Segundo Dicionário Aurélio [Do lat. temperamentu.]
S. m.
1. Estado fisiológico ou constituição particular do corpo; compleição.
2. O conjunto dos traços psicofisiológicos de uma pessoa, e que lhe determinam as reações emocionais, os estados de humor, o caráter: 2
3. Índole, feitio, caráter, têmpera.
4. Sensualidade, lubricidade.
5. Têmpera (1).
6. Mistura proporcional de coisas; mescla, combinação.
7. Temperança (2).
No
livro, Temperamentos Transformados, onde o autor (Tim LaHaye, autor também
do livro Temperamento Controlado pelo Espírito) usando a Teoria dos Quatro
Temperamentos, faz uma grande contribuição nas aplicações práticas dessas
classificações seculares para que cada indivíduo possa examinar-se a si mesmo,
analisando seus Pontos Fortes e suas Fraquezas, buscando então a cura do
Espírito Santo para aquelas tendências que o impedem de ser usado por Deus.
Foi inspirado pela
descoberta de uma transformação de temperamento nas vidas de diversos
personagens bíblicos; transformação que hoje encontramos em cristãos cheios do
Espírito Santo. Deve-se lembrar que esta transformação não depende do
conhecimento dos quatro temperamentos, mas da plenitude do Espírito. As
personalidades bíblicas que conheceremos foram transformadas antes da
formulação da teoria dos temperamentos. A nossa esperança está na promessa de
Deus: "E assim, se alguém está em Cristo é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (Co 5:17).
A Teoria dos Quatro Temperamentos
Hipócrates
(460 a 370 a.C) é freqüentemente chamado de "Pai da Medicina".
Sem dúvida, ele foi o gigante do mundo médico da antiga Grécia. Ele nos
interessa por duas razões:
1)
geralmente atribui-se a ele o fato de a medicina passar a preocupar-se com os
problemas psiquiátricos;
2)
ele reconheceu as diferenças de temperamento das pessoas e apresentou uma
teoria que explica tais diferenças. E. Baughman e
George Welsh avaliaram da seguinte forma a sua contribuição:
"O
mundo antigo estava cônscio das grandes anomalias de comportamento, mas
geralmente as atribuía à intervenção dos deuses, e assim, não podia estudá-las
com objetividade. Hipócrates, porém, se opunha ao sobrenaturalismo,
defendendo a ideia de uma orientação biológica, e assim, desenvolveu uma
abordagem empírica à psicopatologia. Sua maior força estava talvez na exatidão
de suas observações e em sua capacidade de registrar cientificamente as conclusões a que chegava.
Na
verdade, muitas de suas descrições de fenômenos psicopatológicos permanecem
válidas. Portanto, Hipócrates marcou o início de uma abordagem cuidadosamente
observadora da personalidade anormal, abordagem que um dia seria aplicada ao
estudo da personalidade normal.
"O
interesse de Hipócrates pelas características do temperamento é notável,
especialmente quando se considera a relativa negligência deste importante
problema no mundo hodierno da psicologia. Como resultado de suas observações,
Hipócrates distinguiu os quatro temperamentos: o sanguíneo, o melancólico, o
colérico e o fleumático. De acordo com Hipócrates, o temperamento da pessoa
dependia dos 'humores' do seu corpo: sangue, bílis preta, bílis amarela e
fleuma. Hipócrates começou por observar as diferenças de comportamento,
formulando finalmente uma teoria que explica essas diferenças. A teoria era
bioquímica em sua essência, e embora a substância da mesma tenha desaparecido,
permanece ainda conosco a sua forma. Hoje, porém, falamos de hormônios e outras
substâncias bioquímicas em vez de 'humores', substâncias que podem induzir ou
afetar o comportamento observado."
Os
romanos pouco fizeram na área do intelectualismo criativo, contentando-se em
perpetuar os conceitos dos gregos. Um século e meio depois que o imperador
romano Constantino fez do cristianismo religião oficial em
312 d.C, esse império desmoronou, dando início à Idade das Trevas.
Conseqüentemente, poucas alternativas ao conceito de Hipócrates foram
oferecidas até o século dezenove. Tão poucos foram os estudos feitos na área da
personalidade, que H.J.Eysenck, um escritor hodierno,
atribuiu a ideia do conceito de quatro temperamentos a Galen,
que o reativou no século dezessete, e não a Hipócrates.
Emmanuel
Kant, filósofo alemão, foi provavelmente o que mais influência teve na divulgação
da idéia dos quatro temperamentos na Europa. Embora incompleta, a sua descrição
dos quatro temperamentos em 1798 foi bem interessante: "A pessoa sanguínea é alegre e esperançosa; atribui grande importância àquilo que
está fazendo no momento, mas logo em seguida pode esquecê-lo. Ela tem intenção
de cumprir suas promessas, mas não as cumpre por nunca tê-las levado
suficientemente a sério a ponto de pretender vir a ser um auxílio para os
outros. O sanguíneo é um mau devedor e pede constantemente mais prazo para
pagar. É muito sociável, brincalhão, contenta-se facilmente, não leva as coisas
muito a sério, e vive rodeado de amigos. O sanguíneo, embora não sendo
propriamente mau, tem dificuldade em deixar de cometer seus pecados; ele pode
se arrepender, mas sua contrição (que jamais chega a ser um sentimento de
culpa) é logo esquecida. Ele se cansa e se entedia facilmente com o trabalho,
mas constantemente se entretém com coisas de somenos — o sanguíneo carrega
consigo a instabilidade, e o seu forte não é a persistência.
"As
pessoas com tendência para a melancolia atribuem grande importância a
tudo o que lhes concerne. Descobrem em tudo uma razão para a
ansiedade e em qualquer situação notam primeiro as dificuldades. Nisso são
inteiramente o contrário da pessoa sanguínea.
"Não
fazem promessas com facilidade, porque insistem em cumprir a palavra, e
pesa-lhes considerar se será ou não possível cumpri-la. Agem assim, não
devido a considerações de ordem moral, mas ao fato de que o
inter-relacionamento com os outros preocupa sobremaneira o melancólico,
tornando-o cauteloso e desconfiado. Ê por esta razão que a felicidade lhe foge.
"Dizem
do colérico que ele tem a cabeça quente, fica agitado com facilidade,
mas se acalma logo que o adversário se dá por vencido. Ele se aborrece, mas seu
ódio não é eterno. Sua reação é rápida mas não persistente. Mantém-se
sempre ocupado, embora o faça a contragosto, justamente porque não é
perseverante; prefere dar ordens, mas aborrece-o o ter de cumpri-las. Gosta de
ver reconhecido o seu trabalho e adora ser louvado publicamente. Dá muito
valor às aparências, à pompa e à formalidade; é orgulhoso e cheio de
amor-próprio. É avarento, polido e cerimonioso; o maior golpe que pode sofrer é
uma recusa a obedecerem suas determinações. Enfim, o temperamento colérico é o
mais infeliz por ser o que mais provavelmente atrairá oposição.
"Fleuma significa
falta de emoção e não preguiça; implica uma tendência a não se emocionar com
facilidade nem se mover com rapidez, e sim com moderação e persistência. A
pessoa fleumática se aquece vagarosamente, mas retém por mais tempo o calor
humano. Age por princípio, não por instinto; seu temperamento feliz pode suprir
o que lhe falta em sagacidade e sabedoria. Ela é criteriosa no trato com outras
pessoas e geralmente consegue o que quer, persistindo em seus objetivos,
enquanto, aparentemente, está cedendo aos outros."
No
fim do século dezenove, o estudo do comportamento humano
recebeu novo impulso com o nascimento da ciência denominada
Psicologia. "Os meios universitários vêem na fundação do Laboratório de
Psicologia Experimental de Wundt na Universidade de Leipzig em 1879,
o início efetivo dessa disciplina." O Dr. W. Wundt muito
provavelmente foi influenciado por Kant, pois ele também aceitava a Teoria dos
Quatro Temperamentos do comportamento humano. Ele fez exaustivas experiências,
tentando relacionar esses temperamentos com a estrutura do corpo, o que o levou
ao estabelecimento da Psicologia Biotipológica, ou seja, a atribuição das
características do comportamento do indivíduo ao seu tipo físico. Este
conceito, que encontra muitos seguidores, reduziu afinal a três, os tipos de
personalidade. Alguns estudiosos mais recentes dessa escola
diminuíram para apenas dois os tipos, numa classificação mais popularmente
conhecida como: introvertido e extrovertido.
Sigmund
Freud, no início deste século, desferiu um golpe devastador à
Teoria dos Quatro Temperamentos. Sua pesquisa e suas teorias da
Psicanálise tiveram efeito eletrizante sobre o estudo da personalidade.
"Através da implementação de um ponto de vista totalmente
determinista..." Freud e seus discípulos refletiram sua obsessão pela
ideia de que é o meio-ambiente que determina o comportamento do indivíduo.
Esta
ideia, que é diametralmente (Diretamente; absolutamente, inteiramente) oposta à
teologia cristã, minou seriamente a sociedade ocidental. Em vez de fazer o
homem sentir-se responsável pela sua conduta, fornece-lhe uma válvula de escape
que o isente de seu mau comportamento. Se ele rouba, os
comportamentistas tendem a culpar a sociedade, porque lhe faltam as coisas
de que necessita. Se ele é pobre, culpam a sociedade por não lhe dar uma
ocupação. Este conceito dos comportamentistas não só enfraqueceu o
senso nato de responsabilidade do homem, como também desacreditou a salutar
teoria dos quatro temperamentos. Entretanto, se pudermos provar que o homem
herda, ao nascerem, certas tendências de temperamento, a teoria do
meio-ambiente se desmoronará.
Durante
a primeira metade do século vinte, a maioria dos cristãos parecia sofrer de um
complexo de inferioridade intelectual. A comunidade intelectual declarava alto
e bom som, a teoria da evolução como um "fato". A Psiquiatria e a
Psicologia subiram ao trono acadêmico diante do qual todos os
intelectuais se curvaram. Alguns, dizendo falar em nome da Ciência,
ridicularizavam a Bíblia, a divindade de Cristo, o pecado, a culpa e a
existência de Deus pessoal. Muitos cristãos procuraram adaptar os
conceitos bíblicos aos conceitos evolucionistas da "Ciência Moderna". Esta atitude acomodatícia ajudou a produzir o liberalismo
teológico, o modernismo, a neo-ortodoxia, e uma igreja claudicante (Incerto,
vacilante, duvidoso). Muitos cristãos permaneceram fiéis a Deus e à Bíblia
durante aqueles anos difíceis, mas se mantiveram estranhamente silenciosos. Uns
poucos valentes estavam preparados e dispostos a enfrentar os intelectuais em
debates abertos.
A
maré hoje está mudando. A Teoria da Evolução — pedra fundamental da Psiquiatria
e da Psicologia — se desmorona ao impacto das minuciosas e constantes pesquisas
científicas. Muitos psiquiatras e psicólogos se desencantaram da psicologia freudiana
e do comportamentismo. Meio século de observações confirmam a
perícia dos freudianos em diagnosticar os problemas da personalidade, mas levantam sérias dúvidas quanto à habilidade deles em curar os enfermos. Uma
nova geração de psiquiatras está voltando sua atenção para algumas das antigas
idéias e pesquisando outras teorias. Alguns estão até mesmo enfatizando a
responsabilidade do homem pelos seus atos, como a Bíblia nos ensina.
Durante
a primeira metade deste século, apenas dois escritores cristãos parecem ter
escrito a respeito dos quatro temperamentos. Ambos eram europeus, mas suas
obras foram amplamente divulgadas nos Estados Unidos.
Um
grande pregador e teólogo inglês, Alexander Whyte (1836-1921),
produziu um breve trabalho sobre os quatro temperamentos. Está incluído em seu
Tesouro de Alexander Whyte, publicado por Baker. Depois de ler o seu
excelente livro Personagens Bíblicos ninguém poderá duvidar de que ele fosse um
estudioso dessa teoria dos temperamentos.
Entretanto,
com respeito à Teoria dos Quatro Temperamentos, a obra mais significativa de
que tenho conhecimento é o Temperamento e a Fé Cristã, de O.Hallesby.
Publicado primeiramente em norueguês, foi, depois, traduzido para o inglês e
publicado pela Augsburg Publishing House em 1962. O
Dr. Hallesbyapresentou os quatro temperamentos em todos os seus detalhes.
Seu propósito foi ajudar os conselheiros a reconhecerem os quatro
temperamentos-tipo e a fazerem com eles o devido relacionamento. Sugeriu também possibilidades de remediar os problemas que caracterizam cada temperamento. O
meu livro Temperamento Controlado pelo Espírito foi inspirado na leitura dessa
obra. Como pastor-conselheiro, recebi muita orientação dos proveitosos estudos
do Dr.Hallesby, mas fiquei de certa forma angustiado pela condição
desesperadora em que ele "deixava" a pessoa de temperamento
melancólico. Pensei então: "Se eu fosse do tipo melancólico, depois desta
leitura, me suicidaria". Mas, eu sabia que há muita esperança para o
temperamento melancólico — como para qualquer dos outros temperamentos — no
poder de Cristo Jesus. Foi então que Deus abriu meus olhos para o ministério do Espírito Santo na vida emotiva do crente.
Comecei a desenvolver o conceito
de que há uma força divina para cada fraqueza humana através da plenitude do
Espírito. Depois de conversar a respeito dessa ideia com centenas de pessoas, e
de aconselhar muitas outras, estou mais do que convencido de que as nove
características da vida plena do Espírito Santo, mencionadas em
Galatas 5:22-23, contêm uma força para cada uma das fraquezas dos quatro temperamentos: "O fruto do Espírito é amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio; contra estas coisas não há
lei".
A
Contaminação pelo Freudianismo
Tem
sido fascinante ver a reação dos leitores ao livro Temperamento Controlado
pelo Espírito. Todo ser humano está interessadíssimo em saber "o que
realmente o faz funcionar", razão pela qual a Psicologia é matéria
preferida por grande parte dos estudantes de faculdades. A explicação da Teoria
dos Quatro Temperamentos quanto aos "porquês" do comportamento humano
faz sentido para muitas pessoas. Donas-de-casa, estudantes, universitários,
pastores, profissionais liberais, e pessoas de todo tipo de vida facilmente se
enquadram num dos temperamentos.
Começamos
a ter notícias de pessoas que trabalham em aconselhamento, pastores e
psicólogos que recomendaram o livro a seus clientes. Um psicólogo cristão,
conhecido em todo o país, recomendou-o em todos os lugares dos Estados Unidos
por onde passou. Diversos professores de Psicologia em faculdades evangélicas
têm usado esse livro como texto para seus cursos, e tenho sido convidado para
dar muitas aulas sobre o assunto.
A
reação dos psicólogos e psiquiatras não cristãos tem sido menos entusiasta, mas
essa atitude era de se esperar. Em primeiro lugar, porque a Teoria dos Quatro
Temperamentos não é compatível com as ideias humanistas em voga; em segundo
lugar, porque os psiquiatras, não crendo em Deus, rejeitam, em princípio, o
poder do Espírito Santo como eficiente na cura das fraquezas humanas. Tal linha
de pensamento influencia fortemente a reação à ideia dos quatro
temperamentos. Fiz uma série de palestras para cerca de mil estudantes de
Universidade de todo o país que estavam reunidos num seminário de duas semanas.
A primeira sessão foi uma explanação ampla da Teoria dos Quatro Temperamentos.
Logo que acabei de falar, diversos jovens esperavam por mim, armados de muitas perguntas. Quase todos eram estudantes de Psicologia. Suas principais objeções
resumiam-se em: "O senhor simplifica demais as coisas" ou "Suas
respostas são muito simplistas".
A
reação deles era compreensível. Estavam por demais envolvidos no processo de aprendizagem das complexas soluções aos problemas hodiernos da forma como os
nossos educadores os veem — não porque as respostas aos problemas do homem
sejam tão complexas, mas porque os formuladores dos currículos universitários
de hoje têm rejeitado a Bíblia e a simples cura de Deus para os problemas do homem.
Consequentemente, restam-lhes soluções muito envolventes. A coisa triste é que,
como o tempo não parece tornar válidas as suas soluções, a frustração os leva à
busca de outra resposta qualquer contanto que seja mais complicada.
Chegou a hora
de alguém mostrar que a Psicologia e a Psiquiatria estão fundamentadas principalmente sobre o humanismo ateísta. Darwin
e Freud moldaram o pensamento do mundo secular a ponto de ele ter a maior parte
da sua estrutura mental construída sobre duas premissas:
1) não há Deus — o
homem é um mero acidente biológico;
2) o homem é o ser supremo, com capacidade
para resolver por si mesmo todos os seus problemas.
Em estudos de filosofia
aprendi que "a validez de uma conclusão depende da exatidão de suas
premissas". Como existe realmente um Deus, a premissa principal dos
humanistas está errada; portanto, não se pode esperar que suas conclusões sejam
válidas.
Uma
grande parte do mundo atual se curva perante o santuário da Psicologia e da
Psiquiatria. Considerando que o homem precisa ter alguma fonte de autoridade
que empreste crédito àquilo que ele diz, os secularistas de hoje
citam em geral algum eminente psicólogo. O fato de que essas autoridades muitas
vezes se contradizem geralmente não é mencionado.
Não
me levem a mal. Não estou procurando ridicularizar os eruditos. Apenas chamo a
atenção para o perigo de os cristãos serem enganados pela"sabedoria deste
mundo". Temos de reconhecer que "a sabedoria do mundo é loucura
para Deus" (1 Co 1:18). O fato de as pessoas possuírem diplomas
não significa que estejam certas. Uma passada em revista pelos grandes
filósofos do mundo mostraria que cada um desses brilhantes eruditos sempre
discordou dos outros famosos filósofos que os antecederam. O estudo da
filosofia é geralmente muito confuso, justamente por ser muito contraditório.
