Luke Aker, ex-dono do carro, é um cineasta.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A sala de aula vista por um adolescente – Entrevista

Por Texto publicado no blog Foco em Gerações.

Em um período em que o mundo passa por grandes transformações, a comunicação e a internet mudam radicalmente a forma como nos relacionamos e fazemos negócios, nada mais natural do que discutir o velho ambiente das salas de aula. Em época de colaboração intensa, parece que o tradicional modelo da aula expositiva, em que o mestre fala e os alunos escutam, está com os dias contados. Será mesmo?

Encucado com isso, conversei com dois adolescentes (ou nem tanto, pois ambos têm mais de vinte anos e estão na universidade) sobre como eles veem a sala de aula.

Um deles está insatisfeito com o curso, carrega as aulas como um fardo e encara a sala de aula com muito sacrifício. Já o outro adora estudar, está fazendo mestrado, é um curioso “by design”, não sofre com a sala de aula, mas mesmo assim, não se mostra um entusiasta com o ambiente da universidade.

Criei dois nomes fictícios, Sérgio e Alex. Obviamente, não podemos generalizar, pois são apenas duas pessoas dando sua percepção individual, mas é interessante analisar. Ah, importante frisar que eles não estudam na mesma turma.

Eis a primeira entrevista, a segunda será publicada no próximo post (amanhã):

Mauro – Como você avalia a sala de aula?

Sérgio – A sala de aula é um lugar muito chato. E não é só a minha opinião, todos os meus colegas têm o mesmo sentimento. Eu acho incrível que alguns professores ainda usem quadro negro (lousa em Sampa!!) e giz. Tem um professor de 70 anos de idade, o cara é muito metódico, tradicional, já vem com a aula montada e não se importa com os alunos. Usa o powerpoint e parece que faz a aula para as paredes. Ninguém presta atenção.

Mauro – Mas, se ninguém presta atenção, o que rola nas aulas?

Sérgio – A maioria do pessoal traz um monte de gadgets para dentro da sala de aula, como celulares e notebooks. E não é para usar na aula, é para se distrair mesmo. O pessoal fica navegando na internet e faz outras coisas enquanto o professor fala. Também é comum ver os alunos tirando foto do quadro negro com máquina fotográfica e celular, o que mostra a preguiça e a chatice dentro da sala. Poucos usam realmente o notebook e os celulares para fazer anotações ou pesquisar, a maioria usa para ficar na internet durante a aula.

Mauro – Então isso é liberado dentro da sala?

Sérgio – Sim. A PUC inteira tem wi-fi grátis para os alunos. Qualquer um pode abrir o notebook e usar livremente.

Mauro – Os professores ficam chateados?

Sérgio – Não sei. Acho que não. Todo mundo faz isso. Eu nunca vi um professor pedindo para fechar um note ou parar de usar um gadget. Eles já se acostumaram.

Mauro – E os celulares tocam durante as aulas? O pessoal desliga os aparelhos?

Sérgio - Nunca vi ninguém desligar o celular. Mas quem desliga hoje em dia? O pessoal coloca no silencioso, mas às vezes alguém esquece. Quando o celular toca, as pessoas saem da sala para atender. 

Mauro – Então ninguém presta atenção?

Sérgio – Não é bem assim. Tem aulas que são boas, mas são poucas. Eu me identifico mais com um professor mais novo que se veste de forma mais despojada, dá uma aula menos estruturada e principalmente conversa com os alunos. Isso faz a aula ficar mais legal e o pessoal presta mais atenção.

Mauro – Vamos ver se eu entendi. As aulas expositivas são chatas e desinteressantes. A desatenção é geral. As melhores são as aulas interativas, onde o papo rola mais desestruturado e solto. É isso?

Sérgio – É isso mesmo.

Mauro – Você falou que este professor que você gosta se veste de maneira despojada. Pegando o gancho, o pessoal fica a vontade dentro da sala?

Sérgio – Sim. O pessoal fica largado nas cadeiras. O absurdo é que tem professor que proíbe botar o pé em cima da mesa.

Mauro – Se rola este clima à vontade, como fica o horário?

Sérgio - A maioria das aulas começa atrasada, porque o professor chega tarde ou porque não há alunos dentro da sala. É muito comum. Algumas vezes eu mesmo cheguei na sala e ao ver que estava vazia e que eu seria o primeiro a entrar, desisti e fui embora.

Mauro – E os trabalhos? Tem muita carga de trabalho?

