O
presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara,
Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), defendeu hoje (11) a manutenção do acordo que
permite a ampliação do debate sobre a denúncia por corrupção passiva
apresentada contra o presidente Michel Temer pela Procuradoria-Geral da
República (PGR).
Pacheco
criticou a possibilidade de integrantes da base governista apresentarem um
requerimento pedindo o encerramento dos debates após a apresentação oral de dez
deputados. O procedimento está previsto no Regimento Interno da Câmara e pode
ser acionado pela liderança do governo para acelerar a tramitação da denúncia
na CCJ.
"Há
um acordo para que seja garantida a fala de todos os deputados. Se tiver alguma
manobra contrária nesse sentido, vai ser interpretada como quebra desse acordo.
Esse requerimento descumpre flagrantemente o acordo”, disse Pacheco.
Segundo
o acordo firmado entre os líderes partidários na semana passada, todos os 66
membros efetivos da CCJ e seus respectivos suplentes, além de 40 deputados não
membros, poderão ter direito à fala. A discussão deve começar somente após o
esgotamento do prazo de duas sessões plenárias devido ao pedido de vista feito
pelos deputados após o encerramento da leitura do parecer do deputado Sérgio
Zveiter (PMDB-RJ).
A
primeira reunião de discussão do parecer foi convocada para esta quarta-feira
(12), às 11h, caso seja aberta uma sessão no plenário da Câmara ainda pela
manhã. Se todos os deputados quiserem falar, o debate pode durar mais de 40
horas e terminar somente na quinta (13) ou sexta-feira (14).
“Eu
vou me empenhar pra fazer valer o acordo. Eu acredito que a base de governo
possa cumpri-lo, assim como a oposição, evitando requerimentos de obstrução à
discussão. Eu acho que a responsabilidade é dos dois lados, da oposição e da
base do governo para que tenhamos uma discussão equilibrada, transparente,
ágil, na medida do possível, sem prejudicar o direito dos parlamentares”,
ressaltou Pacheco.
Nesta
segunda-feira (10), depois da leitura do relatório de Zveiter, o presidente da
CCJ disse que espera que o período de discussão transcorra de forma tranquila e
que o parecer possa ser votado até a próxima sexta-feira (14). “Esse momento
exige serenidade, exige responsabilidade e cumprimento muito estrito do regimento
da Casa e dos princípios de direito. É dessa forma que nós vamos chegar ao
final disso”, disse Pacheco.
Se
o parecer pela admissibilidade da denúncia for aprovado, será encaminhado para
a apreciação do plenário da Câmara. Caso seja rejeitado, será designado um novo
relator com parecer contrário ao de Zveiter para que seja votado na comissão e,
se vencer, seguirá para plenário. Para a denúncia ter prosseguimento no Supremo
Tribunal Federal (STF) é preciso ser autorizada por pelo menos 342 deputados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi