Arthur
Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão
A inveja dos
homens mostra o quanto se sentem infelizes, e sua atenção constante às ações e
omissões dos outros mostra o quanto se entediam.
Inveja,
palavra proveniente do latim invidĭa, significa o desejo de obter
algo que outra pessoa possui e que você não tem. Representa a tristeza ou o
pesar pelo bem alheio.
De
acordo com o psicoterapeuta e escritor José Luis Cano, a inveja nada mais é do
que “um fenômeno psicológico muito comum que causa um grande sofrimento para
muitas pessoas, tanto para os invejosos como para suas vítimas. Ela pode ser
explícita e transparente, ou formar parte da psicodinâmica de alguns sintomas
neuróticos. Em todos os casos, a inveja é um sentimento de frustração
insuportável perante algum bem de outra pessoa, causando o desejo inconsciente
de danificá-lo”.
Cano
também afirma que um indivíduo invejoso é um ser insatisfeito, seja por
imaturidade, repressão, frustração, etc. No geral, essas pessoas sentem,
consciente ou inconscientemente, muito rancor contra outros que possuem algo
que elas também desejam, mas que não podem obter ou não querem desenvolver
(beleza, dinheiro, sexo, sucesso, poder, liberdade, amor, personalidade,
experiência, felicidade).
É
por isso que o invejoso, ao invés de aceitar suas carências ou perceber seus
desejos e capacidades e assim desenvolvê-los, odeia e deseja destruir todas as
pessoas que, como um espelho, lembrem-no da sua privação. Em outras palavras, a
inveja é a raiva vingadora do impotente que, em vez de lutar por seus
anseios, prefere eliminar a concorrência.
A
inveja tem inúmeras formas de expressão: críticas, ofensas, dominação,
rejeição, difamação, agressões, rivalidade, vinganças. O psicoterapeuta
espanhol José Luis Cano assinala que “na escala individual, a inveja costuma
ser parte de muitos transtornos psicológicos e de personalidade; nas relações
profissionais e de casal, ela está envolvida em muitos conflitos e rupturas; e
na escala social e política, sua influência é imensa”.
Já
o catolicismo considera a inveja como um dos sete pecados capitais, uma vez que
ela constitui a fonte de outros pecados. O invejoso deseja ter algo que o outro
possui, sem se importar em prejudicar a outra pessoa, para obter esse bem. Para
o cristianismo, esse sentimento baixo e ignóbil é inaceitável, já que cria uma
situação que causa infelicidade e dor para o outro indivíduo.
O
poeta italiano Dante Alighieri, na sua obra o Purgatório, o segundo dos
três cantos da Divina Comédia, define a inveja como “amor pelos próprios
bens pervertido ao desejo de privar a outros dos seus”. O castigo para os
invejosos era ter seus olhos fechados e costurados com arame, para que eles não
vissem a luz (porque haviam tido prazer em ver os outros sofrerem).
Do ID Discovery
Fontes
consultadas:
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