As experiências e novas descobertas sempre desacreditaram os grandes pensadores
do passado. Por outro lado, os cristãos têm um meio seguro de
aferir a exatidão das premissas e das conclusões dos homens: a Palavra de Deus!
O homem está certo ou está errado, conforme concorde ou discorde da Bíblia!
Uma
estudante do último ano de Psicologia procurou-me logo depois de ouvir uma das
palestras que proferi num seminário e disse-me:
"Tenho
de confessar que senti uma resistência tremenda às suas opiniões depois da
primeira palestra. O senhor contradisse muitas coisas que eu aprendera,
mas, ao escutá-lo depois, reconheci que a Bíblia realmente tem as respostas
para os problemas do homem. Muito obrigada. O senhor foi uma bênção para minha
vida". Espero que esta jovem e muitos outros tenham aprendido que não
há nada de errado em estudar e usar os princípios válidos da Psicologia, da
Psiquiatria ou de qualquer outra ciência, desde que os tornemos válidos pela
Palavra de Deus.
Quando
falei numa conferência de casais no lindo "Forest Home", nas
montanhas de San Bernardino, na Califórnia, havia um psicólogo
assistindo àquela série de sete palestras. Eu estava morrendo de curiosidade
de saber da sua reação, já que ele nada demonstrava pela sua expressão
fisionômica.
Durante
a última refeição, tivemos oportunidade de conversar. Ele me disse que
trabalhava em aconselhamento já há vinte e cinco anos. Alguns meses antes,
aceitara a Cristo como seu Salvador e Senhor. Aos poucos, ele estava se
desencantando quanto às suas técnicas e aos conselhos que dera durante tantos
anos. Viera à conferência para ver se alguém poderia oferecer-lhe novas e
melhores idéias. Concluiu então: "Estou voltando para casa com duas
impressões bem claras: primeiro, é que a Bíblia tem as respostas para todos os
problemas do homem; segundo, é que elas são, na verdade, bem simples".
Os
quatro temperamentos parecem ser aceitos pelos cristãos porque são
compatíveis com muitos conceitos das Escrituras. Da mesma forma que a Bíblia
nos ensina que todos os homens têm uma natureza pecaminosa, os temperamentos
nos ensinam que todos os homens têm as suas fraquezas. A Bíblia nos ensina que
o homem é constantemente assediado pelo pecado e os temperamentos destacam tal
fato. A Bíblia diz que o homem possui uma "velha natureza" que é a
carne, melhor dizendo, "carne-corruptível". O temperamento é
composto de tendências natas, parte das quais são fraquezas. A classificação
dos quatro temperamentos não é ensinada categoricamente na Bíblia, mas os
estudos biográficos de quatro personagens bíblicos demonstrarão os pontos
fortes e as fraquezas de cada um dos temperamentos. A Bíblia nos ensina que só
é possível alcançar o poder para vencer as fraquezas, quando se recebe a Jesus
Cristo pessoalmente como Senhor e Salvador, entregando-se completamente ao Seu
Espírito.
Um
psicólogo, meu amigo, informou-me que há cerca de doze ou treze diferentes
teorias da personalidade. A Teoria dos Quatro Temperamentos é, provavelmente, a
mais antiga, e muitos cristãos consideram-na a melhor. Não é perfeita — nenhum
conceito humano o é. Porém, ajuda a pessoa comum a examinar-se através de um
processo sistematizado e melhorado através dos séculos. Ela não responderá
a todas as dúvidas que você tenha sobre si mesmo, mas propiciará mais respostas
do que as outras teorias. Ao estudá-la, ore agradecendo a Deus pelo acesso
a uma fonte de poder que pode mudar sua vida, fazendo de você o tipo de pessoa
que você e Deus querem que você seja.
Depois
que você examinar minuciosamente o gráfico dos temperamentos, poderá descobrir
o(s) seu(s) temperamento (s), predominante (s) fazendo uma lista das
características que se destacam em sua personalidade. Veja primeiro
os seus pontos fortes, — suas qualidades — porque é mais fácil ser objetivo
quanto às suas qualidades do que quanto às suas fraquezas. Uma vez
determinadas as qualidades, procure encontrar os defeitos correspondentes.
Muitas pessoas têm a tendência' de mudar de idéia quando examinam seus
defeitos, mas é melhor você resistir a essa tentação e enfrentar com realismo
as suas fraquezas.
Ainda
está em alguma dúvida quanto ao seu temperamento?