Sérgio – Acho que tem muita. Mas a gente encontrou uma forma de facilitar. Alguns alunos criaram uma pasta compartilhada no site dropbox. E, escondido dos professores, todos compartilham trabalhos antigos e atuais, matérias relacionadas e colas em geral.

Mauro- Quer dizer que o pessoal vai no site dropbox e baixa trabalhos já feitos e entrega para os professores como se fossem novos?

Sérgio - Isso mesmo.

Mauro- E a cola rola durante as provas?

Sérgio – Nas provas que podem fazer consulta, os notebooks são permitidos. Isso faz com que todo mundo se fale à vontade pelo MSN, por alguma rede social ou qualquer outro meio que todos possam se conectar. E nem precisa ter internet, porque os notebooks e gadgets permitem se falar por bluetooth. Mas acho este negócio de prova muito velho, acho que os trabalhos deveriam ser todos em grupo.

Mauro- Os professores usam e-mails ou redes sociais para conversar com a turma fora do horário de aula?

Sérgio - Quase todos os professores interagem com os alunos através de e-mails. Eles mandam para a turma inteira de uma vez só, através do sistema da PUC. Todos os trabalhos são entregues por e-mail, poucos são entregues impressos.

Mauro- Depois disso tudo que você me contou, você acha que a sala de aula deveria terminar? Você acredita em aula remota?

Sérgio - Não existe impedimento tecnológico para que as aulas sejam remotas, porém, se isto acontecesse, acho que o interesse e rendimento dos alunos iriam cair muito. Por isso, a sala de aula ainda é o melhor ambiente, mas me sinto obrigado a comparecer.

Mauro- Qual a sua visão sobre a vida acadêmica?

Sérgio - Eu vejo que a vida acadêmica não tem nada a ver com o mundo real.

Agora imagine este adolescente numa empresa. Imagine então muitos adolescentes iguais a este no mundo corporativo. Acho que teremos grandes transformações pela frente…..

'Laranja' de Youssef pede nulidade do processo da Lava Jato




Erich Decat - O Estado de S. Paulo

João Procópio, apontado como responsável por gerenciar as contas do doleiro no exterior, alega que o juiz Sérgio Moro deve ser afastado do caso.

Leia também:
"Laranja’ de Youssef é preso em São Paulo  
 Executivo da OAS pede afastamento de juiz da Lava Jato

No documento, os advogados de Procópio alegam que o juiz Sérgio Moro deve ser considerado "impedido" ter participado como auxiliar da ministra Rosa Weber no julgamento do processo do mensalão. 

Brasília - A defesa de João Procópio, considerado como "laranja" do doleiro Alberto Youssef, apresentou na Justiça Federal, em Curitiba, resposta à acusação criminal na qual sustenta o impedimento do Juiz Sérgio Moro para conduzir o processo e pede nulidade processual. Procópio é apontado pela Polícia Federal (PF) como responsável por gerenciar as contas de Youssef no exterior. Na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, ele é enquadrado na lei que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de bens.

No documento, os advogados de Procópio alegam que o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos no âmbito da Justiça do Paraná, deve ser considerado "impedido" em razão de ter participado como auxiliar da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, do julgamento do processo do mensalão.

"É necessário salientar que há que ser reconhecida a existência de situação de impedimento do magistrado Sérgio Fernando Moro, eis que funcionou em fatos conexos aos que originaram as investigações da cognominada Operação Lava Jato como assessor da Ministra Rosa Weber, quando do processamento e julgamento da ação penal n.º 470 (Caso Mensalão)", afirma a defesa. "Não há dúvida que os fatos lá apurados dizem também respeito aqueles que foram e continuam sendo investigados nesta operação; vossa excelência, portanto, tomou conhecimento na qualidade de auxiliar da Justiça, em outra instância, de fatos determinantes para a investigação que culminou nesta e em inúmeras ações penais. Requer-se, portanto, seja reconhecida a situação de impedimento", acrescentam.

No pedido, a defesa de Procópio também cita uma decisão de 2010 do juiz Sérgio Moro para argumentar que ele seria "suspeito" para julgar qualquer caso envolvendo o doleiro Alberto Youssef. "De qualquer forma, é necessário que se reconheça que a situação de suspeição já declarada anteriormente em relação ao corréu Alberto Youssef deve ter seus efeitos estendidos até o presente caso. Dessa forma, os efeitos do reconhecimento da suspeição não podem ser limitados, devendo-se estender a todo e qualquer feito que envolva a pessoa de Alberto Youssef", defendem.

