Erich Decat -
O Estado de S. Paulo
João Procópio,
apontado como responsável por gerenciar as contas do doleiro no exterior, alega
que o juiz Sérgio Moro deve ser afastado do caso.
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No documento,
os advogados de Procópio alegam que o juiz Sérgio Moro deve ser considerado
"impedido" ter participado como auxiliar da ministra Rosa Weber no
julgamento do processo do mensalão.
Brasília - A
defesa de João Procópio, considerado como "laranja" do doleiro
Alberto Youssef, apresentou na Justiça Federal, em Curitiba, resposta à
acusação criminal na qual sustenta o impedimento do Juiz Sérgio Moro para
conduzir o processo e pede nulidade processual. Procópio é apontado pela
Polícia Federal (PF) como responsável por gerenciar as contas de Youssef no
exterior. Na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, ele é
enquadrado na lei que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de bens.
No documento,
os advogados de Procópio alegam que o juiz Sérgio Moro, responsável pela
condução dos processos no âmbito da Justiça do Paraná, deve ser considerado
"impedido" em razão de ter participado como auxiliar da ministra do Supremo
Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, do julgamento do processo do mensalão.
"É
necessário salientar que há que ser reconhecida a existência de situação de
impedimento do magistrado Sérgio Fernando Moro, eis que funcionou em fatos
conexos aos que originaram as investigações da cognominada Operação Lava Jato
como assessor da Ministra Rosa Weber, quando do processamento e julgamento da
ação penal n.º 470 (Caso Mensalão)", afirma a defesa. "Não há dúvida
que os fatos lá apurados dizem também respeito aqueles que foram e continuam
sendo investigados nesta operação; vossa excelência, portanto, tomou
conhecimento na qualidade de auxiliar da Justiça, em outra instância, de fatos
determinantes para a investigação que culminou nesta e em inúmeras ações
penais. Requer-se, portanto, seja reconhecida a situação de impedimento",
acrescentam.
No pedido, a
defesa de Procópio também cita uma decisão de 2010 do juiz Sérgio Moro para
argumentar que ele seria "suspeito" para julgar qualquer caso
envolvendo o doleiro Alberto Youssef. "De qualquer forma, é necessário que
se reconheça que a situação de suspeição já declarada anteriormente em relação
ao corréu Alberto Youssef deve ter seus efeitos estendidos até o presente caso.
Dessa forma, os efeitos do reconhecimento da suspeição não podem ser limitados,
devendo-se estender a todo e qualquer feito que envolva a pessoa de Alberto
Youssef", defendem.
Em outro
momento, os advogados afirmam que o processo deveria ter sido encaminhado em
sua íntegra ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver parlamentares.
"Há também a necessidade de se reconhecer que os feitos originários
investigaram deputado federal investido no cargo. É por demais artificial a
justificativa póstuma de que o feito visava a investigação apenas de Alberto Youssef;
uma simples leitura dos documentos produzidos àquela época demonstram que era
de fatos dos quais José Janene participara que se tratava a investigação".
Os processos
da Lava Jato foram divididos em duas frentes. Uma na primeira instância da
Justiça Federal no Paraná, onde tramitam 18 ações penais conduzidas pelo juiz
Sérgio Moro, além de ao menos 140 inquéritos da Polícia Federal. Nesta
instância estão os réus ou investigados que não possuem o chamado foro
privilegiado (ex-diretores da Petrobrás, executivos, funcionários das
empreiteiras e lobistas). A outra frente terá como jurisdição o STF,
prerrogativa de políticos citados nos autos.
juiz serio
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