Em outro momento, os advogados afirmam que o processo deveria ter sido encaminhado em sua íntegra ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver parlamentares. "Há também a necessidade de se reconhecer que os feitos originários investigaram deputado federal investido no cargo. É por demais artificial a justificativa póstuma de que o feito visava a investigação apenas de Alberto Youssef; uma simples leitura dos documentos produzidos àquela época demonstram que era de fatos dos quais José Janene participara que se tratava a investigação".

Os processos da Lava Jato foram divididos em duas frentes. Uma na primeira instância da Justiça Federal no Paraná, onde tramitam 18 ações penais conduzidas pelo juiz Sérgio Moro, além de ao menos 140 inquéritos da Polícia Federal. Nesta instância estão os réus ou investigados que não possuem o chamado foro privilegiado (ex-diretores da Petrobrás, executivos, funcionários das empreiteiras e lobistas). A outra frente terá como jurisdição o STF, prerrogativa de políticos citados nos autos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Defesa de presidente da OAS quer anular processo da operação Lava-Jato


Por André Guilherme Vieira e Letícia Casado | Valor

São Paulo e Curitiba - Os advogados do presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, solicitaram ao juiz titular do caso Lava-Jato, Sergio Moro, que se declare impedido de julgar o caso, cuja competência é da Justiça estadual do Rio de Janeiro, sustenta a defesa. Pinheiro Filho está em prisão preventiva desde 14 de novembro. Ele é acusado de fazer parte do suposto “clube” de empreiteiras, cartel de empresas que se revezaria em contratos com a Petrobras, segundo a acusação.

Em resposta à acusação criminal, os defensores de Pinheiro alegam não existir “um crime sequer de competência federal na denúncia do Ministério Público Federal. (...) nada que seja de interesse da União”, argumentam.

A defesa solicita também a nulidade do processo, a anulação das escutas telefônicas e que o juiz Sergio Moro seja declarado “suspeito” de julgar processos envolvendo o doleiro Alberto Youssef. O termo é empregado quando o magistrado se declara impossibilitado de julgar um acusado, por motivo pessoal.

Os advogados juntaram aos autos despacho de 2010 em que Moro se declarou impedido de julgar Youssef por razão de “foro íntimo”. “Tendo-se declarado previamente suspeito por motivo de foro íntimo, esse juízo jamais poderia conduzir outro processo em que estivesse envolvido o corréu e delator Alberto Youssef, muito menos dar validade a um questionável e imoral acordo firmado com tal cidadão”, argumentam os defensores.

<p>No pedido apresentado pela defesa de Pinheiro, os advogados afirmam que Sergio Moro teria “manipulado” o processo para manter as investigações sob seu comando e que ele teria agido de modo irregular ao permitir procedimento na Justiça de primeira instância envolvendo o ex-deputado federal José Janene (PP-PR), em 2006, quando ainda era parlamentar. Como deputado, ele teria direito a ser processado no Supremo Tribunal Federal (STF). Morto em 2010, Janene é peça central do quebra-cabeças da Operação Lava-Jato.

Executivo da OAS pede afastamento de juiz da Lava Jato

A defesa do presidente da OAS, José Adelmário Filho, preso na Operação Lava Jato, pediu nesta quarta-feira (21) que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações, se declare suspeito para julgar o caso. Os advogados pedem também a anulação das provas obtidas contra o investigado, que está preso desde novembro passado na Polícia Federal, em Curitiba.

A defesa de Adelmário Filho alega que Moro não pode continuar conduzindo os processos porque se declarou impedido de julgar outra ação envolvendo o doleiro Alberto Youssef, em 2010. No entendimento dos advogados, o juiz "jamais" poderia relatar os processos relacionados à Lava Jato e dar validade a um "questionável e imoral" acordo de delação premiada firmado com o doleiro.

"Diante dos atos levados a efeito justamente em virtude deste foro íntimo que motivou a declaração pretérita, é facilmente perceptível que esse juízo não pode ser considerado imparcial para a condução de qualquer investigação ou processo que envolva o corréu Alberto Youssef, violando regras e princípio básicos constitucionais", alega a defesa.

No mesmo documento, há o argumento de que as autorizações para quebra de sigilo telefônico foram ilegais e que a tramitação dos processos deveria ser de competência da Justiça Federal no Rio de Janeiro.

Agência Brasil

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook